Antes de mais nada gostaria de dizer que em minha vida tive muitas crenças distintas. Fui católico, espírita, evangélico, gnóstico e também “Testemunha de Jeová” [Esse ultimo por 4 anos].
Achei interessante [e até importante] ter passado por tudo isso. Experimentei a “fé” de muitos ângulos diferentes . Me decepcionava com “Nossa Senhora” por não ter atendido a um pedido e me alegrava quando sentia a proteção de um anjo.
De todas as experiências que tive nesse quesito, posso dizer que a mais marcante [por ser a mais prejudicial] delas foi ser “Testemunha de Jeová”. Por que?
Porque, diferente das outras religiões, quando você decide abandonar a crença, os demais membros; seus “irmãos de fé” são orientados pelos dirigentes a não mais conversarem com você. Nem mesmo um “oi” pode ser dito em cumprimento pelas ruas. Voce perde todos os seus amigos [ e parentes] da noite para o dia. O prejuízo social e emocional nesse aspecto é tão grande que muitos decidem voltar para a religião, e muitos outros, por medo, não saem, sendo obrigados a permanecer na doutrina pelo resto de seus dias. Eu somente abandonei sem mais problemas [isso a 15 anos] porque não tinha nenhum parente lá dentro. Amigos, claro, fiz outros.
Eis abaixo alguns trechos de suas literaturas explicando como deve ser o convívio com as ex testemunhas de Jeová (Que eles chamam de dissociados ou desassociados).
Como tratar parentes que saem da religião:
A Sentinela de 15 /04/1988, 15 /12/1989, , Publicado p/ Testemunhas de jeova
“Poderá ser possível ter quase nenhum contato com tal parente. Mesmo que houvesse alguns assuntos familiares que exigissem contato este certamente ficaria reduzido ao mínimo”, em harmonia com a ordem divina de “ cessar" de ter convivência com qualquer que tenha pecado e não tenha se arrependido. Os cristãos leais devem seriamente evitar associação desnecessária com esse parente, até mesmo reduzindo os tratos comerciais ao mínimo possível.
Como tratar a
própria mãe caso ela saia da religião:
Livro Nosso Ministério do Reino de agosto de 2002, Publicação dos Testemunhas de jeova
"Depois de ouvir um discurso numa assembleia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe, que morava em outro lugar e havia sido desassociada [expulsa da religião] seis anos antes. Logo depois da assembléia, o irmão ligou para a mãe e, depois de reafirmar seu amor por ela, explicou que NÃO FALARIA MAIS COM ELA, a não ser que um assunto familiar importante exigisse esse contato...."
O que as Testemunhas de Jeová devem “sentir” pelos que saem da religião?
"Precisamos ODIAR no mais completo sentido, o que vem a ser votar a mais viva e extrema aversão, considerar como nojentos, odiosos e imundos, e detestar mesmo. ...
" ...Sim, não podemos amar esses inimigos odiosos, pois eles apenas servem para a destruição"
“ Devemos ter a lealdade que o rei Davi evidenciou ao dizer: “ Odei-os com ódio consumado...”
(A Sentinela 15 de Março de 1996 pág.16)
Todavia, o feitiço vira contra o feiticeiro em alguns casos:
A Justiça do Trabalho de Mato Grosso condenou uma empresa de Cuiabá a pagar indenização de R$ 5 mil a uma trabalhadora que teria perdido uma vaga de emprego por causa da religião. A auxiliar administrativo Daniela Mendes Ribeiro passou por uma entrevista e pretendia trabalhar em uma ótica. Segundo ela, uma funcionária teria comentado com a diretora da empresa que a candidata seria Testemunha de Jeová, mas que não frequentava mais a religião. Foi quando o tratamento mudou. "Ela me disse que era ativa na igreja e que não poderia ter uma pessoa que não participava mais da religião. Então, por isso, a vaga não era mais minha", conta Daniela.
http://www.paulopes.com.br/2011/04/testemunha-de-jeova-tera-de-pagar.html
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