Arte é inútil.
Sim. Mas isso é irrelevante. Arte não se trata de utilidade.
Agora, certamente as demonstrações de arte como esta referida explicitam como existe uma hierarquia de taleto que é exponencial. Vão desde coisas toscas como estas, até...
![](http://www.blogdomau.com.br/wp-content/uploads/2009/01/fotos3d7.jpg)
![](http://4.bp.blogspot.com/_qcpLoOxPJog/TH3DeH_Qn6I/AAAAAAAAAM8/6Z5ZYIVf9_w/s1600/kruger_05.jpg)
Você já trouxe uma primeira definição interessante, arte para você está ligada a talento, a técnica?
Não vou discutir como a arte dos que penduram uma vaso sanitário na parede é tão nobre e louvável como uma tela de Peter Paul Rubens. Você está certa(o) em relação a mim. Quer dizer, quase. Eu realmente primo muito pela técnica, pela maestria e excelência das coordenações treinadas e/ou peculiarmente desenvolvidas de forma distinta que a média humana.
Não tenho problemas com arte em seus sentidos polissêmicos, e até mesmo não tenho (muitos) problemas com rotular de arte coisas que eu faço peidando, de tão puerilmente ordinário. Todos somos artistas, todos podemos fazer arte, a arte é parte de nossa vicissitude. E talvez por isso mesmo que eu não veja a arte como algo interessante,
per si. Ela é um meio, que atinge ou almeja atingir tantos fins quanto o número de pessoas no mundo, multiplicado por seus egos e sinistros outros.
O que passa a ser interessante, no meu estrito caso, é a
técnica. E não a técnica como definição de métodos isentos de motivação e sensibilidade, puramente apreendidos por meio de repetição mecânica, mas como técnica de transmitir qualidades várias que não se traduzem apenas pela complexidade ou simplicidade de seus componentes, como um solo de B.B. King.
E assim eu ressignifico a Arte (como o vômito ressignifica para outros), para o meu mundo particular, onde o contraponto de Bach, as litografias de Escher, as esculturas e telas que simulam com perfeição inefável a Natureza, as danças bem trabalhadas que ilustram e exemplificam o ápice permitido pelo corpo, compõem uma bolha que me faz respirar um ar mais agradável.
Mais uma vez, no meu estrito caso, Peter Paul Rubens é hierarquicamente superior a quem pega uma tela e faz um desenho de mesmíssimo teor de competência da minha filha de sete anos. E não estou, de modo algum, desdenhando das qualidades artísticas de minha filha. Mas certamente estou duvidando do desenvolvimento intelectual do primeiro sujeito.
Todos podemos ser artistas, e o somos em diversos níveis. Mas que espectro, hein? Ainda bem que os artistas, em geral, são permissíveis o bastante para tolerar críticas como as minhas, que relego ao conjunto de corja alguns indivíduos que estes mesmos artistas se acostumaram a chamar de artistas.
Duvido muito e sinceramente da riqueza de espírito de quem peida e chama isso de arte.