A qualquer ignorante: não existem monarquias absolutistas desde o século XVIII.
Acho que ninguém melhor que alguém que viveu entre o Brasil Império e os "Estados Unidos do Brasil" para opinar entre um e outro:
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto ... Essa foi a obra da República nos últimos anos.
No outro regime (Monarquia) o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre - as carreiras políticas lhes estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.
Na República os tarados são os tarudos. Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando. Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem ..."
(Ruy Barbosa - Discursos Parlamentares - Obras Completas
Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág. 86/87)
Que tal Machado de Assis?
Quanto às minhas opiniões públicas, tenho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a republica de Platão. A realizada é o sistema representativo. É sobretudo como brasileiro que me agrada esta última opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais iluminou..
Não freqüento o paço, mas gosto do imperador. Tem as duas qualidades essenciais ao chefe de uma nação: é esclarecido e honesto. Ama o seu país e acha que ele merece todos os sacrifícios.
Machado de Assis
A proclamação da república, que, na verdade, não foi uma proclamação, mas um golpe de Estado, não se efetivou legitimamente. Haviam variados motivos: os aristocratas estavam descontentes com o fim da escravatura, os militares estavam descontentes com seu papel na sociedade, a maçonaria estava descontente com a Igreja... - além de uma questão pessoal envolvendo Marechal Deodoro, que adorava o Imperador Brasileiro, mas foi seduzido a "proclamar a República" - tudo isto somado não compreende nem 5% da população brasileira da época.
O que diferencia enormemente a monarquia da república é a existência de um quarto Poder que já não se fala, e tampouco se preza. O Poder Moderador, responsável por moderar os demais poderes, é o único poder outorgado ao monarca. Isto é, o Rei não governa, o rei modera, apenas. O rei é chefe de Estado, representante do povo. Qualquer sinal de descontentamento popular, basta ao monarca, representante apartidário e educado desde criança a reinar, desfazer o parlamento e convocar novas eleições. Isso é algo que não existe na república. Nesta, há a junção de dois cargos que nunca se devem coincidir em um só corpo: chefe de Estado e chefe de governo.
A Constituição de 1824, primeira Constituição do Império, caracterizava-se por ser sintética, isto é, desburocrática e lacônica - consequência de políticas liberais. Já nessa tratava de direitos individuais, como também da organização política do Estado e limitação do poder estatal.
Os 10 países mais corruptos de 2010, 2011 e 2012 são todos repúblicas, enquanto as monarquias lideraram o ranking dos 10 países mais honestos (70 % dos 10 mais honestos são monarquias!). Além disso, a absurda maioria dos países desenvolvidos são monárquicos, e não repúblicas. Entre os países menos desenvolvidos, não há um sequer que seja monarquia.
E aí? Monarquia ou República?