O Chile é país de altíssimo índice de desenvolvimento humano - i.e: entre os 40 melhores posicionados - faz um bom tempo, e também Uruguai e Argentina (Se o seu estado fosse um país, Skorpions, seria o quarto IDH do continente, o que demonstra que devem haver outros fatores influenciando esta variável que não a orientação política do governo atual ou dos últimos 20 anos).
Não sei quem tenha dito que o Brasil é o melhor paraíso da América Latina ou sequer que seja um paraíso, poderia nomear?
O Brasil só mudou sua cordenação política duas vezes uma vez nos últimos 20 anos (era Itamar-FHC

era PT) e mesmo assim, ao contrário do previsto/esperado/temido/propagandeado a diferença mais significativa foi de broche de tucano vs. broche de estrela na lapela dos assessores: as práticas econômicas, sociais e políticas permaneceram (infelizmente) pouco alteradas: a hipótese do funcionário da Veja [douze tiros de canhão for those about to PSDB] para explicar a diferença entre evolução Chile-Equador, se fizer algum sentido, não se aplica a nós.
Se morasse aqui, essa parcela de chilenos seria contada como classe A ou B, pois sua renda média familiar é quatro vezes a brasileira (2 500 dólares, contra apenas 620 dólares).
O que chama a atenção é que a classe C de lá aqui seria classe A ou B. [snif]
Eu tinha tido uma trabalheira para verificar estes dados informativos supimpas [salve, salve] e quando ia postar eis que vejo a valiosa informação do Jaf de que a matéria boníssima é de 2008. Sou um desocupado mesmo, pesquisei de novo. Em 2008 havia o critério oficial definido pelo IBGE e o critério alternativo definido pela FGV. A checagem de ambos indica que [das duas uma] o repórter, como boa parte dos brasileiros, tem dificuldade com o significado da palavrota
média [
dá uma olhada nos comentários desta matéria e divirta-se com meio milhão de leitores se identificando como professores e vociferendo que os dados apresentados como renda média pelo IBGE estão errados porque o salário deles é menor do que aqueles informados, é... digamos... tragicômico ] ou [alternativa e provavelmente] se aproveita desta dificuldade coletiva com o termo para manipular a informação.
Média não é moda, média não é mínima, média não é dado estatístico isolado: média é a divisão da soma de todos os dados isolados pelo número de casos isolados analisados. Não é difícil, mas o brasileiro
médio [hehehe] tem muita dificuldade com isso e, se o próprio autor da matéria não for um destes brasileiros médios, ele se aproveitou disso: na época, pelo critério do IBGE, baseado no valor do salário mínimo, a classe C brasileira ia de quem ganhava de 1660 a 4150 reais, o que em câmbio da época dava entre 1037 a 2593 doletas.
Portanto, se o critério utilizado como referência para a matéria foi o publicado pelo IBGE a matéria estava toda errada. Por este critério nem era verdade que a renda média familiar do brasileiro de classe média era de 660 dólares nem era verdade que alguém com renda de 2500 dólares estivesse na classe B ou A. Em 2008 também usava-se o critério da FGV que para a classe C de 1065 até 4591, notem que este não era o critério oficial, mas possivelmente foi o utilizado (o que já é um erro já que o artigo pretende dar conta da comparação entre os dados oficiais de evolução de cada país) porque bate mais proximamente com o dado apresentado 1065/1,6=665 dólares.
Só que aí a gente volta lá no começo do parágrafo anterior: 665 não era a média de renda da classe C. 665 dólares era a renda mínima para ser incluído na classe C, mínima, média, moda, máxima...
Quando eu fiz comunicação social eu estudei estatística, era do ciclo básico, era obrigatório para se formar em jornalismo, você não saia um nerd com gel no cabelo e aro grosso mas dava pra saber que porras diabo é uma média (se precisasse fazer um curso pra isso). Não creio que o exímio repórter da renomada revista [salve, salve] paulistana desconheça conceitos tão supimpas de simples. Creio mais que ele cruzou a média chilena com a mínima brasileira de propósito para fazer a felicidade de eleitores que acreditam que o Brasil seria o paraíso, isto sim, se o FHC tivesse conseguido continuar mais 12 anos [salve, salve].
Finalmente o jornalista também não deve ter usado dados oficiais chilenos, porque estes, em 2008, já não dividiam as classes em A, B, C... (como fazíamos oficialmente na época da matéria), mas em alta, média e baixa (como fazemos oficialmente agora). Além do mais, e só pra terminar, em 2008 quem ganhava 2.500 dólares no Brasil não era de classe B e muito menos A nem pelos critérios da FGV nem pelos do IBGE já que no primeiro a renda mínima para entrar na B era de 2869 doletas e no segundo de 2593.
Mas que importa a verdade das informações? São apenas notícias (e ainda por cima são da Veja, lisíssima publicação, pra que se dar ao trabalho de duvidar da verdadeiríssima [salve, salve, 12 peidos e uma freada na cueca] bíblia da informação tupiniquim?).