Dahrendorf estava preocupado com a incidência da impunidade, cuja consequência é a anomia, “quando um número elevado e crescente de violações de normas torna-se conhecido e é relatado, mas não é punido”
A anomia é, pois, “uma condição em que tanto a eficácia social como a moralidade cultural das normas tendem a zero”. Tudo passa a ser visto como permitido, já que nada é punido.
Eu jurei que ele estava falando sobre os políticos brasileiros e outros criminosos de colarinho branco.
Engraçado como o texto sugere que estaríamos nos encaminhando para uma anomia em função dos vândalos não estarem sendo punidos - ou não punidos apropriadamente -, quando a realidade é que impunidade, no Brasil, já faz parte da cultura nacional, e que políticos e outros agentes públicos causam mais danos ao erário em apenas um dia, do que os vândalos causaram desde que as manifestações começaram.
Se impunidade fosse nos levar a uma anomia, já estaríamos vivendo uma há MUITO tempo. Portanto, o tom apocalíptico do texto é infundado e, de certa forma, ingênuo.
Não, não é engraçado como o texto sugere estarmos rumo a uma anomia porque pela definição trazida de um léxico posta nele, ele deixa mais que claro que já estamos em anomia. O que ele sugere para o futuro bem imediato também foi bem explicitamente claro numa palavra: totalitarismo. Isso potencialmente pode ocorrer numa figura de salvador da pátria, mas não deve aqui.
Muito engraçado é ver o fenômeno da mente misticista voltando-se, em preferência, para o que se lhe sugere mágico, contra o "real desinteressante dos tacanhos pensadores lineares positivistas xingáveis". "Estudos que mostram como são interessantes essas coisas que se apresentam diferentes ou até o contrário do óbvio" são predileções para tais mentes. Daí, "o rigor punitivo não funciona não", "não necessariamente", "não necessariamente só", então, magicamente, surgem "outros SUPOSTOS (!) fatores que determinaram diminuição em outros lugares..." (muito bem, se são supostos, posso fazer minha suposição também ...deixe ver... aaacho que nos outros lugares o pessoalzinho da pazinha -- diminutivo de pá, não de feminino de paz -- virada ficou mais com o .. apertadinho na mão em receio que a tolerância reduzida -- seria muito bom SE FOSSE zero mesmo -- se difunda para suas áreas e maneirou porque uma ação antagonista "distante" é uma ameaça próxima), "é improvável que seja o único fator..." (por....QUÊ?!, porque "a realidade é multifatorial"?, sim, é, tanto que não se pode definir qual fator altera qual, qual é causa ou consequência das alterações dos outros), e, aí, como se não bastasse tanta coisa impressionantemente absurda, vem uma "queda espontânea do uso de crack" (essa foi espontânea, não dependeu de nada para cair... suponho -- já que 'suposto' parece ser premissa desse tipo de "estudo"... -- que sozinha já faça grande coisa; se o sujeito pudesse prever tal "queda espontânea" junto com os outros "supostos fenômenos", nem precisaria reduzir a tolerância, coisa que tanto atenta contra a dignidade de "cidadãos só um pouquinho fora das normas"; eles mesmos melhoram por si sós, é só dar mais chance a eles), "melhora na economia" (eu acho -- suponho, desculpe -- ...deixe ver essa aqui... ...acho que a economia melhorou justamente pelo aumento da tranquilidade das atividade de mercado afetadas pela desordem criminosa, na confiança esperançosa, mesmo para os "distantes" do foco "inicial" da medida, de se ver que é possível alguém tomar uma atitude)
E... santo Proteus, se "melhoras no policiamento" e "mais prisões por crimes maiores mesmo" for alguma coisa que não pode ser entendida como redução efetiva de tolerância, menos espaço para a mobilidade da ação de criminosos, não há mais esperança de que qualquer coisa argumentável tenha salvação.
É simplesmente impossível haver indícios experimentais do que quer que seja quando se põe sob questão se Neo diz que a colher não existe ou se a colher diz que Neo não existe. O que é "experimental"? O que é "real"? "De qual premissa você parte"? "Da realidade ou da fantasia"? ... ... ...
Eu prefiro ser um pensador tacanho leso que acha que chibata na bandidagem faz ela desbandidar, não em comportamento basal, mas em ação, é claro, porque bandido nasce bandido e desesperado não tem saída; esses dois são muito confundidos, mas não por mim.