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Rhyan

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O que a medicina soviética nos ensina
« Online: 08 de Agosto de 2014, 16:58:53 »
O que a medicina soviética nos ensina
por Yuri N. Maltsev

Em 1918, a União Soviética se tornou o primeiro país a prometer saúde pública universal "do berço ao túmulo", a qual seria alcançada por meio da completa socialização da medicina.  O "direito à saúde" se tornou um "direito constitucional" dos cidadãos soviéticos.
As proclamadas vantagens deste sistema seriam a "redução dos custos" e a eliminação dos "desperdícios" gerados por "paralelismos e duplicações desnecessárias" — isto é, pela concorrência.

Tal sistema teve várias décadas para funcionar e apresentar resultados, mas a apatia generalizada e a baixa qualidade dos serviços paralisaram o sistema de saúde.  No auge do experimento socialista, as instituições de saúde na Rússia estavam pelo menos cem anos atrasadas em relação ao nível médio das americanas.  Mais do que isso, a imundície, os maus odores, os gatos sujos vagando pelos corredores, a equipe médica constantemente embriagada, e a falta de sabão e de vários outros produtos de limpeza contribuíram para a sensação generalizada de desesperança e frustração que paralisou o sistema.  De acordo com estimativas oficiais russas, 78% de todas as vítimas de AIDS na Rússia contraíram o vírus em hospitais públicos, através de agulhas infectadas ou de sangue contaminado.

A irresponsabilidade, expressa pelo ditado popular russo "Eles fingem que nos pagam e nós fingimos que trabalhamos", resultou em uma qualidade de serviços pavorosa, corrupção generalizada, e perdas de vidas em escala pandêmica.  Um amigo meu, hoje famoso neurocirurgião na Rússia, recebia um salário mensal de 150 rublos — um terço do salário médio de um motorista de ônibus.

Se quisessem receber um mínimo de atenção de médicos e enfermeiros, os pacientes tinham de pagar propinas. Eu mesmo testemunhei o caso de um paciente "não pagante" que morreu tentando chegar ao banheiro no final de um longo corredor, após uma cirurgia cerebral.  Anestesia geralmente "não estava disponível" em casos de abortos ou de pequenas cirurgias de ouvido, nariz, garganta ou pele.  O medicamento era utilizado como um poderoso meio de extorsão por burocratas (que também eram médicos) inescrupulosos.

Para melhorar as estatísticas relativas ao número de óbitos dentro do sistema, pacientes eram rotineiramente empurrados porta afora antes de darem o último suspiro, o que fazia com que seus cadáveres não entrassem nas estatísticas oficiais de mortos em decorrência da baixa qualidade dos serviços médicos.

Tendo sido eu um representante (deputado) na região de Moscou entre 1987 e 1989, recebi muitas reclamações sobre negligências criminosas, subornos recebidos por apparatchiks encarregados da saúde, equipes de ambulância completamente embriagadas, e intoxicações alimentares em hospitais e creches. Lembro-me do caso de uma menina de 14 anos do meu distrito que morreu em decorrência de uma nefrite aguda em um hospital de Moscou.  Ela morreu porque um médico decidiu que era melhor economizar "preciosos" filmes de raios X (que eram importados pelos soviéticos para serem usados como moeda forte) do que rever seu diagnóstico inicial. Caso o raio X fosse feito, ele teria desmentido o diagnóstico inicial de dor neuropática.

Em vez disso, ele tratou a adolescente com compressas quentes, o que a matou quase que instantaneamente. Não havia assistência jurídica para os pais e avós da jovem.  Por definição, um sistema estatal universal de saúde não pode permitir esse tipo de assistência jurídica.  Os avós da garota não suportaram a perda e morreram em seis meses.  O médico não recebeu sequer uma advertência oficial.

Nada surpreendentemente, burocratas do estado e membros do Partido Comunista, ainda em 1921 (três anos após a socialização da saúde feita por Lênin), perceberam que o sistema de saúde igualitário era bom apenas para os interesses pessoais dos fornecedores, administradores e responsáveis pelos racionamentos — e nunca para os cidadãos usuários do sistema.

Consequentemente, como em todos os países de saúde socializada, um sistema de dois níveis foi criado: um para a plebe e outro, com um nível de serviço completamente diferente, para os burocratas e seus assistentes intelectuais. Na União Soviética, era algo bastante comum que, enquanto operários e camponeses morriam nos hospitais públicos, os remédios e equipamentos que poderiam salvar suas vidas estivessem ociosos nos hospitais da nomenklatura.

No final do experimento socialista, o índice oficial de mortalidade infantil da Rússia era 2,5 vezes maior do que o dos Estados Unidos e cinco vezes maior que o do Japão. O índice de 24,5 mortos por 1.000 nascidos vivos foi recentemente questionado por vários deputados do parlamento russo, que alegam ser na verdade sete vezes maior que o americano. Isso faria o índice de mortalidade na Rússia ser de 55, comparado a um índice de 8,1 mortos por 1.000 nascidos vivos nos Estados Unidos.

Dito isso, devo deixar bem claro que os Estados Unidos possuem um dos maiores índices de mortalidade entre o mundo industrializado apenas porque contabilizam todas as crianças mortas, inclusive bebês prematuros, que é quando a maior parte das fatalidades ocorre.

A maioria dos países não contabiliza mortes de prematuros.  Alguns países não contabilizam nenhuma morte ocorrida nas primeiras 72 horas de vida.  Outros nem sequer contabilizam qualquer morte ocorrida nas primeiras duas semanas de vida.  Em Cuba, que se gaba de apresentar um índice de mortalidade muito baixo, as crianças são registradas somente após vários meses de vida, o que faz com que todas as mortes de crianças ocorridas nos primeiros meses de vida fiquem de fora das estatísticas oficiais.

Nas áreas rurais do Caracalpaquistão, de Sakha, da Chechênia, da Calmúquia e da Inguchétia, a mortalidade infantil chega quase a 100 por 1.000 nascidos vivos, colocando essas regiões no mesmo nível de Angola, Chade e Bangladesh.  Dezenas de milhares de crianças morrem de gripe todos os anos, e a proporção de crianças morrendo de pneumonia e tuberculose segue crescendo.  O raquitismo, doença causada por falta de vitamina D, e ausente no resto do mundo moderno, segue impavidamente matando muitos jovens.

Danos uterinos já estão alastrados graças aos 7,3 abortos que uma mulher russa efetua durante sua idade fértil, em média.  Levando-se em conta que muitas mulheres não efetuam aborto algum, a média de 7,3 significa que há muitas mulheres fazendo 12 ou mais abortos durante sua vida.

Ainda hoje, de acordo com o Comitê Estatístico do Estado, a expectativa média de vida do homem russo é de menos de 59 anos — 58 anos e 11 meses — enquanto a expectativa média de vida da mulher russa é de 72 anos.  A média combinada é de 65 anos e três meses.[1] Em comparação, a média de vida do homem nos Estados Unidos é de 73 anos, e a da mulher é de 79 anos.  Nos Estados Unidos, a expectativa média de vida de toda a população atingiu um recorde inédito de 77,5 anos, contra apenas 49,2 anos há apenas um século.  A expectativa de vida da população russa no nascimento é 12 anos menor.[2]

Após 70 anos de socialismo, 57% de todos os hospitais russos não possuíam água quente encanada, e 36% dos hospitais localizados em áreas rurais da Rússia não contavam com água encanada ou rede de esgoto de qualquer tipo.  Não é extraordinário como aquele governo socialista, enquanto desenvolvia armas sofisticadas e participava da corrida espacial, ignorava completamente as necessidades mais básicas de sobrevivência de seus cidadãos?

A pavorosa qualidade de serviços não é uma característica exclusiva da "brutal" Rússia ou de outras nações do Leste Europeu: ela é resultado direto do monopólio governamental sobre a saúde e pode acontecer em qualquer país.  Na "civilizada" Inglaterra, por exemplo, a fila de espera para cirurgias é de aproximadamente 800.000 pessoas, em uma população de 55 milhões.  Não há equipamentos de última geração na maior parte dos hospitais britânicos.  Na Inglaterra, apenas 10% dos gastos em saúde advêm de fontes privadas.

A Grã-Bretanha foi pioneira no desenvolvimento de tecnologia para diálise renal, mas, mesmo assim, o país possui uma das menores taxas de diálise no mundo. A Brookings Institution (não exatamente uma defensora do livre mercado) constatou que, a cada ano, 7.000 britânicos necessitando de próteses de quadril, entre 4.000 e 20.000 necessitando de cirurgias de pontes de safena, e algo entre 10.000 e 15.000 necessitando de quimioterapia para câncer, têm atendimento médico negado pelo estado.

Discriminação por idade é particularmente evidente em qualquer sistema de saúde gerido pelo estado ou fortemente regulado. Na Rússia, pacientes com mais de 60 anos são considerados parasitas inúteis, e aqueles com mais de 70 têm até os mais básicos tratamentos de saúde negados.

No Reino Unido, no tratamento de falência renal crônica, aqueles com 55 anos de idade têm o tratamento negado em 35% dos centros de diálise.  Para os paciente de 65 anos ou mais, 45% têm o tratamento negado, ao passo que pacientes de 75 anos raramente recebem qualquer tipo de assistência médica nesses centros.

No Canadá, para "melhor" gerenciar o acesso a tratamentos médicos, o governo divide a população em três faixas etárias: abaixo de 45 anos, entre 45 e 65, e acima de 65 anos. Nem é preciso dizer que o primeiro grupo, que pode ser chamado de "pagadores ativos de impostos", recebe tratamento prioritário.

Defensores da medicina socializada, principalmente nos Estados Unidos, utilizam táticas soviéticas de propaganda para alcançar seus objetivos.  Michael Moore é um dos mais importantes e eficazes propagandistas socialistas na América.  Em seu filme Sicko [no Brasil, S. O. S. Saúde], ele compara de forma desfavorável e injusta o atendimento a pacientes idosos sofrendo de doenças complexas e incuráveis nos Estados Unidos ao atendimento rotineiro a mulheres jovens em trabalho de parto na França e no Canadá.  Houvesse ele feito ao contrário — ou seja, comparar o tratamento a mulheres jovens tendo bebês nos EUA ao tratamento a pacientes idosos com doenças complexas e incuráveis em sistemas de saúde socializados —, o filme seria igual, exceto pelo fato de que, nos EUA, o sistema de saúde pareceria ideal, ao passo que no Reino Unido, na França e no Canadá pareceria primitivo e selvagem.

Neste momento, nos Estados Unidos, os cidadãos estão sendo doutrinados a aceitar a discriminação dos idosos no sistema de saúde. Ezekiel Emanuel é diretor do Departamento de Bioética Clínica no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e um dos arquitetos do plano de reforma da saúde do Presidente Obama.  Ezekiel Emanuel escreveu que os serviços de saúde não devem ser garantidos a

Citar
indivíduos que estão irreversivelmente impedidos de ser ou de se tornar cidadãos ativos. Um exemplo óbvio é não garantir serviços de saúde a pacientes sofrendo de demência.[3]

Outro perturbador artigo, coescrito por Emanuel, apareceu no periódico médico The Lancet, em janeiro de 2009. Os autores escrevem que

Citar
ao contrário da alocação [de recursos de saúde] baseada em sexo ou raça, a alocação baseada em idade não é discriminação odiosa; cada pessoa passa por diferentes fases da vida, em vez de se manter em uma única idade.  Mesmo que pessoas com 25 anos tenham prioridade sobre pessoas com 65 anos, todos que têm 65 anos hoje já tiveram 25 algum dia.  Tratar pessoas com 65 anos de idade de modo diferente por causa de estereótipos ou mentiras seria discriminatório; tratá-las diferentemente porque elas já tiveram mais anos de vida não é.[4]

Toda medicina socializada inevitavelmente cria uma burocracia governamental maciça — igual às das escolas públicas, e com a mesma qualidade — e, no final, impõe controles de preços que inevitavelmente causarão escassez e baixa qualidade de serviços.  Os recursos são racionados não com base em preços, que inexistem em um sistema estatizado, mas sim com base em considerações políticas, corrupção ou nepotismo.  A saúde torna-se totalmente gerenciada por burocratas estatais.  Ela passa a funcionar como os Correios.

Em um sistema de saúde socializado, só é possível economizar custos pressionando-se os fornecedores ou recusando atendimento aos doentes — não há outra forma de economizar.  Os mesmos argumentos foram utilizados para defender a cultura de algodão no sul dos Estados Unidos antes da Guerra Civil.  A escravidão certamente "reduzia os custos" de mão-de-obra, "eliminava o desperdício" da negociação de salários, e evitava "paralelismos e duplicações desnecessárias".

Uma das causas dos altos custos médicos nos Estados Unidos está no fato de que os profissionais de saúde de lá têm os mais altos níveis de remuneração do mundo.  Outra causa dos altos custos do sistema de saúde americano é a existência de regulamentações governamentais sobre o setor, as quais impedem que a concorrência diminua os custos. Regulamentos como os certificates of need [literalmente 'certificados de necessidade', documentos emitidos por agências reguladoras estatais e exigidos para a construção de novos hospitais. Foram criados com o objetivo de se evitar o excesso de hospitais em determinada região], licenciamentos, e outras restrições à disponibilidade dos serviços de saúde impedem a concorrência e, consequentemente, resultam em maiores preços e menor oferta de serviços.

Sistemas socializados de medicina nunca elevaram o padrão geral de saúde ou de qualidade de vida em lugar algum. Na verdade, tanto a lógica analítica como as evidências empíricas apontam para a direção oposta. Mas o lúgubre fracasso da medicina socializada em elevar a saúde e a longevidade da população jamais afetou o charme que ela exerce sobre políticos, burocratas e seus assistentes intelectuais, todos em constante e insaciável busca por poder absoluto e controle total.

A maioria dos países escravizados pelo império soviético abandonou seu sistema totalmente estatal e recorreu à privatização, assegurando a necessária concorrência no sistema de saúde.  Outros países, inclusive várias social-democracias europeias, pretendem privatizar o sistema de saúde no longo prazo e descentralizar a fiscalização médica.  A propriedade privada de hospitais e de outras unidades de saúde é vista como um fator determinante e crítico para um sistema novo, mais eficiente e mais humano.

 

Para uma análise da saúde estatal no Brasil, veja Como Mises explicaria a realidade do SUS?

_______________________________

[1] "Russian Life Expectancy on Downward Trend" (St. Petersburg Times, 17 de janeiro de 2003).

[2] CRS Report for Congress: "Life Expectancy in the United States." Atualizado em 16 de agosto de 2006, Laura B. Shrestha, Order Code RL32792.

[3] Foster Friess, "Can You Believe Denying Health Care to People with Dementia Is Being Considered?" (14 de julho de 2009). Ver também Ezekiel J. Emanuel, "Where Civic Republicanism and Deliberative Democracy Meet" (The Hastings Center Report, vol. 26, no. 6).

[4] Govind Persad, Alan Wertheimer, and Ezekiel J. Emanuel, "Principles for Allocation of Scarce Medical Interventions" (The Lancet, vol. 373, issue 9661).


Yuri N. Maltsev é membro sênior do Mises Institute e foi um dos economistas da equipe de reforma econômica de Mikhail Gorbachev antes de desertar para os Estados Unidos.  Foi o editor de Requiem for Marx e leciona economia no Carthage College.


Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1344

Offline Sergiomgbr

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #1 Online: 08 de Agosto de 2014, 20:19:59 »
A Saúde Pública versão comunista não poderia incluir a saúde mental, por que a saúde mental é privada, logo, os "camaradas"só poderiam ser  frangos de granja, ou loucos.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Moro

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #2 Online: 08 de Agosto de 2014, 21:43:38 »
o socialismo é a utopia dos panacas ou vagabundos que o querem para assumir um cargo de destaque.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Sacred cows make the best hamburgers

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Offline Daniel_1993

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #3 Online: 11 de Agosto de 2014, 13:29:54 »
União Soviética, 1932 (O dia-a-dia no país dos Sovietes) Parte I

Em plena "ditadura stalinista", o britânico Sir Arthur Newsholme foi à União Soviética inspecionar o sistema de saúde soviético para escrever seu livro, intitulado "Red Medicine". Durante cerca de um mês e meio ele e sua equipe desbravaram o enorme território vermelho, anotando suas impressões. Newsholme era um médico renomado na Inglaterra, um dos pioneiros no estudo e na implantação de políticas de saúde pública no Ocidente. Não encontrei qualquer traço de simpatias ao comunismo em pequenas biografias que procurei na internet, muito menos em seus relatos. No entanto, ele me pareceu estranhamente honesto para um ocidental e seus comentários são muito sóbrios em relação à vida e ao regime soviético, sem jamais espalhar boatos sobre escravidão ou sobre a "maldade" de Stálin e de outros líderes comunistas. É uma das poucas pessoas ao longo do século XX que detém o mínimo de objetividade científica e não visa imputar sua visão de mundo aos leitores.

Sua pesquisa serviu como base para a criação de políticas de saúde pública mais eficientes no ocidente, principalmente na Grã-Bretanha, uma das "pequenas" dívidas que o capitalismo tem com o comunismo. Porém, não tenho a menor pretensão de falar em minúcias sobre a medicina soviética. O que me interessa na obra de Sir Newsholme são suas observações acerca da vida na URSS, numa época em que, de acordo com a História Oficial, os soviéticos viviam sob a mais terrível e implacável das ditaduras totalitárias.

Na terceira parte de "Red Medicine", intitulada "Moscow and Leningrad", Sir Newshome fala um pouco de suas impressões sobre Moscou primeiro e, depois, sobre Leningrado. Uma das coisas que mais chama a atenção é a felicidade e a esperança estampadas nas faces dos moscovitas, desde as crianças aos mais velhos. O britânico diz que para todos os lados da URSS ele ouvia as pessoas cantando e via-as sorrindo. Não havia aquela atmosfera cinzenta de medo e terror tanto pregada por aí, o que corrobora com os estudos do historiador Robert Thurston em sua obra "Life and Terror in Stalin's Russia". Não havia aquele clima de paranóia e intrigas entre a população, clima supostamente criado pela perseguição violenta da polícia política soviética contra qualquer pessoa que discordasse minimamente do sistema soviético.

Ele segue falando sobre como a cidade era extremamente movimentada e como a população vinha crescendo de maneira espantosa nos últimos anos. Resultado disso foi um grande problema de habitação. Ele diz que apesar dos enormes blocos novos de apartamento que vinham sendo construídos, muitas famílias ainda tinham que viver juntas e apertadas, além de haver na cidade uma série de dormitórios públicos para abrigar os desabrigados. Além disso, era visível um "boom" no setor de construções, com novas fábricas, clubes para trabalhadores, parques de lazer, escolas, prédios comerciais, entre outras coisas.

Outro ponto interessantíssimo que é abordado é o fato de que a fome era discutida abertamente pela população, o que mostra que o governo soviético não escondia seus podres do povo como é normalmente dito por aí. Mas que fome seria essa? O próprio Newsholme explica, demonstrando um conhecimento profundo acerca da União Soviética de sua época, algo extremamente incomum para um ocidental. Ele diz que a URSS parecia não ter se recuperado ainda da destruição dos meios de produção agrícolas (basicamente cavalos, gados na época) promovidas pelos kulaks durante a coletivização de terras. Estima-se que a resistência desta última classe czarista russa tenha resultado em uma destruição de cerca de 50% dos meios de produção agrícola, sem contar que no início dos anos 30, a URSS passou pela pior seca dos últimos tempos. Esta combinação de fatores resultou em um triste e terrível período de fome, mas que, felizmente, foi contornado em cerca de dois anos.

Sir Newsholme descreve filas para se conseguir comida em açougues e outras lojas de alimentos. Ele disse que o que mais faltava era carne boa e leite. Então ele fala sobre grandes cozinhas comunais pela cidade, onde a refeição era vendida por 60 kopecks (ou cerca de 30 centavos de dólar), e sobre as refeições que eram oferecidas nas fábricas também. Duas interessantes formas de combate à fome.

Um dos pontos mais importantes para o dia-a-dia dos soviéticos era o Parque de Cultura e Descanso. Onde as pessoas se reuniam para o lazer e para estreitar suas relações pessoais. Havia de tudo por lá, danças folclóricas e populares, cantorias, jogos e brincadeiras para crianças, natação, remo, etc. O britânico informa também que, de acordo com a filosofia soviética, parques como este eram importantes para demonstrar o valor de atividades de socialização.

Outra situação que bate de frente contra o paradigma totalitário é o filme visto por Sir Newsholme em um cinema soviético, intitulado "A Estrada para a Vida". Baseado nos príncipios do Realismo Socialista, o filme é sobre problemas da realidade soviética, mostrando-a nua e crua, sem censuras. O normal de um governo totalitário é esconder seus podres, filmes como este deveriam ser prontamente proibidos por um governo que visa mostrar que seu país é um paraíso, já que ele aborda o problema da criminalidade juvenil. O filme dramatiza a necessidade da educação de qualidade para crianças de rua para prevenir que elas se tornem criminosas. Sim, havia crianças de rua e mendigos nesta época na URSS, apesar de que Sir Newsholme disse que era em bem menor quantidade que na Europa em geral. Agora imaginem um filme de Joseph Goebbels e Leni Riefenstahl acerca de um problema tão contrangedor para um governo como este. Seria possível? Jamais o Ministério da Propaganda nazista permitiria que algo assim fosse produzido.

A vida soviética era marcada também pela grande presença de eventos culturais. Teatros e óperas eram tomados por pessoas. Operários e camponeses lotavam lugares que no ocidente eram tomados apenas por nobres e burgueses. E Sir Newsholme descreve como os soviéticos apreciavam bastante tais espetáculos. Isto reflete a educação e a cultura cada vez mais elevadas das massas soviéticas que, há apenas duas décadas atrás viviam no obscurantismo, na miséria e na completa ignorância.

Neste primeiro relato de impressões sobre Moscou, Sir Newsholme trata de uma última questão que julgo de grande importância: o tratamento de criminosos. Ele visita uma comuna de trabalho para reabilitação de prisioneiros chamada Bolshevo, a cerca de 50 quilômetros de Moscou. Ela foi construída para pessoas que cometeram pequenos crimes como roubo e incêndio culposo. Havia cerca de 2.200 pessoas vivendo nesta "prisão". O interessante é que as famílias dos criminosos vão para lá também e o local é como uma pequena vila. Tem escola, hospital, clínica, loja de cooperativas e apartamentos de habitação. Os criminosos trabalham na criação de artigos desportivos, além do plantio e da pecuária para abastecer as necessidades da comunidade. Esta comuna é auto-governada pelos prisioneiros, os quais foram escolhidos por um tal Comitê de Distribuição entre vários condenados em prisões comuns. E é interessante que ela pode ser deixada por livre espontânea vontade. Não há guardas para impedir isso.

O objetivo é reduzir ao máximo o encarceramento de criminosos. Além de torná-los mais produtivos. Até onde eu sei é um método utilizado apenas para crimes de pequena relevância. Crimes mais terríveis como assassinato e desvio de dinheiro público são normalmente punidos nos campos de trabalho de maior segurança. Locais onde os criminosos ajudam a produção agrícola ou a construção de ferrovias e vilas no interior da nação, entre outros trabalhos. É importante frisar que onde o trabalho é para todos, o problema é ficar sem trabalhar. Portanto a população em prisões comuns sempre foi pequena, já que lá as pessoas ficavam improdutivas, vivendo do trabalho alheio - coisa terrível para o socialismo.

Nos próximos post buscarei apresentar mais aspectos da vida soviética nos anos 30. Até lá.

Parte II:  http://mamayev-kurgan.blogspot.com.br/2010/10/uniao-sovietica-1932-o-dia-dia-no-pais_12.html
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Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #4 Online: 11 de Agosto de 2014, 14:16:21 »
Vou criticar seu texto a medida que me dá vontade. Vamos lá.
União Soviética, 1932 (O dia-a-dia no país dos Sovietes) Parte I

Em plena "ditadura stalinista", o britânico Sir Arthur Newsholme foi à União Soviética inspecionar o sistema de saúde soviético para escrever seu livro, intitulado "Red Medicine". Durante cerca de um mês e meio ele e sua equipe desbravaram o enorme território vermelho, anotando suas impressões. Newsholme era um médico renomado na Inglaterra, um dos pioneiros no estudo e na implantação de políticas de saúde pública no Ocidente. Não encontrei qualquer traço de simpatias ao comunismo em pequenas biografias que procurei na internet, muito menos em seus relatos. No entanto, ele me pareceu estranhamente honesto para um ocidental e seus comentários são muito sóbrios em relação à vida e ao regime soviético, sem jamais espalhar boatos sobre escravidão ou sobre a "maldade" de Stálin e de outros líderes comunistas. É uma das poucas pessoas ao longo do século XX que detém o mínimo de objetividade científica e não visa imputar sua visão de mundo aos leitores.
Ou seja, o cara era esquerdista em relação à saúde. Nada de fingir que ele era liberal ou simpatizante de ideias liberais só porque participava dos governos do ocidente (e principalmente da Inglaterra do início do século XX). Dei uma googlada no cara e ele já era muito envolvido com "public health" bem antes de visitar a união soviética. Para esclarecer, um esquerdista visitando a união soviética iria observar coisas bem diferentes que um liberal. Não tente criar essa ilusão idiota de neutralidade.
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Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #5 Online: 11 de Agosto de 2014, 14:33:19 »
Pularei logo a uma contradição gritante
O objetivo é reduzir ao máximo o encarceramento de criminosos. Além de torná-los mais produtivos. Até onde eu sei é um método utilizado apenas para crimes de pequena relevância. Crimes mais terríveis como assassinato e desvio de dinheiro público são normalmente punidos nos campos de trabalho de maior segurança. Locais onde os criminosos ajudam a produção agrícola ou a construção de ferrovias e vilas no interior da nação, entre outros trabalhos. É importante frisar que onde o trabalho é para todos, o problema é ficar sem trabalhar. Portanto a população em prisões comuns sempre foi pequena, já que lá as pessoas ficavam improdutivas, vivendo do trabalho alheio - coisa terrível para o socialismo.

Nos próximos post buscarei apresentar mais aspectos da vida soviética nos anos 30. Até lá.

Parte II:  http://mamayev-kurgan.blogspot.com.br/2010/10/uniao-sovietica-1932-o-dia-dia-no-pais_12.html
Então os presos era uma vândalos fora das prisões comunistas, mas ficavam por livre e espôntanea vontade dentro das prisões (sem nenhum guarda) e ainda aumentavam a sua produtividade por estar dentro desse espaço maravilhoso. Ok. Mas aí vem a melhor parte, dentro das prisões, aí vale a regra: onde o trabalho é para todos, o problema é ficar sem trabalhar. Mas na sociedade em geral isso não vale.

Ok, então na união soviética, essas prisões mágicas sem guardas nem funcionários transformavam presos em cidadãos refinados e educados que iam para a ópera e teatro e trabalhavam em prol do objetivo comunista sem reclamar. É realmente milagroso.

Imagino o diálogo entre dois criminosos tacando fogo em uma casa na USSR:

- Ei fulano, para para pensar! Olha o que a gente está fazendo! Tacando fogo em uma casa, isso é destrutivo.
- Tem razão ciclano, vamos então construir uma prisão ali onde nós aprenderemos sozinhos a nos comportar nesta sociedade maravilhosa. Aposto que se nós juntarmos mais uma meia dúzia de outros bandidos podemos fazer uma prisão pica das galáxias onde todos nós aprenderemos sozinhos a viver nesta sociedade maravilhosa.
- Tem razão! - E caminham de mãos dadas rumo ao por do Sol.
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Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #6 Online: 11 de Agosto de 2014, 14:43:51 »
E sinceramente, se for para responder ao texto do libertário com um texto seu sobre um cara que visitou a USSR em 1932 que fala de tudo menos do tema que o texto que o libertário aborda, coloque-o em um tópico separado e responda este texto com argumentos concisos. Você saiu na tangente com esse texto ridículo.
« Última modificação: 11 de Agosto de 2014, 14:46:06 por parcus »
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Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #7 Online: 11 de Agosto de 2014, 15:52:52 »
Defensores da medicina socializada, principalmente nos Estados Unidos, utilizam táticas soviéticas de propaganda para alcançar seus objetivos.  Michael Moore é um dos mais importantes e eficazes propagandistas socialistas na América.  Em seu filme Sicko [no Brasil, S. O. S. Saúde], ele compara de forma desfavorável e injusta o atendimento a pacientes idosos sofrendo de doenças complexas e incuráveis nos Estados Unidos ao atendimento rotineiro a mulheres jovens em trabalho de parto na França e no Canadá.  Houvesse ele feito ao contrário — ou seja, comparar o tratamento a mulheres jovens tendo bebês nos EUA ao tratamento a pacientes idosos com doenças complexas e incuráveis em sistemas de saúde socializados —, o filme seria igual, exceto pelo fato de que, nos EUA, o sistema de saúde pareceria ideal, ao passo que no Reino Unido, na França e no Canadá pareceria primitivo e selvagem.
Não acho que o Michael Moore deva ser levado a sério por ninguém, ele é um mentiroso descarado que quer fama a qualquer custo.
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Offline Lorentz

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #8 Online: 11 de Agosto de 2014, 16:01:30 »
Bastante elucidativo. Talvez já postaram por aí, mas tem a ver com este tópico:

<a href="https://www.youtube.com/v/gvJHUVAEU44" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/gvJHUVAEU44</a>
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Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #9 Online: 11 de Agosto de 2014, 16:33:48 »
Bastante elucidativo. Talvez já postaram por aí, mas tem a ver com este tópico:
Não sabia que esse vídeo existia, os argumentos são bons. E engraçado agora ver isso de "em alguns hospitais orientaram os funcionários a não lavarem os lençois, mas sim a virá-los". Hoje mesmo a minha professora estava dizendo: "aqui no nosso ambulatório temos lençóis lavados, isso é luxo aqui nos hospitais públicos" (em geral não se troca nada, isso quando tem lençol).

Interessante também como o parte do ambulatório é mantido: doações, inclusive de empresas (que visam o lucro, mauditas), dinheiro dela mesmo e de outros que trabalham lá.
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Offline _Juca_

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #10 Online: 11 de Agosto de 2014, 21:13:55 »
E o que a medicina cubana nos ensina? Que podemos bater num espantalho com outro.

Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #11 Online: 12 de Agosto de 2014, 03:45:20 »
Alguém defendendo URSS e stalisnismo aqui? O que falta? Alguém defender a Alemanha Nazista.

Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #12 Online: 12 de Agosto de 2014, 10:28:51 »
E o que a medicina cubana nos ensina?
O mesmo que a soviética.
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Offline Daniel_1993

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #13 Online: 12 de Agosto de 2014, 13:48:14 »
É um fato bastante conhecido que antes da liberalização do sistema soviético, a saúde pública na URSS trouxe notáveis avanços para a população que sofria com a pobreza no regime czarista:

"Results of the Health care in the USSR

I would like to conclude by quoting some of the direct results of the USSR’s attention to health care:

·   By 1938, the 21 years of Soviet rule had brought about a 50% reduction in child mortality rate.

·   The height of the average Soviet child in 1938 was one and a quarter inches greater than that of the average child in tsarist Russia.

·   The weight of the average Soviet child was eleven and a half pounds greater in 1937 than in 1925.

·   The chest expansion of the average Soviet child in 1938 was roughly 1 inch greater than that of the average child in tsarist Russia.

·   Incidence of tuberculosis decreased 83% under Soviet rule up till 1938 and continued to decrease.

·   Cases of syphilis decreased 90% by 1938 and continued to decrease.

·   The death rate in 1937 in the USSR was 40% below the death rate in Russia in 1913 (implying a much higher life expectancy)

·   The birth rate increased constantly. Even just from 1936 to 1937 the birth rate increased by 18%. In Leningrad the natural increases in population increased from 5.3 per 1000 in 1913 to 18.6 per 1000 in 1937.

·   Reported cases of sickness and accidents decreased consistently.

Such figures provide absolute proof of the benefits of socialism to peoples’ health, even though they really only reflect 10 years of socialist construction. I have not had the time or material to cover much of the period after the second world war (this shall be done at a later date), but the period from 1945 to 1953 certainly saw massive improvements in the peoples’ health in the USSR.

Even by the mid-thirties, health care in the USSR far outstripped the health care in the western world. The report of the Administrator of the United States Federal Security Agency, published in 1948, showed that a sixth of the US population suffered from chronic ailments, 200,000 children were afflicted with epilepsy, 175,000 had tuberculosis and 500,000 were in need of surgical or orthopaedic treatment. However, decent medical care remained out of reach for a large part of the population. This situation has still now seen very little improvement. It is estimated that in the US, the richest country in the world, 40 million people are without health care because they cannot afford the health insurance. Those who do have health care (mainly in the form of Health Maintenance Organisation (HMO) schemes provided for employees) find the quality of the health care afforded to them to be wholly inadequate. In a recent survey conducted by the OECD, 61% of respondents said that the HMO care plans have decreased time being spent by the doctors with the patients; 63% said that HMO schemes made it harder for sick people to see specialists; and 50% said that there is now a decreased quality of health care for the sick."


http://www.lalkar.org/issues/contents/sep2000/health.htm
« Última modificação: 12 de Agosto de 2014, 13:51:01 por Daniel Vermelho »
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Offline Geotecton

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Offline Lorentz

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #15 Online: 12 de Agosto de 2014, 14:25:55 »
É um fato bastante conhecido que antes da liberalização do sistema soviético, a saúde pública na URSS trouxe notáveis avanços para a população que sofria com a pobreza no regime czarista:

Um sistema de saúde ruim é melhor que quase nenhum. Por isso os avanços.
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Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #16 Online: 12 de Agosto de 2014, 15:52:16 »
[...]
http://www.lalkar.org/issues/contents/sep2000/health.htm

A fonte é para lá de suspeita.

Li a introdução do Daniel e fui direito pra fonte, não li uma letra do texto. Bingo, meu desconfiômetro de bullshit estava certo.

Offline Barata Tenno

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #17 Online: 12 de Agosto de 2014, 16:16:30 »
[...]
http://www.lalkar.org/issues/contents/sep2000/health.htm

A fonte é para lá de suspeita.

Li a introdução do Daniel e fui direito pra fonte, não li uma letra do texto. Bingo, meu desconfiômetro de bullshit estava certo.

Eu faço o mesmo com os textos do Mises.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Cumpadi

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #18 Online: 12 de Agosto de 2014, 20:03:45 »
É um fato bastante conhecido que antes da liberalização do sistema soviético, a saúde pública na URSS trouxe notáveis avanços para a população que sofria com a pobreza no regime czarista:

Um sistema de saúde ruim é melhor que quase nenhum. Por isso os avanços.
Há n fatores que podem justificar modificações nos índices de saúde, desde religião até fraudes na obtenção destes. Há um problema imenso no texto do Daniel que é a falta de datas usadas nas comparações. Assim não dá nem para pesquisar quais eram as situações da Rússia antes do período (é bom fazer uma análise de uns 50 anos antes do período comparado também).

Também há a desonestidade de dar números absolutos sobre os EUA quando este tinha uma população maior que a Russa.
« Última modificação: 12 de Agosto de 2014, 21:22:53 por parcus »
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #19 Online: 12 de Agosto de 2014, 21:19:45 »
Eu faço o mesmo com os textos do Mises.

É que você desconhece teoria liberal. Acredito que qualquer site liberal que eu postar você vai evitar ler. Por isso mesmo desconhece.

Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #20 Online: 12 de Agosto de 2014, 21:23:15 »
É tão ridículo isso, o pessoal quer criticar o libertarianismo mas não sabe nem o básico da tradição liberal, não sabe nem o que é valor subjetivo. Parece criacionistas querendo refutar a evolução.

Offline Barata Tenno

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #21 Online: 12 de Agosto de 2014, 21:29:50 »
E o profeta da religião disse, leiam as escrituras sagradas, pois João disse: "e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará."
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Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #22 Online: 13 de Agosto de 2014, 22:25:07 »
E o profeta da religião disse, leiam as escrituras sagradas, pois João disse: "e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará."

Só na sua cabeça e de outros ignorantes aqui do fórum (não é uma ofensa, é fato que vocês são ignorantes em economia) que Adam Smith, David Ricardo, Bastiat, Say, Locke, Menger, Bohm-Bawerk, Hayek, Mises, Friedman e outros não têm importância para ciência econômica.

Offline Geotecton

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #23 Online: 13 de Agosto de 2014, 22:35:42 »
E o profeta da religião disse, leiam as escrituras sagradas, pois João disse: "e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará."
Só na sua cabeça e de outros ignorantes aqui do fórum (não é uma ofensa, é fato que vocês são ignorantes em economia) que Adam Smith, David Ricardo, Bastiat, Say, Locke, Menger, Bohm-Bawerk, Hayek, Mises, Friedman e outros não têm importância para ciência econômica.

E quem é que afirmou que estes teóricos não contribuíram para a "ciência" econômica?
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Rhyan

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Re:O que a medicina soviética nos ensina
« Resposta #24 Online: 14 de Agosto de 2014, 10:49:38 »
Se o liberalismo é uma religião e deve ser ignorado, é porque deve ser uma bobagem completa.

 

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