Autor Tópico: Ciência à prova de erros — e fraudes  (Lida 778 vezes)

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Offline 4 Ton Mantis

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Ciência à prova de erros — e fraudes
« Online: 13 de Julho de 2014, 09:43:26 »
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ciencia-a-prova-de-erros-e-fraudes?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&

Cinco temas científicos importantes de 2014 estão sendo contestados por pesquisadores. A divulgação de dados na internet, além da visibilidade de assuntos com grande apelo ao público, tornaram mais fácil e rápida a identificação de falhas em pesquisas. E podem ter inaugurado um modo mais rigoroso de se fazer ciência


Em 1912, o caçador de fósseis amador Charles Dawson e o paleontólogo Arthur Woodward anunciaram no Reino Unido a descoberta do "elo perdido" entre os homens e os macacos. Os restos do homem de Piltdown revolucionaram o conhecimento sobre as origens humanas e forneceram evidências para teorias que explicariam nossa ligação com os macacos, o tema mais quente da ciência no início do século XX. Quarenta anos depois, análises e técnicas de datação mostraram que a revelação científica de Dawson e Woodward correspondia ao que seria o mais famoso fóssil falso de todos os tempos. A fraude tinha sido fabricada com minúcia por seus descobridores.

Não foi preciso tanto tempo para se descobrir a fabricação de dados de um dos temas mais relevantes da ciência em 2014, a pesquisa com células-tronco. Em seis meses a revista Nature assumiu os erros de um estudo revolucionário sobre o tema publicado em suas páginas. Também foi rápida a contestação de outros feitos científicos do ano. Após serem anunciados, a descoberta das ondas gravitacionais, o exoesqueleto que faria paraplégicos voltarem a andar e a descrição de dois planetas semelhantes à Terra não sobreviveram ao crivo da ciência. Na última quinta-feira, o recuo veio de autores de uma pesquisa que anunciou a cura de um bebê com aids, em 2013. Parece que a ciência enfrenta uma temporada de "voltas atrás" — os temas compõem metade da lista dos mais promissores selecionados pela revista Nature para 2014. Sua contestação pela comunidade científica indica que hoje, mais do que nunca, a ciência não tolera falhas, anúncios precipitados — ou a pura e simples desonestidade, é claro.

A atividade científica é, por princípio, calcada na dúvida. Começa por hipóteses e teorias que, por meio de experimentos, podem ou não ser comprovadas. No caminho, há espaço para erros, retornos e reformulações - mas dentro de certos parâmetros éticos. Erros causados pelo desleixo ou pela pressa em anunciar resultados maculam o trabalho científico. Mas há também pesquisadores que intencionalmente omitem ou fabricam dados com o objetivo de angariar recursos, boas posições acadêmicas ou fama. Para gerenciar essa conduta, conselhos de ética e comissões que garantem a integridade científica tornam-se cada vez mais atuantes. Esses vigilantes, auxiliados pela transparência proporcionada por formas mais eficazes de revisão e controle de dados, criam hoje uma ciência capaz de detectar, rapidamente, simples equívocos de interpretação ou a pior má-conduta.

"É inegável que a internet e as novas tecnologias tornaram mais fácil detectar erros e plágios em pesquisas. O cientista caminha em uma linha tênue entre o conhecimento e a falha, mas, hoje, é necessário ainda mais rigor na apuração de dados e resultados. Não é preciso apenas fazer algo novo: é necessário também provar e possibilitar que outros cientistas repitam o achado", diz o químico Jailson de Andrade, professor da Universidade Federal da Bahia e um dos membros da Comissão de Integridade, ramo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Descobertas não publicadas — Um dos primeiros indícios de que um grande achado deve ser visto com cautela é a falta de publicação dos dados e conclusões em periódicos científicos. Foi o que aconteceu com a detecção das ondas gravitacionais que confirmariam o Big Bang e com a veste robótica que faria paraplégicos andar. Ambas foram amplamente divulgadas na imprensa antes de chegarem a revistas científicas internacionais.

"Se a pesquisa não é publicada em periódicos científicos, ela está na mira das críticas", afirma o bioquímico brasileiro Rogério Meneghini, co-criador do projeto SciELO, uma plataforma online com quase 1 000 revistas internacionais. "A publicação significa que o estudo passou pela revisão de outros pesquisadores, por discussões em congressos ou conferências e pela correção de possíveis erros. Sem isso, ela está destinada a ser contestada." É o que acontece com médicos que usam métodos sem comprovação científica para tratar doenças incuráveis, a exemplo da vitamina D utilizada no combate à esclerose múltipla.

A publicação científica é um parâmetro que faz com que os pesquisadores tenham acesso aos dados detalhados e às formas inovadoras com que os autores os interpretaram. Se isso não acontece, pode ser um indício de que há outros interesses, além dos científicos, por trás dos grandes achados.

O surgimento de sistemas online de publicação científica ampliou a rede de controle dos resultados científicos. "É ótimo que mais pesquisadores, em todos os lugares do mundo, possam acessar os dados científicos e desafiá-los. O compartilhamento de informações é fundamental para os avanços da ciência e nos ajudam a chegar à verdade", diz Kamran Abbasi, editor internacional do BMJ, na Inglaterra.

Esses sistemas tornaram a ciência moderna uma área em que hipóteses sem confirmação têm pernas curtas. Foi o caso da declaração de cientistas americanos, na última quinta-feira, de que a possível cura de um bebê com HIV nascido no Mississipi, nos Estados Unidos, não se sustenta. E também da descrição de que dois prováveis planetas semelhantes à Terra, Gliese 581d e Gliese 581g, anunciados em 2007 e 2010, não passam de manchas ou atividades estelares.

Pesquisas fraudulentas — Não são apenas os erros ou anúncios precipitados que precisam ser combatidos pela ciência, mas, principalmente, as pesquisas fraudulentas, assinadas por cientistas que deliberadamente forjaram dados. Neste mês, a revista Nature assumiu que errou ao publicar uma pesquisa que teria transformado células animais maduras em células-tronco. Anunciada em janeiro como revolucionária, a técnica chamou a atenção de grupos de pesquisas de todo o planeta, que se empenharam em avaliá-la. Cientistas tentaram reproduzir os resultados, sem sucesso. As discussões sobre os resultados do artigo culminaram na sua retratação. A Nature declarou que o estudo continha erros graves, como manipulação de dados, e decidiu que ele não possui valor científico e, portanto, não pode mais ser citado por colegas da área.

Nos últimos anos, retratações como essa vêm aumentando. Em 2012, foram cerca de 400 artigos retratados em periódicos ao redor do mundo, número semelhante a 2011. Em 2013, os dados subiram para 500, de acordo com o site americano Retraction Watch, que publica diariamente notificações de pesquisas retratadas em todo o mundo. Trata-se de uma pequena fração dos cerca de 2 milhões de artigos publicados anualmente — mas as fraudes têm se tornado cada vez mais comuns.

Os últimos dados do Escritório de Integridade em Pesquisa (ORI, em inglês), do Departamento de Saúde do governo americano, mostram que, em 2011, houve 240 denúncias de fraude, número superior à média histórica do escritório, de 198. No mesmo ano, 44% das denúncias resultaram em condenações de má conduta —  nesse caso, um número superior à média anual de 36%. Na última semana, um único periódico, o Journal of Vibration and Control, publicação importante na área da acústica, retratou 60 artigos ligados a um pesquisador de Taiwan. De acordo com a investigação conduzida pelo periódico, o pesquisador teria criado 130 contas de e-mail que seriam usadas para a revisão de suas pesquisas.

Um dos principais objetivos de um cientista que age de maneira fraudulenta é garantir o financimento para o seu trabalho. "Conclusões que recebam muita publicidade podem se traduzir em fama financiamento", diz Abbasi. "Mas ciência é baseada na honestidade e pesquisas fraudulentas não devem ter espaço."

Sem lugar para o erro — Os especialistas na área apontam que, graças a modernos programas de computador tornou-se possível encontrar plágios de textos e erros em imagens de maneira rápida e simples. Erros que antes levavam anos para serem descobertos podem ser encontrados em segundos por meio de uma busca em bases de dados.

Todas essas novas estratégias possibilitaram que a revisão, tradicionalmente feita antes da publicação, tenha se tornado contínua, mesmo após a pesquisa ser divulgada. "A revisão após a publicação é algo recente, que melhorou o exame dos artigos e, certamente, levou a muitas retratações", diz Adam Marcus, um dos editores e fundadores do site Retraction Watch. "A noção de que um estudo publicado seja um tipo de 'trabalho em andamento' pode ser assustador para muitos cientistas, mas é nesse sentido que a ciência está avançando. Por mais perturbador que isso possa parecer, não é uma tendência negativa, pois o objetivo de qualquer artigo científico é oferecer uma proposta que resista a exames posteriores."

"O que move a ciência é a dúvida, a busca pelo novo. No entanto, isso exige, cada vez mais, um grande rigor", diz o químico Jailson de Andrade, da Comissão de Integridade do CNPq. "Produzir uma fraude é capaz não só de acabar com a carreira de um cientista, mas também de produzir consequências graves e até ameaçar vidas humanas."

Foi o que aconteceu com um estudo publicado em 1998 no periódico The Lancet que associou o autismo à vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). A pesquisa semeou o pânico e fez com quem muitos pais deixassem de vacinar seus filhos em todo o mundo. A revista se retratou apenas em 2010, quando reconheceu que os métodos do estudo eram inexatos e pouco éticos. Mas o estrago permanece. Países europeus vivem surtos de sarampo, causados pela baixa adesão à vacinação.

Os recuos deste ano mostram que a ciência trabalha com a incerteza, mas se torna, cada vez mais, intolerante com o erro. Com a publicação de dados e conclusões em sistemas online, o apoio da imprensa especializada na divulgação dos resultados e a revisão rigorosa de grupos de pesquisa em todos os cantos do planeta, falhas e equívocos são expostos com clareza ao público — e inauguraram uma ciência mais rigorosa e eficaz. "Todos que geram um conhecimento novo precisam fazer isso com muito cuidado e severidade. Má conduta, cópia de dados são extremamente graves e não são mais tolerados", diz Andrade.
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Offline Skeptikós

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #1 Online: 13 de Julho de 2014, 13:53:19 »
É, os mais inocentes ainda parecem acreditarem que a busca pela verdade e a imparcialidade na busca são valores seguros da ciência. Mas com um pouco de analise do mundo da ciência se percebe que outras coisas parecem se sobreporem a busca simples e pura da verdade mediante investigações imparciais. Como dito, a reputação, os recursos financeiros e o status social como um topo acabam se tornando em muitos exemplos mais importantes do que a busca imparcial pela verdade simples e pura, e acabam por isso a comprometerem a ciência na medida em que estes cientistas usam de meios fraudulentos, manipulatórios e falsários de maneira geral para alcançarem o sucesso mais rápido. Realmente deprimente, até mesmo estudos e alegações cientificas devem serem analisadas com ceticismo extremo, para evitar enganações comuns, no entanto isso se torna difícil para pessoas comum como eu e você, que não são peritos em ciência alguma. No final das contas só nos resta o bom senso.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Cientista

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #2 Online: 13 de Julho de 2014, 14:03:26 »
Um texto meio perdido na própria proposta mas com um ponto alto bem identificável:

"Parece que a ciência enfrenta uma temporada de "voltas atrás" "

O que se pode experimentar no presente, não, claro, por todo e qualquer humano no exato momento, é o que pode compor as causas de um novo movimento iluminista, porque o universo acadêmico tornou-se religioso/fervoroso demais; em todos os segmentos! Daqui vai o porquê do "meio perdido" do texto: essa divinificação "da" ciência por suas fantásticas "propriedades autocorretivas" (que, de modo algum, estão contidas nela mesma, como fundamenta-se a crença, mas na necessidade de que as coisas funcionem) está atingindo um status nítido de religiosidade. Ao mesmo tempo em que no texto (já) se admite que a honestidade pura e simples do cientista é o determinante de que MALEFÌCIOS ENORMES não sejam causados, a exemplo do mencionado caso da associação entre vacinas... para sarampo, rubéola e caxumba com autismo, prega-se a esperança religiosa dos "novos tempos", em que multidões cada vez maiores de fiscalizadores procederão à manutenção da 'castidade da ciência', crença que vai contra a própria evidência apresentada, nem mesmo da ineficácia disso, mas da influência disso na tragédia!

Depois de a humanidade inteira (conjunto de todas as máquinas humanas) se apoderar de SUBprodutos de ciência, quis apoderar-se dela própria, que não é mais que para uma parcela dessas máquinas, uma vez que confundindo-se com seus próprios funcionamentos. O resultado não pode ser outro. Está aí, e vai piorar ainda, porque um conjunto de tecnologias que emergem rápido facilmente afasta a necessidade de acuração imediata de muitos resultados práticos, levando a neocrendices "bem sustentadas".

Mas... claro...  um Cientista sempre sabe disso tudo muito antes...



P.S.: Não está incluso aí a, talvez, de todos os tempos -- aquele bosinho... Não há aplicação prática que faça uso de sua veracidade...



E... Skeptikós...    ...sem comentários para ti, meu jovem...

Offline Skeptikós

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #3 Online: 13 de Julho de 2014, 14:36:28 »
Caro Cientista, não entendi a pretensão de seu comentário final, não sei se foi um comentário elogioso ou uma zombaria sarcástica. Mas isso não tem importância, eu só gostaria apenas de fazer mais algumas observações. A tecnologia moderna e as maiores facilidade de publicação e analise de estudos publicados facilitam a investigação e fiscalização dos periódicos de fato, no entanto me parece que facilita também o número de publicações. Logo o aumento das descobertas de Fraudes talvez não representem um aumento percentual de fato das atitudes fraudulentas e desonestas em comparação as atitudes honestas e verídicas por parte dos Cientista.

É claro que se a vinte anos atrás haviam algumas dezenas de milhares de publicações cientificas anualmente, e hoje este numero está na casa das centenas (Isso é só um exemplo, visto que admito não conhecer números anuais de publicações cientificas), é natural que o número absoluto de fraudes tenham subido, principalmente pela maior facilidade de fiscalização,  isso no entanto não quer dizer que os cientistas se tornaram mais imorais, mas que simplesmente que o número total de cientistas aumentou, e acompanhando este aumento de cientista veio também o aumento de todos os episódios a eles associados, como a fraude por exemplo.

Mas uma coisa me aprece ficar mais evidente neste cenário, que é o fato da ciência não ser movida simples e puramente em função da verdade como uma entidade independente e separada das paixões humanas, você Cienstista me aprece fazer o tipo que defende que a ciência independe dos homens, e que aquilo que tudo que é fraudulento simplesmente não é ciência, mas deve concordar que o é enquanto acreditamos que seja, logo enquanto não for refutada para todos aqueles que acreditaram na fraude a verá como ciência. E devemos atentar para o fato de que sim, as as paixões humanas, simplesmente as que almejam o poder, muitas vezes corrompem os homens os fazendo optar por meios imorais para alcançarem mais rápido o sucesso, que neste caso não se resume a verdade, mas sim ao poder. E aquilo que eles produzem, enquanto não é refutado, se posa como ciência e chamamos a isso de ciência.

Outra coisa é a de que de fato a internet facilita a descoberta de fraudes, e isso não me parece algo negativo, pois se não se pôde direcionar a busca pela verdade de forma imparcial na conduta de boa parte dos cientistas através de uma atitude/educação moral, talvez se consiga mediante a ameaça de ser pego com a boca na botija, sendo punido de forma severa, mediante o aumento do rigor e da presença fiscalizatória.

Abraços!
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Offline Skeptikós

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #4 Online: 13 de Julho de 2014, 14:44:49 »
Acho que este outro tópico de autorias indevidas e plágios deveria ser ligado aqui também, pois se relacionam ao tema fraude. E ambos só demonstram o quanto as paixões humanas direcionam e influenciam os rumos e resultados produzidos por isso que chamamos ciência. Ao meu ver tais cenários expostos servem fundamentalmente para aumentar o nosso ceticismo em relação a ciência, que como toda outra forma de conhecimento se mostra nestes cenários acima falível e passível de ser corrompida, apesar do véu de integridade e credibilidade ao qual a ciência esteve envolta e associada para a maioria das pessoas desde sempre.

Abraços!
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Offline Cientista

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #5 Online: 14 de Julho de 2014, 03:18:56 »
Caro Cientista, não entendi a pretensão de seu comentário final, não sei se foi um comentário elogioso ou uma zombaria sarcástica.
Nem uma coisa nem outra, mas, se não só para ignicionar mais um texto prolixo-verborrágico-algaravioso (que veio mesmo! hahahahahah) do jovem, está bem, comenta o Cientista, então: é que, no mínimo, três coisas (mais ainda é, mas essas três...  tsc tsc tsc...) são de doer no seu post, filho:

É, os mais inocentes ainda parecem acreditarem que a busca pela verdade e a imparcialidade na busca são valores seguros da ciência. Mas com um pouco de analise do mundo da ciência se percebe que outras coisas parecem se sobreporem a busca simples e pura da verdade mediante investigações imparciais. Como dito, a reputação, os recursos financeiros e o status social como um topo acabam se tornando em muitos exemplos mais importantes do que a busca imparcial pela verdade simples e pura, e acabam por isso a comprometerem a ciência na medida em que estes cientistas usam de meios fraudulentos, manipulatórios e falsários de maneira geral para alcançarem o sucesso mais rápido. Realmente deprimente, até mesmo estudos e alegações cientificas devem serem analisadas com ceticismo extremo, para evitar enganações comuns, no entanto isso se torna difícil para pessoas comum como eu e você, que não são peritos em ciência alguma. No final das contas só nos resta o bom senso.

Abraços!
E uma tu repetes três vezes! "Busca pela verdade", filho??? Bem se vê que desconheces o que é ciência...

"Até mesmo estudos e alegações científicas..."... Por que "até mesmo"?!

E "bom senso" é coisa que não cabe em ciência, especialmente se vindo de "pessoas comum(sic) como Skeptikós e 4 Ton Mantis*, que não são peritos em ciência alguma". Máquinas pensadoras científicas não têm bom senso, têm uma coisa desconhecida pelas outras -- senso científico, que jamais entra em consenso senão com/pela realidade (exterior à mente, claro, desnecessário deveria ser dizer).


*Segundo o Skeptikós!


Mas isso não tem importância, eu só gostaria apenas de fazer mais algumas observações. A tecnologia moderna e as maiores facilidade de publicação e analise de estudos publicados facilitam a investigação e fiscalização dos periódicos de fato, no entanto me parece que facilita também o número de publicações. Logo o aumento das descobertas de Fraudes talvez não representem um aumento percentual de fato das atitudes fraudulentas e desonestas em comparação as atitudes honestas e verídicas por parte dos Cientista.
O único problema é o ingresso crescente de máquinas pensadoras mágicas no recinto, não tanto por suas compleições morais, mas por suas filosofidades. Tal contaminação é mortalmente danosa.


É claro que se a vinte anos atrás haviam algumas dezenas de milhares de publicações cientificas anualmente, e hoje este numero está na casa das centenas (Isso é só um exemplo, visto que admito não conhecer números anuais de publicações cientificas), é natural que o número absoluto de fraudes tenham subido, principalmente pela maior facilidade de fiscalização,  isso no entanto não quer dizer que os cientistas se tornaram mais imorais, mas que simplesmente que o número total de cientistas aumentou, e acompanhando este aumento de cientista veio também o aumento de todos os episódios a eles associados, como a fraude por exemplo.
Está se atendo demais ao fator fraude, meu caro jovem Skeptikós, mas o tópico fala, primeiro, em *erro*. A fraude é o menor dos problemas em ciência; o gigante devastador é a crença.


Mas uma coisa me aprece ficar mais evidente neste cenário, que é o fato da ciência não ser movida simples e puramente em função da verdade como uma entidade independente e separada das paixões humanas,
Um cientista não é movido absolutamente por nada como "verdade"; o que move um cientista é um profundo, visceral, incontido, incontrolável, inquebrantável, inviolável desejo de 'cientistar'.


você Cienstista me aprece fazer o tipo que defende que a ciência independe dos homens,
Veja aqui a tragédia intercomunicativa entre jovem Skeptikós e Cientista! DE    ONDE     TIRASTE       ISSO?!!!  Meu jovem...

Realmente...  assim fica muito muito muito...      difícil de divertido!!!!!  hahahahahahahahahahahahahahaha

Faça uma liçãozinha de casa e veja se descubra o que o Cientista "parece fazer o tipo de defender..."    ...Uma dica: é o contrário disso aí, filho!   hahahahahahahahahah...


e que aquilo que tudo que é fraudulento simplesmente não é ciência,
E como poderia?...   Mas, isso não tem inclusão nenhuma aqui nesse assunto...


mas deve concordar que o é enquanto acreditamos que seja, logo enquanto não for refutada para todos aqueles que acreditaram na fraude a verá como ciência.
Aqui já deve ser mesmo piada rasgada, só pode...  Não é possível... Não tens tão curta/pouca memória... Gostas de proporcionar gargalhadas ao Cientista, não, fio?!

HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA...


E devemos atentar para o fato de que sim, as as paixões humanas, simplesmente as que almejam o poder, muitas vezes corrompem os homens os fazendo optar por meios imorais para alcançarem mais rápido o sucesso, que neste caso não se resume a verdade, mas sim ao poder. E aquilo que eles produzem, enquanto não é refutado, se posa como ciência e chamamos a isso de ciência.
Sabe aquele discurso/texto de Einstein sobre o "santuário da ciência" (o Cientista já postou ele por aqui algures num de seus posts tempo atrás...)? Lá, ele alegoriza um lugar onde ingressam os "homens de ciência"; os divide em três categorias, os... "atletas", algo assim, os buscadores de sucesso puro e simples, e os, na mais genuína palavra, *cientistas*, que "fariam gosto aos olhos do anjo selecionador" (é uma a-le-go-ri-a!)...  ...e que, restando somente eles, o salão ficaria quase completament vazio, enquanto transbordando incluídos os outros.  Bom... você está falando dos dois primeiros grupos, ou seja, todo o problema do que já se tornou antro há muito, que nunca transbordou tanto.


Outra coisa é a de que de fato a internet facilita a descoberta de fraudes, e isso não me parece algo negativo, pois se não se pôde direcionar a busca pela verdade de forma imparcial na conduta de boa parte dos cientistas através de uma atitude/educação moral, talvez se consiga mediante a ameaça de ser pego com a boca na botija, sendo punido de forma severa, mediante o aumento do rigor e da presença fiscalizatória.

Abraços!
Será que deveria ser animador ver o Skeptikós "partindo pra ignorância" mesmo e "metendo o sarrafo" na cambada que não se comporta direitinho, mesmo tendo tido tanta formação escolar, acadêmica e especialmente científica mas... coitados... carecendo de "educação moral Skeptikosiana" e, não restando outra alternativa a não ser...  oh, que selvagem, retrógrado e deprimente...  ...ter que recorrer a... "punir de forma severa mesmo" a caterva de pulhas?!   hahahahahahahahahahahahahahahahahaha...

Cheiro de esperança no ar...   hahahahahahahahahahahahahahah...



Ah, só prá dica: quando não funcionar a "educação moral skeptikosiana", manda  ver naquele polegarzinho imperial prá baixo na caterva, que aquele   ...e matadoooor!  hahahahahahahahaahah!
« Última modificação: 14 de Julho de 2014, 03:30:32 por Cientista »

Offline Skeptikós

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Re:Ciência à prova de erros — e fraudes
« Resposta #6 Online: 14 de Julho de 2014, 13:42:39 »
Ok, já que com você a razão e a lógica não são suficientes para convence-lo de suas incoerências caro Cientista, alimentadas por convicções ideológicas pseudo-cientificas, lá vai o sinal direcionado a ti e aconselhado por si mesmo:  :no:

Nossos debates a muito não passam de pura e simples troca de ataques cômicos de um contra o outro (onde a diversão ao menos parece ser mutua). Geralmente iniciados pelo mestre em tal arte, o caro Cientista, que quase sempre não tendo nada a falar (de relevante ou produtivo) despeja seu discurso prolixo e verborrágico, sem sentido algum mas recheado de ataques infundados ao mesmo tempo que cômicos, infundados devido ao frequente atestado auto-evidente de ignorância do caro Cientista sobre os assuntos a tratar, mas cômico devido a forma humorística (intencional ou involuntária) que o caro Cientista discursa.

agora vamos aos julgamentos finais, sobre lógica argumentativa, senso crítico cientifico e mesmo qualquer conhecimento digno de ser chamado de cientifico ou acadêmico, caro Cientista, o sinal que você merece é o seguinte:  :no:

Agora, sobre saber usar de sua ignorância explanada em verborragia prolixa de forma cômica e humorística, ninguém sabe fazer melhor do que você,  :1o:  :louva: logo, neste quesito eu, o imperador Skeptikós (titulo dado pelo próprio cientista, obrigado por isso, pois até gostei de tal titulo)  lhe agracia com o sinal de polegar para cima:  :ok:

 :histeria: :histeria:
« Última modificação: 14 de Julho de 2014, 13:45:50 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

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