Procurando sobre antropologia encontrei um livro completo sobre a história da África, e nos capítulos 17 a 18 tem boas informações sobre a hominização e fósseis bem antigos de primatas:
Comitê Científico Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África
HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA • I
Metodologia e pré‑história da África
C A P Í T U L O 1 7
A hominização: problemas geraisPARTE I
Y. Coppens
página 446
Os dados paleontológicos
O homem é um mamífero, mais exatamente, um mamífero placentário1
.
Pertence à ordem dos Primatas.
Critérios paleontológicos
Os primatas diferenciam-se dos outros mamíferos placentários pelo
desenvolvimento precoce do cérebro, pelo aperfeiçoamento da visão, que se
torna estereoscópica, pela redução da face, pela substituição das garras por unhas
chatas, e pela oposição do polegar aos outros dedos. Os primatas classificam-
-se em prossímios e símios. O homem pertence a este segundo grupo, que se
caracteriza por um aumento da estatura, pelo deslocamento das órbitas na face
e consequente melhoria da visão, e pela independência das fossas temporais.
Uma repentina proliferação de formas ocorre entre esses símios no Oligoceno
Superior, há cerca de 30 milhões de anos, o que leva a supor que a diferenciação
da família Hominidae poderia datar dessa época. Para poder escrever a história
desses hominídeos, devemos pesquisar, portanto, entre os fósseis de símios
dos últimos 30 milhões de anos, cujas tendências evolutivas se orientam para
os traços que caracterizam o gênero Homo, ao qual pertencemos: locomoção
sobre os membros posteriores com as consequentes transformações dos pés, das
pernas, da bacia, da orientação do crânio, das proporções da coluna vertebral;
desenvolvimento da caixa craniana; redução da face; arredondamento da arcada
dentária; redução dos caninos; curvatura do palato, etc.
O Propliopithecus do Oligoceno Superior apresenta alguns discretos sinais
dessas tendências, o que explica o entusiasmo sem dúvida prematuro de certos
autores, em considerá -lo como pertencente ao nosso gênero.
As tendências observadas no Ramapithecus são mais relevantes: seu cérebro
parece ter atingido 400 cm³, o tamanho da face é reduzido, a arcada dentária
é arredondada, e os incisivos e caninos, também reduzidos, estão implantados
verticalmente. Um outro primata, o Oreopithecus, de quem conhecemos o
esqueleto completo, apresenta essas mesmas características cranianas e uma bacia
de bípede ocasional. Podemos supor, portanto, que o esqueleto pós -craniano2
do Ramapithecus, que ainda não conhecemos, possa apresentar também esses
primeiros indícios de adaptação à postura ereta.
Por outro lado, as tendências evolutivas do Australopithecus não deixam
margem a dúvidas. Esses bípedes permanentes têm pés humanos, mãos
modernas, cérebro com nítido aumento de volume, caninos pequenos e face
reduzida. Não podemos deixar de considerá -los hominídeos.
O gênero Homo, fim da cadeia, distingue-se dos Australopithecus por aumento
da estatura, melhoria na postura ereta, crescimento do volume do cérebro, que, a
partir da espécie mais antiga, pode atingir 800 cm³, e transformação da dentição
com maior desenvolvimento dos dentes anteriores em relação aos laterais, em
consequência da mudança do regime alimentar, de vegetariano para onívoro
ver restante no link:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015104.pdf