Autor Tópico: Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família  (Lida 3826 vezes)

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Offline Dr. Manhattan

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #25 Online: 16 de Janeiro de 2013, 14:27:16 »
Como assim não pode haver propaganda governamental? Como a população vai saber o que esta sendo feito Brasil a fora? Mágica? Telepatia? Como avaliar um governo se a população não sabe o que esta sendo feito?

Canal Brasil. Hora do Brasil. TV Senado. TV Câmara. A coluna de jornal do Presidente.
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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #26 Online: 16 de Janeiro de 2013, 14:29:16 »
Ainda tem a questão da inserção nos video-games. O Obama usou propaganda nos video-games para se eleger, poderiam usar isso como meio de divulgar informação aos jovens também.

Offline Fabrício

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #27 Online: 16 de Janeiro de 2013, 14:49:03 »
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E sim, Japão tem propaganda governamental nos veículos de maior audiencia. Não sei o valor pra dizer se é maior ou menor, voce sabe ou procurou saber antes de criticar?

Você procurou?

Perguntei por curiosidade, e porque desconfio que no Brasil os gastos são proporcionalmente muito maiores. Mas não estou com saco para procurar, não me interessa tanto assim o que é feito em outros países, porque mesmo que existam em países desenvolvidos gastos de trilhões em propaganda governamental, continuo achando um absurdo desnecessário.

Dinheiro público que poderia estar sendo muito melhor aproveitado.

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Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #28 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:17:46 »
Como assim não pode haver propaganda governamental? Como a população vai saber o que esta sendo feito Brasil a fora? Mágica? Telepatia? Como avaliar um governo se a população não sabe o que esta sendo feito?

Canal Brasil. Hora do Brasil. TV Senado. TV Câmara. A coluna de jornal do Presidente.

Claro, isso tem um alcance imenso, dada a gigantesca audiencia desses canais. Anuncio de catástrofes deveriam ser feitas só por esses canais também.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #29 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:18:26 »
Ainda tem a questão da inserção nos video-games. O Obama usou propaganda nos video-games para se eleger, poderiam usar isso como meio de divulgar informação aos jovens também.

E tudo isso sai mais barato que pagar anuncio na Globo? Gostaria de ver as contas.
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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #30 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:19:34 »
Não sei quanto aos outros, mas pelo que já soube a audiência da Hora do Brasil não é desprezível.
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Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #31 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:22:49 »
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E sim, Japão tem propaganda governamental nos veículos de maior audiencia. Não sei o valor pra dizer se é maior ou menor, voce sabe ou procurou saber antes de criticar?

Você procurou?

Perguntei por curiosidade, e porque desconfio que no Brasil os gastos são proporcionalmente muito maiores. Mas não estou com saco para procurar, não me interessa tanto assim o que é feito em outros países, porque mesmo que existam em países desenvolvidos gastos de trilhões em propaganda governamental, continuo achando um absurdo desnecessário.

Dinheiro público que poderia estar sendo muito melhor aproveitado.



Nnao, não procurei, não fui eu que afirmei que os gastos eram menores.

Deveria estar sendo mais bem aprooveitado, concordo, mas não é o dinheiro da propaganda que causa problema na saúde, educação e segurança, tem trocentas coisas na lista que deveria ser cortadas primeiro, propaganda sobre obras e serviços estatais num veículo de audiencia e de uma maneira que façam as pessoas assistir é extremamente importante para a população saber o que esta sendo feito.
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Offline JohnnyRivers

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #32 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:29:18 »
Se o que importa é a audiência, então basta imprimir um livro com as descrições de todas as realizações e distribuir em todas as residências. Na hora da entrega os entregadores perguntam se por acaso há só analfabetos no domicílio, nesses casos eles agendam uma apresentação, ou anotam telefones para uma exposição via telefone. Ou a exposição poderia ser incialmente via telefone, e as pessoas poderiam pedir a entrega pelo correio do livro descritivo. Acho que hoje telefone deve ser mais popular do que TV.

Acho que possivelmente se conseguiria um retorno maior por investimento até mesmo se tendo algo meio como "testemunhas de Jeová" do governo indo de casa em casa fazendo visitas expositivas das obras, o que representaria um custo bem maior do que apenas livros, ou livros e telefonemas. O que talvez pudesse ser reduzido se as pessoas fazendo essa visita fossem dispensados do serviço militar obrigatório por razões não-médicas. Parece que até já existe algo assim, não? Um tipo de "serviço não-militar"? Acho que foi idéia do Ciro Gomes quando era candidato a presidência mas eventualmente foi incorporado mesmo, ou estou enganado?

Daí aproveita o embalo e já faz o recenseamento anualmente.

Ainda tem a questão da inserção nos video-games. O Obama usou propaganda nos video-games para se eleger, poderiam usar isso como meio de divulgar informação aos jovens também.

E tudo isso sai mais barato que pagar anuncio na Globo? Gostaria de ver as contas.

E jovens hoje preferem jornal nacional ou playstation?

[...] propaganda sobre obras e serviços estatais num veículo de audiencia e de uma maneira que façam as pessoas assistir é extremamente importante para a população saber o que esta sendo feito.

E essas propagandas não serem focadas somente no período pré eleitoral...
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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #33 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:31:11 »
Não sei quanto aos outros, mas pelo que já soube a audiência da Hora do Brasil não é desprezível.

Segundo fontes, a audiencia é de 5% dos ouvintes de rádio. Qual a audiencia do Jornal Nacional? A taxa mínima é 52%
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Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #34 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:31:46 »
Se o que importa é a audiência, então basta imprimir um livro com as descrições de todas as realizações e distribuir em todas as residências. Na hora da entrega os entregadores perguntam se por acaso há só analfabetos no domicílio, nesses casos eles agendam uma apresentação, ou anotam telefones para uma exposição via telefone. Ou a exposição poderia ser incialmente via telefone, e as pessoas poderiam pedir a entrega pelo correio do livro descritivo. Acho que hoje telefone deve ser mais popular do que TV.

Acho que possivelmente se conseguiria um retorno maior por investimento até mesmo se tendo algo meio como "testemunhas de Jeová" do governo indo de casa em casa fazendo visitas expositivas das obras, o que representaria um custo bem maior do que apenas livros, ou livros e telefonemas. O que talvez pudesse ser reduzido se as pessoas fazendo essa visita fossem dispensados do serviço militar obrigatório por razões não-médicas. Parece que até já existe algo assim, não? Um tipo de "serviço não-militar"? Acho que foi idéia do Ciro Gomes quando era candidato a presidência mas eventualmente foi incorporado mesmo, ou estou enganado?

Daí aproveita o embalo e já faz o recenseamento anualmente.

Ainda tem a questão da inserção nos video-games. O Obama usou propaganda nos video-games para se eleger, poderiam usar isso como meio de divulgar informação aos jovens também.

E tudo isso sai mais barato que pagar anuncio na Globo? Gostaria de ver as contas.

E jovens hoje preferem jornal nacional ou playstation?

[...] propaganda sobre obras e serviços estatais num veículo de audiencia e de uma maneira que façam as pessoas assistir é extremamente importante para a população saber o que esta sendo feito.

E essas propagandas não serem focadas somente no período pré eleitoral...

Qual a porcentagem de usuários de playstaion? É maior que 52% dos brasileiros?
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Offline JohnnyRivers

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #35 Online: 16 de Janeiro de 2013, 15:44:15 »
Qual a porcentagem de usuários de playstaion? É maior que 52% dos brasileiros?

Do play eu não sei, mas de video-game são aprox. 41%.

E de onde arrancou estes 52%?
"Que homem é um homem que não torna o mundo melhor?"

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #36 Online: 16 de Janeiro de 2013, 16:07:52 »
Como assim não pode haver propaganda governamental? Como a população vai saber o que esta sendo feito Brasil a fora? Mágica? Telepatia? Como avaliar um governo se a população não sabe o que esta sendo feito?
Canal Brasil. Hora do Brasil. TV Senado. TV Câmara. A coluna de jornal do Presidente.
Claro, isso tem um alcance imenso, dada a gigantesca audiencia desses canais. Anuncio de catástrofes deveriam ser feitas só por esses canais também.

Barata.

No meu entender (vou repetir: no meu entender), o que realmente importa é o custo para o contribuinte e o desperdício de dinheiro em algo que é, senão desnecessário, absolutamente secundário.
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Offline Geotecton

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #37 Online: 16 de Janeiro de 2013, 16:08:35 »
Qual a porcentagem de usuários de playstaion? É maior que 52% dos brasileiros?
[...]
E de onde arrancou estes 52%?

Eu acho que é a audiência média da Globo.
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Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #38 Online: 16 de Janeiro de 2013, 16:24:28 »
Isso só do jornal nacional, olhando a fonte do Johnny, 87% dos brasileiros assistem algum telejornal.
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Offline Fabrício

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #39 Online: 16 de Janeiro de 2013, 16:42:41 »
Brasil tem outro recorde
negativo: é o que mais gasta
em publicidade estatal

Propaganda de governos no país responde por 7,13% do mercado total
Países como EUA, Alemanha e Reino Unido estão atrás no Brasil

Fernando Rodrigues

BRASÍLIA - 12.nov.2003 - Um levantamento detalhado realizado em 14 países demonstra que o Brasil é o que mais gasta com publicidade estatal. Por aqui, governos e estatais são responsáveis por 7,13% de todo o mercado de propaganda.

Em 2002, o mercado publicitário no Brasil foi equivalente a US$ 6,920 bilhões. Nessa montanha de dinheiro há US$ 493,1 milhões dos governos federal, estaduais e municipais do país. Abaixo, uma tabela preparada pela "Folha de S.Paulo", publicada na sua edição de segunda-feira, dia 10.nov:

Exemplos de gastos com publicidade no mundo
(valores de 2002 - em US$ milhões)
país   valor total do mercado   gasto per capita com propaganda total   valor da propaganda de governos   gasto per capita com publicidade de governos   % da propaganda de governos sobre o mercado total
Brasil   6.920,45   39,32   493,14   2,80   7,13%
Peru   833,00   31,43   40,67   1,53   4,88%
Austrália   5.204,21   266,88   196,84   10,09   3,78%
Equador   439,09   33,52   16,41   1,25   3,74%
Canadá   4.544,61   145,20   119,80   3,83   2,64%
Espanha   5.120,34   128,33   121,01   3,03   2,36%
Países Baixos   3.265,15   204,07   73,32   4,58   2,25%
Reino Unido   12.192,17   204,22   229,94   3,85   1,89%
Estados Unidos   111.957,48   388,07   1.823,32   6,32   1,63%
Suíça   2.422,77   336,50   30,22   4,20   1,25%
Uruguai   380,12   111,80   4,65   1,37   1,22%
Itália   6.700,90   116,74   74,09   1,29   1,11%
Alemanha   15.627,36   190,58   101,99   1,24   0,65%
China   16.875,25   13,04   5,54   0,0043   0,03%
Fontes:
1) Nielsen Media Research - Austrália, Canadá, China, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos
2) Ibope - Peru, Equador, Uruguai e Brasil

Metodologias:
1) Coleta de dados - As empresas que pesquisam mercado de mídia coletam informações sobre o que é divulgado. São pesquisados os principais meios (TV, rádio, jornais, revistas, Internet e outdoor, além de patrocínios. Em seguida, o cálculo é feito de acordo com os preços de mercado e/ou de tabela. Esse tipo de pesquisa causa distorção, pois muitas vezes não se sabe o valor exato pago para a veiculação de um determinado anúncio. Ainda assim, como o possível desvio é constante nos países e setores pesquisados, a relação percentual do valor da publicidade de governos sobre o mercado total não se altera.
2) Setores abrangidos - as pesquisas usadas consideram todos os tipos de publicidade de governo, em todos os níveis (governo federal, estaduais ou de províncias e locais/municipais). Além disso, estão também consideradas verbas publicitárias da administração indireta, como empresas estatais e agências reguladoras. Finalmente, os patrocínios e ações de marketing também foram considerados.
3) Brasil - no caso do Brasil, considerou-se os dados do Ibope Monitor, mas foram checados diretamente com os principais anunciantes para atualizar informações. Foram coletados diretamente os gastos publicitários no governo federal, governos estaduais de São Paulo e Paraná, e Prefeitura de São Paulo. Os valores, em reais, foram convertidos pela taxa média do dólar em 2002.

Trata-se de uma anomalia em um país que supostamente é capitalista e de livre mercado. Não faz sentindo o maior anunciante individual no Brasil ser estatal. Só como exemplo, as Casas Bahia foram o maior anunciante privado brasileiro neste ano de 2003, até setembro, com um investimento de R$ 457 milhões. Menos da metade do que apenas o governo federal torrou em 2002: R$ 1,018 bilhão.

O argumento em uníssono de grande parte dos publicitários e dos governos é que o Brasil tem características próprias que o obrigam a ter muita publicidade estatal: geograficamente é gigante, a população é enorme e há muitos órgãos públicos que precisam prestar contas (sic) à população. Além disso, as empresas estatais (Banco do Brasil, Petrobras etc.) competem no mercado com a iniciativa privada.

Sobre as empresas estatais e sociedades de economia mista, é um fato que no Brasil o Estado continua sendo um "empresário". Há produtos oferecidos pelo governo que enfrentam forte competição na iniciativa privada: o cheque ouro do Banco do brasil, o óleo Lubrax etc.

Seria, em tese, possível argumentar que as propagandas de óleo lubrificante e de cheque especial são distribuídas sob rígido critério técnico (o público a ser atingido, a penetração do veículo de comunicação etc). Ocorre que esse argumento é falho. Quem nomeia o presidente da Petrobras e do Banco do Brasil? Resposta: o presidente da República. E qual a chance de um presidente da República ser completamente infenso a notícias desagradáveis sobre ele em um determinado veículo? Resposta: zero.

Há três tipos de publicidade estatal: 1) a institucional (fala sobre projetos e programas do governo, como o Bolsa-Família, por exemplo); 2) a de utilidade pública (campanhas de vacinação, para prevenir contra certas doenças etc.) e 3) propaganda do "Estado empresário", das empresas e sociedades de economia mista.

É lícito admitir neste debate que os Estados Unidos não tenham tantas empresas estatais quanto o Brasil. Assim como vizinhos do mesmo porte também não têm gigantes como a Petrobras. Essa seria mais uma razão para o Brasil ser recordista em propaganda estatal.

Essa argumentação é falaciosa. Até os índios da reserva do Xingu sabem que tem sido comum nos últimos anos as empresas estatais fazerem propaganda de ações do Palácio do Planalto. Quem não viu os comerciais do "oitão" no ano passado, patrocinada por várias estatais para comemorar os oito anos do Plano Real? (aparecia um número 8 bem grande na tela e nas páginas de jornais e revistas).

A partir de 2003 haveria ordem nova nessa bagunça. A propaganda do Palácio do Planalto tem agora uma verba específica, separada das demais. Não é mais necessário um enviado da Presidência da República pedir esmolas de estatais quando quer lustrar a imagem do chefe.

Por enquanto, a nova regra ainda não parece vigorar a pleno vapor. Até outro dia, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a CEF (Caixa Econômica Federal) fazia uma propaganda sobre o Bolsa-Família. Pode-se argumentar que a CEF está obrigada a fazer propaganda sobre esse projeto -é um dos agentes que incumbidos de implantá-lo. Tudo bem. Mas essa é uma propaganda de uma empresa que compete no mercado privado ou também uma publicidade de atos de governo? Quando a CEF tiver prejuízo por fomentar programas pouco rentáveis do Planalto, quem vai comparecer com o dinheiro para socorrê-la? Resposta: eu e você, caro internauta.

Na realidade, o gigantismo da presença do Estado na publicidade no Brasil é apenas uma constatação que remete a uma outra reflexão: a presença do governo na vida cotidiana do brasileiro é do tamanho adequado ou ainda está grande demais, apesar da onda privatizante da última década?

Por exemplo, tome-se a Petrobras. Em 2002, a maior empresa brasileira investiu R$ 190 milhões em publicidade. A BR distribuidora gastou outros R$ 105 milhões. São empresas que têm concorrentes privadas e devem fazer propaganda para se manterem líderes nas suas áreas.

Ninguém ousa no Brasil -ainda mais na administração do PT- propor a privatização da Petrobras ou da BR Distribuidora. Só que ninguém tão pouco dá uma solução para as polpudas verbas de propaganda que são torradas por essas empresas anualmente.

Há outros exemplos de 2002. O Banco do Brasil gastou R$ 168 milhões em propaganda. A CEF (Caixa Econômica Federal) ficou em R$ 140 milhões. Essas cifras podem ser maiores. É possível que alguns gastos com patrocínio não estejam devidamente computados.

Eis aí outra encrenca. Ninguém, em nenhum governo -seja do PT, PSDB, PFL, PMDB etc.- faz algum esforço para divulgar cifras corretas sobre esse tipo de investimento, que é a força motriz do mercado publicitário e de muitas campanhas eleitorais pelo país. Depois de muito escarafunchar, foi possível obter os seguintes dados sobre publicidade estatal federal no Brasil:

Gastos do governo federal com propaganda
valores em US$ 1.000 - atualizados pela cotação média de cada ano
quem gastou   1999   %   2000   %   2001   %   2002   %
Administração pública federal direta (órgãos, autarquias e fundações)   49.640   16,0   92.732   19,3   95.170   19,9   74.670   21,4
Administração pública federal indireta (sociedades de economia mista e empresas públicas)   260.000   84,0   386.438   80,7   384.388   80,1   273.900   78,6
Total   309.640   100,0   479.170   100,0   479.558   100,0   348.570   100,0
Fontes: dados do governo federal, órgãos da administração direta e indireta, balanços de emrpesas e relatórios do TCU (Tribunal de Contas da União)

Observações: a) órgãos da administração pública federal direta: Presidência da República e Ministérios
b) autarquias: Anatel, ANP, Aneel, Anvisa, Banco Central etc
c) fundações: IBGE, Fundação Banco do Brasil etc.
d) sociedades de economia mista: Banco do Brasil, Petrobras, BR, Furnas, Eletrobrás, Eletronorte etc.
e) empresas públicas: CEF (Caixa Econômica Federal), ECT (Correios), BNDES etc.

Uma pergunta irrespondível: quanto dos US$ 273,9 milhões gastos em publicidade pela administração pública federal indireta em 2002 foram para alavancar algum tipo de programa ou projeto do Palácio do Planalto? Ninguém sabe, ninguém viu.

Não é apenas o governo federal que gasta muito. Alguns exemplos significativos de 2002: 1) governo do Estado de São Paulo - R$ 89 milhões (incluindo assessorias de imprensa) 2) governo do Estado do Paraná - R$ 86,1 milhões 3) Prefeitura da cidade de São Paulo - R$ 54,9 milhões

Os secretários de comunicação de vários governos torcem o nariz para a expressão "gastar muito em publicidade". Dizem estar informando a população. Ocorre que é fácil perceber haver algo errado quando se comparam, por exemplo, os gastos de outros países com os do Brasil.

Em Londres, o prefeito local, Ken Livingstone, gastou em 12 meses (terminados em agosto passado) o equivalente a R$ 87,44 milhões em propaganda. Foi metralhado pela oposição e mereceu reportagens indignadas nos jornais locais. O esquerdista Ken vive numa cidade (Londres) onde os custos de veiculação de anúncios devem ser muito mais altos do que na administrada pela petista Marta Suplicy (São Paulo).

A visibilidade de Marta Suplicy com R$ 54,9 milhões em São Paulo foi muito maior do que a Ken Livingstone com R$ 87,44 milhões em Londres. Ainda assim, aqui esse tipo de constatação é apenas isso mesmo, uma constatação. Poucos enxergam nessa gastança publicitária algum ato impróprio.

Entre os partidos que fazem parte do "establishment", o PT sempre foi um crítico acerbo dos gastos em publicidade. Mudou de opinião ao vencer as eleições para alguns governos importantes.


Publicitários e mídia
A rigor, há dois aspectos mais importantes nesse recorde brasileiro de propaganda estatal. Primeiro, a relação promíscua entre alguns publicitários e políticos. Segundo, a cumplicidade de parte da mídia.

No caso dos publicitários, a história é quase uma praxe acadêmica. Marqueteiro X faz campanha eleitoral para político Y. Terminada a campanha, marqueteiro X ganha (sic) licitações no governo do cliente Y. Desde que inventaram os publicitários, os políticos e as campanhas eleitorais, essa regra tem sido válida.

No caso da mídia, há um silêncio eloqüente sobre as verbas publicitárias. Exceto uma ou outra reportagem que surge esporadicamente, pouco é dito ou comentado.

É difícil de precisar se a mídia brasileira é frágil porque recebe esse dízimo bendito dos governos em forma de anúncios ou se recebe essa verba de propaganda estatal porque é frágil. O certo é que fica quase inviável para muitos jornais, revistas, TVs ou emissoras de rádio virarem as costas para o maior anunciante do país.

Sobre distribuição de verbas de propaganda federal, entretanto, é necessário dizer que a relação mais próxima é entre governos e TV. Eis a divisão do bolo em 2002:

TVs - 58%
Jornais - 14%
Revistas - 10%
Rádios - 9%
Outdoors - 1%
Outros - 8%

Essa relação também se repete no número consolidado, com valores da iniciativa privada e de governos. As TVs ficam com 60,8% de tudo o que é gasto em propaganda no país (nos EUA, ficam com 36%).

A TV, como se sabe, é exatamente o meio que mais mistura informação com entretenimento. O preferido dos anunciantes, privados e estatais. É, faz sentido.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/fernandorodrigues/031112/index_impressao.htm
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Offline _Juca_

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #40 Online: 16 de Janeiro de 2013, 17:03:47 »
Eu acho que é preciso tirar a publicidade das empresas estatais BR, Caixa e BB, dessa comparação, porque a maioria desses países não tem esse tipo de estatal e tão grandes. São empresas que precisam de publicidade como qualquer outra para vender seus produtos.

Offline Barata Tenno

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #41 Online: 16 de Janeiro de 2013, 17:08:12 »
E mesmo que o custo for alto e houver muita corrupção, é preciso diminuir a corrupção e não acabar com as propagandas. Quando se tem barata então casa se mata as baratas e não põe fogo na casa.
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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #42 Online: 16 de Janeiro de 2013, 17:27:20 »
Ainda tem a questão da inserção nos video-games. O Obama usou propaganda nos video-games para se eleger, poderiam usar isso como meio de divulgar informação aos jovens também.

E tudo isso sai mais barato que pagar anuncio na Globo? Gostaria de ver as contas.

A idéia de vídeo-game foi piada, mas acho que a outra faz sentido e deve sim ser mais barata, por lógica. Revista é mais barato que TV, e ao imprimir uma revista em vez de comprar espaço em uma publicação existente você não está pagando pelos leitores, só pelo custo de impressão, E chegando a um número maior de potenciais leitores.

Além de contas simplesmente dos gastos, também seria importanter ter uma métrica da eficácia dos diferentes métodos.

Meu palpite é que propaganda na TV serve mais para dar uma impressão geral de "governo fazendo um bom trabalho", que pode ser produzida facilmente com informação extremamente limitada de um "comercial." Já as outras alternativas todas acredito que possibilitam e tenderiam a deixar as pessoas mais propriamente informadas, não só com "boa impressão".

Mas acho que o interesse realmente é propaganda no sentido de gerar boa impressão/aprovação, e não informar. Daí as cerimônias de "inaugurações" de maquetes, posar com mãos sujas de petróleo, e etc.




Eu acho que é preciso tirar a publicidade das empresas estatais BR, Caixa e BB, dessa comparação, porque a maioria desses países não tem esse tipo de estatal e tão grandes. São empresas que precisam de publicidade como qualquer outra para vender seus produtos.

Não sei se precisam, talvez pudessem "ir de garupa" em outros tipos de comunicação oficial. Ao mesmo tempo não sei nem se precisam em absoluto de publicidade. O quanto elas dependem dos lucros? Quanto os lucros se correlacionam com a publicidade?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #43 Online: 07 de Dezembro de 2013, 22:05:18 »
Errata: obviamente o governo não investe mais no PiG do que na BF, as "bolsas famílias" investidas são unidades/família, não unidades/programa.

Offline JJ

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #44 Online: 07 de Dezembro de 2013, 22:12:06 »
Este Paulo Henrique Amorim é mesmo uma 'gracinha'. Trabalhou para, recebeu de e obedeceu a Globo por anos à fio, sem nunca, em momento algum, criticar seriamente as atitudes governamentais. Agora posa de "honesto" e "intelectual", quando não passa de mais um pseudojornalista que somente vendeu o 'passe' para o "time adversário".


No mundo do Homo sapiens sapiens ganha mais e se dá mais bem, quem sabe jogar melhor  os jogos de poder.   E poder e riquezas é o que realmente interessa neste mundo.




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« Última modificação: 07 de Dezembro de 2013, 22:14:11 por JJ »

Offline Vento Sul

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #45 Online: 08 de Dezembro de 2013, 00:57:42 »
...e por falar nisso, quem será que está pagando a conta das propaganda em nível nacional, diário, em todas emissoras do Governo Mineiro, para tapar a boquita dos ISIs  (imprensa Séria e Isenta) sobre a meia tonelada de coca achada no helicóptero ligado aos tucanos mineiros.???????????
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Geotecton

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #46 Online: 08 de Dezembro de 2013, 01:10:00 »
...e por falar nisso, quem será que está pagando a conta das propaganda em nível nacional, diário, em todas emissoras do Governo Mineiro, para tapar a boquita dos ISIs  (imprensa Séria e Isenta) sobre a meia tonelada de coca achada no helicóptero ligado aos tucanos mineiros.???????????

Não sei.

Mas as pessoas e partidos envolvidos são da base aliada dos petistas e não dos tucanos.
Foto USGS

Offline Moro

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #47 Online: 08 de Dezembro de 2013, 01:45:57 »
não haverá resposta.. falar que cuequeiros e cocaineiros estão na base do governo petista gera bugs no cérebro petista :-)
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Diegojaf

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #48 Online: 08 de Dezembro de 2013, 08:17:48 »
...e por falar nisso, quem será que está pagando a conta das propaganda em nível nacional, diário, em todas emissoras do Governo Mineiro, para tapar a boquita dos ISIs  (imprensa Séria e Isenta) sobre a meia tonelada de coca achada no helicóptero ligado aos tucanos mineiros.???????????

Não sei.

Mas as pessoas e partidos envolvidos são da base aliada dos petistas e não dos tucanos.

Ainda não entendi como eles estão conseguindo fazer essa ligação...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Dilma investe mais no PiG do que no Bolsa Família
« Resposta #49 Online: 08 de Dezembro de 2013, 08:41:34 »
É melhor nem tocar no assunto cocaína boliviana, afinal o maior produtor de cocaína no mundo todo não tem culpa que os índios plantam 40% de toda a área cultivável da Bolívia só para mascar coca e se os traficantes das FARCS usam para produzir drogas.

Apesar de serem os mesmos traficantes das FARCS que são chamados de "movimento político legítimo" pelo chefe dos petistas.

 

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