Janaína Paschoal: 'Chamei Putin de adolescente para ressaltar seu vigor'Lula Marques/ AGPT
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18:33 26.10.2016 (atualizado 18:40 26.10.2016) URL curta1891562
Em recentes postagens no Twitter, a advogada Janaína Paschoal demonstrou sua preocupação com as notícias de uma possível instalação de base militar da Rússia na Venezuela. E chamou Vladimir Putin de "imperialista".
Janaína Paschoal disse na rede social que a base russa na Venezuela pode representar sério risco de ataque ao Brasil, e postou o seguinte comentário sobre o presidente da Federação Russa: "Putin tem pouco mais de 60 anos, pode ser idoso, pela lei brasileira. Para fins políticos, é um adolescente. Imperialista, ninguém nega."
Diante destes comentários e de sua intensa repercussão, Sputnik Brasil entrevistou com exclusividade a Dra. Janaína Paschoal. Ela revelou as circunstâncias em que postou aqueles comentários, surpreendeu-se com a repercussão (até internacional) das postagens e esclareceu sua avaliação sobre o Presidente Putin, afirmando que não o chamou de "adolescente para desmerecê-lo, mas, sim, para valorizar o seu vigor". Sobre Putin, a advogada disse ainda que o considera um presidente muito forte e um dos mais importantes líderes mundiais.
Janaína Paschoal é advogada e professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP). Junto com os também professores de Direito Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo, ela formulou o processo de impeachment contra a Presidente Dilma Rousseff, recebido pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro de 2015 e que culminou com a destituição de Dilma pelo Senado Federal em 31 de agosto.
A seguir, a entrevista exclusiva com a advogada.
Sputnik: O que levou a senhora a fazer essas postagens em torno da alegada instalação de uma base militar russa na Venezuela?
Janaína Paschoal: Essas manifestações vieram no bojo de um conjunto de manifestações onde eu demonstrava, e aqui reitero, minha preocupação com o que está acontecendo na Venezuela, onde temos um ditador, que é o caso do Maduro, que controla o Poder Judiciário completamente; temos pessoas presas não por terem cometido crimes, mas, sim, pura e simplesmente por divergirem do poder instituído; há uma oposição pequena, porém atuante, no Congresso, e eu vinha já há alguns dias me manifestando no sentido de sustentar a ideia de que o Brasil, como um país bastante significativo na América Latina, deveria ser um pouco mais firme ao apoiar a oposição na Venezuela. Este é o primeiro ponto que eu gostaria de destacar. O meu foco ali não era a Rússia, era a Venezuela. Na esteira desses dias em que eu trago essa preocupação com o deteriorar da situação na Venezuela, em várias fontes, em vários veículos, veio a notícia de que a Rússia instalaria uma base militar justamente na Venezuela, que eu considero um país ditatorial. Eu expressei ali minha preocupação com essa notícia, porque eu entendo que uma base militar em um país limítrofe com o Brasil, um país não democrático e num conflito como esse, deixa o nosso país, no caso o Brasil, mais vulnerável.
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© AFP 2018 / RONALDO SCHEMIDT
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S: Esta é a sua preocupação…
JP: Eu não tenho cargo político e nem poder político nenhum. Como cidadã brasileira, ficaria muito mais tranquila se houvesse uma declaração oficial do Governo russo no sentido de que essa base não vai ser instalada. Estou sendo muito sincera. Porque essa base nos deixa vulneráveis. Estamos falando de um país que está vivendo um intenso conflito e onde existe um líder que é um ditador, e todo esse teatro que Maduro está fazendo, procurando o Papa para dizer que quer o diálogo, ele a meu ver não é real, é um teatro, porque ele não dá um sinal para estabelecer esse necessário diálogo. O sinal que eu esperaria de Maduro seria libertar os presos políticos que hoje estão confinados em prisões subterrâneas na Venezuela.
Restante no link:
https://br.sputniknews.com/noticias/201610266648867-janaina-paschoal-putin-adolescente-vigor/