É com uma referência a um clássico livro de Lenin, Que Fazer? (Что делат?), que começo o tópico. Sou um ateu convicto, tendo formado esse conceito a partir de centenas e centenas de leituras nas mais diversas áreas das Ciências Humanas, Biológica e até mesmo Exatas - esses duas, por força do hábito, menos, mas ainda assim, uma carga de leitura considerável. Em suma, eu sei o que eu quero; eu sei o que eu sou, no que diz respeito às crenças religiosas.
Acontece que a esposa do meu patrão, uma carola dessas chatíssimas, catolicona mesmo, começou a encher o meu saco sem parar, praticamente obrigando-me a fazer uma porcaria de um "encontro de jovens". Ela não usou da coerção (ameaça de demissão, por exemplo), mas está, entretanto, em uma posição onde eu não posso contestá-la com a mesma veemência que ela me obriga a fazer o tal do evento. Para acabar com a novela, fui ao local e fiquei três dias fazendo as gincanas mais patéticas possíveis, cantando músicas mais idiotas ainda e fazendo dancinhas do tipo "quá-quá-quá", enquanto balançava os braços na intenção de imitar as asas de uma galinha. Pois é, se eu não fizesse, me destacaria por lá e seria amiúde apontado. Agora a mulher acha que eu estou me convertendo e disse, com essa palavras, que "não largará do meu pé". Em suma, estou completamente ferrado. Não sei o que fazer. Está certo que não podem me obrigar a nada, mas além dela estar em um cargo acima do meu, de forma a impor até mesmo em ocasiões fora do trabalho, eu também tenho uma timidez horrível. Eu não consigo levar até ela uma discussão séria, até porque a mulher é ignorante; seria, pois, como debater com uma pedra - e garanto, ela sairia vitoriosa.
Venho, por fim, pedir conselho aos amigos céticos. Que fazer?
Obrigado!