Autor Tópico: Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP  (Lida 2487 vezes)

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Offline Dodo

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Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Online: 06 de Novembro de 2012, 08:59:11 »
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'Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP

Todos os dias, o policial civil Roberto* faz uma prece silenciosa para que ele e a sua família não se tornem as próximas vítimas da onda de violência que aflige o Estado de São Paulo. Desde o início do ano, pelo menos 90 policiais já perderam a vida. Desse total, apenas três estavam em serviço. "Eu não estou aguentando mais. Estou com um peso nos ombros, não vejo alternativas surtindo efeito, não vejo melhora. Não tenho com quem conversar, não temos acompanhamento psicológico. Se falar para a minha família, vou deixá-los ainda mais preocupados", desabafou o morador do litoral paulista.
Casado e pai de três filhos, Roberto tem mais de 25 anos de carreira, mas não esconde que a angústia e a insegurança têm o acompanhado nos últimos meses. "Agora, devido a ousadia e a crueldade dos ataques, e ao fato de vivermos em um Big Brother, tudo isso vazou, mas isso (as mortes de policiais) acontece há muito tempo. O governo sempre jogava para debaixo do tapete e colocava a moral do policial em xeque", criticou.
Roberto sabe muito bem as consequências de se tornar parte das estatísticas. Em 2006, perdeu um amigo policial nos ataques ocorridos em maio, quando 493 pessoas foram mortas, entre elas, pelo menos 43 agentes públicos. "Ele era uma pessoa íntegra, um policial exemplar. Até hoje a família dele não recebeu o seguro, porque ele estava de folga. Para o governo, o policial só é policial no horário de serviço", disse.
Na época, a maior parte dos atentados foi promovida pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). E novamente a facção criminosa estaria por trás da onda de violência. Na visão de Roberto, desta vez o PCC tem utilizado a tática de guerrilha, que usa artifícios como emboscadas, sabotagens e ataques com extrema mobilidade, ou ações não convencionais, para debilitar moral e psicologicamente o adversário e derrotá-lo, como os vietcongues fizeram contra os Estados Unidos na Guerra do Vietnã (na época, eles tiraram proveito de seu conhecimento na selva vietnamita e usaram túneis como arma-secreta para derrotar o poderio bélico norte-americano). "Da mesma forma, o PCC evita confrontos, aposta em fatos isolados, em atacar os policiais em seu horário de folga porque isso não faz o governo dar uma resposta imediata. E, assim, enfraquece a organização policial e causa pânico na população", analisou, salientando que o grupo está extremamente organizado.
O policial contou que há informações de que a facção quer se tornar realmente uma força política. "Eles já patrocinam políticos de partidos menores", afirmou. Segundo Roberto, há uma espécie de "assistência social" para as famílias dos presos que fazem parte da facção, fornecendo dinheiro e itens de necessidade aos parentes. Além disso, eles contam com o trabalho de advogados renomados e, recentemente, começaram a investir na "intelectualidade" do grupo. "Eles apostam em crianças e jovens inteligentes e dão educação a eles, para então torná-los advogados e até mesmo juízes". Dessa forma, o grupo garantiria influência no poder judiciário brasileiro. "A coisa é muito mais profunda do que se imagina", completou.
Onda de violência
Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e apenas três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.
Preocupada com a onda de assassinatos em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff telefonou na sexta-feira ao governador Geraldo Alckmin para oferecer apoio do governo federal ao Estado. Os termos da cooperação entre os palácios do Planalto e dos Bandeirantes serão acertados em reunião a ser realizada nessa semana. Pelo lado do governo federal, quem está destacado para cuidar do assunto é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
*O nome foi trocado a pedido do entrevistado.

Fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6279062-EI5030,00-Isso+acontece+ha+muito+tempo+diz+policial+sobre+execucoes+em+SP.html
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Offline Diegojaf

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #1 Online: 06 de Novembro de 2012, 11:59:50 »
Absurdo. Está tudo sob controle...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline _tiago

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #2 Online: 06 de Novembro de 2012, 21:47:40 »
Revoltante.

Offline DDV

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #3 Online: 06 de Novembro de 2012, 21:52:39 »
O PCC teria condições de se tornar no Brasil algo maior do que a Máfia na Itália e EUA. Entretanto, resolveram adotar o terrorismo, sem nenhuma necessidade em absoluto, ao invés de tentarem a infiltração invisível e pacífica nas engrenagens políticas e sociais. Não prosperarão apenas por isso.

A utilidade e eficácia do terrorismo já é algo altamente duvidoso para organizações políticas, imagine para uma organização criminosa...

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Diegojaf

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #4 Online: 06 de Novembro de 2012, 21:53:44 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...
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Offline DDV

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #5 Online: 06 de Novembro de 2012, 22:00:05 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...

São uns cujos nicknames começam com a letra T?   :madlol:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Diegojaf

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #6 Online: 06 de Novembro de 2012, 22:03:34 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...

São uns cujos nicknames começam com a letra T?   :madlol:
Entre outros...
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Offline DDV

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #7 Online: 06 de Novembro de 2012, 22:08:15 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...

São uns cujos nicknames começam com a letra T?   :madlol:
Entre outros...

Tem um que tem um discurso "anti-polícia" tão marcante e recorrente que parece até "intelectual" do PCC falando.
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Offline Diegojaf

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #8 Online: 06 de Novembro de 2012, 22:11:49 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...

São uns cujos nicknames começam com a letra T?   :madlol:
Entre outros...

Tem um que tem um discurso "anti-polícia" tão marcante e recorrente que parece até "intelectual" do PCC falando.

Pois é. Como dizem na polícia... quem é, sabe. ::)
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Offline Geotecton

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #9 Online: 07 de Novembro de 2012, 02:09:47 »
Sei de uns no fórum que devem estar vibrando com isso...
São uns cujos nicknames começam com a letra T?   :madlol:
Entre outros...

Eu sou, com toda certeza, muito "burro" porquê não consegui descobrir quem é (ou são).
« Última modificação: 07 de Novembro de 2012, 09:36:51 por Geotecton »
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Offline Gaúcho

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #10 Online: 07 de Novembro de 2012, 02:30:07 »
Ele não aparece muito, mas geralmente aparece em discussões envolvendo a polícia, e sempre criticando a mesma. Se não estou redondamente enganado, o nick é Temma, ou algo assim.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Fabrício

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #11 Online: 07 de Novembro de 2012, 08:02:50 »
Pelo que já vi no fórum os anti-polícia notórios são o Temma e o Titoff. Tem mais ainda?

Queria saber se esses caras fossem assaltados se eles chamariam a polícia tendo chance ou tentariam argumentar com os assaltantes... ou até mesmo entregar tudo de bom grado.
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Offline Geotecton

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #12 Online: 07 de Novembro de 2012, 08:50:56 »
Pelo que já vi no fórum os anti-polícia notórios são o Temma e o Titoff. Tem mais ainda?

Queria saber se esses caras fossem assaltados se eles chamariam a polícia tendo chance ou tentariam argumentar com os assaltantes... ou até mesmo entregar tudo de bom grado.

Eu continuo me achando um "burro" porquê eu nunca percebi eles como sendo 'anti-polícia' embora frequentemente eles apresentem notícias de problemas nas duas principais instituições.
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Offline Osler

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #13 Online: 07 de Novembro de 2012, 09:01:47 »
Eu continuo me achando um "burro" porquê eu nunca percebi eles como sendo 'anti-polícia' embora frequentemente eles apresentem notícias de problemas nas duas principais instituições.

2
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Hold the Door

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #14 Online: 09 de Novembro de 2012, 22:22:54 »
Os dois sempre me pareceram claramente "anti-polícia". O Temma, além de ser anti-polícia, também é "anti-classe média".
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Offline Unknown

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #15 Online: 09 de Novembro de 2012, 23:49:44 »
Pode ser que eu esteja afastado há muito tempo das discussões, mas nunca percebi o Temma como sendo alguém "anti-polícia". As poucas vezes que o vi criticar a polícia, vi críticas que eu mesmo poderia fazer em um ou outro caso. E isso não me faz um "anti-polícia", só alguém que acha que a polícia não é uma instituição acima das críticas, e que tem pontos onde pode ou deve melhorar.

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Offline Diegojaf

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #16 Online: 10 de Novembro de 2012, 19:53:01 »
Pode ser que eu esteja afastado há muito tempo das discussões, mas nunca percebi o Temma como sendo alguém "anti-polícia". As poucas vezes que o vi criticar a polícia, vi críticas que eu mesmo poderia fazer em um ou outro caso. E isso não me faz um "anti-polícia", só alguém que acha que a polícia não é uma instituição acima das críticas, e que tem pontos onde pode ou deve melhorar.

Sim, então você está afastado há muito tempo das discussões...
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Offline _tiago

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #17 Online: 11 de Novembro de 2012, 10:22:02 »

Offline _tiago

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #18 Online: 17 de Novembro de 2012, 11:08:57 »
Violência em SP: as percepções e a realidade

Achei interessante o artigo. A Veja coloca em perspectiva a violência em Sp.

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Durante todo o ano de 1999, um paulistano era assassinado a cada uma hora e meia. Foi o auge da barbárie na cidade, mas a rotina das pessoas não se alterava, os restaurantes e bares continuavam cheios, o assunto não dominava as conversas - não se ouvia a palavra guerra. Depois de mais de uma década de queda acentuada nas estatísticas de homicídios, São Paulo terminou 2011 com uma morte violenta a cada oito horas e meia. Mas a percepção dos cidadãos nem sempre acompanha a realidade, conforme mostra reportagem de VEJA desta semana. Escaldados pela onda de atentados terroristas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 2006, quando a cidade ganhou ares de Ensaio sobre a Cegueira com suas sempre movimentadas avenidas desertas em plena luz do dia, os 11 milhões de habitantes de São Paulo tornaram-se mais receosos. Agora, estão mais uma vez com medo. Mas por quê?

A criminalidade, de fato, aumentou muito nos últimos seis meses. Em outubro, houve 149 assassinatos, quase o dobro dos 78 no mesmo período de 2011. Ainda assim, isso significa uma morte a cada cinco horas - um número muito mais baixo que o de dez anos atrás. O principal motivo desse novo surto de violência em São Paulo é, sim, um confronto velado entre policiais e criminosos do PCC. Mas, para entender o que se passa, é preciso fugir do retrato alarmista e superficial e analisar friamente os casos. A verdade é que nem todo policial assassinado foi vítima do PCC, e nem todos os civis mortos foram alvo de vingança de policiais. Do início do ano até quinta-feira, 92 PMs foram mortos no estado - vinte a mais que a média dos últimos cinco anos. O patamar é inaceitável, mas não se deve apenas a uma “matança” das forças de segurança. Investigações policiais encontraram indícios de execução em 40% desses casos - e nem todos estão ligados à facção criminosa. “Teve PM assassinado porque assediou a mulher do traficante e PMs envolvidos com a máfia dos caça-níqueis que foram mortos por seus companheiros de crime. É preciso separar situações como essas dos ataques atribuídos ao PCC para ter a real dimensão dos acontecimentos”, diz o coronel José Vicente, ex-secretário nacional de Segurança Pública. Na segunda-feira, dois policiais foram mortos no centro, a poucos metros do quartel da Rota. Logo se pensou em um ataque do PCC. Mas eles estavam fazendo bico como seguranças de um banco e morreram num assalto.



Do outro lado, o número de assassinatos na capital sobe desde março, sem sinal de recuo. Nos primeiros doze dias de novembro, houve 72 homicídios - em 2011, foram registrados 96 ao longo de todo o mês. Um levantamento do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa sobre os casos deste ano ajuda a divisar melhor o que está acontecendo. Em cerca de trinta dessas 72 mortes há sinais de crime encomendado: em grande parte, pressupõe-se, eram maus policiais, fora de serviço, à caça de suspeitos de participação em crimes contra as forças de segurança. No mais, são crimes do cotidiano das grandes cidades, como o do filho que esfaqueou o pai e a mãe, e tantas outras tristes histórias.

A explicação serve para desmontar discursos políticos inconsequentes, mas não para acalmar a população. Repórteres de VEJA percorreram nos últimos dias os bairros mais afetados pela violência, em todas as regiões da cidade, e conversaram com mais de uma centena de moradores. As ruas estão mais vazias, e a maioria evita chegar tarde em casa. A avenida da foto acima era movimentada à noite há alguns meses. Boatos de “toque de recolher” determinado por criminosos se espalham, mas ninguém nunca vê quem deu a ordem. São, no mais das vezes, apenas isso, boatos. O sentimento difuso de medo não tomou conta de todos os bairros da cidade; em alguns, a vida continua normal. Uma outra parte de São Paulo se sente, no entanto, sitiada, assustada, não sem razão, com a alta nos assassinatos. O que está por trás, então, da violência que alterou a rotina de enormes bolsões da periferia?

Integrantes da cúpula que elabora a política estadual de segurança afirmam que, no início deste ano, o serviço de inteligência da polícia paulista detectou que o PCC preparava uma nova geração de líderes, que, para se legitimar, planejava grandes roubos e atentados. Por essa narrativa, a ação da Rota - a tropa de elite da Polícia Militar - não foi uma ofensiva aleatória, mas estratégica. “A Rota não dispersou forças, agiu com inteligência em cima de pontos estratégicos do PCC”, afirma um dos responsáveis. Em um aspecto, a avaliação do governo estadual coincide com a de policiais que estão nas ruas na linha de frente de combate ao crime e também dos bandidos: em determinado momento, a letalidade do poder público aumentou. Em maio, a Rota matou seis integrantes do PCC na Zona Leste. Em setembro, nove criminosos foram mortos enquanto promoviam um julgamento em um sítio na Grande São Paulo. As apreensões cresceram também. Em uma ação, a polícia conseguiu capturar uma quantidade de drogas, armas, dinheiro e explosivos que equivale ao faturamento de um ano de roubos do PCC. Os criminosos, seja pelo abalo financeiro, seja pelo que perceberam como uma quebra das “regras do jogo”, reagiram.

O acirramento da violência e a sensação de insegurança passaram a prejudicar os negócios da facção, principalmente o tráfico de drogas. Desde o fim de setembro, gravações em poder da polícia mostram líderes do PCC ordenando que cessem os ataques a policiais. Mas, por vários motivos, a situação já havia saído de controle. Hoje, o PCC não é mais tão bem organizado quanto era nas ações de 2006. Não há um comando unificado. O mais famoso líder do grupo, Marco Willians Camacho, o Marcola, está preso há seis anos e perdeu poder. “Hoje o Marcola é uma espécie de rainha da Inglaterra do crime”, afirma um promotor que investiga a facção. Dois bandidos brigam pela sua sucessão - Roberto Soriano, o Beto Tiriça, e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka -, o que provoca uma divisão entre os membros da facção que estão na rua. Mais violento e menos estrategista, Vida Loka defendeu a continuidade dos ataques mesmo depois de a maior parte do bando ter recuado. Para piorar a situação, bandidos comuns, sem ligação com a facção, aproveitaram a onda de violência para eliminar desafetos e atribuir as mortes ao PCC. O grupo criminoso é um inimigo real, e não um grupo em processo de extinção, como alguns assessores do governador Geraldo Alckmin (PSDB) insistem em dizer. Mas o poder da facção não chega perto do de grupos criminosos do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho, o Terceiro Comando e as milícias comandadas por ex-policiais.

Um dos efeitos mais nefastos da percepção de que o crime pode confrontar o poder público é o encorajamento dos bandidos. Um exemplo disso ocorreu na semana passada em Santa Catarina. Descontentes com a linha-dura em uma prisão de segurança máxima, criminosos lançaram uma ofensiva à la PCC. Quase quarenta veículos, entre ônibus e carros, foram incendiados no estado, onde bandidos chegaram a atirar contra postos da polícia - três marginais acabaram mortos. Mais cedo ou mais tarde, vão perceber o óbvio: é impossível para uma quadrilha, por mais organizada que seja, derrotar a força do estado.

Fonte: Veja.


Offline Vento Sul

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #19 Online: 17 de Novembro de 2012, 14:19:51 »
O PCC teria condições de se tornar no Brasil algo maior do que a Máfia na Itália e EUA. Entretanto, resolveram adotar o terrorismo, sem nenhuma necessidade em absoluto, ao invés de tentarem a infiltração invisível e pacífica nas engrenagens políticas e sociais. Não prosperarão apenas por isso.

A utilidade e eficácia do terrorismo já é algo altamente duvidoso para organizações políticas, imagine para uma organização criminosa...
Você deve ter razão, mas não se esqueça quem está por trás dessas organizações, digo os políticos e empresários corruptos, ou você acha que Fernandinho Beira-Mar e tipos iguais a ele, são os que comandam?
.
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline _Juca_

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #20 Online: 17 de Novembro de 2012, 21:56:24 »
Reportagem idiota. Aff

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(...)O acirramento da violência e a sensação de insegurança passaram a prejudicar os negócios da facção, principalmente o tráfico de drogas. Desde o fim de setembro, gravações em poder da polícia mostram líderes do PCC ordenando que cessem os ataques a policiais. Mas, por vários motivos, a situação já havia saído de controle. Hoje, o PCC não é mais tão bem organizado quanto era nas ações de 2006(...)


a onda de violência é o que, fruto da "desorganização criminosa"?

Offline Vento Sul

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #21 Online: 17 de Novembro de 2012, 22:41:32 »
Reportagem idiota. Aff

Citar
(...)O acirramento da violência e a sensação de insegurança passaram a prejudicar os negócios da facção, principalmente o tráfico de drogas. Desde o fim de setembro, gravações em poder da polícia mostram líderes do PCC ordenando que cessem os ataques a policiais. Mas, por vários motivos, a situação já havia saído de controle. Hoje, o PCC não é mais tão bem organizado quanto era nas ações de 2006(...)


a onda de violência é o que, fruto da "desorganização criminosa"?

Fonte: Veja.  Tá explicado! Talvez a revisteca saiba mais e esteja envolvida também, é de praxe!
.
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Geotecton

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #22 Online: 17 de Novembro de 2012, 23:50:36 »
Reportagem idiota. Aff

Citar
(...)O acirramento da violência e a sensação de insegurança passaram a prejudicar os negócios da facção, principalmente o tráfico de drogas. Desde o fim de setembro, gravações em poder da polícia mostram líderes do PCC ordenando que cessem os ataques a policiais. Mas, por vários motivos, a situação já havia saído de controle. Hoje, o PCC não é mais tão bem organizado quanto era nas ações de 2006(...)
a onda de violência é o que, fruto da "desorganização criminosa"?

Fonte: Veja.  Tá explicado! Talvez a revisteca saiba mais e esteja envolvida também, é de praxe!

Ora, o que a revista afirmou é perfeitamente plausível, ou seja, de que existam dissidências no PCC que não seguiram a ordem de 'não matar policiais' vinda da principal facção.
« Última modificação: 18 de Novembro de 2012, 01:16:34 por Geotecton »
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Offline DDV

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #23 Online: 18 de Novembro de 2012, 00:50:40 »
Nas muitas discussões que tivemos no fórum sobre a pena de morte, nunca foi citado um outro fator benéfico que a mesma traria: bandido morto não comanda crimes de dentro da prisão.  :D

Obviamente, há muitas opções menos drásticas (bloqueio de celulares, isolamento total, etc), mas é um fator a mais a ser considerado, sabendo-se que todo líder de organização criminosa no Brasil provavelmente seria condenado à morte.
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Offline Gaúcho

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Re:Isso acontece há muito tempo', diz policial sobre execuções em SP
« Resposta #24 Online: 18 de Novembro de 2012, 00:56:37 »
"Taí" algo que nunca entendi. Me parece algo banal bloquear sinal de celular em determinado local. Não entendo por quê não é feito em todos os presídios.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

 

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