Eu sei que este assunto já deu, mas ainda não me conformei totalmente com a exclusão do Cientista.
Talvez porque ele tivesse sido expulso antes que eu pudesse desvendar essa figura enigmática.
E uma das coisas mais misteriosas nele é que o sujeito, apesar de indiscutivelmente ter uma mente aguçada, estava quase sempre errado sobre quase tudo.
Desde imaginar que algo como o Estado Islâmico seria modelo de civilização a ser copiado pelo Brasil, sua incapacidade de compreender o que é, e o papel e a importância da Filosofia, inclusive histórico para o surgimento da moderna Ciência, além do fato de que aparentemente ele não compreendia a função e utilidade do método científico, e, aparentemente, confundia um sistema que tem, primordialmente como finalidade minimizar a possibilidade do engano ( intencional ou não ) e ser uma base comum de parâmetros para a necessária interação e troca de uma comunidade científica global, com uma amarra a limitar o processo de criatividade do cientista, não percebendo que o cientista é livre para conjecturar qualquer teoria, objetivamente, subjetivamente, influenciado por suas próprias inclinações pessoais, seja místicas, ideológicas, ou de qualquer outra espécie. Ou até o mais puro acaso. Sendo que o método unicamente exige que esse corpo de hipóteses, uma vez alcançado por qualquer processo, seja formatado, e verificável independentemente, em acordo com necessários parâmetros rigorosamente estabelecidos.
O Cientista dizia não enxergar nenhuma relação entre miséria absoluta, desigualdade econômica, e condições sociais de sub-humanas com os índices de criminalidade apontados pelas estatísticas que quase sempre correlacionam estes fatores. Para mim, chegou mesmo a afirmar que, em relação a esta questão, as diferenças que encontramos entre Brasil e Suíça são melhor explicadas pela facilidade maior que um cidadão suíço teria para obter um porte de armas.
A sua argumentação também de que a subjetividade não é mais que uma "sensação" esbarrava na impercepção espantosa de que TODA SENSAÇÃO é necessariamente subjetiva, por definição, e que portanto resolver o problema da subjetividade como sendo apenas um produto da subjetividade se constitui em puro erro grosseiro de lógica circular.
O Cientista que também afirmava que o experimento da dupla fenda, um dos mais conhecidos experimentos da Física, era meramente um "experimento mental" que jamais havia sido realizado.
Me lembro também que, a respeito de uma discussão sobre a impossibilidade de se manter a longo prazo um sistema econômico que exige crescimento percentual continuado ( e portanto exponencial ), o colega Cientista rebateu, em flagrante contradição com o seu texto citado acima, com o absurdo de que avanços tecnológicos possíveis no curto/médio prazo propiciariam
a disponibilização econômica dos recursos naturais de todo o universo para a humanidade.
Obviamente uma empreitada infinitamente mais difícil que explorar a energia abundante, quase
virtualmente ilimitada, gerada pelo calor que emana do interior da Terra. Coisa que ele agora afirma categoricamente como técnica e economicamente inviável.
Por isso eu pergunto: este comentário se refere somente à viabilidade de usinas geotérmicas no Brasil, ou ele estava questionando a viabilidade da construção e "operação" ( segundo ele ainda mais inviável que a própria instalação da usina ) de qualquer planta geotérmica, em qualquer lugar?
Porque foi o que pareceu.
Se assim é mais um na longa lista de enganos crassos de um sujeito que era capaz de estar sempre brilhantemente equivocado sobre tudo.
DESDE 1930 ( veja!, desde 1930 ) a Islândia possui instalações geotérmicas eficientes e perfeitamente operáveis.
A cidade de Reykjavik, 200 mil habitantes, é inteiramente suprida com energia de fontes geotermais. Tanto para aquecimento de residências como geração de energia elétrica.
Segundo dados entre 1944 e 2006 o uso de fontes geotermais na Islândia evitaram o lançamento de 110 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Sendo que as usinas geotérmicas estão entre as mais "limpas" tecnologias que existem.
http://www.folhanit.com.br/Noticia/1/Cidade/3405/Nituoroi_valoriza_sua_uegua.html