Isso é um fenômeno interessante de se observar em nível pessoal.
Sempre que ouvia falar disso de "padrões", me perguntava, "ok, até percebo o padrão, mas como diabos isso ajuda alguém realmente a jogar melhor".
Funciona na base de alguma repetição focada nesses padrões. Qualquer um que saiba o básico de xadrez, e passe uma semana ou duas praticando "exercícios/problemas táticos" em sites dedicados a isso, deve notar o maior "salto" que já teve em habilidade. Não que vá passar a qualquer nível não-capivara da coisa, mas melhora muito assim mesmo. Os padrões não ficam sendo apenas um conhecimento abstrato, mas é algo que salta a vista. Mesmo sem atingir o nível da Polgar ou de outros grão-mestres está se usando os mesmos mecanismos cerebrais de reconhecimento facial, só que em menor escala. Uma analogia que vi ser feita é que os iniciantes estão vendo narinas, lábios, orelhas, pálpebras, íris, enquanto os mais experientes já reconhecem rostos inteiros.
Uma analogia, que talvez neurologicamente não tenha muito a ver, mas descreve bem a sensação, é a daquele fenômeno de "gestalt", como naquele quadro que parece um monte de manchas pretas aleatórias, mas eventualmente você identifica lá um cachorro dálmata. E não consegue mais "não ver" ele. Só que isso se repetiria para uma outra série de figuras e você passaria a conseguir instantaneamente ver dálmatas em várias posições, onde antes só via manchas aleatórias.
É interessante saber disso, só acho que a aplicação em xadrez geralmente não será a mais proveitosa. Não é uma habilidade que se transfere para outras coisas, e nem um exercício melhor, mesmo para o cérebro, do que atividade física.