Autor Tópico: Fim da civilização.  (Lida 3139 vezes)

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Offline Larissa

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Fim da civilização.
« Online: 23 de Novembro de 2014, 12:51:37 »
O estudo financiado pela NASA e divulgado esta semana pelo jornal britânico The Guardian assegura que a atual civilização industrial está condenada a desaparecer nas próximas décadas. Isto porque existe uma exploração não sustentável dos recursos energéticos, mas também porque há uma grande desigualdade na distribuição da riqueza.


O grupo de investigadores liderados pelo matemático Safa Motesharri estudaram os fatores que levaram ao declínio das antigas civilizações e concluíram que o “processo de progresso e declínio das civilizações é, na verdade, um ciclo recorrente ao longo da história”, cita o The Guardian.

Os investigadores estudaram a dinâmica homem-natureza das várias civilizações que desapareceram ao longo dos séculos e identificaram os fatores (população, clima, água, agricultura e energia) que melhor explicam o declínio civilizacional e que podem ajudar a determinar o risco do fim da atual civilização.

Estes fatores podem levar ao colapso civilizacional quando, ao convergirem, geram “uma exploração prolongada dos recursos energéticos”, o que tem influência no clima e no equilíbrio ecológico. Mas não só, a “a estratificação económica da sociedade em elites e massa” é outro dos problemas que contribuem para o fim de um ciclo.

Segundo os investigadores estes fenómenos sociais desempenharam, ao longo dos anos, um “papel central no processo do colapso civilizacional”, mas são também estes os fatores que vão levar a atual sociedade industrial ao fim.
O desejo de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para o desejo de controlá-la.
— H. L. Menckel

Offline Geotecton

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #1 Online: 23 de Novembro de 2014, 13:41:25 »
Seria interessante que fosse postada a fonte.
Foto USGS

Offline Larissa

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #2 Online: 23 de Novembro de 2014, 14:04:22 »
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Offline Larissa

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #4 Online: 23 de Novembro de 2014, 15:33:26 »
Da forma como a coisa é exposta parece uma espécie de equivalente marxista ao "projeto inteligente" criacionista.

Existem coisas mais críveis meio nesse sentido, considerando apenas a forma como a coisa foi exposta aí.

Passa um pouco a impressão de ter sido criado um modelo acurado que retrodiz colapsos com boa precisão e dá uma data para um próximo, o que provavelmente não é o caso, além de algo assim não ser ainda exatamente inquestionável, também -- mesmo descontado questionamentos que se aproximem de cegueira voluntária.

http://www.homerdixon.com/tag/environmental-stress-and-conflict/

Offline Pagão

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #5 Online: 15 de Janeiro de 2015, 07:02:42 »


É ver as civilizações como se fossem um organismo que nasce, vive e morre como um qualquer ser vivo....
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Dr. Manhattan

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #6 Online: 15 de Janeiro de 2015, 08:50:10 »
Pelo pouco que li, parece que as conclusões desse estudo são baseadas em modelos de dinâmica de população, ou algo parecido. É nessa hora que lembro de um ditado que ouvi há vários anos: "os resultados de um modelo se referem apenas ao modelo." Ou seja, podemos dizer que há um fim de civilização neste modelo, mas não podemos afirmar categoricamente que isso ocorrerá no mundo real. Isso não quer dizer que esses modelos sejam irrelevantes, mas apenas que esses resultados devem ser encarados como uma sugestão, ou um alerta sobre um cenário possível.

Minha opinião pessoal é de que a civilização ocidental, tal com a vemos hoje está fadada a desaparecer mais cedo ou mais tarde. E eu diria mais cedo do que tarde. Justamente pelos motivos apresentados no modelo: o capitalismo baseado no consumo, tal como vemos nos EUA não tem como se sustentar por muito tempo. Os próprios EUA já perderam muito de sua pujança industrial e, confessando que isso é um chute meu, mesmo sua liderança científica não durará por muito mais tempo, se lembrarmos que boa parte dos novos cientistas americanos são imigrantes e que seus países de origem (principalmente China, mas também Índia, Coréia do Sul, e outros) estão se movimentando para trazê-los de volta. Na Europa o que se vê são fissuras nos modelos de Estado de Bem Estar Social, tensões causadas pela imigração**, mas por outro lado um reconhecimento (talvez devido aos pesadelos do século passado) da necessidade de uma revisão dos modelos de crescimento baseados na exploração de recursos. Segundo minha bola de cristal paraguaia, num cenário mais otimista veremos nas próximas décadas um mundo mais voltado para o Oriente, principalmente para a China, com os EUA uma plutocracia paranoica, mais isolados e conservadores e cada vez mais pobres.***

Naturalmente, posso estar errado.



A propósito, é possível ter, se não um previsão concreta, mas uma perspectiva acerca do nosso futuro usando um argumento probabilístico do tipo Doomsday: estabeleça uma data para o início da civilização e suponha que esta tenha um tempo de vida finito. Partindo do princípio Copernicano* podemos ter uma estimativa do tempo de vida de uma civilização. Do link:

Citar
Assume for simplicity that the total number of humans who will ever be born is 60 billion (N1), or 6,000 billion (N2).[5] If there is no prior knowledge of the position that a currently living individual, X, has in the history of humanity, we may instead compute how many humans were born before X, and arrive at (say) 59,854,795,447, which would roughly place X amongst the first 60 billion humans who have ever lived.

Now, if we assume that the number of humans who will ever be born equals N1, the probability that X is amongst the first 60 billion humans who have ever lived is of course 100%. However, if the number of humans who will ever be born equals N2, then the probability that X is amongst the first 60 billion humans who have ever lived is only 1%. Since X is in fact amongst the first 60 billion humans who have ever lived, this means that the total number of humans who will ever be born is more likely to be much closer to 60 billion than to 6,000 billion. In essence the DA therefore suggests that human extinction is more likely to occur sooner rather than later.


*É aí que encontro a falha desse tipo de argumento, mas isso seria para outro tópico.

**Antes que pensem o contrário, sou geralmente favorável à imigração.

***Os EUA ainda serão a maior potência militar do mundo por bastante tempo mas é bom lembrar que isso (a) custa MUITA grana e (b) tem que ser justificado com a existência de ameaças externas - o dilema com o qual os americanos tem lutado desde o fim da Guerra Fria. Nesse aspecto, 11/09 veio bem a calhar para o complexo industrial-militar americano.
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Alan Watts

Offline Sparke

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #7 Online: 15 de Janeiro de 2015, 12:10:09 »
Acho que nunca tinha lido sobre esse tal "princípio copernicano". Encontrei poucas referências na internet. Afora a questão cosmológica, no sentido de que não ocupamos um lugar privilegiado no universo, o que essa expressão quer dizer?

Offline Dr. Manhattan

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #8 Online: 15 de Janeiro de 2015, 13:29:08 »
A mesma coisa. Mais ou menos. Quero dizer: supondo que no contexto da História da civilizaćão este momento em particular não é especial. Como disse acima, não acho isso convincente.
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Alan Watts

Offline FK

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #9 Online: 15 de Janeiro de 2015, 13:46:22 »
"os resultados de um modelo se referem apenas ao modelo"

Concordo 100% com isso. Tenho certeza de que os resultados seriam diferentes se considerassem novos modelos como a Economia Colaborativa (http://www.collaborativeconsumption.com/)

Offline Alucinado psicopata

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #10 Online: 15 de Janeiro de 2015, 20:44:19 »
"os resultados de um modelo se referem apenas ao modelo"

Concordo 100% com isso. Tenho certeza de que os resultados seriam diferentes se considerassem novos modelos como a Economia Colaborativa (http://www.collaborativeconsumption.com/)

Consegue ser mais colaborativa que o capitalismo? Como?

Offline Sergiomgbr

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #11 Online: 15 de Janeiro de 2015, 21:38:16 »
As vezes penso qual será a cara do Brasil daqui há 500, 1000 anos. Será que até lá ainda vai existir o Brasil? Talvez tenhamos cara de chinês. Talvez todos maometanos e comunistas.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline FK

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #12 Online: 20 de Fevereiro de 2015, 11:04:56 »
"os resultados de um modelo se referem apenas ao modelo"

Concordo 100% com isso. Tenho certeza de que os resultados seriam diferentes se considerassem novos modelos como a Economia Colaborativa (http://www.collaborativeconsumption.com/)

Consegue ser mais colaborativa que o capitalismo? Como?

A economia colaborativa é contra o acumulo de patrimônio, ela prevê o uso das riquezas e bens como serviço, principalmente, de forma compartilhada. Isso faz com que a ociosidade e desperdício de riquezas sejam muito menores. É muito mais sustentável.

Offline Jack Carver

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #13 Online: 26 de Maio de 2016, 20:11:29 »
Lembrei dessa matéria + ou - da mesma época.

<a href="https://www.youtube.com/v/F3IfC1vNuXI" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/F3IfC1vNuXI</a>


Doomsday clock: We are closer to doom than at any time since the Cold War, say scientists
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Pregador

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #14 Online: 26 de Maio de 2016, 21:02:46 »
Acho que nunca tinha lido sobre esse tal "princípio copernicano". Encontrei poucas referências na internet. Afora a questão cosmológica, no sentido de que não ocupamos um lugar privilegiado no universo, o que essa expressão quer dizer?

É coisa de esquerdista... tente "virada de copérnico" e verá...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).


Offline Pedro Reis

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #16 Online: 27 de Maio de 2016, 07:02:16 »

Naturalmente, posso estar errado.


Mas não está. É isso tudo aí que você disse mesmo. A ascendência da China é inevitável e plutocracia patológica é uma previsão do passado. Porque isto os Estados Unidos já são há algum tempo.

O modelo é mesmo insustentável, logo, ou há uma mudança de paradigma ou... não se sustenta. É uma questão de "quando" e não de "se".

Talvez não seja o fim da humanidade mas não vejo como será possível atravessar este século sem uma crise de proporções gigantescas, talvez incomparável com todas as outras grandes crises já enfrentadas pelo homem.


Citar
***Os EUA ainda serão a maior potência militar do mundo por bastante tempo mas é bom lembrar que isso (a) custa MUITA grana e (b) tem que ser justificado com a existência de ameaças externas - o dilema com o qual os americanos tem lutado desde o fim da Guerra Fria. Nesse aspecto, 11/09 veio bem a calhar para o complexo industrial-militar americano.

O orçamento militar americano está quase na casa de 1 trilhão de dólares. ( gasto anual! ). Mais de 10 vezes o da China, que hoje é o segundo que mais investe em defesa. É absurdo e eventualmente trágico: quando um conglomerado de um grupo relativamente pequeno de consórcios gigantescos recebe tanto dinheiro assim do governo ( e esse complexo já vem enriquecendo e crescendo às custas deste orçamento artificialmente super-dimensionado desde os anos 40 ) assume tal poder econômico acaba por se converter em um "governo dentro do governo".

As ameaças externas, se não existirem, são simplesmente criadas.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #17 Online: 27 de Maio de 2016, 07:15:56 »
As ameaças externas, se não existirem, são simplesmente criadas.

Todos sabem que praticamente todos os conflitos militares do século XX foram fabricados pelos EUA através de false-flagging.








Offline Muad'Dib

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #18 Online: 27 de Maio de 2016, 08:02:08 »
As ameaças externas, se não existirem, são simplesmente criadas.

Todos sabem que praticamente todos os conflitos militares do século XX foram fabricados pelos EUA através de false-flagging.


Criar um conflito do nada, nos moldes que propõem o pessoalzinho conspiracionista, tipo uma III grande guerra é besteira, mas não dá para negar que a indústria armamentista americana é poderosíssima. Ela pode não criar conflitos, ela não derrubou o WTC, mas ela, através de lobby, consegue manter uma mentalidade extemamente agressiva nos EUA. Essa mentalidade é a alma do negócio deles.

Foi gratificante ler o post do Manhattan. Eu penso bem similar ao que ele escreveu e raramente encontro eco a esse tipo de ideia (pelo menos não em gente séria). Não deve ser tanta paranoia da minha mente.

Eu penso que estamos vivendo o fim do modelo democrático ocidental. Nós estamos no meio do processo agora.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #19 Online: 27 de Maio de 2016, 08:18:06 »
Será que só os EUA são os fear mongerers?



http://thinkprogress.org/security/2013/12/11/3036671/2013-certainly-year-human-history/












Citar
<a href="https://www.youtube.com/v/ramBFRt1Uzk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/ramBFRt1Uzk</a>

Steven Pinker mapeia o declínio da violência desde os tempos bíblicos até os nossos dias, e argumenta que, apesar de parecer ilógico e até obsceno (dado o que acontece no Iraq e em Darfur), estamos vivendo a época mais pacífica da existência de nossa espécie.

https://www.ted.com/talks/steven_pinker_on_the_myth_of_violence?language=pt-br



Citar


Number of nations 1800–2003 scoring 8 or higher on Polity IV scale. There have been no wars and in Wayman's (2002) listing of interliberal MIDs no conflict causing any battle deaths between these nations.

https://en.wikipedia.org/wiki/Democratic_peace_theory




Offline Pedro Reis

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #20 Online: 27 de Maio de 2016, 21:50:28 »
As ameaças externas, se não existirem, são simplesmente criadas.

Todos sabem que praticamente todos os conflitos militares do século XX foram fabricados pelos EUA através de false-flagging.









Quanta besteira! Quanto desperdício em espantalhos infantilóides.

Além dos memes e fotos-resposta nos quais você se baseia para forjar a sua profunda visão de mundo sugiro a leitura de "The Grand Chessboard: American Primacy and Its Geostrategic Imperatives", de  Zbigniew Brzezinski.

Brzezinski é simplesmente ex-conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, e o livro é o desdobramento de um "paper" elaborado para delinear, para as administrações americanas, como deveriam ser as diretrizes geopolíticas dos EUA para os 20 anos vindouros. Seria ótimo, pelo menos, para dar alguma maturidade à sua argumentação.

Mas já que você parece não ser capaz de ir além da simploriedade talvez compor um cenário simplista lhe ajude a raciocinar.

Vamos supor que estejamos vivendo o "fim da História", ou que pelo menos a tese capenga de Fukuyama se tornasse uma crença dominante nas administrações e no público norte-americano. Ficaria difícil justificar um orçamento militar de 1 trilhão em um país cujo déficit orçamentário, quando atingiu seu menor nível nos últimos anos, ainda assim passou de incríveis 430 bilhões de dólares. Especialmente se notarem que os gastos militares de todos os potenciais adversários somados, reais ou imaginados, mal chegam a 15% dos recursos que os EUA desperdiçam para grande benefício do complexo industrial militar.

Talvez o eleitorado se ponha a pensar: "Pra quê gastar 1 trilhão por ano? Se gastássemos "apenas" 500 bilhões, em vez de déficit gigantesco teríamos superávit, um luxo no mundo de hoje, e ainda estaríamos gastando mais em defesa que todas as outras potências juntas. Nosso país talvez pudesse então resolver nossa desigualdade social, a maior entre todos os países desenvolvidos, poderíamos ter assistência médica e outros serviços sociais parecidos com de outros países ricos, acabar com os homeless que nós não vemos em lugares como a Suécia, Suíça ou Japão, ter índices de criminalidade civilizados em vez de uma população carcerária que só perde para a da China..."

Enfim, talvez as pessoas começassem a pressionar para que o governo gastasse um pouco desse dinheiro com elas, em vez de apenas ficar guerreando zelotes da idade do bronze em lugares distantes do terceiro mundo.

Mas suponha também que você seja o controlador do consórcio Lockheed-Martin, ou uma destas poucas dezenas de super corporações recipientes da maior parte do orçamento militar, desse trilhão de dólares. Você acharia uma boa ideia? Ficaria satisfeito em faturar 500 bilhões a menos ( anualmente ) para o benefício dos sem teto? Ou você usaria de toda influência e poder político, social e midiático que um trilhão por ano podem comprar para manter seus lucros estratosféricos e, se possível, até aumenta-los?

Aliás, em vez de pensar no que VOCÊ faria, tente imaginar como as coisas verdadeiramente trabalham no mundo real.

De repente ajude a entender como as coisas realmente são se você estudar como aqui as empreiteiras, formiguinhas corporativas se comparadas a estas empresas americanas que também vivem de recursos públicos, constituíram um verdadeiro governo dentro do governo, chegando mesmo a controlar como seria votado no Congresso o orçamento da
União. Entre outros infinitos exemplos.

Talvez ajude a entender se você começar a conhecer um pouco de História, pelo menos as reflexões de Einsenhower e o alerta à nação que ele emitiu em seu discurso de encerramento de mandato - num tom inédito e jamais repetido, completamente fora do protocolo - sobre os perigos para uma democracia que representavam existir um complexo de empresas militares subsistindo unicamente a partir de recursos colossais do governo.

D. Einsenhower, um militar, um general, um conspiracionista que não entendia nada do mundo e muito menos de como as coisas funcionam nos Estados Unidos e estas relações com a indústria bélica porque ao contrário de você não forjou sua cultura política em caricaturas de internet mas foi apenas o comandante supremo das Forças Aliadas na Europa durante uma guerra mundial, o primeiro comandante supremo da OTAN e presidente dos Estados Unidos só por 8 anos em um período que incluiu a guerra da Coréia.

Para não me estender muito mais, procure pesquisar também sobre o programa Guerra nas Estrelas que Ronald Reagan quis enfiar goela abaixo do contribuinte, que seria o mais caro projeto militar da história, contra a gritaria de centenas de cientistas e técnicos americanos, e da comunidade acadêmica, alertando que a chance daquele troço ter alguma efetividade ( há 40 anos! ) era de 0,00000000001%. Mas aparentemente só os executivos e engenheiros da LockheedMartin e os políticos achavam que podiam construir, caso fossem gastos os trilhões necessários, um escudo contra mísseis impenetrável sobre todo o território americano.

Mas ainda relacionado com o lobby do programa Guerra nas Estrelas é interessante conhecer um pouco sobre o caso dos mísseis Patriot utilizados na primeira guerra do golfo em 90. Durante este conflito estes mísseis anti-mísseis fabricados pela LockheedMartin e Rathyeon obtiveram, sobre todas as outras armas utilizadas, um espetacular destaque na imprensa mundial e americana ( por quê? ) como sendo um inequívoco sucesso da tecnologia anti-mísseis. Alguns Scuds já haviam atingido Israel, mas todos viam imagens na TV de Scuds lançados contra forças americanas sendo destruídos pelos fantásticos Patriots. Porém, embaraçosamente, quando milhares de artigos e telejornais já haviam convencido o público da incrível eficácia dessa tecnologia, um Scud iraquiano atingiu uma base na Arábia Saudita causando o maior número de baixas americanas durante a guerra. Que chato!

Surgiu então uma história, também reproduzida milhares de vezes na imprensa, para explicar o incidente. Teria sido um problema conhecido em Métodos Numéricos como "erro de propagação e arredondamento" sobre o qual não vou entrar em detalhes mas estaria
relacionado com o fato do sistema anti-mísseis ter ficado ligado durante muito tempo sem reinicialização. O exemplo da falha do Patriot é usado até hoje em disciplinas de métodos numéricos.

O problema é que essa explicação é TOTALMENTE FALSA! Mais tarde equipes independentes, do MIT e outras, analisaram as imagens de interceptações e demonstraram que geralmente o patriot errava o alvo. Acontecia simplesmente que os mísseis obsoletos de Saddam Hussein eram do tempo da guerra da Coréia e tinham pouca precisão, e também geralmente apenas caíam sobre o deserto.

A eficácia real do Patriot esteve em torno de 30% contra velharias BALÍSTICAS ( é preciso notar! ) da década de 50. Mas até hoje permanece a explicação falsa sobre erros no uso de sistemas de ponto flutuante plantada ubiquamente na imprensa. Dizer que foi "plantada" é apenas reconhecer que essa foi a história contada pelos técnicos das próprias empresas que vendem este sistema.

Mas é óbvio, como as suas foto-respostas clara e espantalhosamente demonstram, não deve haver nenhuma relação, como prontamente teria suspeitado o conspiracionista sem noção Einsenhower, entre o interesse de mega-corporações de sugar trilhões do Estado
em um projeto duvidoso e os meios e a capacidade, o poder econômico e político, as redes de influência já bem estabelecidas, destas mesmas mega-corporações trilionárias de influenciar a opinião pública e corromper o poder público na direção de seus próprios interesses.

Qual foi a verdadeira efetividade do sistema:

http://www.warfareblog.com.br/2015/06/raytheon-lockheed-martim-mim-104.html

O que a própria LockheedMartin, endossada pelo Pentágono, explicou:

http://www.diale.org/patriot.html

Offline Pedro Reis

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #21 Online: 27 de Maio de 2016, 22:03:01 »
As ameaças externas, se não existirem, são simplesmente criadas.

Todos sabem que praticamente todos os conflitos militares do século XX foram fabricados pelos EUA através de false-flagging.


Criar um conflito do nada, nos moldes que propõem o pessoalzinho conspiracionista, tipo uma III grande guerra é besteira,

O que você chama de "criar do nada"? Duvido que alguém esteja interessado em criar, do nada ou de alguma coisa, pretextos para uma guerra de aniquilação total, mas há um padrão histórico: as razões que se alegam para os conflitos são pretextos, e não suas reais motivações.

Assassinaram um arquiduque na Sérvia e então algumas potenciais coloniais e outras que haviam chegado atrasadas na corrida por colônias usaram este pretexto para resolver sua tensões em uma... GUERRA MUNDIAL.

Abaixo você pode conferir o discurso feito por Hitler no rádio justificando a invasão da União Soviética.


E para invadir a Polônia Hitler alegou que havia sofrido ataques em suas fronteiras.
Cadáveres de prisioneiros foram vestidos com uniformes de alemães e poloneses para plantar essa notícia falsa. Como preparação previamente o povo alemão já estava sendo bombardeado com notícias falsas sobre provocações polonesas.

Qualquer ser minimamente raciocinante na Alemanha deveria se perguntar porque a frágil Polônia, um estado tampão tentando sobreviver entre a Rússia e a Alemanha, entre estas duas imensas ameaças, iria atacar o que era então a maior potência militar do planeta. Mas não acontece, o que acontece sempre é a repetição da História: quando o governo americano justificou o envio de meio milhão de tropas para Vietnam inventou que uma de suas fragatas tinha sido atacada por forças norte-vietnamitas. 

Nenhum ser raciocinante nos Estados Unidos, ninguém na imprensa, questionou por que diabos Ho Chi Min, um reconhecido gênio militar que deu um pau nos japoneses e derrotou humilhantemente os franceses, teria feito algo tão estúpido como atacar a marinha da maior potência mundial para trazer para uma guerra que já estava difícil um inimigo ultra poderoso.

Hoje se sabe - quer dizer, isto já é fato até mesmo para os seres não raciocinantes - que o tal incidente no Golfo de Tonkin jamais ocorreu. Está documentado por material liberado oficialmente pelo próprio governo. Mas a versão que ainda prevalece para seres não racionantes é de que foi apenas um equívoco infeliz do Departamento de Defesa, como se os Estados Unidos tivessem chegado a serem a potência que são pondo como secretários de defesa imbecis incapazes de concluir o óbvio.

Voltando à Primeira Guerra Mundial é difícil encontrar uma razão para os Estados Unidos
entrarem naquele conflito europeu entre potências coloniais. A opinião pública era massivamente contra, o que constrangia o Congresso. Então a imprensa iniciou, toda a imprensa "livre e independente", uma intensa campanha para mudar a opinião pública. O povo foi levado a acreditar em histórias incríveis, como a de que se a Alemanha vencesse apoiaria o "poderoso" México em uma guerra contra os Estados Unidos onde o poderoso México retomaria todo o território que os EUA tiraram dele.

Bem, nem o país, pelos seus interesses de Estado, e muito menos o povo americano, tinha motivos ou vantagens entrando na guerra, mas os banqueiros tinham sim, muitos motivos: milhões em empréstimos feitos aos aliados da Entente, dinheiro este que ficou claro que não receberiam caso eles não vencessem a guerra.

E, a menos que você acredite que Saddam Hussein esteve por trás dos atentados às torres gêmeas e que um enorme arsenal de armas de destruição em massa ainda jaz bem escondido em algum lugar do Iraque, então este foi claramente mais um conflito, a exemplo da maioria de todos os outros durante toda a História, cujas razões alegadas foram simplesmente criadas... do NADA!

Offline Geotecton

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #22 Online: 27 de Maio de 2016, 22:19:01 »
Eu recomendo você ler um pouco mais sobre assuntos militares, caro Pedro Reis.

Com exceção dos mísseis do tipo MARV e dos mísseis de cruzeiro mais modernos, TODOS (sem exceção) os demais mísseis (com ogivas nucleares ou com carga explosiva convencional) apresentam voo balístico ou voo de cruzeiro com rota pre-determinada.

Então, mesmo a "baixa" eficiência das versões noventistas dos mísseis Patriot seria o suficiente, se usados em grande escala, para interceptar qualquer tipo de míssil, com exceção dos tipos mencionados no parágrafo anterior.
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Offline Geotecton

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #23 Online: 27 de Maio de 2016, 22:22:09 »
[...]
Surgiu então uma história, também reproduzida milhares de vezes na imprensa, para explicar o incidente. Teria sido um problema conhecido em Métodos Numéricos como "erro de propagação e arredondamento" sobre o qual não vou entrar em detalhes mas estaria relacionado com o fato do sistema anti-mísseis ter ficado ligado durante muito tempo sem reinicialização. O exemplo da falha do Patriot é usado até hoje em disciplinas de métodos numéricos.

O problema é que essa explicação é TOTALMENTE FALSA! Mais tarde equipes independentes, do MIT e outras, analisaram as imagens de interceptações e demonstraram que geralmente o patriot errava o alvo. Acontecia simplesmente que os mísseis obsoletos de Saddam Hussein eram do tempo da guerra da Coréia e tinham pouca precisão, e também geralmente apenas caíam sobre o deserto.
[...]

Você pode indicar as fontes que refutaram a explicação do "erro de arredondamento"?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fim da civilização.
« Resposta #24 Online: 27 de Maio de 2016, 22:50:39 »
Apenas se especular que os industrialistas militares se beneficiam de ameaças não é prova alguma de que estejam dispostos a fabricar ameaças propositalmente (como o atentado de 11 de setembro de 2001 ser um "trabalho interno" e etc), e fazendo-o, com colaboração do wikileaks, sendo denunciados apenas pelos infowars da vida e "sites" do angelfire.









(Será que esses dólares são "históricos"/literais, ou há algum ajuste de inflação para criar um "dólar atemporal"?)

 

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