Autor Tópico: Nunca na história desse país...  (Lida 1046 vezes)

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Skorpios

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Nunca na história desse país...
« Online: 27 de Novembro de 2014, 06:38:17 »
Tenho acompanhado uma série de artigos do Prof. Luiz Flávio Gomes, que chamou a minha atenção pela sua proposta de acabar com o político profissional.
Achei os artigos bem interessantes e como são extensos, coloco aqui os links, para que quem se interesse possa dar uma olhada e, se quiser, comentar.

Petrobras: os primeiros políticos implicados seriam…

Petrobras: Delação ou extorsão premiada? (erro evitável)

Democracias corruptas: como os endinheirados “compram” os parlamentares

Offline _Juca_

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #1 Online: 27 de Novembro de 2014, 08:11:45 »
Tenho acompanhado uma série de artigos do Prof. Luiz Flávio Gomes, que chamou a minha atenção pela sua proposta de acabar com o político profissional.
Achei os artigos bem interessantes e como são extensos, coloco aqui os links, para que quem se interesse possa dar uma olhada e, se quiser, comentar.

Petrobras: os primeiros políticos implicados seriam…

Petrobras: Delação ou extorsão premiada? (erro evitável)

Democracias corruptas: como os endinheirados “compram” os parlamentares

Não li tudo, mas o fato de existir investigação e denúncias prova que o sistema está funcionando e progredimos também nesse aspecto.

Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #2 Online: 27 de Novembro de 2014, 11:22:31 »
Para quem gosta da democracia ateniense, sugiro a leitura da vida de Temístocles e Péricles.

Quando e onde não existem políticos profissionais?

Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo (apesar de também fascista).

Offline Jurubeba

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #3 Online: 27 de Novembro de 2014, 12:47:15 »
Para quem gosta da democracia ateniense, sugiro a leitura da vida de Temístocles e Péricles.

Quando e onde não existem políticos profissionais?

Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo (apesar de também fascista).

Sugestão de material?

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Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #4 Online: 27 de Novembro de 2014, 13:23:42 »
Vidas paralelas de plutarco.
Se quiser algo romanceado, você tem Salamina, de Javier Negrete; Portões de Fogo, de Steven Pressfield, e Tempos de Guerra, de Steven Pressfield. Este último é um romance de outro político ateniense,  Alcebíades.

Na wikipedia tem também muito material.

Offline Fabrício

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #5 Online: 27 de Novembro de 2014, 13:41:04 »
Vidas paralelas de plutarco.
Se quiser algo romanceado, você tem Salamina, de Javier Negrete; Portões de Fogo, de Steven Pressfield, e Tempos de Guerra, de Steven Pressfield. Este último é um romance de outro político ateniense,  Alcebíades.

Na wikipedia tem também muito material.

Portões de Fogo é muito bom.
"Deus prefere os ateus"

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #6 Online: 27 de Novembro de 2014, 18:05:25 »
Tenho acompanhado uma série de artigos do Prof. Luiz Flávio Gomes, que chamou a minha atenção pela sua proposta de acabar com o político profissional.
Achei os artigos bem interessantes e como são extensos, coloco aqui os links, para que quem se interesse possa dar uma olhada e, se quiser, comentar.

Petrobras: os primeiros políticos implicados seriam…

Petrobras: Delação ou extorsão premiada? (erro evitável)

Democracias corruptas: como os endinheirados “compram” os parlamentares

Não li tudo, mas o fato de existir investigação e denúncias prova que o sistema está funcionando e progredimos também nesse aspecto.

Então já tem mais um para investigarem:

Operação Terra Prometida

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/11/irmao-de-ministro-da-agricultura-sao-alvos-de-operacao-da-pf-contra-fraude.html

Dois irmãos do ministro da agricultura estão sendo procurados pela polícia por uma fraude que pode chegar a um bilhão...


Offline Gaúcho

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #7 Online: 27 de Novembro de 2014, 18:06:48 »
Só gente de bem e idônea na política brasileira.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #8 Online: 27 de Novembro de 2014, 18:09:59 »
Só gente de bem e idônea na política brasileira.

E logo aparece mais uma que eu soube hoje, não vou comentar no momento, esperarei até ser oficial.

Tem um conhecido pinguço no meio e dessa vez não tem como esconder.

Citar
“O STJ acolheu o pedido da Infoglobo e do jornalista Thiago Herdy Lana para terem acesso aos gastos efetuados com o cartão corporativo do governo federal utilizado por Rosemary Nóvoa de Noronha, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social”. Thiago Herdy só recorreu ao STF depois de buscar inutilmente essas informações na Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

« Última modificação: 27 de Novembro de 2014, 18:19:03 por Arcanjo Lúcifer »

Skorpios

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #9 Online: 03 de Dezembro de 2014, 16:30:44 »
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Se “todos” são corruptos, eu também...

Diante de escândalos tsunâmicos como o da Petrobra$, que desnudam em toda sua inteireza o lado canalha de alguns membros da classe dominante (a canalhice, de qualquer modo, não é apanágio exclusivo dessa classe), uma das coisas que mais impressionam é o discurso legitimador da canalhice (sobretudo quando ela é engendrada por uma poderosíssima organização criminosa), verbalizado de forma plácida e diáfana, para não dizer macunaímica (herói malandro), no sentido de que a corrupção (a sonegação, o malfeito, a malandragem) se trata de algo “natural”, “comum”, algo enraizado na “tradição” e nos “costumes” do povo brasileiro. Lula, em 1995, quando eclodiu o mensalão do PT (depois do mensalão do PSDB), reagiu (em Paris) dizendo que todos os partidos políticos fazem caixa 2; a corrupção é coisa da “nossa cultura” (José Eduardo Cardozo); “Não há no Brasil um gestor público que não tenha um processo” (Dalva Dias, PDT-SC).

02. Nunca antes neste país se tornaram tão necessários dois esclarecimentos: (a) a corrupção não é apenas um problema individual (pessoal, ético), mas é, antes de tudo, isso; (b) a corrupção, sobretudo daqueles que dominam/governam a nação, é uma canalhice maligna de magnitude hecatômbica porque afeta também (1) o mercado e a economia (mascara a concorrência e bilhões de reais são desviados do crescimento do país), (2) a política e a democracia (tornando-a ilegítima), (3) a Justiça e o império da lei (assim como a força das instituições) assim como (4) a própria sociedade (canaliza a riqueza para os mais ricos e desmorona o chamado “capital social”, fundado na confiança necessária para o bom funcionamento societal).

03. Das nefastas consequências da corrupção (para a economia, política, império da lei e sociedade) vamos cuidar em outro artigo. Dela, como problema, desde logo, individual (ético), vamos tratar em seguida, pedindo licença para revisitar algumas noções elementares de ética e de moralidade transmitidas pelos professores da área. Triste e degenerada é a sociedade em que um político ou administrador público afirma que o malfeito e a corrupção é coisa de “todo mundo”, é da tradição, dos costumes. Para começar: não é verdade que “todo mundo” seja corrupto. Toda época tem sua estrutura moral (Aranguren), ou seja, suas pautas de conduta, seus ideais, seus fins, seus valores. A vida, ainda que marcada por debates e embates, não pode se desconectar de algumas margens limitadoras, sob pena de se embrenhar para o mundo da corrupção, do mau-caratismo, da malandragem, da desonestidade, enfim, da falta de moral (e de ética). Em nenhum instante da nossa vida, mas sobretudo quando participamos da vida política da cidade ou do país (da “polis” ou da res pública), podemos admitir a mancha ou a mácula do mau-caratismo, do canalhismo.

04. A corrupção é generalizada no nosso país (isso é verdade: FHC, por exemplo, admitiu numa entrevista à Folha que houve corrupção para aprovar a Emenda da Reeleição, em 1996), mas nem todo mundo é corrupto (Renato J. Ribeiro); de outro lado, ninguém é obrigado a se sujeitar a padrões nitidamente podres ou canalhas (recorde-se que um dos sentidos da palavra corrupção é descrever um fruto podre). Ao “clube” dos empreiteiros (para se citar um exemplo), que agora andam dizendo que foram “extorquidos”, faltou precisamente uma postura ética firme contra a tradição, o costume, a cultura. Por força da ética, não somos obrigados a seguir os costumes imorais (a canalhice) enraizados em algumas práticas econômico-financeiras, por exemplo, muito menos na tradição política imoral do nosso País. Existiria por acaso alguma força sobrenatural com poder para levar a maioria dos agentes econômico-financeiros, políticos e públicos (há exceções, claro) a se comportarem (quase sempre) de maneira irregular? Não.

05. Todas as vezes que nos deparamos com uma tradição ou costume ou com uma ordem externa, devemos prestar atenção no seu conteúdo e na sua natureza. Não podemos concordar muito menos praticar a canalhice. A Ética diz respeito ao foro interno da nossa vontade (e liberdade). Somos livres (em geral) para decidir pelo bem ou pelo mal (pelo certo ou pelo errado – veja Savater). Podemos dizer “sim” ou “não” (veja Octávio Paz). O preço que pagamos por contarmos com essa liberdade é a responsabilidade. Pelos atos que praticamos devemos ser sempre responsáveis. E nesse caso nem a ordem externa nem a tradição nem os costumes nos absolve. Nós, seres humanos, somos distintos dos animais (das plantas e dos minerais) porque contamos (dentro de certas medidas) com o que se chama liberdade (ainda que condicionada, mas liberdade). O ato de corromper ou de ser corrompido (que é uma canalhice) é fruto dessa liberdade, por isso que a corrupção é, antes de tudo (mas não somente), um problema ético e moral. Se cada um de nós elevássemos o padrão ético (como os suecos fizeram em 1841, por exemplo), teríamos (com certeza) menos corrupção e menos violência no país.

Saiba mais:

06. Os animais não podem alterar seus códigos biológicos (são o que são e não conseguem alterar o seu caminho). Fazem somente o que estão programados naturalmente para fazer. As formigas são da forma que são e não é facultado a cada uma delas alterar sua natureza. Os animais não podem ser reprovados porque não sabem se comportar de outro modo (Fernando Savater). Ou seja: não contam com autodeterminação (capacidade de entender e de querer). Os seres humanos também somos programados (biologicamente), mas conjuntamente com a constituição biológica também contamos com uma programação cultural, que é guiada, em grande parte, pela nossa autodeterminação. Por isso é que “sempre podemos optar finalmente por algo que não esteja no programa. Podemos dizer “sim” ou “não”, quero ou não quero. Nunca temos um só caminho a seguir. Temos vários” (Savater).

07. "Somos indivíduos livres e nossa liberdade nos condena a tomarmos decisões durante a nossa vida” (Sartre). Premissa básica da convivência humana é que não podemos fazer tudo que queremos. Por mais poderoso que alguém seja, a vida não pode seguir os seus caprichos. Não existe liberdade sem limites e sem responsabilidade. Embora dentro de certos parâmetros, podemos inventar e eleger (em grande parte) nossa forma e nosso estilo de vida. Mas também podemos nos equivocar (isso é certo – errare humanum est). A essa arte de viver bem (com expurgo da canalhice) chamamos de ética que, na verdade, não significa apenas a “arte de viver bem”, senão a “arte de viver bem humanamente” (respeitando nossos semelhantes, ou seja, ou ostros caminhantes, os direitos humanos, os valores básicos de convivência etc.). Tratar nossos semelhantes (os outros caminhantes) como “insetos” (ou ignorá-los completamente, como é a postura da indiferença) significa ferir profundamente os preceitos éticos que norteiam nossa existência.

08. Uma coisa é lutar pela sobrevivência, estando isolado em uma ilha (como foi o caso de Robinson Crusoé, criado por Daniel Defoe, em 1719). Outra bem distinta é viver em sociedade (ou seja: “con-viver” com seus semelhantes, com os outros caminhantes). Defoe (pelo que consta na Wikipedia) “inspirou-se na história verídica de um marinheiro escocês, Alexander Selkirk, abandonado, a seu pedido, numa ilha do arquipélago Juan Fernández, onde viveu de 1704 a 1709. Robinson Crusoe herda desta história o mito da solidão, na medida em que vive sozinho durante vinte e cinco anos, antes de encontrar a personagem Sexta-Feira. O romance simboliza a luta do homem só contra a natureza, a reconstituição dos primeiros rudimentos da civilização humana, testemunhada apenas por uma consciência e dependente de uma energia própria”.

09. A partir do momento em que outro ser humano aparece na nossa “ilha” (que não é a mesma de Robinson Crusoé), não há como não tratá-lo como semelhante (como outro caminhante). Nesse caso, surge mais uma premissa básica de convivência: jamais podemos fazer aos outros o que gostaríamos que não fizessem conosco (no mundo oriental, fala-se no princípio da “ahimsa”). A Ética, a partir do momento em que temos que conviver com outros caminhantes (semelhantes), evolui da “arte de viver bem” para a “arte de viver bem humanamente”. É que temos que viver com os outros ou contra os outros, porém humanamente (ou seja: entre seres humanos, como diz Savater). O que transforma nossa vida em vida humana é que, não estando nós numa ilha isolada, como Robinson Crusoé, somos todos compelidos a passar todos os dias da nossa vida em companhia de outros seres humanos, interagindo com eles, falando com eles, negociando com eles, amando, construindo sonhos ou castelos, fazendo projetos, jogando, discutindo, concordando, discordando, debatendo etc. Mas todos somos seres humanos (e como humanos todos devemos ser tratados).

10. Cada dia fica mais claro no nossoo país que nem o Estado, nem o mercado, nem o capitalismo egoísta/selvagem, nem os políticos, muito menos os partidos, ou seja, nem o sistema político nem o sistema econômico está cumprindo o que deveria ser feito, ao contrário, a desconfiança é generalizada porque no lugar do que deveriam fazer eles incrementam cada vez mais a desigualdade, a concentração do poder e da riqueza, a contaminação, a destruição do meio-ambiente, o desemprego, a má-qualidade do serviço público, a corrupção, a violência, os desmandos e, o que é mais importante, “a degradação dos valores que sustentam a sociedade, onde tudo é aceitável e ninguém é responsável” (Stiglitz). O “cada cabeça um voto” (eixo da democracia representativa clássica) se transformou em cada voto um dólar. Daí todo questionamento que se faz frente à democracia vigente, marcada pelo compadrismo espúrio entre a economia corrupta e a política assim como entre a política e a governança. O mau-caratismo (a canalhice – um mal de todos os tempos) só pode ser combatido com a Ética e a cidadania.

11. A corrupção sórdida que invadiu até às vísceras a Petrobra$ equivale no plano esportivo a fazer um gol com a mão. Trata-se de um comportamento imoral ou antiético. Gilberto Freyre, em 1938, falou da habilidade dos mulatos brasileiros no futebol, da astúcia, da espontaneidade individual (veja Ronaldo Helal, O Globo de 02.11.12, p. 19). Na cultura brasileira, a partir daí, fala-se no jogador competente, regular, esforçado, assim como no astuto, no malandro. Ambos possuem espaços na cultura brasileira (tal qual bem notou Antonio Cândido, com sua crítica à “dialetica da malandragem”). Também há quem admira heróis malandros (Macunaíma dá bem a ideia disso). Isso, aliás, explicaria a atitude daqueles que apoiam o gol feito com as mãos. Mas há atos, costumes, convenções, regras e convicções gerais que podem ser imorais (ou más ou erradas). Por mais que da nossa cultura faça parte o herói malandro, é claro que não podemos concordar com a malandragem, com o engodo, com o errado. Daí censurarmos o gol feito com a mão, que é, antes de tudo, imoral. Ninguém pode se beneficar da malandragem.

12. Os humanos, diz o filósofo Savater (Ética de urgência, p. 119), “somos maus o quanto nos deixam ser. Se alguém acredita que pode fazer algo e alcançar alguma vantagem, se está completamente seguro de que nada vai ocorrer, pois o fará”. Se o mal (a canalhice) e a malandragem não são censurados, reprovados, tudo continua como está. Não é verdade que a ética só vale para alguns momentos, podendo ser suspensa em outros. Ela nos vincula para toda a vida. Nos concretos atos da nossa vida, quando em jogo está o (superior) plano ético, você não tem que perguntar a ninguém o que deve ser feito: pergunte a você mesmo (Savater). E mais, não vale ser ético somente durante um trecho da sua vida. Por quê? Como bem disse, com toda sabedoria e sensatez, a ministra do STF, Cármen Lúcia: “A vida é igual a uma estrada. Não adianta você dizer que foi na reta certinho mil quilômetros e depois você entra na contramão e pega alguém. É a mesma coisa. Você tem que ser reto a sua vida inteira. Independente do que o outro fizer, independente de o outro atravessar a estrada. Se você estiver certo, você terá contribuído para o fluxo da vida ser mais fácil. Isso no serviço público muito mais”.

Offline Pagão

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #10 Online: 03 de Dezembro de 2014, 18:06:11 »
Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo...

Com os hilotas como os trabalhadores servos do Estado e a aristocracia guerreira espartana como equivalente da oligarquia dos revolucionários profissionais... Estou a ver a ideia....  :twisted:
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline DDV

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #11 Online: 03 de Dezembro de 2014, 18:11:51 »
Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo...

Com os hilotas como os trabalhadores servos do Estado e a aristocracia guerreira espartana como equivalente da oligarquia dos revolucionários profissionais... Estou a ver a ideia....  :twisted:


Esparta de fato se assemelhava bastante a regimes comunistas (era totalitária, afinal). Compartilhava em semelhança com os mesmos o fato de ser paupérrima, porém militarmente poderosa.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)


Offline Jurubeba

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #13 Online: 05 de Dezembro de 2014, 08:09:06 »
Anti-intelectualismo.
Verdade. Em contraposição a Atenas, que era intelectualista.

Esse ponto também aproxima demais Esparta dos comunistas, uma vez que a manutenção da ignorância é um escudo para o poder dos soviets. Além, é claro, de ser uma forma excelente de produzir idiotas úteis.

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Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #14 Online: 05 de Dezembro de 2014, 10:46:57 »
Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo...

Com os hilotas como os trabalhadores servos do Estado e a aristocracia guerreira espartana como equivalente da oligarquia dos revolucionários profissionais... Estou a ver a ideia....  :twisted:


Na verdade, os homoioi como uma sociedade comunista mesmo, com, claro, os hilotas como escravos do estado (escravidão que, por sinal, era uma instituição daquele período histórico). Não apenas os escravos eram do estado, mas as riquezas também eram do estado (ainda que os dois reis tivessem uma participação maior de butins) e os próprios cidadãos eram propriedade do estado, a ponto de serem retirados das famílias aos 7 anos (no caso dos meninos, as meninas pouco depois, ainda que pudessem dormir em casa). Lembrando que comunismo não é/era um conceito daquela época, mas apenas estou fazendo um paralelo.

Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #15 Online: 05 de Dezembro de 2014, 11:06:38 »
Estive lendo alguma coisa sobre Esparta e me pareceu uma sociedade mais próxima do comunismo...

Com os hilotas como os trabalhadores servos do Estado e a aristocracia guerreira espartana como equivalente da oligarquia dos revolucionários profissionais... Estou a ver a ideia....  :twisted:


Esparta de fato se assemelhava bastante a regimes comunistas (era totalitária, afinal). Compartilhava em semelhança com os mesmos o fato de ser paupérrima, porém militarmente poderosa.



Esparta não era paupérrima, pelo contrário, mas viviam sob a lei de Licurgo que era muito rígida sobre... tudo, daí o modo de vida espartano e da expressão espartano como algo simples, apenas o essencial. Esparta dominava praticamente todo o Peloponeso e tinha um poder de mobilização de pessoas e recursos que só se comparava a Atenas (que, por sinal, só começa a ter importância mesmo no mundo grego com pessoas como Clístenes e devido às guerras medas). Isso levou a um conflito com Atenas na Guerra do Peloponeso que foi vencido por... Esparta. O problema de Esparta era que a população dos homoioi crescia muito pouco e muito devagar devido às leis de Licurgo (entre as quais o espartano só casava aos 30 anos) e a uma política de eugenia que eliminava todos os recém-nascidos que os éforos consideravam com alguma deficiência física, mental ou muito fraco para ser um espartano. Somado a isso havia um enorme contingente de hilotas. A decadência era inevitável e já no período de Alexandre já se via isso, com Tebas tendo suplantado Esparta.

Offline Pagão

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #16 Online: 05 de Dezembro de 2014, 13:21:04 »
Esparta dominava praticamente todo o Peloponeso e tinha um poder de mobilização de pessoas e recursos que só se comparava a Atenas.

Julgo que as pessoas e recursos de Atenas eram superiores aos de Esparta, que era uma cidade mais pequena,... O que aconteceu foi que Esparta equilibrava pelo facto de liderar uma vasta confederação de cidades, a Liga do Peloponeso, unidas pela aversão ao imperialismo ateniense assente no comércio e no poder marítimo.
Esparta não dominava o Peloponeso da mesma forma como Atenas oprimia os seus aliados. Esparta era mais a primeira entre iguais, no que toca aos seus aliados. Já Atenas, com as suas esquadras, tinha uma grande mobilidade que a tornava claramente hegemónica no que toca aos seus aliados, pois muito mais facilmente esmagava as dissidências. Por exemplo: Esparta; Corinto; Siracusa eram forças aliadas entre si equivalentes em face de Atenas, enquanto esta não tinha nenhum equivalente a si própria entre os seus aliados. 
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline DDV

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #17 Online: 05 de Dezembro de 2014, 14:26:44 »
Esparta dominava praticamente todo o Peloponeso e tinha um poder de mobilização de pessoas e recursos que só se comparava a Atenas.

Julgo que as pessoas e recursos de Atenas eram superiores aos de Esparta, que era uma cidade mais pequena,... O que aconteceu foi que Esparta equilibrava pelo facto de liderar uma vasta confederação de cidades, a Liga do Peloponeso, unidas pela aversão ao imperialismo ateniense assente no comércio e no poder marítimo.
Esparta não dominava o Peloponeso da mesma forma como Atenas oprimia os seus aliados. Esparta era mais a primeira entre iguais, no que toca aos seus aliados. Já Atenas, com as suas esquadras, tinha uma grande mobilidade que a tornava claramente hegemónica no que toca aos seus aliados, pois muito mais facilmente esmagava as dissidências. Por exemplo: Esparta; Corinto; Siracusa eram forças aliadas entre si equivalentes em face de Atenas, enquanto esta não tinha nenhum equivalente a si própria entre os seus aliados. 

O que eu li aponta mais para o contrário. Esparta era claramente superior às demais cidades em poder militar, e não gostava muito de alianças; quando as fazia, sempre exigia uma posição superior. Atenas, ao contrário, era mais "diplomática". Esse seu "imperialismo" só surgiu bem mais tarde.
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Skorpios

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #18 Online: 05 de Dezembro de 2014, 14:53:45 »
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Friboi e flexibilização da meta fiscal: o dinheiro manda e “governa”

O dinheiro manda, desmanda e “governa”. E o povo? Continua, por ora, na caverna. A presidenta Dilma, ao prometer liberar R$ 444 milhões para os parlamentares, conseguiu a aprovação da flexibilização da meta fiscal. Velha política brasileira (praticada deploravelmente por todos os governantes) do “toma lá dá cá”. A Friboi, por sua vez, que foi a maior “financiadora” das campanhas eleitorais de 2014 (“doou” quase 400 milhões para praticamente todos os partidos políticos; perto de R$ 70 milhões somente para a reeleição de Dilma), não “aceitou” a indicação de Kátia Abreu para o ministério da Agricultura. Se quem manda na vida política é o dinheiro (os donos dos meios de produção, de comunicação e das finanças), o grupo JBS (Friboi), para a preservação dos seus “negócios”, sente-se no direito de interferir diretamente nos atos do governo, como é o caso da nomeação do novo ministro da Agricultura.

02. É assim que funciona o conúbio escabroso entre a política (aqui mais escatologicamente que em outros lugares) e o dinheiro (que “coopta” os políticos por meio do financiamento das suas campanhas ou “comprando” os seus votos no Parlamento). Houve um tempo em que o Rei detinha (ou comandava) o poder econômico e o poder político (ele tinha ou administrava todos os meios de produção: terras, máquinas, fábricas etc.). A história conta que na medida em que os endinheirados burgueses (comerciantes, industriais, fazendeiros, seguradoras, financistas etc.) foram crescendo, o poder econômico do Rei foi paralelamente diminuindo, até ficar reduzido à cobrança de impostos. Mas os burgueses não tinham o poder político. No nosso entorno cultural, somente no final do século XVIII deu-se a grande virada: os burgueses, donos do poder econômico, assumiram também (com a Revolução Francesa, 1789) o poder político (isso já tinha ocorrido há um século antes na Inglaterra). Cortaram o pescoço do Rei e se afastaram e esvaziaram, ao mesmo tempo, o poder religioso (católico). Formalmente, os burgueses dividiram o poder visível em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Não abriram mão, claro, do poder econômico (do controle dos meios de produção, de comunicação e das finanças), que é o que comanda o poder político (seja de forma direta, quando um endinheirado assume cargos políticos, seja de forma indireta, financiando as campanhas eleitorais dos políticos que, dessa forma, são cooptados – abduzidos – pelo poder econômico). É assim que funciona o poder até hoje; na realidade, sua configuração é a seguinte: poder econômico + poder político (Executivo e Legislativo) + Poder Jurídico.

03. A podridão (desigualdade, opressão, enriquecimento monopólico, vantagens no mercado, pilhagem do patrimônio público por meio da lei etc.) nascida dessa espúria união (do poder do dinheiro com o poder político) é a marca registrada de todas as governanças que seguem a lógica do deplorável “toma lá dá cá”, semeada sobretudo por setores pouco ortodoxos do mundo político-empresarial, que mesmo quando fazem seus “negócios” dentro da lei (como é o caso das doações eleitorais), sempre estão com um pé na canalhice do crime organizado da mesma natureza (tal qual o da Petrobra$, da Eletrobra$ etc.).

04. É neste estado lamentável que sempre esteve o Brasil. Não há mal, devassidão, humilhação ou capciosa afronta ao qual ele não tenha se submetido em seus cinco séculos de existência. O império da lei para todos, no nosso país, não passa de uma enorme ilusão (uma fantasia). Em alguns momentos, de tão desacredita e impotente, chega-se a mover o riso quando ela é invocada, porque a fraqueza institucional entre nós é sistêmica, apesar da corrupção endêmica e da violência epidêmica. A garantia da execução da lei no Brasil, em geral, mais parece a uma burla, especialmente quando de um poderoso se trata. Os recursos são canalizados para um pequeno grupo e quase tudo é feito dentro da lei (porque não há envergonha em se utilizar o Estado de Direito também para a pilhagem do patrimônio público – veja Ugo Mattei e Laura Nader, Pilhagem).

05. É assim que sempre se governa (na maior parte do tempo) no Brasil e no mundo (desde que o mundo é mundo): há lideranças carismáticas, religiosas, tradicionais (Max Weber), mas é o poder do dinheiro que preponderantemente “guia” os políticos, que entendem bem essa linguagem (seja quando vem das empresas, seja quando emana do próprio governo). É assim que a ciranda financeira gira (nas barbas do povo inerte e indiferente, que a tudo assiste e, normalmente, nada faz). Enquanto não houver uma decisiva manifestação popular as mudanças serão sempre adiadas. Já não basta expressar indignação. O momento é de agir, de sair para as ruas e exigir medidas concretas como cassação de todos os políticos envolvidos comprovadamente em corrupção, fim da reeleição no executivo e fim do político profissional no legislativo (imposição de um limite temporal, para que não haja perpetuação no poder).

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06. É da nossa tradição, quando da coisa pública se trata, que as pessoas de inteligência, de mérito e de bom tirocínio sejam deslocadas, escanteadas e, curialmente, substituídas pelos mais espertos, pelos aventureiros e ineptos, que se dispõem, sem peias, a servir de meras correias de transmissão dos grandes donos do poder que os revestem de mando. Nem sequer a Constituição representa um sério obstáculo frente à voracidade carnal, quando se sabe que tudo depende da sua “criteriosa” interpretação. Naquilo que lhe é incontroverso, dá-se seu cumprimento por quem não tem consciência do que faz nem do que deve fazer, muitos assinando em cruz o que os amos do poder determinam. Tampouco de legitimidade eleitoral se pode falar, porque aqui as eleições, desde sempre, mais se assemelham a um assalto corriqueiro na cena diurna ou noturna das urbes nacionais que a uma festividade cívica civilizada, representativa de uma participação popular consciente e seletiva (seleção dos melhores). Nas ruas a bolsa é dada sem resistência para que se possa preservar a vida do viandante acometido subitamente pelo tresloucado ladrão. Nas eleições o que se vende aos grandes donos do poder é a própria governança assim como a edição de leis e atos dos seus interesses, não infrequentemente escusos, porque muitos margeiam a canalhice deslavada do crime organizado.

07. Vamos aos detalhes dos fatos: Dilma pretende nomear como ministra da Agricultura a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). O Grupo JBS (Friboi), que foi o campeão nacional em doações na campanha de 2014, quase R$ 400 milhões (69,2 milhões somente para a reeleição de Dilma), tendo ajudado 1.705 candidatos, que receberam dele recursos de forma direta ou indireta (via partido) (Estadão2/12/14), é contra essa nomeação. Sabe-se que quem financia a campanha eleitoral “compra” o governo e o parlamento. Nem sempre leva tudo, mas tenta impor (e preservar) os seus “negócios” (o JBS, a propósito, ajudou a eleger 1 presidente, 12 senadores, 18 governadores e 190 deputados federais – Folha 2/12/14). Um “doador” desse porte tem acesso fácil (evidentemente) aos palácios governantes. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, fora da agenda, recebeu um dos maiores donos do poder e do dinheiro (Joesley Batista) (Estadão e Folha). Por que o JBS não quer a senadora como ministra? Primeiro porque ela criticou a campanha publicitária da Friboi (achando-a antiética, prática monopolista e marketing enganoso).

08. Mais ainda (conforme o Estadão): o Ministério da Agricultura faz parte dos “negócios” do reclamante. Em outubro/14 esse ministério foi condenado na Justiça por ter beneficiado claramente citado grupo, impondo limitação à exportação de carnes pelos Entrepostos de Carnes e Derivados (ECDs), operados por pequenos frigoríficos (que não têm condições de doar R$ 400 milhões numa campanha eleitoral). Menos de dois meses depois de proibir o uso de expressões “especial” e “premium” em rótulos de carne, uma secretaria do referido ministério descumpriu a regra para atender os interesses do JBS (que também é um dos grandes beneficiários dos empréstimos favoráveis do BNDES – R$ 7 bilhões recentemente). É importante sublinhar (como fazem os doadores) que todas as “doações” eleitorais do mundo empresarial estão devidamente declaradasao TSE. Disso ninguém pode esquecer (tudo foi declarado, nos termos da lei). Também foi nos termos da lei que Hitler matou milhões de pessoas durante o nazismo.

09. A ciranda do crime organizado político-empresarial (que governa grande parte do PIB do país) é muito dinâmica (Estadão): a senadora Kátia Abreu (assim como seu filho Irajá Abreu-PSD-TO), por seu turno, recebeu doações da empresa Fiagril (R$ 550 mil), que está sendo investigada na Operação Terra Prometida (da PF), que cuida de um esquema bilionário organizado criminosamente por fazendeiros e empresários para a venda de terras destinadas à reforma agrária (é nesse esquema que estão envolvidos, dentre outros, dois irmãos do atual ministro da Agricultura, Neri Geller, do PMDB). A venda ilegal de lotes nunca foi novidade. Nem tampouco a grilhagem de terras pelos mais fortes. A novidade está na constituição de uma organização criminosa poderosa, envolvendo quase uma centena de fazendeiros, funcionários do Incra etc. Maior cuidado devemos ter no Brasil com os grandes ladrões cuja função pública é nos livrar dos pequenos ladrões (A arte de furtar).

Offline Pagão

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #19 Online: 05 de Dezembro de 2014, 17:41:31 »
Esparta dominava praticamente todo o Peloponeso e tinha um poder de mobilização de pessoas e recursos que só se comparava a Atenas.

Julgo que as pessoas e recursos de Atenas eram superiores aos de Esparta, que era uma cidade mais pequena,... O que aconteceu foi que Esparta equilibrava pelo facto de liderar uma vasta confederação de cidades, a Liga do Peloponeso, unidas pela aversão ao imperialismo ateniense assente no comércio e no poder marítimo.
Esparta não dominava o Peloponeso da mesma forma como Atenas oprimia os seus aliados. Esparta era mais a primeira entre iguais, no que toca aos seus aliados. Já Atenas, com as suas esquadras, tinha uma grande mobilidade que a tornava claramente hegemónica no que toca aos seus aliados, pois muito mais facilmente esmagava as dissidências. Por exemplo: Esparta; Corinto; Siracusa eram forças aliadas entre si equivalentes em face de Atenas, enquanto esta não tinha nenhum equivalente a si própria entre os seus aliados. 
O que eu li aponta mais para o contrário. Esparta era claramente superior às demais cidades em poder militar, e não gostava muito de alianças; quando as fazia, sempre exigia uma posição superior. Atenas, ao contrário, era mais "diplomática". Esse seu "imperialismo" só surgiu bem mais tarde.

Estou pensando na época da Guerra do Peloponeso...
Esparta não era uma potência imperialista significativa, nem tinha o poder naval necessário para tanto, mantendo-se na península do Peloponeso numa situação de equilíbrio tenso com Argos. As suas incursões militares consistiam em ações de hoplitas pesados que regressavam à cidade após as operações, enquanto Atenas colonizava em muito maior quantidade e facilidade devido à sua marinha. Esparta só se superiorizou quando dominou o mar (almirante Lisandro combinado com as grandes perdas navais atenienses no cerco de Siracusa). Embora possa surpreender, as cidades que se juntaram aos espartanos fizeram-no pela Liberdade grega contra a hegemonia imperialista ateniense e não porque lhes agradasse o regime aristocrático.
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #20 Online: 06 de Dezembro de 2014, 22:41:10 »
Esparta dominava praticamente todo o Peloponeso e tinha um poder de mobilização de pessoas e recursos que só se comparava a Atenas.

Julgo que as pessoas e recursos de Atenas eram superiores aos de Esparta, que era uma cidade mais pequena,... O que aconteceu foi que Esparta equilibrava pelo facto de liderar uma vasta confederação de cidades, a Liga do Peloponeso, unidas pela aversão ao imperialismo ateniense assente no comércio e no poder marítimo.
Esparta não dominava o Peloponeso da mesma forma como Atenas oprimia os seus aliados. Esparta era mais a primeira entre iguais, no que toca aos seus aliados. Já Atenas, com as suas esquadras, tinha uma grande mobilidade que a tornava claramente hegemónica no que toca aos seus aliados, pois muito mais facilmente esmagava as dissidências. Por exemplo: Esparta; Corinto; Siracusa eram forças aliadas entre si equivalentes em face de Atenas, enquanto esta não tinha nenhum equivalente a si própria entre os seus aliados. 
O que eu li aponta mais para o contrário. Esparta era claramente superior às demais cidades em poder militar, e não gostava muito de alianças; quando as fazia, sempre exigia uma posição superior. Atenas, ao contrário, era mais "diplomática". Esse seu "imperialismo" só surgiu bem mais tarde.

Estou pensando na época da Guerra do Peloponeso...
Esparta não era uma potência imperialista significativa, nem tinha o poder naval necessário para tanto, mantendo-se na península do Peloponeso numa situação de equilíbrio tenso com Argos. As suas incursões militares consistiam em ações de hoplitas pesados que regressavam à cidade após as operações, enquanto Atenas colonizava em muito maior quantidade e facilidade devido à sua marinha. Esparta só se superiorizou quando dominou o mar (almirante Lisandro combinado com as grandes perdas navais atenienses no cerco de Siracusa). Embora possa surpreender, as cidades que se juntaram aos espartanos fizeram-no pela Liberdade grega contra a hegemonia imperialista ateniense e não porque lhes agradasse o regime aristocrático.
Esse é o problema quando se analisa uma história que possui um espaço de tempo muito grande. Esparta foi imperialista durante algum tempo, mas depois de uma derrota preferiu fazer alianças que levou à Liga do Peloponeso. E manteve a maioria das cidades da península sob sua influência através da diplomacia ou das armas (exceto Argos). Teve uma colônia apenas, que foi Taranto. Nesse tempo Atenas não possuía a importância que viria ter depois e não era rival para Esparta. O que faz com que Atenas comece a assumir um protagonismo foi a derrubada da tirania e políticos astutos, além de um golpe de sorte, tudo a partir das guerras greco-persas. O golpe de sorte na verdade foram dois: a destruição de Erétria pelos Persas (e Erétria era a potência naval grega de então) e a descoberta de minas de prata na Ática. O político astuto convece a usar a prata para a construção de uma frota naval (eles queriam dividir os lucros igualmente lara cada cidadão). De qualquer maneira, Maratona provou que poderiam ganhar de uma potência sem a ajuda dos espartanos e a frota levou à vitória  em Salamina, tornando o poder naval da época e levando à formação da Liga de Delos. Principalmente,  controlando o tesouro da liga, que Atenas utilizou para benefício próprio. Então o contexto em 1ue estavam envolvidas as duas polis era diferente durante a guerra do Peloponeso, que era diferente das guerras médicas, que era diferente do período pré guerras médicas.

Offline Pagão

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #21 Online: 07 de Dezembro de 2014, 11:38:00 »
PÉRICLES :!:
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Derfel

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Re:Nunca na história desse país...
« Resposta #22 Online: 07 de Dezembro de 2014, 14:23:11 »
Também.

 

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