Respondendo à pergunta do tópico (que incrivelmente não foi aberto por mim, deve ser o único hehehe).
O feminismo de 2ª onda (influente a partir dos anos 60, cujas principais pautas são focadas em "igualdade" nas relações de trabalho, baseadas em cuidadosas pinçagens de dados estatísticos que alardeiam as "desigualdades" trabalhistas que parecem provar que as mulheres são inferiorizadas mas omitem cuidadosamente as variáveis que contrapõe estes pontos e também baseados no combate à "violência contra a mulher" utilizando-se dos mesmos recursos), este nunca foi um movimento que busca igualdade.
Sobre esta linha do feminismo, baseada na "correção" de "desigualdades" estatísticas, eu fortemente indico este artigo:
http://www.jpe.ox.ac.uk/papers/the-problem-of-sex-equality/ , de uma professora de filosofia, especialista em ética, pós-feminista, da Universidade de Oxford. Argumenta muito bem sobre como o ataque às "desigualdades" remuneratórias ou de horas de trabalho doméstico entre trabalhadores e trabalhadoras combate a desigualdade, muito pelo oposto.
Subjacente ainda ao feminismo de segunda onda tem a questão da negação da influência biológica sobre aspectos comportamentais masculinos e femininos.
O feminismo de terceira onda é um feminismo de segunda onda radicalizado, que emerge de um momento histórico em que o feminismo de segunda onda havia conseguido se tornar o discurso social (nas mídias, nas escolas, nos partidos políticos, nos botecos) default.
O pós-feminismo (de Christina Hoff Sommers e Camille Paglia, se todos fossem iguais a elas, que maravilha viver), que é um movimento de oposição ao feminismo de segunda onda e de tentativa de retomada aos valores da primeira onda, é sem sombra de dúvidas um movimento igualitarista (a Christina propõe o termo 'feminismo de igualdade' para se referir à primeira onda + pós-feminismo e 'feminismo de gênero' para se referir às duas outras ondas), sem qualquer ranço de sexismo inverso ou revanchismo.
Tenho em relação a esta 'escola' apenas uma leve discordância quanto a intepretações dos fatos históricos (para os pós-feministas houve de fato uma época em que as mulheres eram subjugadas pelos homens e este tempo no Ocidente foi bem-sucedidamente combatido pelo feminismo de primeira onda, eu acho que a sujeição feminina anterior ao século XX nunca foi de fato uma sujeição, que as divisões de papéis de gênero até o século XIX não eram mais fortes do que são hoje porque as mulheres do passado eram oprimidas ou porque algum feminismo às libertou, mas porque uma época em que era necessário engravidar 8 ou 13 vezes pra se conseguir ter 1 ou 3 descendentes vivos até a idade adulta, em que não existia leite Ninho nem freezer nem lasanha de microondas, em que virtualmente todos os trabalhos disponíveis eram braçais-extrativistas, em que virtualmente todo o alimento e vestimenta consumidos eram manufaturados EXIGIA organizações sociais distintas das nosas...). Então discordo dos pós-feministas nas suas interpretações sobre o passado mas concordo com suas interpretações e ações no presente.
Sobre isso a vlogueira antifeminista Karen Sthraugan fala muito bem em alguns vídeos que já postei aqui outras vezes (joga na pesquisa do Youtube: 'resposta a Daniele Paradis' ou 'Neotenia')
O feminismo de primeira onda propriamente dito só conheço através de curtos relatos e do fato de que os pós-feministas gostam dele (o que me faz gostar um pouco também), mas não posso argumentar muito sobre.