Isto aqui, já tem um tempinho que eu estava para responder; não quero deixar mais para trás como não pude evitar com outros tópicos. Outras coisas me desviavam quando vim aqui da últimas vezes. Agora, resistindo mais aos efeitos do sono e podendo me concentrar um pouco mais:
Todos acham a democracia uma coisa linda (de se dizer), mas ninguém quer que maioria decida coisa alguma.
...ninguém quer que a maioria decida coisa alguma... realmente relevante... pequenas coisas pode.
Às vezes (...ou sempre?...), nem isso. Vai que o rei quer abrir um espacinho, um vacuinho 'intramonárquico' estratégico e ser um pouquinho democrático dentro dele, assim... para angariar simpatias, e permite ao populacho escolher que sabor de pizza no "raçã..bolsa pizza" quer comer e ele (o populacho) escolher a de trufas? Não vai sobrar para o rei... Aí ele vai restringir as possibilidades de escolha, mas, aí, já é mais restrição e... ...Aliás, afinal... o que é, exatamente, uma "questão relevante"...?
Ou seja... então, o seu questionamento é se a pílula para matar sede tomada com dois copos duplos d'água gelada já é uma tecnologia viável?
...Porque, se for para manter, não as "casas legislativas", mas *os legisladores* *nas casas*, como aí estão, seria muito facilmente implementável a democracia, nem mesmo "direta" mas como deve ela ser, fazendo esses, aquilo que aqueles que representam querem que seja feito, aliás, como, incrivelmente, está no primeiro da... constituição, essa coisa "tão respeitável" que já é descumprida desde as linhas iniciais.
A óbvia resposta para o tópico é: claro que sim! ...quanto ao direta. Claro que não! ...quanto à democracia.
Não foi o que eu disse.
Não foi o que disse ...o que? Não vejo em que eu teria errado no endereçamento ao que você teria dito.
falei sobre haver democracia direta para temas realmente relevantes para sociedade,
E sobre o que eu teria falado?...
Não sei se você se percebe em erro mas... a questão aqui é
quem decide o que é "relevante para a sociedade" para ser decidido?
Sé é relevante para a so-ci-e-da-de, deve ser decidido por ela e não por fragmentos menores da mesma. Querem impor sobre a sociedade toda, coisas que são relevantes para subsociedades dentro dela, que, no entanto, em vez de procurarem, no mínimo, obter direitos reservados, querem integração, por vezes, plenamente afrontadora (como gays quererem se esfregar eroticamente em público, sob a lógica "se eles podem, porque nós não?" -- lembrando que esse "eles" seria a maioria a ser tiranizada pela minoria), com, algumas vezes ainda mais, o adicional de irracionalmente estúpida, como gays exigindo celebrações matrimoniais em igrejas! Um homossexual que exige o "direito" (como consegue ver isso dessa forma?!...) de casar numa igreja cristã, por exemplo, igreja que tem seu livro-texto recheado de "nobilitantes" referências aos referidos, contra a vontade do próprio sacerdote celebrador sob imposição de lei, ou esse sujeito é caso neuropsiquiátrico ou está, pura e simplesmente, à procura de encrenca.
Ficou claro o problema? É como a questão de acreditar em deuses. O problema não é realmente se você acredita ou não em tal ou qual deus ou qualquer artefato fictício mágico descritivamente idealizado; não é aí a origem do problema de ser crente. O problema que evidencia que você É crente em alguma divindade é acreditar que é possível haver algum e qualquer deus. É por isso que você ('você' é um termo genérico aqui, não necessariamente *você*, você, com seus... 1362g) é crente. O problema democrático aqui não começa em "decidir questões relevantes", mas em decidir QUAIS são estas. O problema mais geral começa mesmo bem antes disso até... mas aí já é exigir demais de uma só vez pra cachola.
ou seja, que a prática de pleibiscitos seja mais comum e realmente uma parte do desenvolvimento legislativo.
Uma democracia não poderia ser plebiscitária. Primeiro porque a origem da palavra tem o sentido depreciativo de ralé, e uma ralé não decide coisa alguma. A primeira coisa que desaparece numa democracia é a plebe e a continuidade no uso do termo indica bem os fatos... Segundo, porque, como já disse eu acima, não se trata de dizer sim ou não ao que "o senhor" (também "genérico", só não tanto quanto o "você" anterior) perguntar. Não seria muito difícil abrir canal para que a população, livre facultativamente, informasse, por escrito, que temas querem que sejam prioritariamente decididos e de que forma, não necessariamente uma questão bipolar sim/não, ou com quantas alternativas forem. DEPOIS DISSO, caso fosse necessário, haveria as votações tipo "plebiscitárias".
Mas nada disso é (muito) necessário porque, como você bem demonstra estar ciente por esse próprio tópico aberto, e tantos e tantos mais como você no mundo, vivemos num mundo tecnologicamente bem diferenciado de outrora, onde todos sabem, pela ampla (inter, até, também, embora não tanto quanto a a seguir pura, ainda que aparentemente rapidamente crescente com o fenômeno da internet)comunicabilidade dos meios, o que o povo pensa e quer, não é mesmo?
não vejo a possibilidade, nem a necessidade, de a população votar para todas as questões nacionais,
Possibilidade até há; até uma constituinte democrática direta pode ser realizada, com assessoramento não mais que o profissional, e do tipo... escriturário, não de filósofos de direito (só é preciso tempo; como se diz, "não é preciso construir Roma toda num dia só"). Ou você não está realmente ciente do potencial das modernas tecnologias barateantes. Um facilitador para isso seria respeitar o direito individual de não participar das decisões democráticas sob a óbvia pena de viver nas decisões dos outros, coisa que se finge não fazer hoje.
Necessidade, talvez...
Mas... isso não é o mais importante, porque...
Nem a popupação nem vê nem quer isso; não está imediatamente interessada em "decidir tudo" (pelo menos não "de uma só vez", como talvez você queira dizer), não, ao menos, até que necessidade imperiosa de decidir se apresente para cada detalhe. E isso também já seria parte da vontade democrática da mesma. Mas as questões poucas e importantes para ela, que ela QUER QUE SEJAM POSTAS EM DECISÃO PARA decidir, os "democratistas" assoviam para elas, não é mesmo?
para isso elas podem continuar contando com seus representantes.
Está de piada? Só pode ser... (Mas não tem problema não. Conte mais dessas que eu gosto de me divertir.) Não vejo como possa ser diferente. Está dizendo que, atualmente, a população pode "contar com" seus "representantes"? Pelamadruga...
Sem mais comentários para isso...
Aliás, não mais para isso, mas, por falar nisso:
../forum/topic=22116.75.html#msg765396Pode até ser possível,
Não é possível porque democracia mostra-se impossível. Simplesmente não existe nem nunca existiu democracia, tão só enganadoras concessões estratégicas concedidas por dominantes não democráticos.
mas seria desejável?
Sim, mas, para quem? Para você? Ou para a maioria? Por favor, se der vontade de vir com qualquer coisa que possa ser traduzida por "mas a maioria não sabe o que é bom para ela mesma", que até seria inicialmente contraditório com sua posição geral, pode se abster de me agredir com isso. Seu silêncio neste ponto já será bastante para eu saber o que pensa, sem eu ter que ler.
Seria desejável se todos pudessem escolher se gays podem casar?
Para gays pode ser que não. Mas porque os gays podem escolher se o resto da sociedade tem que viver numa sociedade em que gays se casam como os casais mais que tradicionalmente entendidos como normais? Ou, mais importante, como eu já disse, porque gays e simpatizantes poderiam escolher quem deve decidir isso? Está certo, alguém tem que ditar as regras, mas, porque tem que ser os gays ...e... "conveniados"?
Se o porte de arma é permitido?
E qual a minoria que deve ditar essa regra?
O que eu devo fazer com meu salário?
Talvez..., comprar uma arma, se quiser. Mas se outros ditarem que você não pode, não tem essa opção de uso do seu salário. Se ditarem que você pode, ainda tem a opção de querer ou não, evidenciando-se uma assimetria ditatorial.
Democracia é ditadura da maioria,
E não-democracia é ditadura de alguma minoria. Como fica? Todas as relações humanas são ditatoriais em algum momento (são sempre, por natureza, mas explicitam-se em algum momento). A questão é apenas quem dita e quem é subjugado, e, daí, a ÚNICA forma de governos que sempre existiu: a 'quempodecracia' ou 'quempodarquia', ou seja, obviamente, o governo de quem pode mandar. Tem um bocado que alcança esse poder pela lábia. Quem conseguir, tá lá.
quanto mais direita, mais autoritária tende a ser.
"dire*i*ta"?... "Correta, íntegra, honesta, ..."? Ou... "não canhota"? Ou... "(de) direita, contrário de esquerda que é pela grande manada"? Ou... é "direta" escrita errada?
Eu realmente detesto fazer isso, mas... cadê aquele cara? O de sobrenome... FONTES.
De ONde tu tirou essa?!
A própria ideia de República é superior à democracia, mesmo andando juntas atualmente.
Isso não tem sentido algum. Uma coisa nada tem que ver com a outra. Ou dá para inventar uma tergiversação que faça (parecer muito) ter?...
Hitler impôs, Hugo Chávez também. Como o vídeo diz a democracia constitucional tem duas vantagens por causa da palavra constitucional.
Não temos uma "democracia constitucional" mas temos uma constituição (apenas textualmente) democrática.
O que posso dizer?... A constituição nacional *terIA* uma vantagem democrática, fosse respeitada/cumprida, por causa da palavra 'diretamente' (logo de cara).
Mas será que tenho liberdade? Posso consumir cocaína, empreender um prostíbulo, abrir um cassino, portar armas, não ter que trabalhar 5 meses para a grande máfia, consumir produtos importados sem ser roubado, ofertar serviços sem as amarras das regulamentações, fumar um cigarro de menta, beber cerveja nos estádios, me casar com duas garotas, educar meus filhos em casa... [infinito]???
Todas essas são escolhas individuais onde a atual ditadura chamada de democracia me proíbe.
E essa estranha variedade ditatorial ultrafantasiosa que evidentemente deseja de liberdade individual até o "[infinito]" não pode ser democracia, de forma alguma. Poderia ser chamada de... sugiro... 'individualia'. Pode ensejar religiões ultra(individual)libertárias, não sistemas físicos reais.