Autor Tópico: Anomia  (Lida 3239 vezes)

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Skorpios

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Anomia
« Online: 30 de Outubro de 2013, 07:56:58 »
Achei bem pertinente esse artigo.

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Anomia

Rodrigo Constantino

Estado de uma sociedade caracterizada pela desintegração das normas que regem a conduta dos homens e asseguram a ordem social” Assim o dicionário define o termo anomia, cunhado pelo sociólogo Durkheim. É a palavra que melhor define o perigoso momento que vivemos atualmente.

Que as normas de conduta no Brasil sempre foram elásticas, isso todos sabemos. Afinal, esse é o país do “jeitinho” Só que há algo novo no ar. Agora, muitos acreditam que a violência e a criminalidade são recursos legítimos para suas causas, vistas como nobres.

A tarifa do ônibus incomoda? Os hospitais públicos não são “padrão Fifa”? O salário dos professores é baixo? Cães são usados em pesquisas de laboratórios? As causas são as mais diversas possíveis, mas os métodos se repetem: vandalismo, depredação, coquetéis molotov, ruas fechadas, gente mascarada atacando policiais.

O sociólogo alemão Ralf Dahrendorf, que acompanhou os terríveis anos nazistas de Berlim, escreveu em 1985 um livro chamado “A Lei e a Ordem” que o Instituto Liberal traduziu, no qual traçou alguns paralelos entre a situação que estavam vivendo os países desenvolvidos nessa época e a era que antecedeu o nazismo.

Seu principal alerta era quanto ao caminho para a anomia, que costuma anteceder regimes totalitários. Afinal, os índices de criminalidade estavam em alta nesses países desenvolvidos, ameaçando a paz e a ordem dos cidadãos.

Dahrendorf estava preocupado com a incidência da impunidade, cuja consequência é a anomia, “quando um número elevado e crescente de violações de normas torna-se conhecido e é relatado, mas não é punido”

A anomia é, pois, “uma condição em que tanto a eficácia social como a moralidade cultural das normas tendem a zero”. Tudo passa a ser visto como permitido, já que nada é punido.

Quando atos criminosos são praticados à luz do dia, carros da polícia são incendiados, cachorros são furtados, e ninguém é preso, ou se é, logo acaba sendo solto, isso é um convite para novos e mais ousados atos criminosos.

Nova York já foi a capital do crime na década de 1970, e foi somente quando as autoridades compreenderam a teoria da “janela quebrada” que as coisas começaram a mudar. Haveria tolerância zero, mesmo com pequenos delitos, como grafiteiros no metrô. O respeito à lei e à ordem deveria ser pleno.

Reparem que sequer entrei no mérito das bandeiras que esses vândalos e criminosos levantam. Isso é secundário. São os métodos que estão sendo julgados, e condenados. Cada um pode achar que sua causa é a mais justa, mas, se todos pensarem que isso justifica atos ilegais, então estaremos perdidos na completa anomia. Reinaldo Azevedo, em sua coluna de estreia na “Folha” foi preciso quando disse: “Em política, quando o fim justifica os meios, o que se tem é a brutalidade dos meios com um fim sempre desastroso.” E não foi assim em toda revolução cheia de boas intenções?

Não resta dúvida de que nossa democracia está bastante disfuncional. Para começo de conversa, há uma completa hegemonia de esquerda. Além disso, há mais legendas de aluguel do que partidos. Por fim, o corporativismo e a corrupção são as marcas registradas na política nacional.

Dito isso, ainda temos uma democracia, por mais imperfeita que seja. E isso deve ser valorizado. Aqueles que estão insatisfeitos, como eu, devem lutar pelas vias legais e democráticas por mudanças. A linguagem da violência é a dos bárbaros, e nunca traz bons resultados.

Por isso considero tão temerária a reação de muitos artistas e intelectuais frente à escalada de atos violentos desses baderneiros. Tentam justificá-los, quando não endossá-los, alguns chegando a se fantasiar de “Black Bloc” Acabam jogando lenha na fogueira da anomia, ameaçando nossa frágil democracia.

Disse que havia algo novo, mas me enganei. Maio de 1968 foi parecido. Escrevendo nesse mesmo ano para esse mesmo jornal, Nelson Rodrigues dissecou o “velho mito” de que as ruas são a voz divina:

“Hoje, todo mundo protesta. Há sujeitos que acordam indignados e não sabem contra quem, nem por quê. [...] Não existe, hoje, palavra mais vã, mais sem caráter, e, direi mesmo, mais pulha do que “liberdade! Como a corromperam em todos os idiomas! [...] Na hora de odiar, ou de matar, ou de morrer, ou simplesmente de pensar, os homens se aglomeram. As unanimidades decidem por nós, sonham por nós, berram por nós. Qualquer idiota sobe num para-lama de automóvel, esbraveja e faz uma multidão.”


Fonte

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Anomia
« Resposta #1 Online: 30 de Outubro de 2013, 11:45:36 »
Ele cita a política de "tolerância zero" e a redução da crimialidade como seu efeito comprovado, mas é algo bastante questionado por pesquisadores, por dois motivos: a redução na criminalidade não se deu apenas lá, e outros fatores, que se supõe terem influenciado a queda em outros lugares, devem ter também tido seu papel lá. É improvável ter sido um efeito exclusivo da política, mesmo que esse exista.

Os principais fatores ocorrendo conjuntamente que me lembro serem citados são queda espontânea do uso de crack, uma melhora na economia, e mudanças naturais na pirâmide demográfica (que podem ter sido inclusive em parte definidas pela legalização do aborto, que teria reduzido a população na idade e perfil de maiores chances de prática com crime, a essa data). Também houve melhoras no policiamento e mais prisões por crimes maiores mesmo.

Outra possibilidade discutida é o abandono da adição do chumbo na gasolina (e talvez em outras coisas, como tintas usadas para pintar as casas), também em alguma data que coincidentemente iria deixar de afetar os cérebros das pessoas que estariam nessa faixa etária onde se concentra a criminalidade. Defensores dessa hipótese apontam que o mesmo efeito ocorreu na Europa, mas ajustando com a proibição mais tardia da proibição da adição de chumbo na gasolina.


Não é que a noção de tolerância zero ou de "janelas quebradas" não fosse ter efeito algum, se têm alguns indícios experimentais de que funcione (como as pessoas terem maior tendência a jogar panfletos no chão, no mesmo lugar, se há pichações na paredes). Só não pode se atribuir somente a isso.

Offline Gaúcho

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Re:Anomia
« Resposta #2 Online: 30 de Outubro de 2013, 18:04:21 »
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Dahrendorf estava preocupado com a incidência da impunidade, cuja consequência é a anomia, “quando um número elevado e crescente de violações de normas torna-se conhecido e é relatado, mas não é punido”

A anomia é, pois, “uma condição em que tanto a eficácia social como a moralidade cultural das normas tendem a zero”. Tudo passa a ser visto como permitido, já que nada é punido.

Eu jurei que ele estava falando sobre os políticos brasileiros e outros criminosos de colarinho branco.

Engraçado como o texto sugere que estaríamos nos encaminhando para uma anomia em função dos vândalos não estarem sendo punidos - ou não punidos apropriadamente -, quando a realidade é que impunidade, no Brasil, já faz parte da cultura nacional, e que políticos e outros agentes públicos causam mais danos ao erário em apenas um dia, do que os vândalos causaram desde que as manifestações começaram.

Se impunidade fosse nos levar a uma anomia, já estaríamos vivendo uma há MUITO tempo. Portanto, o tom apocalíptico do texto é infundado e, de certa forma, ingênuo.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Anomia
« Resposta #3 Online: 30 de Outubro de 2013, 18:39:13 »
Fico curioso como ele defenderia coisas como um direito menos restrito ao porte de arma, acho que o que ele coloca vai contra isso.

Também vai contra a argumentação de que o porte de arma, ou uma sociedade capaz de se defender/intimidar seus governantes, fortalece a democracia.

Offline Cientista

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Re:Anomia
« Resposta #4 Online: 04 de Novembro de 2013, 02:59:28 »
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Dahrendorf estava preocupado com a incidência da impunidade, cuja consequência é a anomia, “quando um número elevado e crescente de violações de normas torna-se conhecido e é relatado, mas não é punido”

A anomia é, pois, “uma condição em que tanto a eficácia social como a moralidade cultural das normas tendem a zero”. Tudo passa a ser visto como permitido, já que nada é punido.

Eu jurei que ele estava falando sobre os políticos brasileiros e outros criminosos de colarinho branco.

Engraçado como o texto sugere que estaríamos nos encaminhando para uma anomia em função dos vândalos não estarem sendo punidos - ou não punidos apropriadamente -, quando a realidade é que impunidade, no Brasil, já faz parte da cultura nacional, e que políticos e outros agentes públicos causam mais danos ao erário em apenas um dia, do que os vândalos causaram desde que as manifestações começaram.

Se impunidade fosse nos levar a uma anomia, já estaríamos vivendo uma há MUITO tempo. Portanto, o tom apocalíptico do texto é infundado e, de certa forma, ingênuo.
Não, não é engraçado como o texto sugere estarmos rumo a uma anomia porque pela definição trazida de um léxico posta nele, ele deixa mais que claro que já estamos em anomia. O que ele sugere para o futuro bem imediato também foi bem explicitamente claro numa palavra: totalitarismo. Isso potencialmente pode ocorrer numa figura de salvador da pátria, mas não deve aqui.


Muito engraçado é ver o fenômeno da mente misticista voltando-se, em preferência, para o que se lhe sugere mágico, contra o "real desinteressante dos tacanhos pensadores lineares positivistas xingáveis". "Estudos que mostram como são interessantes essas coisas que se apresentam diferentes ou até o contrário do óbvio" são predileções para tais mentes. Daí, "o rigor punitivo não funciona não", "não necessariamente", "não necessariamente só", então, magicamente, surgem "outros SUPOSTOS (!) fatores que determinaram diminuição em outros lugares..." (muito bem, se são supostos, posso fazer minha suposição também   ...deixe ver...  aaacho que nos outros lugares o pessoalzinho da pazinha -- diminutivo de pá, não de feminino de paz -- virada ficou mais com o .. apertadinho na mão em receio que a tolerância reduzida -- seria muito bom SE FOSSE zero mesmo -- se difunda para suas áreas e maneirou porque uma ação antagonista "distante" é uma ameaça próxima), "é improvável que seja o único fator..." (por....QUÊ?!, porque "a realidade é multifatorial"?, sim, é, tanto que não se pode definir qual fator altera qual, qual é causa ou consequência das alterações dos outros), e, aí, como se não bastasse tanta coisa impressionantemente absurda, vem uma "queda espontânea do uso de crack" (essa foi espontânea, não dependeu de nada para cair...  suponho -- já que 'suposto' parece ser premissa desse tipo de "estudo"... -- que sozinha já faça grande coisa; se o sujeito pudesse prever tal "queda espontânea" junto com os outros "supostos fenômenos", nem precisaria reduzir a tolerância, coisa que tanto atenta contra a dignidade de "cidadãos só um pouquinho fora das normas"; eles mesmos melhoram por si sós, é só dar mais chance a eles), "melhora na economia" (eu acho -- suponho, desculpe -- ...deixe ver essa aqui... ...acho que a economia melhorou justamente pelo aumento da tranquilidade das atividade de mercado afetadas pela desordem criminosa, na confiança esperançosa, mesmo para os "distantes" do foco "inicial" da medida, de se ver que é possível alguém tomar uma atitude)

E... santo Proteus, se "melhoras no policiamento" e "mais prisões por crimes maiores mesmo" for alguma coisa que não pode ser entendida como redução efetiva de tolerância, menos espaço para a mobilidade da ação de criminosos, não há mais esperança de que qualquer coisa argumentável tenha salvação.


É simplesmente impossível haver indícios experimentais do que quer que seja quando se põe sob questão se Neo diz que a colher não existe ou se a colher diz que Neo não existe. O que é "experimental"? O que é "real"? "De qual premissa você parte"? "Da realidade ou da fantasia"? ...  ...  ...



Eu prefiro ser um pensador tacanho leso que acha que chibata na bandidagem faz ela desbandidar, não em comportamento basal, mas em ação, é claro, porque bandido nasce bandido e desesperado não tem saída; esses dois são muito confundidos, mas não por mim.

Offline Vento Sul

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Sociedade brasileira mergulha numa crescente anomia?
« Resposta #5 Online: 09 de Março de 2014, 16:22:39 »
Wikipedia:
A anomia1 é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. A partir do surgimento do Capitalismo, e da tomada da Razão, como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa.

Para leitura

http://www.elsonrezende.com.br/pritextos.php?id=972
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Moro

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Re:Anomia
« Resposta #7 Online: 09 de Março de 2014, 22:38:49 »
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Vai dar merda.. todo mundo achando lindo meter KCT em criminoso. Já vejo em facebook gente lançando general para presidente. Estamos deixando a peteca cair.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline _tiago

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Re:Anomia
« Resposta #8 Online: 09 de Março de 2014, 22:57:50 »
Lindo podem achar, até natural quando diante de injustiças, não podem incentivar, se juntar pra fazer...

Offline Diegojaf

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Re:Anomia
« Resposta #9 Online: 10 de Março de 2014, 07:13:39 »
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Vai dar merda.. todo mundo achando lindo meter KCT em criminoso. Já vejo em facebook gente lançando general para presidente. Estamos deixando a peteca cair.

Se você tá vendo general pra presidente tá ótimo. Eu por outro lado tô vendo o pessoal querendo uma tal de "intervenção militar" devido ao "clamor social".
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Gabarito

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Re:Sociedade brasileira mergulha numa crescente anomia?
« Resposta #10 Online: 10 de Março de 2014, 08:24:21 »
Eu também voto para a Moderação fundir os tópicos.
Já existe um sobre esse assunto.

Offline Vento Sul

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Re:Sociedade brasileira mergulha numa crescente anomia?
« Resposta #11 Online: 10 de Março de 2014, 08:36:46 »
Por mim ok!
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Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
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Offline Fabrício

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Re:Anomia
« Resposta #12 Online: 10 de Março de 2014, 09:48:26 »
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Vai dar merda.. todo mundo achando lindo meter KCT em criminoso. Já vejo em facebook gente lançando general para presidente. Estamos deixando a peteca cair.

Se você tá vendo general pra presidente tá ótimo. Eu por outro lado tô vendo o pessoal querendo uma tal de "intervenção militar" devido ao "clamor social".

Conversa perigosa essa... clássica situação de sair da frigideira e cair no fogo.
"Deus prefere os ateus"

Offline Diegojaf

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Re:Anomia
« Resposta #13 Online: 10 de Março de 2014, 11:35:09 »
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Vai dar merda.. todo mundo achando lindo meter KCT em criminoso. Já vejo em facebook gente lançando general para presidente. Estamos deixando a peteca cair.

Se você tá vendo general pra presidente tá ótimo. Eu por outro lado tô vendo o pessoal querendo uma tal de "intervenção militar" devido ao "clamor social".

Conversa perigosa essa... clássica situação de sair da frigideira e cair no fogo.

Ao contrário do Agnóstico, eu não vejo problemas em candidatos militares, sejam eles do Estado ou da União. Se forem candidatos e se submeterem ao sistema eleitoral, nada contra.

Com relação a essas intervenções, a conversa muda completamente. Só mostra que o pessoal ainda está muito imaturo com relação à participação no sistema democrático.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Fabrício

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Re:Anomia
« Resposta #14 Online: 10 de Março de 2014, 11:44:32 »
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Vai dar merda.. todo mundo achando lindo meter KCT em criminoso. Já vejo em facebook gente lançando general para presidente. Estamos deixando a peteca cair.

Se você tá vendo general pra presidente tá ótimo. Eu por outro lado tô vendo o pessoal querendo uma tal de "intervenção militar" devido ao "clamor social".

Conversa perigosa essa... clássica situação de sair da frigideira e cair no fogo.

Ao contrário do Agnóstico, eu não vejo problemas em candidatos militares, sejam eles do Estado ou da União. Se forem candidatos e se submeterem ao sistema eleitoral, nada contra.

Com relação a essas intervenções, a conversa muda completamente. Só mostra que o pessoal ainda está muito imaturo com relação à participação no sistema democrático.

Eu já não gosto muito desse negócio de general candidato, mas reconheço que ele teria direito a se candidatar e tomar posse se for eleito. Afinal, não gosto também da Dilma ser candidata  :hihi: e nem por isso estou defendendo um golpe de Estado se ela vencer a eleição (como provavelmente vai).

Só fico cabreiro, como você falou, quando começa esse papo de "intervenção militar", como se fosse uma coisa boa. Acho que as instituições tem que ser preservadas, mesmo que eu não goste de quem está no poder. Antes uma democracia falha do que uma ditadura plena.
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Offline Diegojaf

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Re:Anomia
« Resposta #15 Online: 10 de Março de 2014, 12:06:42 »
Se psicopatas que pregam luta de classes, bombas atômicas e afins podem, não vejo como um funcionário público aposentado pode ser "perigoso" ou menos capaz, que na minha opinião é praticamente impossível se dermos uma olhada nas opções.

Boa parte dos ex-presidentes americanos teve experiências militares, não consigo entender porque aqui isso é visto como demérito, ainda mais em um país onde o serviço militar é obrigatório.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Fabrício

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Re:Anomia
« Resposta #16 Online: 10 de Março de 2014, 12:36:03 »
Se psicopatas que pregam luta de classes, bombas atômicas e afins podem, não vejo como um funcionário público aposentado pode ser "perigoso" ou menos capaz, que na minha opinião é praticamente impossível se dermos uma olhada nas opções.

Boa parte dos ex-presidentes americanos teve experiências militares, não consigo entender porque aqui isso é visto como demérito, ainda mais em um país onde o serviço militar é obrigatório.

Verdade.

Acho que aqui o cagaço maior é por causa da ditadura militar, mas realmente se o general se submete ao processo eleitoral é besteira ficar com frescura, ele tem tanto direito a se candidatar como qualquer outro.
"Deus prefere os ateus"

Offline Gigaview

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Re:Anomia
« Resposta #17 Online: 10 de Março de 2014, 12:41:53 »
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Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Anomia
« Resposta #18 Online: 10 de Março de 2014, 12:44:44 »
Se psicopatas que pregam luta de classes, bombas atômicas e afins podem, não vejo como um funcionário público aposentado pode ser "perigoso" ou menos capaz, que na minha opinião é praticamente impossível se dermos uma olhada nas opções.

Boa parte dos ex-presidentes americanos teve experiências militares, não consigo entender porque aqui isso é visto como demérito, ainda mais em um país onde o serviço militar é obrigatório.

Verdade.

Acho que aqui o cagaço maior é por causa da ditadura militar, mas realmente se o general se submete ao processo eleitoral é besteira ficar com frescura, ele tem tanto direito a se candidatar como qualquer outro.

Exato.

Triste é chegar à conclusão que uma intervenção militar é a única saída. Entre ela e, por exemplo, uma ditadura PT-Leninista, fico com a intervenção militar.
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Re:Anomia
« Resposta #19 Online: 10 de Março de 2014, 13:22:36 »
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Offline DDV

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Re:Anomia
« Resposta #20 Online: 10 de Março de 2014, 13:45:29 »
Se psicopatas que pregam luta de classes, bombas atômicas e afins podem, não vejo como um funcionário público aposentado pode ser "perigoso" ou menos capaz, que na minha opinião é praticamente impossível se dermos uma olhada nas opções.

Boa parte dos ex-presidentes americanos teve experiências militares, não consigo entender porque aqui isso é visto como demérito, ainda mais em um país onde o serviço militar é obrigatório.

Verdade.

Acho que aqui o cagaço maior é por causa da ditadura militar, mas realmente se o general se submete ao processo eleitoral é besteira ficar com frescura, ele tem tanto direito a se candidatar como qualquer outro.

Ainda mais levando-se em conta que apenas militares inativos podem se candidatar.

Estando no poder, ele não terá tropas diretamente sob seu controle. E aqui no Brasil (se não me engano) um indivíduo só pode ficar no generalato por um período limitado (acho que 10 anos), o que praticamente o impede de se tornar "vaca sagrada" no meio militar e manter um comando informal, com tropas "fiéis" ao mesmo ao invés de ao estado ou à instituição.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re:Anomia
« Resposta #21 Online: 10 de Março de 2014, 13:51:59 »
Isso o que eu disse anteriormente é na teoria. na prática, pensando melhor, um militar na presidência teria mais facilidade em obter apoio das forças armadas para um golpe, e ele na presidência poderia preparar o terreno e limpar o caminho para isso.

Ou seja, não é algo tãaaaao inofensivo assim ter um general de prestígio na presidência. Mas acredito que as instituições brasileiras HOJE estão mais sólidas e é bem mais difícil convencer um comandante militar a atacá-las, ainda mais com a inexistência de motivos (como hoje).



 
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Offline Diegojaf

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Re:Anomia
« Resposta #22 Online: 10 de Março de 2014, 14:55:04 »
Isso o que eu disse anteriormente é na teoria. na prática, pensando melhor, um militar na presidência teria mais facilidade em obter apoio das forças armadas para um golpe, e ele na presidência poderia preparar o terreno e limpar o caminho para isso.

Ou seja, não é algo tãaaaao inofensivo assim ter um general de prestígio na presidência. Mas acredito que as instituições brasileiras HOJE estão mais sólidas e é bem mais difícil convencer um comandante militar a atacá-las, ainda mais com a inexistência de motivos (como hoje).

É impossível sustentar um golpe hoje e qualquer um com a capacidade para unir as diferentes cabeças nas FFAA sabe disso.

O que eu vejo como interessante em um candidato militar é a capacidade de uma terceira opção completamente diferente das existentes, que se atrair um número considerável de pessoas, levaria oposição e situação a deixarem a zona de conforto e passarem a fazer algo efetivamente na política.
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Offline Gigaview

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Re:Anomia
« Resposta #23 Online: 10 de Março de 2014, 15:11:08 »
O risco de uma intervenção militar é acontecer o que aconteceu no Egito, na primavera árabe. Quem tem o poder dificilmente larga o osso.
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Re:Anomia
« Resposta #24 Online: 10 de Março de 2014, 15:22:16 »
O risco de uma intervenção militar é acontecer o que aconteceu no Egito, na primavera árabe. Quem tem o poder dificilmente larga o osso.

Nem precisa viajar ao Egito. O risco seria o de acontecer novamente as mesmas cenas que se iniciaram por aqui em 64.

 

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