Tópico: Paz mundial

[Buckaroo Banzai]

Só para colocar algo, trecho de entrevista com Steven Pinker sobre seu último livro, "the better angels of our nature", sobre a escalada de pacifismo na história recente:

FLATOW: And so, how do you actually measure? How can you make it an objective measurement over the eons, of how violent?

PINKER: Well, it depends on the kind of violence, but for homicide, for example, the FBI does a pretty good job of tracking that over the decades. And before that, there were a lot of European towns and cities that have homicide statistics going back to the Middle Ages.

And they find that the rate of homicide has fallen, wherever it's been measured in Europe, by about a factor of 35. So that an Englishman today, for example, is 35 times less likely to get killed than his ancestors during the Middle Ages.

And in the United States, as well, there are records - more scattered - but whenever they are unearthed, such as by Randy Roth, an American historian of crime, you find that the earliest periods in American history, where the Northeast was first settled, California was first settled, the South, the West, the rates were about - at least 10 times higher than they are today.

[...]
FLATOW: Was there anything, in all this research, in this tremendous amount of research you did on this book, that surprised you?

PINKER: No matter how inured you get to atrocities, you're still always stunned and shocked by how cruel and wasteful Homo sapiens can be. Just when you think you could not possibly be shocked, you read about another massacre, another atrocity, another orgy of sadism and torture. Our species is endlessly inventive and seems to waste no opportunity to massacre each other in gruesome ways. But on the other hand, I was also surprised - especially for more recent periods - at seeing how many different kinds of violence have gone down.

When I began the book, I knew that hunter-gatherer societies have higher rates of death than modern ones, and I knew that homicide had come down since the Middle Ages. But I didn't realize, for example, that rape has declined by 80 percent since the early '70s when the statistics were first gathered, or that spanking is down and child abuse and criminalization of homosexuality and killing of wives and husbands. Category after category, the curves come down, and that was also surprising.

[...]

http://www.npr.org/2011/10/07/141156404/is-human-violence-on-the-wane

Não acho que Pinker sugira uma tendência à paz mundial, mas talvez o mais próximo disso que não seja fantasia completa. Não li o livro nem muito sobre ele ainda.





Algo de Michael Shermer e o poder pacificador da globalização do mercado:

[...] Trade makes us less likely to kill our potential trading partners. As Jared Diamond once told me about his research on Papua New Guinea hunter-gatherers: "Should you happen to meet an unfamiliar person in the forest, of course you try to kill him or else to run away. Our modern custom of just saying hello and starting a friendly chat would be suicidal." And yet something happened in the 1960s to bring about more peaceful interactions. Initially, peace was imposed upon the native New Guineans by fiat from the Western colonial government that ruled over the territory, but officials then insured continued peace by providing goods that the people needed, as well as the technologies to enable them to continue producing more resources on their own. In less than one generation, New Guinean hunter-gatherers who were fighting each other with stone tools were suddenly New Guinean consumer-traders operating computers, flying planes, and running their own small businesses. Where goods crossed New Guinea frontiers, New Guinea armies did not.

This is an example from my book of what I call Bastiat's Principle, from an observation by the 19th-century French economist Frédéric Bastiat: "Where goods do not cross frontiers, armies will." Although trade is not a sure-fire prophylactic against between-group conflict (there are exceptions to Thomas Friedman's observation that two countries with MacDonalds don't fight, but as a first order approximation it is accurate), it is an integral component to establishing trust between strangers that lessens the potential volatility that naturally exists whenever groups come into contact with one another, especially over the allocation of scare resources that have alternative uses, the very definition of economics. [...]

http://www.huffingtonpost.com/michael-shermer/what-i-believe-about-mark_b_701327.html

[LaraAS]

           Eu penso que o mundo está rumando para a paz sim, mas não propriamente por causa de uma melhora psicológica ou espiritual, se bem que eu até penso que esse tipo de melhora existe, mas o principal motivo, 90% do motivo não é esse, mas sim coincidências históricas misturadas com experimentações que tornaram possível um melhor formado institucional e também por causa de uma maior abundancia e por causa da mentalidade do interesse bem entendido (o que se certo modo é o oposto de grande parte do tipo de melhora pessoal proposta pelas grandes religiões, incluindo o espiritismo e a Nova Era em que se fala que a pessoa tem que ser desapegada), mas interesse bem entendido não só no segundo material, mas em outros sentidos também.
           Em se tratando de verdadeiras democracias segundo os critérios dos 3 principais índices de democracia (o da revista "The economist", o "Freedon House" e o da "Polity data series) nunca houve uma verdadeira guerra entre duas democracias, no caso daquela lista da wikipédia em Inglês citada nesse fórum uma vez, ou não eram verdadeiras democracia pelos critérios desses três índices ou eram só psicodramas bem pouco violentos ou mesmo não violentos mesmo.
           E hoje cerca de 50% dos países do mundo são democracias segundo os critérios desses 3 índices, e isso leva a uma maior paz, e se um dia, todos os países do mundo forem democracias segundo os critérios desses 3 índices vai haver paz, ou no máximo o mais parecido com guerra que vai haver, vão ser, vão ser lutas das democracias contra o crime organizado ou contra grupos como as Farcs, mas bem pouca coisa. E eu tenho esperanças de que um dia, todos os países sejam democracias por esses 3 critérios, ou pelo menos, todos os países que não sejam de maioria islâmica.
            Mas como eu não penso que o principal motivo dessa maior tendencia de melhoras espirituais seja o principal motivo para a tendencia à paz eu coloquei a opção "outra" na enquete.

[Price]

Não consigo imaginar qualquer cenário que possibilite a paz universal que seja sustentável a longo prazo, votei na terceira opção, o ser humano tende a ser belicoso e auto-destrutivo.

[JohnnyRivers]

Outra...

O humano é competitivo, ambicioso e ganancioso por natureza. As guerras pelo uso da força podem até extinguirem-se em um futuro mais longíquo, mas as guerras políticas não.

[Pagão]

Questão interessante. A pergunta está bem formulada e as respostas também..., de modo que respondo de uma maneira que normalmente tento evitar..., ou seja: não sei... Fico cético relativamente ao grau de probabilidade das três possibilidades apresentadas e outra (a quinta) não me diz nada neste inquérito em concreto...
Se as democracias representativas se expandirem globalmente talvez a paz seja probabilidade forte, mas mesmo que isso acontecesse não haveria certeza de contrariar a degradação do planeta e os consequentes conflitos pelos recursos cada vez mais escassos. Se as democracias forem diminuidas ou até eliminadas por forças autocráticas de raiz religiosa ou política (islamismo político, autocracias russa ou chinesa, populismo interno...), esses modelos de organização incrementarão o risco de descambar em guerras... Uma interpretação segura da natureza humana também talvez não dê para garantir paz ou guerra só por si... não sei no sentido de ainda não ter uma avaliação pessoal que me convença suficientemente numa direção ou noutra...   

[André Luiz]

Ja houve guerras entres regimes democráticos

Mas Estado nenhum pode ser ingenuo de confiar no pacifismo jurídico dos organismos multilaterais enquanto houverem mercados consumidores, territórios e áreas de influencias a serem disputadas.

Voto  na segunda opçao

[Geotecton]

Parece que os interesses econômicos, políticos, ideológicos, religiosos e dos estados-nacionais superam, com larga folga, a possibilidade de existir e manter uma paz duradoura.

[Pasteur]

Se as democracias forem diminuidas ou até eliminadas por forças autocráticas de raiz religiosa ou política (islamismo político, autocracias russa ou chinesa, populismo interno...), esses modelos de organização incrementarão o risco de descambar em guerras...

Como que faz isso? Dá até pra entender a sua extrema ilusão quanto ao islamismo político, mas como as autocracias russas ou chinesa conseguem diminuir ou eliminar as democracias??

[Cientista]

Claro que não! Nem pela segunda nem pela terceira razão, então, não dá nem para eu votar aqui.


Aliás, tem a opção "outra", agora vi. Daria para eu ficar com ela.

[Liddell Heart]

Coreia do Norte anula trégua com Coreia do Sul e Ásia fica em alerta


A Coreia do Norte anulou a trégua que há 60 anos interrompeu a guerra com a Coreia do Sul. A decisão foi anunciada horas depois de as Nações Unidas terem aprovado novas medidas contra o regime comunista, e pôs a Ásia em alerta.
Uma recepção de ídolo para o ditador norte-coreano. Kim Jong-Un visitou dois postos militares perto da fronteira com a Coreia do Sul. Inspecionou trincheiras e espiou o inimigo à distancia.

A tensão entre os dois países aumentou ainda mais depois do anúncio da Coreia do Norte de que, a partir da próxima segunda-feira, estará anulado o armistício que encerrou a guerra contra a Coreia do Sul em 1953.
Os norte-coreanos também desligaram o telefone de emergência que permitia o contato com o governo sul-coreano para negociações em momentos de crise. No fim da visita, as cenas divulgadas pela TV estatal lembravam histeria coletiva. Militares e suas famílias choravam, corriam atrás do ditador, até mesmo dentro da água gelada.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/03/coreia-do-norte-anula-tregua-com-coreia-do-sul-e-asia-fica-em-alerta.html

[Pagão]

Como que faz isso? Dá até pra entender a sua extrema ilusão quanto ao islamismo político, mas como as autocracias russas ou chinesa conseguem diminuir ou eliminar as democracias??

Poderá uma crescente dependência energética da Europa face à Rússia resultar em algo semelhante à "finlandização" que a URSS almejava? Mormente se a OTAN for enfraqucida ou até extinta, se os EUA retirarem da Europa, se a UE se desgregar por agravamento das tensões internas... A China pode diminuir a influência das democracias no resto do mundo, como já está fazer, substituindo o papel do Ocidente em muitos terceiros países, cujos regimes deste modo mais dificilmente se democratizarão... China e Rússia apresentam ao mundo um modelo diferente a bem mais autoritário de organização política e essa alternativa só enfraquece a possibilidade da democracia se alargar no planeta...