Autor Tópico: xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial  (Lida 813 vezes)

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Offline Moro

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xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Online: 10 de Dezembro de 2012, 22:40:29 »
http://www.onip.org.br/noticias/sintese/petroleo-dos-eua-deve-ultrapassar-a-arabia-saudita/

EUA auto-suficiente! Tornando-se exportador.. Menos dependencia dos árabes, possível queda nos preços. OPEP perderá parte de seu enorme poder?

Quais possíveis impactos?
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline _Juca_

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #1 Online: 10 de Dezembro de 2012, 23:53:16 »
Sobra mais pra China.

Offline Moro

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #2 Online: 11 de Dezembro de 2012, 01:12:40 »
EUA terá menos incentivos para se meter no Oriente medio. China pode querer usar petróleo para suprir sua enorme demanda e ajudar a cagar o mundo
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Offline Geotecton

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #3 Online: 11 de Dezembro de 2012, 02:36:41 »
http://www.onip.org.br/noticias/sintese/petroleo-dos-eua-deve-ultrapassar-a-arabia-saudita/

EUA auto-suficiente! Tornando-se exportador.. Menos dependencia dos árabes, possível queda nos preços. OPEP perderá parte de seu enorme poder?

Quais possíveis impactos?

Uma queda nos preços eu duvido porque o custo de produção no "xisto" (grafado entre aspas porque xisto é uma rocha metamórfica, sendo que o correto é folhelho) é mais elevado, na maioria dos casos, que a extração de petróleo em arenitos.

O maior impacto, negativo infelizmente, será ambiental porque permitirá que a indústria petrolífera tenha uma sobrevida, minando os esforços de pesquisa e produção de fontes mais "limpas" e renováveis.

E eu duvido que o EUA implementem o projeto de extração de óleo de folhelho a plena capacidade enquanto eles tiverem como controlar ou, pelo menos, ter o acesso garantido às enormes reservas de petróleo de vários países do Oriente Médio.
Foto USGS

Offline Price

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #4 Online: 11 de Dezembro de 2012, 09:00:55 »
http://www.onip.org.br/noticias/sintese/petroleo-dos-eua-deve-ultrapassar-a-arabia-saudita/

EUA auto-suficiente! Tornando-se exportador.. Menos dependencia dos árabes, possível queda nos preços. OPEP perderá parte de seu enorme poder?

Quais possíveis impactos?

Uma queda nos preços eu duvido porque o custo de produção no "xisto" (grafado entre aspas porque xisto é uma rocha metamórfica, sendo que o correto é folhelho) é mais elevado, na maioria dos casos, que a extração de petróleo em arenitos.

O maior impacto, negativo infelizmente, será ambiental porque permitirá que a indústria petrolífera tenha uma sobrevida, minando os esforços de pesquisa e produção de fontes mais "limpas" e renováveis.

E eu duvido que o EUA implementem o projeto de extração de óleo de folhelho a plena capacidade enquanto eles tiverem como controlar ou, pelo menos, ter o acesso garantido às enormes reservas de petróleo de vários países do Oriente Médio.

Discordo. Muitos países estão fazendo acordos para reduzir as importações de petróleo vindo do Oriente Médio, um exemplo é o acordo mais recente da Coreia do Sul com os EUA, onde a Coreia prometeu reduzir em pelo menos 20% o petróleo importado do Irã.
Teoricamente a economia atrelada à política faz com que as relações comerciais migrem para os países com melhor relação diplomática, acho que essa é a tendência.
« Última modificação: 11 de Dezembro de 2012, 09:03:20 por Price »
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Pregador

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #5 Online: 11 de Dezembro de 2012, 16:13:06 »
Seja como for, é uma grande descoberta para os EUA que podem prolongar bastante sua história como a nação "top" no mundo.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline JJ

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #6 Online: 02 de Abril de 2019, 10:06:25 »
Por que Ásia começou a desistir do xisto dos EUA?

© AFP 2019 / Robyn Beck
ANÁLISE

06:33 01.04.2019URL curta6140


Duas grandes refinarias da Coreia do Sul suspenderam a importação de óleo de xisto betuminoso dos Estados Unidos devido ao aumento do teor de impurezas, como metais e produtos químicos.

No final de 2018, Seul havia se tornado o maior comprador de petróleo americano transportado por via marítima. As entregas chegaram a atingir uma média de 550 mil barris por dia.

Devido a um nível muito alto de impurezas no óleo importado, duas importantes refinarias sul-coreanas, a SK Innovation e a Hyundai Oilbank, deixaram de receber os fornecimentos dessa matéria-prima do campo petrolífero de Eagle Ford, no sul do estado norte-americano do Texas.


Extração de gás de xisto
© AP PHOTO / HASAN JAMALI


Análise: sanções contra Irã e Venezuela tornaram EUA líderes na produção de petróleo


Os lotes foram imediatamente revendidos à petrolífera inglesa British BP Plc e à chinesa Sinochem Hongrun Petrochemical, que são menos exigentes quanto à qualidade do hidrocarboneto.
O principal motivo da poluição foi a falta de capacidade dos oleodutos para bombear os volumes crescentes de óleo de xisto. As empresas têm de utilizar os mesmos gasodutos e instalações de armazenagem de petróleo para transportar todos os tipos deste combustível, o que acaba criando impurezas.


"Diferentes tipos de petróleo bruto provenientes de jazidas de xisto — do Texas ao Dakota do Norte — passam pela mesma rota de entrega e coletam impurezas antes de chegar à Ásia, a maior região consumidora de petróleo do mundo", explica a Bloomberg, observando que a composição química instável do "ouro negro" se tornou uma "verdadeira dor de cabeça" para os compradores.


Sebastien Barie, representante da petrolífera sul-coreana Hanwha Total Petrochemical, disse à Bloomberg que são constantemente encontrados metais, produtos químicos usados para limpar os tanques de armazenamento de petróleo, bem como produtos de oxidação que podem degradar drasticamente a qualidade do combustível produzido a partir dessas matérias-primas.


Bariye ressaltou que o petróleo americano é de qualidade muito inferior ao do Oriente Médio, que é transportado pela mesma rota, mas tem muito menos impurezas, já que cada tipo é geralmente bombeado por um oleoduto separado.


A Coreia do Sul avisou oficialmente os fornecedores estrangeiros de que irá controlar a qualidade do petróleo de xisto antes de retomar as compras.


"O problema é que, nos Estados Unidos, o desenvolvimento da infraestrutura necessária para conectar os campos com os portos de águas profundas está significativamente atrasado em relação à exportação", disse Dennis Sutton, diretor executivo da Crude Oil Quality Association.


Poço de petróleo na Venezuela (foto de arquivo)
© AP PHOTO / FERNANDO LLANO
Preço do petróleo e sanções: trunfos na manga dos EUA?


Apesar dos problemas de poluição, Seul não irá abandonar completamente as matérias-primas americanas, ainda mais depois destes fornecimentos terem se tornado vitais para os coreanos após as sanções impostas por Washington a Teerã.


A extração de óleo e petróleo de xisto sofre atualmente uma queda dos preços e a indústria tem de reduzir os custos, enfrentando ao mesmo tempo uma grave escassez de investimento: há dez anos que este mercado tem vindo a causar apenas perdas, não satisfazendo as expectativas dos investidores. Em 2018, a indústria recebeu metade do investimento de 2016. Em comparação com 2012, os investimentos diminuíram em dois terços.


Analistas do Barclays alertam que agora que a produção de petróleo nos EUA atingiu um nível recorde de quase 12 milhões de barris por dia, a indústria atingiu o teto. É simplesmente impossível aumentar ainda mais a produção.


https://br.sputniknews.com/opiniao/2019040113591985-por-que-asia-comecou-desistir-xisto-eua/



Offline Pedro Reis

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Re:xisto de Bakken: mudança geopolitica mundial
« Resposta #7 Online: 02 de Abril de 2019, 16:09:23 »
O fracking está proibido em alguns países realmente civilizados como a Alemanha e França, dentre outros.

Há razões para isso.

Citar
O estupro da terra
 
Por Liszt Vieira
 
Publicado no jornal O Globo em 01/12/2013
 
Correu o mundo a famosa foto da água saindo da torneira e pegando fogo. O fato ocorreu na pequena cidade de Dimock, na Pensilvânia, nos EUA. O fogo se deve à presença de metano, liberado pela exploração de gás de xisto nas redondezas.
 
As áreas vizinhas aos poços de exploração de gás de xisto já tiveram de suportar explosões, contaminação do lençol freático e da terra agricultável, inviabilizando a produção agropecuária, além de pequenos abalos sísmicos, em regiões onde as construções não estão preparadas para tremores de terra.
 
A exploração de xisto utiliza o método de fraturação hidráulica, chamado em inglês de fracking. Trata-se de injeção de toneladas de água, sob altíssima pressão, misturada com areia e produtos químicos, com o objetivo de quebrar a rocha e liberar o gás nela aprisionado.
Após inúmeros protestos da população, alguns estados da América do Norte, como Nova York, Maryland e Ohio nos EUA, Quebec no Canadá, proibiram o fracking. Na Europa, a fraturação hidráulica está proibida na França, na Bulgária e em diversos governos locais de vários países (Alemanha, Espanha, Irlanda e Holanda).
 
Esse tipo de extração utiliza 20 vezes mais água do que as técnicas convencionais. As pequenas cidades americanas nos arredores dos poços enfrentaram problemas de falta d’água para consumo e agricultura, além da contaminação dos aquíferos subterrâneos e das reservas de água potável. Tudo isso para uma duração de vida relativamente curta: o pico de produção é alcançado em dez anos e a produtividade começa a cair a partir do primeiro ano.
 
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu realizar um leilão quinta-feira passada para pesquisar a exploração de gás de xisto nas bacias de Parecis, Recôncavo, Acre, Parnaíba, São Francisco e Paraná. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental e mais 12 entidades enviaram à presidente Dilma Rousseff um pedido para cancelar o leilão. E um parecer técnico de um grupo de trabalho coordenado pelo Ibama alertou que o Brasil não tem estudos geológicos suficientes para uma exploração segura de gás não convencional.
 
No caso do Paraná, a rocha a ser fraturada (o Folhelho Irati) se encontra a algumas centenas de metros abaixo do Aquífero Guarani, considerado a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, abastecendo o Brasil e países vizinhos. Pelo menos metade da água injetada retorna à superfície com aditivos químicos e metais pesados. A contaminação do Aquífero Guarani seria uma catástrofe ecológica de impacto internacional.
 
Do ponto de vista econômico, especula-se que a expansão massiva da produção de gás poderá reduzir a demanda e o preço do petróleo, o que desestimularia os pesados investimentos de longo prazo no pré-sal. Parece estar faltando planejamento estratégico na área energética e, principalmente, planejamento integrado de energia e meio ambiente.
Do ponto de vista jurídico, o Brasil é signatário de tratados internacionais que recomendam o princípio da precaução, ignorado pela ANP ao leiloar áreas para a exploração de gás de xisto sem regulamentação e estudos de impacto ambiental, contando certamente com o silêncio complacente das autoridades ambientais.
 
* Liszt Vieira é advogado e professor da PUC-Rio.


Nota: o artigo é de 2013. Atualmente a Alemanha já proibe a extração do chamado gás de xisto por meio da técnica conhecida como fracking. A lista de países europeus que fizeram o mesmo aumentou.
« Última modificação: 02 de Abril de 2019, 16:12:23 por Pedro Reis »

 

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