Quem é que escreveu ou afirmou que as pessoas físicas tem que ter estas preocupações? Ninguém.
Ninguém, foi uma suposição errada minha para com a sua parte. Então você acha que não devemos assumir nenhuma responsabilidade social com a pobreza e outras mazelas? É isso?
Eu afirmei (e reafirmo) que a caridade é um ato voluntário. Se a pessoa física ou os representantes de uma pessoa jurídica querem fazer caridade, que façam. Mas isto não deve ser compulsório. As pessoas jurídicas com fins lucrativos devem priorizar o lucro porque é a própria finalidade de sua existência, qual seja, prover resultado financeiro para os donos do empreendimento. Por fim, as empresas são pesadamente tributadas pelo Estado justamente para que este faça o provimento mínimo para as camadas mais necessitadas da população, conforme o atual 'contrato social' vigente.
Mas a caridade é a ação que menos importa nesse caso. O que importa são as ações da empresa/pessoa perante aquilo que atinge a sociedade. Como empregos, remunerações, ações ambientais, sociais e políticas e principalmente a parte financeira que deve ser dirigida para um futuro social mais amplo e não apenas visando somente o próprio ganho. O lucro é parte importante e vital para a empresa, mas deve ser apenas uma parte de suas preocupações.
Agora eu pergunto novamente: Exemplifique como é que a sua empresa está fazendo para cumprir ao que você chama de "responsabilidade social e ética"?
As ações sociais de minha empresa são majoritariamente de cunho filantrópico, pouco ou nada se faz nessas outras partes, como na maioria.
Eu não cobro nenhuma posição de qualquer pessoa sobre o ato de praticar ajuda humanitária. Quem o faz geralmente está acostumado a impor a sua vontade (incluindo a de classe) sobre os demais. Sem contar com alguns hipócritas que ocupam uma posição em que os seus ganhos e os seus empregos estão garantidos por lei.
Nas escolas, nas mídias e nas conversas estão implícitas as cobranças sociais individuais que cada um temos que assumir para ajudar o próximo e a coletividade, separar o lixo, fazer doações de dinheiro e tempo para ajudar outros, gastar menos água e energia, etc. Você mesmo aqui já fez "cobranças" de cunho parecido como quando questionou a sociedade de consumo, é uma cobrança social. E eu apoio e acho justo que além dos ganhos individuais pessoais e de empresas, todos estejam sujeitos a contrapartidas sociais amplas. A própria produtividade agradeceria.
Geralmente dois 'pesos' apresentam duas 'medidas'.
Sim, um peso, duas medidas.
Finalmente aflorou o pensamento esquerdista, no qual os empresários são os vilões.
Talvez seja mais obra de seu próprio preconceito, já que nunca disse que empresários são os vilões.
Não basta para eles ter que empregarem pessoas sob rígidas normas trabalhistas; operarem sob uma carga tributária elevadíssimo e iníqua e atuarem sob leis ambientais e comerciais cada vez mais restritivas. Agora eles serão obrigados a se comportarem 'sebastianamente' mas, é claro, sempre sob o risco de falirem. E quando isto acontece (e isto ocorre para milhares de empresas todos os anos), aqueles que sempre brandiram pelas obrigações cada vez maiores das empresas, apenas responderão "ahhh, paciência, porque a atividade empresarial pressupõe o risco".
É próprio se fazer de vítima nesse caso. Eu sou empresário, eu sei que as normas trabalhistas são arcaicas, a carga tributária uma putaria, mas todos vivemos sob lucros satisfatórios e riscos. Não é porque você tem riscos ( e todos tem nessa vida, principalmente os empregados) que você e sua empresa devem estar isentos das contrapartidas sociais.
Isto não seria fato geral nem se as empresas e todos os demais entes econômicos operassem em um ambiente totalmente destituído de regras e leis.
Geral não, porque existem empresas e indivíduos conscientes de seu papel social, mas é a regra para muita gente. Principalmente para o pessoal de Wall Street.