Mas quando você inventa algo, não descobre esse algo?
"Descobri um jeito de", "inventei um jeito de". Os dois são quase sinônimos, a maior diferença do primeiro é que pode estar se dizendo que "descobriu" algo que já era de conhecimento de outros.
Acho que a idéia da distinção é uma tentativa de separação mais rígida entre "mundo natural" e artificial, não?
Ex.: se "descobrem" como deixar processadores N vezes mais rápidos, isso não seria "realmente" uma "descoberta", mas uma invenção, já que não era algo que encontraram abandonado na natureza já funcionando. Mas acho que daí podemos seguir em frente e afirmar que parte ou quase a totalidade das teorias sobre a natureza são "invenções", e "não" descobertas... teoria da evolução, por exemplo. "Descobertas" seriam só de regiões geográficas ou espécies de seres vivos, coisas desse tipo, observações bem superficiais, não requerendo grande entendimento.
Chamem o Cientistæ e o Skeptikos.
(Que raio de caractere é esse? "Cientist
æ")
Ah, sim... chamem o Cientista ...e o jovem Skep?!!! O jovem Skep está desarmado para isso (coisa que pareceria intrigante visto ser pura filosofia, mas se esclarece com o fato de que o jovem Skep, de filosofia, sabe muito repetir filósofos); o Cientista já explicou isto tudo antes, por aí.
Mas... ele está se sentindo generoso hoje...
Essa é uma pergunta filosófica. Está, portanto, na seção errada. Uma pergunta filosófica, não importa qual seja, sempre é um desdobramento fugidio da única pergunta filosófica, que é a fronteira estanque com ciência, sendo, também, pergunta científica cuja resposta correta é não: existe "eu" objetivo, real?
As perguntas filosóficas para nada servem, a não ser de prejudicial. De que interessa saber se matemática seria invenção ou descoberta ou? Nada! Saber que não existe "eu", por outro lado, é o conhecimento fundamental, é o pensar cientificamente. Não existindo "eu", as linguagens não têm intrinsicidade. Assim, uma questão como essa não faz qualquer sentido. Só pode mesmo ser uma coisa de 'sonho'... hahahahahahahahahahha...
Matemática não é invenção nem descoberta porque os conceitos mesmos de invenção e descoberta são criações da fantasia linguística humana. Nada será descoberta ou invenção inerentemente à natureza. Dizer que algo é inventado é nada mais que dizer que se tem a ilusão de que se inventou. E a única descoberta real a que se pode chegar é a de que o "eu" não existe.
A própria limitação da matemática em sua autocontenção explicita o fato de que nada realmente se projeta. Pode-se ter equações para as reações/ações nas pás de uma turbina, outras mais complexas para os modos vibracionais dos eixos, para os balanços energéticos do rendimento... mas nem um sistema de todas elas é/torna capaz um engenheiro de projetar, agora, a turbina do futuro. A turbina do futuro, só ao futuro pertence, como todas as invenções. Os movimentos inventivos humanos são invenções deles mesmos. A utilidade do entendimento deste fato fundamental é a mesma da aceitação de fatos como as limitações da termodinâmica, do limite de Betz... coisas que são limitadoras mas que, "paradoxalmente", estendem o horizonte do realizável.
Meus jovens...