Autor Tópico: Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?  (Lida 4559 vezes)

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Offline Gigaview

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #50 Online: 28 de Maio de 2015, 20:30:15 »
Por "no mato" quis dizer qualquer lugar. Tipo, está reclinada no sofá, bebendo cerveja e comendo pipoca enquanto assiste TV, sente que está entrando em trabalho de parto, apenas abre mais as pernas e continua comendo, bebendo, e vendo TV. Quando acaba dá uma mordida no cordão umbilical, põe o bebê no berço, e volta para o sofá.

Tipo isso?




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My husband says we can't have a baby yet because our sofa is only one year old, and we don't get a newspaper to cover it with. Lol, birth photography is weeeeird.
« Última modificação: 28 de Maio de 2015, 20:33:14 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.


Rhyan

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #52 Online: 09 de Junho de 2015, 22:46:46 »
Are Hospitals The Safest Place For Healthy Women To Have Babies? An Obstetrician Thinks Twice
http://www.iflscience.com/health-and-medicine/are-hospitals-safest-place-healthy-women-have-babies-obstetrician-thinks-twice

Offline DDV

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #53 Online: 02 de Dezembro de 2015, 20:52:59 »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Sergiomgbr

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #54 Online: 02 de Dezembro de 2015, 21:21:25 »
Que em ambos modos de parimentos nascem mais e mais bebezes?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Hold the Door

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #55 Online: 10 de Dezembro de 2015, 09:12:48 »
Não existe polêmica. A questão parto normal x cesariana já é bem estabelecida no meio científico.

Mas nada é tão bem estabelecido que não possa ser revisto frente a novos dados.

http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=2473490

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Conclusions and Relevance  National cesarean delivery rates of up to approximately 19 per 100 live births were associated with lower maternal or neonatal mortality among WHO member states. Previously recommended national target rates for cesarean deliveries may be too low.
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline André Luiz

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #56 Online: 10 de Dezembro de 2015, 14:54:21 »
A parte mais estranha é a placenta, uma almôndega grande.  :hihi:

Na minha família não tem aquelas histórias da bisavó índia-vinking que pária no meio do mato, cortava o cordão umbilical no dente, puxava a placenta na unha, e ainda a usava como isca pra levar o jacaré pro almoço  :(


Offline Brienne of Tarth

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #57 Online: 10 de Dezembro de 2015, 15:36:11 »
Opinião de quem já vivenciou as duas formas: parto normal dói pra c@r@lho, mas é suportável para a maioria das mulheres, e cesárea quando não tive um mínimo de 10cm de dilatação para a passagem, nem com soro indutor, no parto normal o leite vem no mesmo dia, na cesárea no dia seguinte, mas basta mamar que mama produz.

Parto normal tem episiotomia, corte no períneo, mais fácil costurar corte que rasgão, cesárea tem um zilhão de carne cortada que na semana seguinte, a impressão que se tem é que se espirrar, explode.

Mas até aí normal, o que extrapola é quando inventa demais.
GNOSE

Offline Gabarito

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #58 Online: 06 de Janeiro de 2016, 19:04:45 »
Estava eu lendo o Estadão quando me deparei com o primeiro artigo que vai abaixo, de uma coluna chamada "Ser mãe é padecer na internet".

Carta ao médico que não entende nada de parto

Fiquei curioso e fui ler.
Percebi, logo no começo, que ela se referia a um outro artigo, de um médico que teceu comentários sobre um outro evento, um parto feito em casa.
Antes de continuar a leitura, fui primeiro ler o que o tal médico falava sobre o parto doméstico, que uns chamam "humanizado", mas ele chamava de "animalizado".

O Parto Animalizado

Seguem, abaixo, os dois artigos para debate.
Caso haja necessidade de mais informações, fotos e referências, as fontes dos artigos fornecem esses dados.

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O Parto animalizado
Por Maurício Vilela -
31 de dezembro de 2015

Para quem estranhou o título, aviso que nunca chamarei um parto que abre mão de tudo que a Humanidade desenvolveu para segurança da mãe e do bebê, voltando ao mesmo primitivismo de animais e povos selvagens de “humanizado”.

Há algumas semanas, vi uma sequência de fotos de uma moça parindo dentro do seu banheiro. As fotos são acompanhadas de um relato da própria, cheio daqueles chavões habituais para descrever algo que até uma gata faz sem se achar melhor por isso.
Porém, o mais triste foi constatar, pelo relato, que o trabalho de parto durou 2 dias; que a criança – uma menina – nasceu “toda trabalhada no mecônio” (frase escrita pela mãe) e que demorou para chorar, mas que a mãe compreendeu que “ela tinha sua hora para isso”. Pior foi saber que, durante todo o trabalho, a parturiente foi assistida por uma doula (o corretor do iOS quis trocar a palavra por “doida” e eu quase deixei) e que a pediatra de plantão (a médica ficou dois dias de plantão no quarto da moça?? Não tem mais nada a fazer?) só entrou no banheiro quando a criança, toda verde, nasceu.
Sim, verde! Toda a sequência foi fotografada, mostrando a moça somente de sutiã, bastante acima do peso (deve achar que controle de peso na gestação é opressão do patriarcado machista), seguida de fotos da criança toda tingida de verde devido ao mecônio e depois tem uma foto da placenta com péssimo aspecto, igualmente verde.

Não compreendo muito essa necessidade de exposição. Eu nunca fotografaria um exame de próstata meu, ou uma cirurgia de hemorróidas para postar no Facebook e mostrar como sou corajoso. Nas fotos, li um comentário de uma moça que achei muito interessante. Ela dizia que essas mulheres querem ser as protagonistas num evento onde o protagonista deveria ser o bebê. Que parecem mais preocupadas em se expor do que com o bem estar do filho.

Eu havia me surpreendido ao ler a própria moça reconhecer que a filha nascera envolta em mecônio e que demorou para chorar, mas não se preocupou com isso, até ler alguns comentários de respostas de mulheres igualmente fanáticas por parto animalizado afirmando que “a presença de mecônio é diferente da síndrome de aspiração de mecônio”.

Então, eu gostaria de fazer alguns comentários, particularmente para as mulheres jovens, em idade fértil e bem intencionadas. Acredito que muitas dessas mulheres que optam pelo parto domiciliar acreditam estar fazendo um bem ao seu filho.

Entendam que, nos últimos tempos, temos tido um aumento das religiões laicas ou ateístas no mundo. A primeira delas foi o humanismo, que deu origem ao socialismo, a mais difundida e duradoura das religiões laicas. E por que religião? Porque seus princípios se baseiam numa crença praticamente cega a conceitos que, mesmo que se provem errados, continuam a ser respeitados. No caso do socialismo, não adianta se mostrar que nenhum país que o adotou melhorou as condições de vida de sua população e que a imensa maioria descambou para uma ditadura sanguinária, que seus adeptos continuam a acreditar nele.

O veganismo, o neoateísmo, o ambientalismo, os movimentos pelos direitos dos animais constituem outras religiões laicas relativamente novas, mas uma das mais novas é esse movimento pela volta do parto aos moldes primitivos. Procedimentos que foram criados para evitar lesões sérias na mulher, como a episiotomia, são demonizados como se o obstetra os praticasse por puro sadismo. Mas o que caracteriza o conteúdo religioso desse movimento é o fato de terem criado sua própria “ciência” e defenderem suas posições como se 5 mil anos de civilização nada tivessem valido perto dos últimos anos de “conhecimento” desse grupo.

Então vamos a alguns pontos.

– A episiotomia é um procedimento que visa evitar uma complicação do parto normal, que é a rotura do tecido que separa a vagina do ânus. Essa rotura leva a um problema seríssimo, que requer correção cirúrgica e que afeta bastante a autoestima da mulher. Para evitar isso, o médico faz um corte na parede lateral da vagina. Se a cabeça do bebê forçar algum rompimento, será para esse lado, o que será corrigido logo após o parto (o que não será possível se a rotura for em direção ao ânus). Relatos de mulheres que ficaram com cicatrizes desse procedimento são exceções à regra. Já li também relatos de mulheres que ficaram com quadros de dores crônicas e coincidentemente, elas contam que haviam pedido para não serem submetidas à episiotomia, ou seja, já tinham prevenção contra o procedimento e seu quadro doloroso pode ser mais de origem psicológica do que física.

– O mecônio é o nome dado às fezes do feto, antes de começar a se alimentar de leite. É caracteristicamente verde devido à bile e um aspecto muito pegajoso. Não é normal a criança evacuar no líquido amniótico. Isso só ocorre quando existe algum grau de sofrimento fetal. Afirmar que a presença de mecônio não significa que o bebê aspirou esse mecônio é uma das características religiosas desse movimento. Criaram uma diferenciação falsa somente para tranquilizar as mães cujos filhos nasçam “trabalhados no mecônio” como disse a mãe da postagem. Um pouquinho de mecônio até pode ser eliminado em alguns partos, mas para o bebê nascer tingido, é necessário mais de 24 horas de sofrimento fetal, com grandes riscos para o feto.

– Embora muita gente pense que os médicos vão à faculdade de Medicina para aprender a matar os outros, ou pelo menos, tornar suas vidas mais miseráveis, posso garantir que a maioria não estragou sua juventude, estudando feito loucos, ficando sem vida social, com esse objetivo. A maioria queria era ajudar os outros. Se queriam ganhar dinheiro fazendo isso? Claro que sim! Não há mal em se ganhar dinheiro honestamente, ainda mais se ajudamos os outros no processo. Diante disso, desconfiem sempre que alguém fale de médicos como seres que não querem a melhora dos seus pacientes. Se algum médico faz algo ruim ao paciente, provavelmente é por incapacidade, não de caso pensado. Quase todo médico quer ficar famoso como alguém que cura seus pacientes. Dizer que o médico fez uma episiotomia por sadismo já chega às raias da insanidade.

– Um obstetra estudou 6 anos para ser médico, depois mais 3 ou 4 para ser Ginecologista-Obstetra. Uma pessoa achar que uma doula, que entrou nessa modinha há 2 anos, vai ser mais capaz do que um obstetra, é uma prova de fé irracional.
“Ah, mas tem um médico que escreveu um livro apoiando o parto domiciliar…” Lembra que eu sempre me referi aos médicos conscienciosos como “a maioria” ou “quase todos”? Então, fiz isso porque sempre haverá o picareta. Na Medicina e em qualquer outra profissão. Aquele que quer ganhar dinheiro vendendo livros com ideias não científicas, mas que são de grande apelo popular. Perca peso comendo de tudo. Eduque seus filhos sem fazer esforço. Tenha bebês como um animal. Esses médicos são os verdadeiros vilões, não aquele que quer fazer uma episiotomia, ou que defende uma cesariana em casos necessários.

O conceito de religiões sem Deus é muito importante para vocês compreenderem por que tantos “ativistas” têm surgido ultimamente. Se antes tínhamos os Testemunhas de Jeová batendo em nossas portas, hoje temos outros tipos de religiosos, querendo impor aos outros suas crenças. Cabe a você decidir se “se converte” ou não. Mas se o fizer, faça consciente de que está entrando numa nova religião, não num movimento científico.


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Carta ao médico que não entende nada de parto
Rita Lisauskas
05 janeiro 2016 | 09:41

Quem trabalha com internet e passa o dia inteiro plugada como eu acaba vendo nas redes mais do que gostaria. E foi só por isso que li um texto escrito por um médico chamando o parto humanizado, aquele feito com respeito aos desejos da mulher, de “parto animalizado”. O susto foi grande. Primeiro por ver tanta ignorância e preconceito vindos de um médico, que descobri em alguns segundos com ajuda do site do CRM de São Paulo se tratar de um neurologista, e também por perceber que hoje em dia o ódio é propagado em todas as esferas, inclusive contra profissionais da saúde e mulheres que lutam para conseguir que mães e crianças nasçam em um ambiente respeitoso e acolhedor.

Embora uma das resoluções minhas para o ano novo seja não bater palma para maluco dançar, não posso me calar ao ver alhos e bugalhos serem misturados sem cerimônia, conceitos serem confundidos de propósito para semear a desinformação e a perpetuação de esteriótipos com o mesmo objetivo. Foi por isso que decidi comentar trechos desse texto aqui no blog, com a ajuda de profissionais que, ao contrário do médico neurologista em questão, entendem de parto.

O médico começa contando sobre um caso apócrifo, ou seja, algo que ele disse ter visto na internet: fotos do nascimento de um bebê em casa. Não sabemos o básico da história: se o caso é verdadeiro ou não, onde aconteceu, quando foi, quem é essa mãe. Respirem fundo e sigam comigo.

“Há algumas semanas, vi uma sequência de fotos de uma moça parindo dentro do seu banheiro. As fotos são acompanhadas de um relato da própria, cheio daqueles chavões habituais para descrever algo que até uma gata faz sem se achar melhor por isso.”

Aqui temos um juízo de valor. A mulher está orgulhosa porque conseguiu o seu tão sonhado parto normal em casa, o que não é proibido, fique claro, e está feliz demais. Mas, segundo o médico, é algo que “até uma gata faz sem se achar melhor por isso”. Imagino que ela esteja realizada e plena porque foi desencorajada e desestimulada durante as 40 semanas da gestação. Deve ter ouvido de médicos, familiares, vizinhos e palpiteiros de plantão que “não conseguiria”, “que não tinha passagem”, “que era estreita demais” e todas as outras coisas que muitas grávidas ouvem para serem levadas a “escolher” a conveniente cesárea, que se encaixa como uma luva na apertada agenda de todo obstetra. Neste momento ela está radiante porque conseguiu provar ao mundo, a ela mesma e ao sistema-obstétrico-brasileiro-campeão-mundial-de-cesáreas que, assim como as outras mamíferas (gatas inclusas), ela sabe sim parir. Também estou orgulhosa dela, doutor.

“Porém, o mais triste foi constatar, pelo relato, que o trabalho de parto durou 2 dias; que a criança – uma menina – nasceu “toda trabalhada no mecônio” (frase escrita pela mãe) e que demorou para chorar, mas que a mãe compreendeu que “ela tinha sua hora para isso”. Pior foi saber que, durante todo o trabalho, a parturiente foi assistida por uma doula (o corretor do iOS quis trocar a palavra por “doida” e eu quase deixei) e que a pediatra de plantão (a médica ficou dois dias de plantão no quarto da moça?? Não tem mais nada a fazer?) só entrou no banheiro quando a criança, toda verde, nasceu.”

Não entendo porque dois dias de trabalho de parto encheram o senhor de tristeza. Essa mãe não sofreu durante dois dias, como nas novelas. Com certeza caminhou, passeou, dormiu, assistiu a televisão, comeu e tomou banho até o trabalho de parto engrenar, provavelmente no dia seguinte. O trabalho de parto tem vários estágios e pode durar vários dias. Triste para mim é um médico não saber disso. Ou saber e dizer para a opinião pública que isso não é normal, esperado e desejável.

Sobre mecônio, o cocô que o bebê faz ainda no útero, sabia que ele não é necessariamente sinal de que o bebê estava sofrendo e que precisava de uma cesárea de urgência? A Dra. Melania Amorim, Professora de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Campina Grande, escreveu um artigo ótimo sobre este assunto, que está aqui no site da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação que, na minha opinião, deve ser lido por todos, médicos e pacientes.

Decidi perguntar sobre mecônio e parto ao Dr. Braulio Zorzella, Ginecologista e Obstetra formado pela Unesp, Universidade Estadual Paulista. Ele fez 124 partos em 2015, entre domiciliares e hospitalares, sendo apenas 8 cesarianas. Segundo Zorzella, a maioria dos partos com mecônio pode evoluir para um parto normal sem a necessidade de intervenções, apenas monitorando o estado geral do bebê. Todos os bebês com mecônio que nasceram com a ajuda dele chegaram ao mundo muito bem, obrigado.

O neurologista ainda afirma que uma doula fez o parto. Doula alguma faz parto, nem se você pedir. O papel delas é oferecer apoio físico e emocional à mulher durante o parto feito por um médico, enfermeiras obstétricas ou obstetrizes. Eu sei disso, o senhor também sabe, elas sabem, mas dizer o contrário rende muitos cliques e compartilhamentos no seu blog, não é mesmo?

Respiremos fundo para continuar a análise do artigo do nobre neurologista que sabe tudo sobre partos, só que não. Ele continua pasmo porque a criança nasceu coberta de verde do mecônio e não rosa como na maioria dos comerciais de sabonete para bebê.

“Sim, verde! Toda a sequência foi fotografada, mostrando a moça somente de sutiã, bastante acima do peso (deve achar que controle de peso na gestação é opressão do patriarcado machista), seguida de fotos da criança toda tingida de verde devido ao mecônio e depois tem uma foto da placenta com péssimo aspecto, igualmente verde. Não compreendo muito essa necessidade de exposição.Eu nunca fotografaria um exame de próstata meu, ou uma cirurgia de hemorróidas para postar no Facebook e mostrar como sou corajoso.”

Para mim é uma novidade um médico sugerir que uma mulher não possa parir por estar gorda. Consultei Dr. Bráulio novamente. Perguntei se mulheres acima do peso podem parir normalmente. Ele disse que sim, claro, óbvio. Por que não poderiam? Segundo ele, o único sinal de preocupação na hora do parto seria se houvesse um aumento da pressão arterial, a famosa pré-eclâmpsia, que pode acontecer com todas as gestantes, não apenas nas acima do peso. O texto atualiza as definições de gordofobia. As gordinhas, julgadas todas as vezes que usam roupa justa e biquíni na praia, agora são condenadas publicamente por esse médico por ousarem engravidar e parir.

O médico compara as fotos do parto com um exame de próstata e uma cirurgia de hemorróida. Abstenho-me de comentar por motivos óbvios.

O neurologista também fala bem da temida episiotomia, corte feito no períneo, entre a vagina e o ânus, que, em tese “ajudaria o bebê a nascer”. “Relatos de mulheres que ficaram com cicatrizes desse procedimento são exceções à regra. Já li também relatos de mulheres que ficaram com quadros de dores crônicas e coincidentemente, elas contam que haviam pedido para não serem submetidas à episiotomia, ou seja, já tinham prevenção contra o procedimento e seu quadro doloroso pode ser mais de origem psicológica do que física”, concluiu o neurologista.

Eu mesma já fiz uma reportagem com mulheres que foram cortadas sem autorização, sem anestesia e que tiveram suas vidas sexuais destruídas depois dessa “ajudinha” na hora do parto, leia aqui e fique horrorizado. Nenhuma delas tinha dor psicológica. Mas como sou apenas uma jornalista, perguntei ao Dr. Bráulio Zorzella quantas episiotomias ele fez no último ano, 2015, em seus 124 partos. “Zero”, respondeu. “Não faço porque não precisa ser feito.Porque as mulheres não querem. Porque existem outros métodos”, completa. A obstetriz Ana Cristina Duarte, com 330 partos entre 2012 a 2015, também me conta não ter cortado nenhuma das suas gestantes. Todos bebês nasceram bem e apenas 10% das 330 gestantes, no caso da obstetriz, tiveram que levar pontos por causa de lacerações.

Lá pelas tantas o médico vai longe e compara legumes com Jesus Cristo e bebês. “O veganismo, o ambientalismo, o neoateísmo e o movimento pelos direitos dos animais constituem outras religiões laicas relativamente novas, mas uma das mais novas é esse movimento pela volta do parto aos moldes primitivos”.

Tentei que algum historiador, teólogo ou cientista político me ajudasse a refutar tal comparação. Mas, ao entrar em contato e ler esse trecho do texto a eles, ouvi apenas gargalhadas que, por respeito aos meus leitores, decidi omitir deste texto.


Offline Geotecton

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #60 Online: 06 de Janeiro de 2016, 21:18:41 »
Provavelmente tem exageros e omissões seletivas de ambos os lados, como parece ser a regra na internet.

Exatamente.
Foto USGS

Offline DDV

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #61 Online: 06 de Janeiro de 2016, 23:08:13 »
Concordo.

Eu acrescentaria que há efeito Dunning-Kruger no segundo caso.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline André Luiz

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Re:Qual é a posição da ciência na polêmica "Cesárea vs Parto Normal"?
« Resposta #62 Online: 07 de Janeiro de 2016, 11:46:51 »
É a primeira vez que vejo um neurocirurgião retardado.

E eles gostam de afirmar que neurocirurgião não reza, troca idéia com deus.  :hihi:

 

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