Acho que o problema é o preconceito. Primeiro agente tem que lembrar que a pedofilia é invenção da modernidade. Antigamente não existia pedofilia, meninas de 10 anos se casavam, garotos tinham sua iniciação sexual com seus progenitores na Grécia. Então creio que agente tem que começar a entender primeiro que o desejo pedófilo não é uma monstruosidade, que ele é normal, e que o que é uma monstruosidade e um crime (para nossa sociedade) é sua prática.
Acho que isso é importante porque o pedófilo, o cara que sente essas atrações vive num mundo que o demoniza e ao mesmo tempo ele não se sente assim, ele sabe que não tem culpa do que sente, ele não consegue se controlar. Imagine, por exemplo, que nossa sociedade passe a ver a heterossexualidade como crime e uma monstruosidade, os homens aceitariam bem isso, iriam procurar tratamento numa boa, iriam se conter fácil, ou fariam essa práticas criminosas escondidos?
Entende, não é defender o ato pedófilo, JAMAIS, mas é tentar se colocar no lugar do pobre do sujeito que para nossa sociedade está colocado como um doente ou criminoso e tentar entender que não deve ser fácil para ele. Acho que se agente fizesse isso, se o preconceito social fosse menor, eles já não teriam tanto problema em procurar ajuda. Imagine a dificuldade de você conseguir chegar num psiquiatra e dizer “eu sou pedófilo” com o peso e estigma que isso tem na nossa sociedade, fica muito mais difícil.