Autor Tópico: Ateísmo 2.0 por Alain de Botton  (Lida 3033 vezes)

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Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Online: 04 de Abril de 2014, 15:24:13 »
<a href="http://www.youtube.com/v/nnifX1fg420" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/nnifX1fg420</a>
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Gigaview

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #1 Online: 04 de Abril de 2014, 19:24:06 »
O Alain de Botton fornece uma saída honrrosa para a hipocrisia dos ateus que entram disfarçados em catedrais góticas, nutrem sentimentos mágicos inconfessáveis de origem religiosa e outras coisas do tipo. Parece mais um rótulo para ser utilizado no boné, num botão ou na camiseta. Ele faz o contrário do Dawkins, isto é, procura se concentrar apenas nos pontos ele considera positivo da questão.
« Última modificação: 04 de Abril de 2014, 19:26:11 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Fabrício

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #2 Online: 04 de Abril de 2014, 19:26:12 »
Citação de: Gigaview
O Alain de Botton fornece uma saída honrosa para a hipocrisia dos ateus que entram disfarçados em catedrais góticas

É sacanagem isso, né?  :biglol:

Por que eles entrariam "disfarçados"?  :lol:

Eu adoro visitar igreja, será que sou um ateu meia boca?  :(
"Deus prefere os ateus"

Offline Gigaview

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #3 Online: 04 de Abril de 2014, 19:43:20 »
Os seus problemas acabaram. Agora você pode comprar uma camiseta com "Ateísmo 2.0" e se ligar agora... leva de brinde um exemplar da Bíblia autografado por Alain de Botton. :P
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Offline Jurubeba

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #4 Online: 04 de Abril de 2014, 20:29:28 »
Prefiro a proposta do André Comte-Sponville.

Offline Fabrício

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #5 Online: 04 de Abril de 2014, 20:56:23 »
Os seus problemas acabaram. Agora você pode comprar uma camiseta com "Ateísmo 2.0" e se ligar agora... leva de brinde um exemplar da Bíblia autografado por Alain de Botton. :P

 :biglol:

Acho que até vou ver o vídeo...
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Offline Skeptikós

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #6 Online: 04 de Abril de 2014, 22:28:45 »
O Alain de Botton fornece uma saída honrrosa para a hipocrisia dos ateus que entram disfarçados em catedrais góticas, nutrem sentimentos mágicos inconfessáveis de origem religiosa e outras coisas do tipo.
Ele não fala sobre aderir a crenças da doutrina ou nutrir uma busca espiritual. Ele diz apenas que só porque uma pesoa se considera ateu ela não precisa deixar de aproveitar tudo de positivo que as instituições religiosas e seus eventos podem promover.

Não é preciso deixar de celebrar o natal com os amigos e a familía, deixar de comparecer a eventos agradaveis promovidos por instituições religiosas, deixar de apreciar a organização, comunhão e união dos membros de uma mesma religião,e não se inspirar com isso, simplesmente por que você não acredita na doutrina deles.

O que Alain de Botton diz é que se pode usufruir de tudo aquilo que você julgar positivo nas religiões, ao inves de rejeitar tudo simplesmente por achar que não fazer isso seria uma traição a sua posição ateísta.

Parece mais um rótulo para ser utilizado no boné, num botão ou na camiseta.
Acho que o nome 2.0 é apenas uma brincadeira, não é uma marca a ser seguida.

faz o contrário do Dawkins, isto é, procura se concentrar apenas nos pontos ele considera positivo da questão.
E por que não?

Para o ateu a questão da existência de deus(es) já foi resolvida, ele não existe e ponto final, não á necessidade de desperdiçar mais energia em debates sobre isso. E sobre questões onde lideres religiosos teístas incentiva uma filosofia de intolerância e contra grupos não-religiosos, ou onde a instituições religiosas tentam se meter em assuntos do estado, ai é uma questão para outro debate, que não caberia por exemplo numa curta palestra de poucos minutos como esta que foi apresentada para o TED.

Abraços!
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Offline Gigaview

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #7 Online: 04 de Abril de 2014, 22:54:03 »
Você tem razão. Vou ler mais sobre o assunto. :ok:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Fabrício

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #8 Online: 05 de Abril de 2014, 08:03:32 »
O Alain de Botton fornece uma saída honrrosa para a hipocrisia dos ateus que entram disfarçados em catedrais góticas, nutrem sentimentos mágicos inconfessáveis de origem religiosa e outras coisas do tipo.
Ele não fala sobre aderir a crenças da doutrina ou nutrir uma busca espiritual. Ele diz apenas que só porque uma pesoa se considera ateu ela não precisa deixar de aproveitar tudo de positivo que as instituições religiosas e seus eventos podem promover.

Não é preciso deixar de celebrar o natal com os amigos e a familía, deixar de comparecer a eventos agradaveis promovidos por instituições religiosas, deixar de apreciar a organização, comunhão e união dos membros de uma mesma religião,e não se inspirar com isso, simplesmente por que você não acredita na doutrina deles.

O que Alain de Botton diz é que se pode usufruir de tudo aquilo que você julgar positivo nas religiões, ao inves de rejeitar tudo simplesmente por achar que não fazer isso seria uma traição a sua posição ateísta.

Parece mais um rótulo para ser utilizado no boné, num botão ou na camiseta.
Acho que o nome 2.0 é apenas uma brincadeira, não é uma marca a ser seguida.

faz o contrário do Dawkins, isto é, procura se concentrar apenas nos pontos ele considera positivo da questão.
E por que não?

Para o ateu a questão da existência de deus(es) já foi resolvida, ele não existe e ponto final, não á necessidade de desperdiçar mais energia em debates sobre isso. E sobre questões onde lideres religiosos teístas incentiva uma filosofia de intolerância e contra grupos não-religiosos, ou onde a instituições religiosas tentam se meter em assuntos do estado, ai é uma questão para outro debate, que não caberia por exemplo numa curta palestra de poucos minutos como esta que foi apresentada para o TED.

Abraços!

 :ok: Gostei. Vou me considerar um ateu 2.0  :lol:.

"Deus prefere os ateus"

Offline Cientista

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #9 Online: 06 de Abril de 2014, 03:33:35 »
Assim que vi, lembrei logo que essa xaropada já tinha dado passagem por essas bandas...  E nem foi difícil achar pelo google mesmo:

../forum/topic=25977.0.html


O Alain de Botton fornece uma saída honrrosa para a hipocrisia dos ateus que entram disfarçados em catedrais góticas, nutrem sentimentos mágicos inconfessáveis de origem religiosa e outras coisas do tipo.
Ele não fala sobre aderir a crenças da doutrina ou nutrir uma busca espiritual.
Não, não...  só fal.."sugere"...


Ele diz apenas que só porque uma pesoa se considera ateu ela não precisa deixar de
Ah, tá. Os "que se consideram ateus" vão agradecer no dia em que isso tiver qualquer direcionabilidade a eles. Vão agradecer a quem lhes ensinar o que eles precisam ou não deixar de fazer para serem...  'felizes'.


aproveitar tudo de positivo que as instituições religiosas e seus eventos podem promover.
O problema de "aproveitar o positivo" do que é fundamentalmente negativo é que apoia-se tudo, dá-se força ao movimento. Não tem problema não. Os religiosos podem aproveitar bem a totalidade total do todo de tudo de bom que as instituições arreligiosas oferecem a todos, sem precisar selecionar "partinhas melhorzinhas" para fazer de conta qua a coisa não presta para nada além de fazer mal a todos.


Não é preciso deixar de celebrar o natal com os amigos e a familía,
Não, não é preciso...  ...deve ser por isso até que eu mesmo sempre celebro...  Que coisa, hein?!  Quem diria?!  Um religiopata que nem eu celebrando o Natal...  Uma dessa deve deixar o 'Botão' aí à beira de se abotoar!  hahahahahaha...  E eu nem precisei da sugestão dele para fazer isso a vida inteira! Aliás, a quem esse sujeito se dirige mesmo, hein?...  'Fantasmas do id' dele?...   hahahahahaha...


deixar de comparecer a eventos agradaveis promovidos por instituições religiosas,
Aí já vai de gosto pessoal mesmo. O que eu quero saber é que "eventos agradáveis" seriam esses. Não conheço nenhum. Estou descontando o Natal, Páscoa e outros que não são exatamente "promovidos por instituições religiosas" mas familiarmente mesmo, onde o que importa é a reunião e as coisas gostosas de comer.


deixar de apreciar a organização, comunhão e união dos membros de uma mesma religião,
(detalhe notável!  hahahahahaha...  ...eu diria que, hoje, a coisa já nem vai mais por 'religião', mas por 'denominação', que conseguem criar dissídios víscero-mortais dentro de uma mesma religião; lindo tudo isso! Como um descrente não iria apreciar mucho mucho?!...)

(organização, comunhão e união)Contra os outros crentes e os descrentes, por exemplo? É... eu até concordo que é grandeza reconhecer os valores(perigos) do oponente...


e não se inspirar com isso,
Eu prefiro mesmo nem inspirar Isso; prendo a respiração quando passo perto; vai que é quimicamente venenoso também...

Não me inspiro não. Podem ficar tranquilos. Não vejo nada inspirador em nada disso.


simplesmente por que você não acredita na doutrina deles.
Não acredito é neles. Como podem existir indivíduos crentes assim?...  Incrível!


O que Alain de Botton diz
Tem um camarada famoso por 'dizer', também...   ...um tal de Simon.


é que se pode usufruir de tudo aquilo que você julgar positivo nas religiões,
Ah, bom! Que julgar! Eu já estava ficando preocupado que o problema fosse julgar tudo aquilo negativo... Então, se eu julgar tudo negativo, sem problema? ...O que não entendo é porque eu não aproveitaria algo que julgo positivo...

...mas...  isso aí vai pela "suspensão" ou pela "pragmática instrumentalista"  ...ou pela "pragmática utilitarista"?...(é diferente, né?...)


ao inves de rejeitar tudo simplesmente por achar que não fazer isso seria uma traição a sua posição ateísta.
Aaaaah, entendi...  Birra típica de crentes? Descrentes têm isso não, filho.  Mas... posso rejeitar tudo se eu concluir que o todo não compensa qualquer das partes?


Parece mais um rótulo para ser utilizado no boné, num botão ou na camiseta.
Acho que o nome 2.0 é apenas uma brincadeira, não é uma marca a ser seguida.
É?! Então, se é brincadeira, topo no ato, vou lá! hahahahahahahahaha...

Uma brincadeirinha que coloca os outros em ordem inferior...  mas se é brincadeira, eu gosto!   hahahahahahahaha...


faz o contrário do Dawkins, isto é, procura se concentrar apenas nos pontos ele considera positivo da questão.
E por que não?
E por que sim?  ...  ...   ...Isso é brincadeira também?...  Vou esperar para saber se é para rir também...


Para o ateu a questão da existência de deus(es) já foi resolvida,
(Que "questão"? Onde, na objetividade da realidade, se encontra formulabilidade para tal "questão"?  ...Já perguntei isso antes...  ...e não veio resposta, claro...)

Para o ateu, a inexistência de deuses é fundamental, ou não pode ser ateu. Para o descrente, a questão não existe. Para o pensador científico, não mágico, se isso for desatrelável de descrente, essa "questão" nem é questão. Para o vasculhador de tudo, a inexistência desses objetos imaginários é fato verificado. E...?


ele não existe e ponto final,
Eu sei disso, mas você crê que não.


não á necessidade de desperdiçar mais energia em debates sobre isso.
Nunca houve, a não ser...  por alguma diversão. Crentes, quando não estão queimando descrentes em fogueiras ou se intrometendo onde não devem, são até bem engraçados.


E sobre questões onde lideres religiosos teístas incentiva uma filosofia de intolerância e contra grupos não-religiosos, ou onde a instituições religiosas tentam se meter em assuntos do estado, ai é uma questão para outro debate, que não caberia por exemplo numa curta palestra de poucos minutos como esta que foi apresentada para o TED.
AAAAAAAAhhhhhÍÍÍ é que está!  Mas isso... é "outra questão", não é mesmo?





A despropósito, acho tudo isso de uma "belll..ÍÍÍÍssima" pregação! Meus parabéns a todo e qualquer responsável por passar adiante, sempre tão ceticamente, os "lindos saudáveis ensinamentos das religiões"!

Offline _tiago

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #10 Online: 06 de Abril de 2014, 11:14:16 »
Para o ateu a questão da existência de deus(es) já foi resolvida, ele não existe e ponto final, não há necessidade de desperdiçar mais energia em debates sobre isso.

Eu!

PS: corrigido! :P

Offline Enio

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #11 Online: 30 de Setembro de 2014, 16:53:19 »
Eu acho interessante essa questão do ateu, mesmo não acreditando numa doutrina religiosa, aproveitar o que uma ou mais instituições religiosas tem a oferecer e ele se inspirar nisso, sem ter que se converter a nenhuma doutrina. Acho isso melhor do que o fato de simplesmente negar tudo vindo delas só porque é descrente. Por exemplo, no cristianismo se prega, basicamente, duas coisas... caridade e humildade. O ateu não precisa acreditar num deus pessoal ou que vai pra céu ou inferno para se inspirar numa conduta de caridade e humildade, não é mesmo? E acho que isso também, essa questão de se inspirar a determinada conduta, ter a ver com o caráter do sujeito, independente se ele acredita no pós-material ou não.

Se eu fosse ateu, não sairia negando tudo em religião, haveria ainda algumas coisas interessantes. Eu só seria contra sim, ser forçado a acreditar numa base teológica para ter que seguir determinada conduta, isso seria contra. Eu mesmo, que não sou ateu, ainda assim sou contra (como exemplo) certas bases teológicas bíblicas, como a idéia de um deus pessoal. Mesmo que eu tenha sido educado a vida toda a acreditar em algo assim.
« Última modificação: 30 de Setembro de 2014, 16:57:27 por Enio »

Offline Barata Tenno

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #12 Online: 30 de Setembro de 2014, 16:59:59 »
Eu acho interessante essa questão do ateu, mesmo não acreditando numa doutrina religiosa, aproveitar o que uma ou mais instituições religiosas tem a oferecer e ele se inspirar nisso, sem ter que se converter a nenhuma doutrina. Acho isso melhor do que o fato de simplesmente negar tudo vindo delas só porque é descrente. Por exemplo, no cristianismo se prega, basicamente, duas coisas... caridade e humildade. O ateu não precisa acreditar num deus pessoal ou que vai pra céu ou inferno para se inspirar numa conduta de caridade e humildade, não é mesmo? E acho que isso também, essa questão de se inspirar a determinada conduta, ter a ver com o caráter do sujeito, independente se ele acredita no pós-material ou não.

Se eu fosse ateu, não sairia negando tudo em religião, haveria ainda algumas coisas interessantes. Eu só seria contra sim, ser forçado a acreditar numa base teológica para ter que seguir determinada conduta, isso seria contra. Eu mesmo, que não sou ateu, ainda assim sou contra (como exemplo) certas bases teológicas bíblicas, como a idéia de um deus pessoal. Mesmo que eu tenha sido educado a vida toda a acreditar em algo assim.

A base moral das religiões não são invenções exclusivas delas, o conceito de caridade e humildade, por exemplo,  não foi criado pelo cristianismo e nem é exclusivo dele.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Lorentz

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #13 Online: 30 de Setembro de 2014, 17:49:23 »
A base moral das religiões não são invenções exclusivas delas, o conceito de caridade e humildade, por exemplo,  não foi criado pelo cristianismo e nem é exclusivo dele.

Mas o Reinaldo Azevedo defende que foi o cristianismo que criou estes conceitos. Quer dizer que ele está errado?
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Offline Barata Tenno

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #14 Online: 30 de Setembro de 2014, 18:17:33 »
A base moral das religiões não são invenções exclusivas delas, o conceito de caridade e humildade, por exemplo,  não foi criado pelo cristianismo e nem é exclusivo dele.

Mas o Reinaldo Azevedo defende que foi o cristianismo que criou estes conceitos. Quer dizer que ele está errado?

Imagina, o Reinaldão nunca erra.
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Offline Skeptikós

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #15 Online: 01 de Outubro de 2014, 13:41:52 »
Eu acho interessante essa questão do ateu, mesmo não acreditando numa doutrina religiosa, aproveitar o que uma ou mais instituições religiosas tem a oferecer e ele se inspirar nisso, sem ter que se converter a nenhuma doutrina. Acho isso melhor do que o fato de simplesmente negar tudo vindo delas só porque é descrente. Por exemplo, no cristianismo se prega, basicamente, duas coisas... caridade e humildade. O ateu não precisa acreditar num deus pessoal ou que vai pra céu ou inferno para se inspirar numa conduta de caridade e humildade, não é mesmo? E acho que isso também, essa questão de se inspirar a determinada conduta, ter a ver com o caráter do sujeito, independente se ele acredita no pós-material ou não.

Se eu fosse ateu, não sairia negando tudo em religião, haveria ainda algumas coisas interessantes. Eu só seria contra sim, ser forçado a acreditar numa base teológica para ter que seguir determinada conduta, isso seria contra. Eu mesmo, que não sou ateu, ainda assim sou contra (como exemplo) certas bases teológicas bíblicas, como a idéia de um deus pessoal. Mesmo que eu tenha sido educado a vida toda a acreditar em algo assim.

A base moral das religiões não são invenções exclusivas delas, o conceito de caridade e humildade, por exemplo,  não foi criado pelo cristianismo e nem é exclusivo dele.
Não importa quem criou, o que importa é que um modelo pode servir de inspiração, independente se sua conduta-ideais tenham sido ou não originalmente-completamente criado por ele.

O Ronaldinho não precisa ter sido o cara que criou o drible elástico para que eu me inspire no jogador Ronaldinho como um modelo a seguir, caso eu deseje aprender o drible que ele faz tão bem. Da mesma forma, a caridade e a humildade não precisam ser criações originais e completamente cristãs, para que eu me inspire na caridade e humildade praticada pelos cristãos, caso eu também deseje ser caridoso e humilde como eles (aqueles que assim o são de fato).

Abraços!
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Offline _Juca_

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #16 Online: 01 de Outubro de 2014, 13:57:54 »
A base moral das religiões não são invenções exclusivas delas, o conceito de caridade e humildade, por exemplo,  não foi criado pelo cristianismo e nem é exclusivo dele.

Mas o Reinaldo Azevedo defende que foi o cristianismo que criou estes conceitos. Quer dizer que ele está errado?

 :stunned:

Offline Enio

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #17 Online: 11 de Outubro de 2014, 11:12:14 »
Sim, não foi o cristianismo que inventou a conduta de humildade e caridade, mas foi o que mais pregou essas condutas, como exemplificação de vida. Não estou falando de igreja e seus dogmas, mas sim do que Jesus exemplificou em vida.

Offline Barata Tenno

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #18 Online: 11 de Outubro de 2014, 12:07:45 »
Os budistas pregavam isso antes e pregam até hoje.
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Offline Lorentz

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #19 Online: 11 de Outubro de 2014, 12:11:40 »
Os budistas pregavam isso antes e pregam até hoje.

Mas nunca exerceram influência na civilização ocidental.
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Offline Skeptikós

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #20 Online: 11 de Outubro de 2014, 12:57:12 »
Os budistas pregavam isso antes e pregam até hoje.

Mas nunca exerceram influência na civilização ocidental.
Eu discordo, não só exerceu como ainda exerce, e muito. E não só o budismo, mas muitas outras religiões orientais, como o taoísmo, o tantrismo, o yoga entre muitas outras doutrinas filosófico-religiosas orientais, que se tornaram muito popular no ocidente. Influenciaram desde a filosofia na academia, como em Schopenhauer por exemplo, auto assumido influenciado pela filosofia oriental, em especial pelo budismo. Como na política também, como o Dalai Lama, um mestre budista lider de uma das correntes budistas mais respeitadas do mundo, ícone mundial na luta pela paz e independência de sua terra natal (O Nepal) através de uma atitude de não violência, humildade e caridade, e da paz mundial como um todo. Também na vida cotidiana das pessoas, nos vários templos e cursos mundo afora, sobre religiões e filosofias orientais, se tornaram extremamente populares. O yoga por exemplo se tornou muitíssimo popular nos Estados Unidos, e por aqui no Brasil também.

Logo, para mim é inegável a influência do budismo e das religiões e filosofias orientais como um todo no pensamento ocidental.

Abraços!
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Offline Lorentz

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #21 Online: 11 de Outubro de 2014, 13:10:50 »
Os budistas pregavam isso antes e pregam até hoje.

Mas nunca exerceram influência na civilização ocidental.
Eu discordo, não só exerceu como ainda exerce, e muito. E não só o budismo, mas muitas outras religiões orientais, como o taoísmo, o tantrismo, o yoga entre muitas outras doutrinas filosófico-religiosas orientais, que se tornaram muito popular no ocidente. Influenciaram desde a filosofia na academia, como em Schopenhauer por exemplo, auto assumido influenciado pela filosofia oriental, em especial pelo budismo. Como na política também, como o Dalai Lama, um mestre budista lider de uma das correntes budistas mais respeitadas do mundo, ícone mundial na luta pela paz e independência de sua terra natal (O Nepal) através de uma atitude de não violência, humildade e caridade, e da paz mundial como um todo. Também na vida cotidiana das pessoas, nos vários templos e cursos mundo afora, sobre religiões e filosofias orientais, se tornaram extremamente populares. O yoga por exemplo se tornou muitíssimo popular nos Estados Unidos, e por aqui no Brasil também.

Logo, para mim é inegável a influência do budismo e das religiões e filosofias orientais como um todo no pensamento ocidental.

Abraços!

Para os dias atuais eu concordo. Nunca exerceram antigamente, na idade média, no alvorecer do cristianismo. O ser humano que o cristianismo criou ou expandiu não veio do oriente. (ou veio e não sei)
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Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #22 Online: 11 de Outubro de 2014, 15:38:23 »
Post duplicado.
« Última modificação: 11 de Outubro de 2014, 15:41:09 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #23 Online: 11 de Outubro de 2014, 15:40:09 »
o Dalai Lama, um mestre budista lider de uma das correntes budistas mais respeitadas do mundo, ícone mundial na luta pela paz e independência de sua terra natal (O Nepal)
Abraços!
Tenzin Gyatso(Lhamo Dhondup),  o 14º Dalai Lama nasceu em Taktser, na provincia de Amdo, no noroeste do Tibete.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:Ateísmo 2.0 por Alain de Botton
« Resposta #24 Online: 11 de Outubro de 2014, 19:32:51 »
Os budistas pregavam isso antes e pregam até hoje.

Mas nunca exerceram influência na civilização ocidental.
Eu discordo, não só exerceu como ainda exerce, e muito. E não só o budismo, mas muitas outras religiões orientais, como o taoísmo, o tantrismo, o yoga entre muitas outras doutrinas filosófico-religiosas orientais, que se tornaram muito popular no ocidente. Influenciaram desde a filosofia na academia, como em Schopenhauer por exemplo, auto assumido influenciado pela filosofia oriental, em especial pelo budismo. Como na política também, como o Dalai Lama, um mestre budista lider de uma das correntes budistas mais respeitadas do mundo, ícone mundial na luta pela paz e independência de sua terra natal (O Nepal) através de uma atitude de não violência, humildade e caridade, e da paz mundial como um todo. Também na vida cotidiana das pessoas, nos vários templos e cursos mundo afora, sobre religiões e filosofias orientais, se tornaram extremamente populares. O yoga por exemplo se tornou muitíssimo popular nos Estados Unidos, e por aqui no Brasil também.

Logo, para mim é inegável a influência do budismo e das religiões e filosofias orientais como um todo no pensamento ocidental.

Abraços!

Para os dias atuais eu concordo. Nunca exerceram antigamente, na idade média, no alvorecer do cristianismo. O ser humano que o cristianismo criou ou expandiu não veio do oriente. (ou veio e não sei)
A filosofia oriental já haviam exercido influência até mesmo antes da era cristã, na antiga civilização grega por exemplo. Em viagens de Alexandre, O Grande, para Ásia, ele levou alguns filósofos e pensadores gregos para interagir com os sábios locais para aprender sobre a filosofia destes. Entre estes pensadores gregos levados por Alexandre, estava Pirro de Élis, o pai do ceticismo. É dito que o ceticismo (pirronismo) teve seu início e bases formado a partir da influência que Pirro teve dos gimnosofistas, sábios com os quais teve contato em sua passagem pela Índia.

É claro que a influência oriental na civilização ocidental é muito maior hoje do que o foi no passado, mas me parece sensato considerar que mesmo antes da era cristã, o ocidente já começava a ser influenciado pela filosofia oriental, e vice versa.

 :ok:

o Dalai Lama, um mestre budista lider de uma das correntes budistas mais respeitadas do mundo, ícone mundial na luta pela paz e independência de sua terra natal (O Nepal)
Abraços!
Tenzin Gyatso(Lhamo Dhondup),  o 14º Dalai Lama nasceu em Taktser, na provincia de Amdo, no noroeste do Tibete.
Ops, de fato, é o Tibete que esta em conflito político com a China, e foi do Tibete que Dalai Lama saiu para se refugiar em outras terras, quando sua nação foi invadida e ocupada pelo governo e exército chines. Me enganei ao escrever Nepal, queria na verdade dizer Tibete, obrigado pela correção.  :ok:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

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