Os Livros do Carlos Castañeda, por revelarem uma dimensão psicológica do mundo por ela mesma.
Tem uma passagem num dos livros, que agora não me ocorre qual, que fala de uma condição sensorial(revelação) onde o protagonista segue por um caminho deserto qualquer (não me lembro agora os detalhes) e vê um "bicho" que de repente não era mais do que um simples "saco plástico"(no livro não tenho certeza se é o que eu aspei é bem isso, mas vou colocar nesses termos) "agitado pelo vento" então ele lembra das palavras do "xamã" de que aquilo era uma "revelação"... Várias vezes eu vi objetos que por um momento pareceram outra coisa (em termos estritamente racionais por algum equívoco cognitivo), o que me fazia lembrar essa passagem do Castañeda.
Passei por essa ilusão também durante minha puberdade.
Com o passar dos anos foram para o lado bullshit da estante até desaparecerem numa venda a quilo para um sebo local junto com alguns livros do Lobsang Rampa e outras coisas do gênero.
É, quando li Castañeda, ali pelos 16, 17 anos, já há muito havia tentado ler mais que duas páginas do Lobsang Rampa. Nunca consegui, mesmo adiantando para a página 30 ou 50... Tive um desses dele guardado dentro de uma caixa de papelão por mais de 20 anos. Acabei pondo pro lixeiro carregar. Acho que fiz mais bem à humanidade que você, afinal...
Lamento muito ter perdido meus livros do Castañeda em alguma mudança. Mesmo desacreditando de realidades transcendentais a figura de Don Juan, um bruxo que não acredita em pós-vida, me fascinou. A descrição dele de como seria quando a morte viesse buscá-lo ( ele com seu poder a forçaria a esperar enquanto dançaria pela última vez na Terra) é bonita pra c...
Os livros que mudaram minha visão de mundo foram alguns mas primeiro , na infância, foi a obra de Monteiro Lobato. Eu li e reli todos, como muitos fiquei com uma tendência emiliana ( e um pendor para a cultura clássica).
As Memórias de Adriano é meu livro preferido. A história do imperador que se move em um período onde os deuses morreram e o cristianismo ainda não dá as cartas, em que tem que se guiar apenas pela razão humana, me marcou muito.
Pequeno Tratado das Grandes Virtudes de André Comte-Sponville. Me deu um exemplo de um filosofar coloquial , longe do jargão acadẽmico e me apresentando algo que me fazia falta: uma reflexão ética ateista.
O Homem e seus Símbolos de Jung. Apesar do desvio idealista ( e da idiotice dos junguianos new-age) Jung foi fundamental para minha visão das religiões como fenômeno humano.
Spinoza- Thought as an atribute of Substance de Evald Ilyenkov. Não é um livro mas o capítulo de um livro, o que me fez sair de um deísmo frouxo para um ateísmo consequente. Provavelmente o texto que mais teve impacto para mim e definiu, além disso, minha visão de Spinoza.