O que é a verdade?
Definição dos dicionários:
Aurélio > 1. Conformidade com o real; exatidão 2. Coisa verdadeira 3. Princípio certo.
Luft > 1. Conformidade com a realidade. 2. Veracidade 3. Coisa verdadeira 4. Exatidão 5. Sinceridade 6. Representação da realidade da natureza.
Aquilo que existe efetivamente.
Porque iniciar pelas definições dos dicionários?
Estas definições são o ponto de partida para entender a ferramenta usada para a transmissão de ideias; o idioma. Usaremos a língua portuguesa para isto, então temos de estabelecer um parâmetro de entendimento sobre o que falamos.
À medida que um ser humano após seu nascimento, torna-se consciente percebe o mundo que o cerca.
Objetos, pessoas, animais, as paisagens, passam a fazer parte de sua vida. Começa a ter consciência destas existências destas realidades.
Quando adulto, ele mostra estas coisas a um ser humano jovem, que como ele descobre a existência destas coisas.
Então este humano adulto descobre que estas coisas (seres), objetos, animais, paisagens, já existem, mas os novos nascidos não as conhecem.
Estes seres são reais, antes de serem conhecidos pelos novos humanos. Não é a descoberta de sua existência que os tornou reais, e concretos.
O grau deste conhecimento também não alterou a forma destes objetos ou seres. (realidade/verdade).
Este humano adulto observa que a realidade/verdade destes seres é anterior à percepção de sua existência, e independente totalmente desta percepção, sem nenhuma vinculação.
Pode então perceber e dizer que eles possuem uma realidade/verdade absoluta.
O adulto que um dia foi criança percebe que ele possui um entendimento sobre a realidade destes objetos, diferente do jovem que recém inicia este contato.
Podemos dizer então que cada um deles possui um entendimento e uma visão diferente desta realidade/verdade.
Como este objeto não se altera dependendo de quem o olhe, concluímos que sua realidade/verdade, realmente independe do entendimento/visão de cada um.
A criança apanha o brinquedo, que pré existia antes de seu conhecimento como anteriormente mencionado, possuía sua realidade/verdade. Joga o brinquedo no chão e o quebra. Altera sua forma e funcionalidade, alterando assim sua realidade/verdade, caracterizando a interação com a mesma.
Podemos dizer aqui, depois de tudo, que o universo e seus constituintes existem antes de nossa consciência, não dependendo dela, nem de nosso ponto de vista.
Então os seres:
- Possuem sua realidade/verdade absoluta, que independe de opiniões e de pontos de vista. É o que é, seja lá o que for.
- Temos os mais variados pontos de vista sobre os seres e fatos. Estas diversas maneiras de ver e perceber é chamada de varias formas:
- nossa verdade
- verdade pessoal
- verdade relativa
- verdade parcial
- outras maneiras diversas.
Nada se altera por pensarmos desta ou daquela maneira.
Pode-se alterar, mas por interação direta, e ser transformada. Mas continuará sendo objetivamente independente em sua essência.
Comunicação e interação.
Quando duas partes entram em conversa sobre qualquer assunto entra em cena a busca da verdade. E neste momento temos alguns fatores que dificultam o entendimento. Normalmente as partes não levam isto em consideração e como resultado temos muitos atritos. Como se dá esta confrontação é vital para entendermos as dificuldades na busca da verdade.
Em primeiro lugar, temos as partes do confronto/relacionamento. Cada pessoa tem um mundo de ideias e impulsos aprisionados em si. Estes moldam suas atitudes, e seu entendimento do mundo que o cerca. Estes fatores contribuem para também determinar as reações do que recebe da outra parte, em conformidade com o que entende. Do outro lado, na outra parte, igual processo acontece.
Entre estes mundos diferentes temos as pontes de contato. Inicialmente os sentidos que biologicamente nos colocam em contato com o mundo.
A visão e a audição, inicialmente os mais usados, sofrem além de possíveis deficiências, os efeitos da filtragem dos fatores relacionados nos parágrafos anteriores.
Além dos sentidos físicos é usada a linguagem cultural do meio, onde entram símbolos visuais na formação da visão do interlocutor. O modo de vestir, ou os gestos dizem ao outro algo sobre nós.
O sentido da visão, normalmente é o primeiro neste contato pessoal. Depois dele vem a audição, e junto com ela um importantíssimo instrumento que é a linguagem falada e escrita: o idioma.
Ao entrar o idioma na comunicação temos outros tipos de problemas. Inicialmente temos o nível de conhecimento do idioma, diferente nas duas partes. Mesmo que o nível seja semelhante, podem ocorrer termos, que para cada parte signifique algo diferente, e implique em conceitos e preconceitos particulares. Novamente o entendimento diferenciado acionará respostas especificas.
A comunicação, a percepção do outro é mais difícil que a simples relação com o universo de seres e coisas inanimados, que não reagem aos estímulos, carregados de forma cultural.
Esta dificuldade de comunicação entre o universo interior de cada um, com outros iguais, ou o ambiente, turvam o possível maior entendimento da realidade/verdade. Surgem aí as definições de verdade derivadas e correspondentes a “pontos de vista”.
Mas como vimos, nenhuma delas, por si só altera a realidade/verdade absoluta do ser/objeto, sem algum tipo de interação física ou semelhante. E após sua transformação temos nova realidade/verdade. Pensar e ver de alguma forma especial não altera por si só a realidade/verdade.
A interação.
Quando examinamos um ser, ou um fato, somos observadores da realidade/verdade. Temos alguma chance de ver vários ângulos da mesma. Esta nossa visão, como já dissemos, não altera a realidade, seja ela qual for.
Quando num determinado momento interagimos com um ser, mudamos toda a situação. Estamos interagindo e neste momento somos observadores, mas também somos parte. Como a condição de parte já prevê, temos uma visão de parte da realidade/verdade: a nossa parte.
Além de termos uma visão parcial, como mais provavelmente estaremos envolvidos, teremos alguns perturbadores de nossos sentidos e entendimento.
As emoções, interesses específicos não emocionais, podem distorcer nossa analise, e sentidos. E mais do que nunca teremos uma visão apenas da verdade.
Esta é a minha visão do tema, e para ser coerente....é apenas uma visão,......parcial.