Seguindo uma linha mais à la
Alain de Botton, considero viável a criação de um
movimento religioso (é muito barato, basta um bom estatuto) da Humanidade.
Sim, um movimento religioso que aceitasse o sobrenatural como ficção ou utopia a ser alcançada ou distopia a ser evitada, com todos os benefícios fiscais e morais que uma associação religiosa recebe de nosso Estado constitucional.
Seria uma tentativa de
religião universal como a proposta por
este livro aqui.
Uma religião que comemorasse um calendário cheio de eventos cósmicos como fases lunares, solstícios, equinócios, eclipses, passagens de cometas, etc, o que ajudaria a ampliar a visão da humanidade para seu propósito cósmico.
Uma religião que também tivesse lugar para as diversas alegorias e mitologias que constituíram o pensamento mágico da humanidade, como parte da cultura e como metáforas poéticas de tempos anteriores ao método científico.
Uma religião que se apoiasse na neurociência e nas descobertas científicas da psicologia para auxiliar as pessoas a viverem melhor com outras pessoas.
Com uma ideia palpável e presencial de karma, de inferno, de purgatório e de paraíso como sendo aqui e agora, neste mundo e nesta vida, relacionando a propagação de bons atos como influentes para que a vida atual de todos seja melhor e para que um mundo melhor seja possível para as próximas gerações, e também um orgulho para nossos ancestrais. Conforme nossos próprios comportamentos nossas vidas podem ser um inferno ou um paraíso!
Haverá também o culto aos ancestrais, aos familiares e amigos mortos, e também às grandes almas que contribuíram para o bem da humanidade e cujos pensamentos ainda hoje podemos conhecer por meio de suas obras, merecendo esses também serem lembrados no calendário religioso.
Sei que a igreja positivista foi uma tentativa de fazer isso, mas a considero uma tentativa muito malfeita, muito século XIX.