Tópico: Carl Sagan: Ateu ou Agnóstico?

[Rhyan]

Então pessoal, tô com uma dúvida superimportante.
 

Carl Sagan era ateu ou agnóstico?

[n/a]

Olha, achei isso aqui:

"O astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934-1996) tornou-se uma celebridade no fim dos anos 70 como autor e apresentador da série Cosmos, levada pela TV para o mundo todo. Muitos dos telespectadores se chocaram com o ateísmo do cientista esboçado na série, mas cada vez mais claro em livros, como O Mundo Assombrado pelos Demônios."

 

[Quasar]

Ateu

[Snake]

Eu também voto em ateu.

[n/a]

Aproveitando o tópico, alguém sabe se o Érico Veríssimo era ateu?

[Südenbauer]

Todo agnóstico é um ateu.  

[Snake]

O Poindexter afirma ser agnóstico teísta.

[Rhyan]

Olha, achei isso aqui:

"O astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934-1996) tornou-se uma celebridade no fim dos anos 70 como autor e apresentador da série Cosmos, levada pela TV para o mundo todo. Muitos dos telespectadores se chocaram com o ateísmo do cientista esboçado na série, mas cada vez mais claro em livros, como O Mundo Assombrado pelos Demônios."

 

Acho que teria mais sentido se em vez de 'ateísmo' estivesse 'descrença'. Pelo menos até onde eu li, no livro, não há nenhuma parte explícita sobre sua opinião ateista. Sobre a série eu não sei nada mesmo, infelizmente.

[LIAN]

Por 'Contato' e 'Bilhões e Bilhoes' (a parte final), ele mostrou uma visão mais agnóstica que ateista! Pelos menos no meu ponto de vista!

[ukrainian]

Exatamente... o final de "Contato" deixa claro que pelo menos ateu ele não é.

[Luis Dantas]

"Contato" é uma obra de ficção.  É realmente curioso que o mundo que ela retrata reforce a perspectiva teísta (coisa rara vinda de Sagan).  Mas daí a mostrar que ele próprio não é ateu vai uma distância significativa.

O discurso de Carl Sagan, em seus livros de não-ficção, é claramente agnóstico.  O que não impede que ele possa ser também ateu ou teísta, possivelmente panteísta.

[Südenbauer]

O Poindexter afirma ser agnóstico teísta.

Só nesse caso que não.  

[Buckaroo Banzai]

Agnóstico é quem acredita não ser possível conhecer a verdade sobre determinada coisa. Alguém que não acredita ser possível saber a verdade sobre a existência de um determinado deus, é agnóstico. Pode ainda assim, acreditar que existe, admitindo nào poder realmente ter como saber disso, seria um agnóstico teísta. Um agnóstico ateu admite não poder saber a verdade sobre a existência de certos deuses, mas mesmo assim, não vê motivos para acreditar em algum(ns) dele(s).

Todos somos meio que obrigatoriamente agnósticos quanto a coisas impossíveis de serem testadas, o que independe de acreditarmos ou não nessas coisas. Todos monoteístas são "ateus", agnósticos ou não, quanto a todos os outros deuses, exceto em relação aquele em que acredita (agnosticamente ou não).

[Stéfano]

agnóstico ateu

[APODman]

Concordo com o Stefano.

E até entendo o ponto de vista de Sagan:

- Ateu por um ponto de vista pessoal.
- Agnóstico por não poder provar pela existência de Deus, mas sabendo que isto tb não demonstra sua inexistência.

E ao longo de suas obras ele demonstra os dois pontos.

- Mundo Assombrado: Ateu
- Pálido Ponto Azul,  Contato e Bilhões e Bilhoes: Agnóstico

Em Pálido Ponto Azul ele ainda expõe:

"In some respects, science has far surpassed religion in delivering awe. How is it that hardly any major religion has looked at science and concluded, "This is better than we thought! The Universe is much bigger than our prophets said, grander, more subtle, more elegant. God must be even greater than we dreamed"? Instead they say, "No, no, no! My god is a little god, and I want him to stay that way." A religion, old or new, that stressed the magnificence of the Universe as revealed by modern science might be able to draw forth reserves of reverence and awe hardly tapped by the conventional faiths. Sooner or later, such a religion will emerge."


[ ]´s

[APODman]

O que não impede que ele possa ser também ateu ou teísta, possivelmente panteísta.

Realmente Dantas,

Considero que ele flertava com o Panteismo.


[ ]´s

[Stéfano]

Aliás, devo encomendar esse na Amazon:

[Latorre]

Exatamente... o final de "Contato" deixa claro que pelo menos ateu ele não é.

Discordo. Ele pode simplesmente ter usado um eufemismo, evitando ser rígido demais no desfecho da estória.

Se "ser ateu em público" hoje em dia ainda é as vezes difícil, imaginem na década de 70...  

[Agnostic]

Além de não entender o sentido da pergunta*, não vejo relevância nela. O simples fato de ele não compartilhar de nenhuma visão religiosa abrâamica do mundo já é o suficiente para eu admirar sua postura, crendo ele em algum tipo de divindade ou não.

* ateísmo e agnosticismo são coisas conceitualmente diferentes. Um aborda a exclusão dos deuses e o outro a impossibilidade em se conhecer a realidade última das coisas.

[O Pensador]

Olha, achei isso aqui:

"O astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934-1996) tornou-se uma celebridade no fim dos anos 70 como autor e apresentador da série Cosmos, levada pela TV para o mundo todo. Muitos dos telespectadores se chocaram com o ateísmo do cientista esboçado na série, mas cada vez mais claro em livros, como O Mundo Assombrado pelos Demônios."

 

Este programa era muito estranho e controverso.Carl Sagan parece ter criado sua própria religiâo, com sua própria catedral,sacramentos e ligurgia.

Ele enfeitou o cenário do programa com fotos espetaculosas do universo e parecia cultivar uma devoçâo religiosa pelo que denominava de Cosmos(com letras maiúsculas,nunca com minúsculas).

Isso me faz pensar que ele era muito mais religioso do que pensava.De fato,como o L.Dantas e Apodman falaram,ele devia ser um panteísta.

[Südenbauer]

Também não precisa viajar, Pensador. Só porque o cara é poético e dramático ao falar do Cosmos não significa que todo dia antes de dormir ele se ajoelhava e levantava as mãos para o céu.

[Nigh†mare]

Salve, Pessoal!

Estou lendo "O Cérebro de Broca"; transcrevo um trecho que pode interessar:

(...)

Aqueles que levantam questões sobre a hipótese de Deus e a hipótese da alma não são de modo nenhum ateus. Um ateu é alguém que tem a certeza de que Deus não existe, alguém que possui provas convincentes contra a existência de Deus. Não conheço nenhuma dessas provas convincentes. Porque Deus pode ser relegado para tempos e lugares remotos e para causas finais, teríamos de saber bastante mais do que sabemos sobre o universo para ter a certeza de que Deus não existe. Estarmos certos da existência de Deus e estarmos certos da inexistência de Deus parecem-me ser os extremos confiantes num assunto tornado tão misterioso pela dúvida e pela incerteza que inspira na verdade muito pouca confiança. Parece admissível uma larga gama de posições intermédias e, considerando as enormes energias emocionais investidas no assunto, um espírito aberto, corajoso e inquisitivo parece ser a ferramenta essencial para estreitar a gama da nossa ignorância colectiva sobre o tema da existência de Deus.

Quando faço palestras sobre as ciências marginais, pseudociências ou ciências populares (segundo as linhas dos caps. V a VIII deste livro), perguntam-me por vezes se não deve ser aplicado um espírito crítico semelhante à doutrina religiosa. A minha resposta, claro, é sim. A liberdade de religião, uma das rochas sobre as quais se fundaram os Estados Unidos, é essencial para um livre inquérito. Mas ela não arrasta consigo nenhuma imunidade à crítica ou à reinterpretação das próprias religiões. As palavras "pergunta" e "investigação" estão relacionadas. Somente através do inquérito se pode descobrir a verdade. Eu não insisto em que essas relações entre a religião e a experiência perinatal são corretas ou originais. Muitas delas estão, pelo menos, implícitas nas idéias de Stanislav Grof e na escola psicanalista de psiquiatria, em particular Otto Rank, Sandor Ferenczi e Sigmund Freud. Mas vale à pena pensar nelas.

A origem da religião implica, certamente, muito mais do que o que estas simples idéias sugerem. Não proponho que a teologia coincide inteiramente com a fisiologia. Mas seria espantoso, admitindo que podemos realmente recordar as nossas experiências perinatais, que elas não afetassem do modo mais profundo as nossas atitudes sobre o nascimento e a morte, o sexo e a infância, sobre as finalidades e a ética, sobre a causalidade e Deus.

(...)

Aqui ele é Agnóstico...

Saudações!

[Südenbauer]

Salve, Nightmare! Seja bem-vindo ao fórum.

Este livo que está lendo tem algo a ver com a área o cérebro apelidada de Broca por causa do cientista Broca?

[Nigh†mare]

Salve, Nightmare! Seja bem-vindo ao fórum.

 

Este livo que está lendo tem algo a ver com a área o cérebro apelidada de Broca por causa do cientista Broca?

Sim e não.

O livro tem mais a ver com o cientista do que com a a tal área cerebral. É uma espécie de homenagem a Broca, que fundou uma sociedade de livres pensadores, e atuou muito em áreas consideradas hereges pela religião (neurologia, antropologia...) e, por isso, foi também muito perseguido pelo Estado, pela polícia, pela I.C.A.R... Sagan começa o livro com uma breve biografia de Broca.

P.S.: Tenho o livro em e-book também, se quiser, envio-lhe.

[Rodion]

Isso me faz pensar que ele era muito mais religioso do que pensava.De fato,como o L.Dantas e Apodman falaram,ele devia ser um panteísta.

não é preciso ter religião pra ter espiritualidade.