Autor Tópico: HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP  (Lida 2810 vezes)

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Offline _tiago

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #26 Online: 03 de Junho de 2014, 21:59:23 »
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Sempre que uma ideia é ao mesmo tempo irracional e muito comum, é provável que envolva vieses cognitivos.
Ganha um tratamento no SUS quem adivinhar que outra preferência nacional é irracional e muito comum
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline _tiago

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #27 Online: 03 de Junho de 2014, 22:05:29 »
 |(

De novo do SUS!?

Offline Moro

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #28 Online: 03 de Junho de 2014, 22:19:24 »
o sus é o premio só :P
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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #29 Online: 08 de Junho de 2014, 10:32:48 »
Deus e a ciência


SÃO PAULO - "Why Science Does Not Disprove God" (por que a ciência não prova a inexistência de Deus), do matemático israelense Amir Aczel, é um livro estranho. Ele consegue ser uma obra bastante informativa e agradável de ler e, ao mesmo tempo, apresenta falhas estruturais que colocam em questão o próprio plano do autor.

O principal problema, a meu ver, é que a tese central de Aczel, de que a ciência é incapaz de demonstrar a inexistência de um ente supremo, é ela mesma um truísmo. É tão óbvia que até o biólogo Richard Dawkins, o físico Lawrence Krauss e mais alguns dos chamados novos ateus, que Aczel pretende refutar, a proclamam em alto e bom som.

Daí não decorre, é claro, que não haveria aspectos interessantes a explorar nesse departamento. Na verdade, o autor faz isso com competência em diversas passagens. Mas, para dar liga a seu projeto editorial, ele acaba atribuindo a seus adversários posições muito mais fortes do que as por eles defendidas, o que faz com que a obra gire em falso em vários momentos.

Um bom exemplo é o capítulo em que ele contesta a tese de Krauss de que o Universo surgiu do nada. Aczel expõe com maestria e didatismo as diferenças entre o nada dos matemáticos e o nada de Krauss, que comporta flutuações quânticas e envolve, portanto, menos "nadidade".

O problema aqui é que o físico sempre admitiu que usa um conceito de nada (espaço vazio já regido pelas leis da física) que difere daquele do senso comum, que estaria mais próximo do nada dos matemáticos. Fica a sensação de que Aczel magnifica de forma um pouco artificial a controvérsia, o que, paradoxalmente, o aproxima do tom militante que tanto recrimina a seus adversários.

Apesar disso tudo, o livro proporciona "insights" interessantes e vale como uma boa introdução às bases matemáticas de alguns dos últimos desenvolvimentos da física.
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Offline JJ

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #30 Online: 08 de Junho de 2014, 12:53:03 »
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Sempre que uma ideia é ao mesmo tempo irracional e muito comum, é provável que envolva vieses cognitivos.
Ganha um tratamento no SUS quem adivinhar que outra preferência nacional é irracional e muito comum


Qual ?


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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #31 Online: 08 de Junho de 2014, 16:46:05 »
quer o tratamento no SUS tem que advinhar. Se eu te disser,  ganha viagem só de ida para Coréia do Norte.
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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #32 Online: 06 de Setembro de 2014, 22:24:06 »
Eduardo Giannetti aparentemente me incluiu na brigada de colunistas que destila rancor contra Marina Silva. Estranho um pouco a colocação, já que, no texto que a motivou, eu defendia a candidata da acusação de que sua religiosidade se deve a alguma anomalia no desenvolvimento neural.

É claro que era uma defesa "cum grano salis", como convém ao jornalista, e não uma apologia de militante. O que eu fundamentalmente afirmei é que a arquitetura cerebral humana é de tal ordem que permite que uma pessoa acalente ideias, digamos, exuberantes numa esfera e aja de forma racional nas demais.

De modo específico, Giannetti afirma que Marina nunca endossou o criacionismo bíblico. Pode ser, mas, felizmente, não dependemos só do que um candidato diz de si mesmo para conhecê-lo –o que seria trágico para a democracia. Filiações institucionais também revelam algo sobre uma pessoa. E Marina Silva, mais que fiel, é evangelista da Assembleia de Deus (AD), a rede de igrejas independentes unidas por crenças em comum. Elas estão consubstanciadas num conjunto de 16 "verdades fundamentais" das quais a primeira é a infalibilidade da Bíblia.

Não estamos aqui falando de uma infalibilidade "light". Documento teológico adotado oficialmente pela AD dos EUA afirma que as Escrituras são divinamente inspiradas, infalíveis e isentas de erro. Em relação às supostas contradições entre achados da ciência e livros bíblicos, os teólogos dizem que a ciência e o tempo darão razão... às Escrituras.

E isso nos traz de volta ao ponto de partida. Apesar de eu considerar essas ideias bem bizarras, não penso que o fato de Marina estar até certo ponto comprometida com elas a inabilite para governar um país. A razão que me leva a acreditar nisso, além da arquitetura cerebral maleável e do passado da candidata, é que ela soube cercar-se de conselheiros que respeito, como Eduardo Giannetti.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2014/09/1511898-arquitetura-flex.shtml
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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #33 Online: 06 de Setembro de 2014, 22:36:06 »
O texto criticado por Gianneti e que levou ao texto acima

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Como sempre, Rogério Cezar de Cerqueira Leite foi direto na ferida: dá para confiar o comando da nação a alguém que diz crer que o Universo foi criado em sete dias menos de 10.000 anos atrás?

Como Rogério, fico incomodado com essa possibilidade, mas, ao contrário do professor, não definiria tal condição como patológica.

Meu primeiro argumento é matemático. De acordo com o Datafolha, 25% dos brasileiros afirmam crer na versão bíblica da criação do mundo. Outros 59% até acreditam em evolução, mas acham que é Deus quem a guia. Assim, se definimos patológico como aquilo que se desvia da normalidade, então os anormais somos eu, o Rogério e os outros 7,9999...% que consideram que a evolução ocorre sem qualquer interferência divina.

A questão central, porém, é outra. Será que Marina e demais criacionistas da Terra Jovem realmente acreditam no que dizem acreditar? A crer num modelo de arquitetura cerebral cada vez mais popular entre neurocientistas, a resposta é "só às vezes".

Nesse paradigma, a mente é o resultado de um grande concerto de diferentes facções cerebrais, que competem umas com as outras pelo controle. Na imagem de David Eagleman, o cérebro é uma democracia representativa, na qual diversos módulos e sistemas podem ter opiniões divergentes sobre o mesmo tema. Vence quem, naquele momento, se mostra mais eloquente, isto é, consegue persuadir o córtex pré-frontal ventromedial, estrutura que parece ter papel importante no gerenciamento do tráfego de informações entre zonas reflexivas e emocionais da mente.

O bacana desse modelo é que ele permite explicar, sem que precisemos necessariamente recorrer à má-fé ou a oportunismo, casos de pessoas como Marina, que proclamam fidelidade a ideias religiosas fundamentalistas, que, se levadas a sério inviabilizam a biologia, mas nem por isso deixam de tomar remédios desenvolvidos a partir da ciência ateia.

Acho essa hipótese em bold bem bacana
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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #35 Online: 07 de Setembro de 2014, 03:20:15 »
hehe
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Rhyan

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #36 Online: 10 de Setembro de 2014, 21:46:55 »
ENTREVISTAMOS ALEXANDRE SCHWARTSMAN, O HOMEM NO OLHO DO FURACÃO DO BANCO CENTRAL
Há pouco tempo o BC abriu queixa-crime contra o economista por considerar seus comentários ofensivos. Nós o entrevistamos para saber o que ele pensa disso tudo.
http://spotniks.com/entrevistamos-alexandre-schwartsman-o-homem-olho-furacao-banco-central/

Rhyan

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #37 Online: 10 de Setembro de 2014, 21:48:39 »
Ops, não era o mesmo Schwartsman...

Offline Moro

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #38 Online: 14 de Setembro de 2014, 20:42:07 »
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2014/09/1515661-prisioneiros-do-tempo.shtml

"Não sou e nunca fui favorável a promover a igualdade social e política das raças branca e negra... há uma diferença física entre as raças que, creio, sempre as impedirá de viver juntas como iguais... E eu, como qualquer outro, sou a favor de que os brancos mantenham a posição de superioridade."

Vamos processar o autor da frase por injúria ou racismo? Difícil. Ele já morreu. Além disso, tem certo crédito na praça. Abraham Lincoln, afinal, levou os EUA à guerra civil para pôr fim à escravidão. Mas mesmo ele era prisioneiro de sua época.

Gostamos de descrever nossos valores em termos de uma moral absoluta, mas a realidade é mais complexa. Ainda que certas intuições morais sejam universais, é grande o espaço que a cultura tem para moldá-las. A escravidão foi aceita sem questionamento ético durante a maior parte da história. Nem Aristóteles nem Cristo viram problemas nela.

Como e por que o "Zeitgeist" (espírito do tempo) de uma sociedade se modifica permanece um mistério. Mas, felizmente, ele muda. Apenas 50 anos atrás, um país desenvolvido como os EUA ainda mantinha leis segregacionistas. Hoje, qualquer americano educado, que não assoe o nariz na manga da camisa, vê com genuíno horror atos e palavras discriminatórios. No plano do "Zeitgeist" a luta contra o racismo foi vencida. Isso não significa, é claro, que o triunfo tenha chegado às estatísticas sociais.

O ponto que defendo aqui, na esteira de Friedrich von Savigny, é que esse tipo de revolução cultural independe da vontade do legislador. Quando este se digna a aprovar um diploma, é porque a sociedade já chegara muito antes a esse parecer.

Obviamente, sempre sobram grupos marginais que resistem à mudança. Mas, enquanto se limitam a dizer bobagens sem pô-las em prática, não vale a pena gastar recursos públicos com eles. Respostas mais adequadas à falta de sintonia com o "Zeitgeist" são o gelo social e uma boa caçoada.
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Faisal Saeed Al Mutar


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Offline Buckaroo Banzai

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #39 Online: 16 de Setembro de 2014, 01:58:42 »
Acho que é mais complicado do que o que ele diz. Se a sociedade já tivesse sempre chegado lá antes, as mudanças legais nem seriam necessárias, pois a prática espontânea da sociedade já seria de acordo com essas leis. O que não dá certo é uma imposição legal muito radical e alienígena à moral da população. Mas legislações, como essas anti-discriminação, devem ser catalizadores de uma mudança já iniciada em parte da população, mas não sem também uma considerável oposição. Sem a legislação favorecendo à outra parte, o ritmo das mudanças é certamente mais lento, se não estagnar ou reverter.



Offline Sr. Alguém

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Re:HÉLIO SCHWARTSMAN - Nosso representante na Folha de SP
« Resposta #40 Online: 21 de Outubro de 2014, 20:23:01 »
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

 

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