No caso geral, dê-se de comer ao crente. Crente gosta de crer e adora crer que o outro crê também. Alimente-o com mais essa crença que ele ficará satisfeito e vai tender a deixar o outro mais em paz. É só alimentar de forma bem estratégica.
No caso específico, se é para suportar a coisa pelo trabalho, não é tão óbvio o que a fazer?! Cobre hora extra, ora bolas! Com adicional de insalubridade mental e... invente-se alguma remuneração compensatória qualquer por... sujeitar-se a coisas indesejáveis.
Claro, se for o caso da "coceira na 'bacurinha' ", como possibilidade levantada aqui, é só dar uma boa chicotada na barata que, a depender da qualidade da barata, pode exigir adicional ou não... Aí é no acordo...
Mas o que mostra que o problema é outro muito outro...
É com uma referência a um clássico livro de Lenin, Que Fazer? (Что делат?), que começo o tópico.
Que relação tem o "Que fazer?" do Lenin com o "que fazer" do tópico? Alguma, ou isso foi só para 'subliminarizar' "erudição" que não serve nem para erodir uma simples crente?
Sou um ateu convicto, tendo formado esse conceito a partir de centenas e centenas de leituras nas mais diversas áreas das Ciências Humanas, Biológica e até mesmo Exatas - esses duas, por força do hábito, menos, mas ainda assim, uma carga de leitura considerável. Em suma, eu sei o que eu quero; eu sei o que eu sou, no que diz respeito às crenças religiosas.
Por que "até mesmo exatas"? Está invertida a hierarquia. A base fundamental para a descrença está no que se chama "ciências exatas". Biologia e *até* (aqui sim, aplica-se) "ciências" humanas podem ser deixadas de lado. O que fica impossível para mim acreditar é no conteúdo veridicional das declarações nesse parágrafo, lamento...
Acontece que a esposa do meu patrão, uma carola dessas chatíssimas, catolicona mesmo, começou a encher o meu saco sem parar, praticamente obrigando-me a fazer uma porcaria de um "encontro de jovens". Ela não usou da coerção (ameaça de demissão, por exemplo), mas está, entretanto, em uma posição onde eu não posso contestá-la com a mesma veemência que ela me obriga a fazer o tal do evento. Para acabar com a novela, fui ao local e fiquei três dias fazendo as gincanas mais patéticas possíveis, cantando músicas mais idiotas ainda e fazendo dancinhas do tipo "quá-quá-quá", enquanto balançava os braços na intenção de imitar as asas de uma galinha. Pois é, se eu não fizesse, me destacaria por lá e seria amiúde apontado. Agora a mulher acha que eu estou me convertendo e disse, com essa palavras, que "não largará do meu pé". Em suma, estou completamente ferrado. Não sei o que fazer. Está certo que não podem me obrigar a nada, mas além dela estar em um cargo acima do meu, de forma a impor até mesmo em ocasiões fora do trabalho, eu também tenho uma timidez horrível. Eu não consigo levar até ela uma discussão séria, até porque a mulher é ignorante; seria, pois, como debater com uma pedra - e garanto, ela sairia vitoriosa.
Venho, por fim, pedir conselho aos amigos céticos. Que fazer?
Obrigado!
É, pensando bem... depois de ler melhor essa parte, você está, basicamente, na situação dos descrentes do mundo -- sob o jugo do enorme poderio dos crentes. Submeta-se (o que não deverá te ser tão sacrificado assim...) ou "morra" (até mooorra mesmo, que a coisa é ainda muito feia hahahahahahaha). Não tem jeito.