Autor Tópico: Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante  (Lida 4787 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #50 Online: 21 de Abril de 2016, 21:23:55 »
Isso decorre de suas considerações morais sobre o que "deveria" ser, que nessa questão parece ser pautada "exclusivamente" pela economia de oferta e demanda de mão de obra.

O que proponentes do SM pensam é que pode-se ter resultados moralmente superiores mesmo a despeito de uma prática economicamente sub-ótima em algum grau. Não fundamentalmente diferentemente de se condenar a escravidão apesar de poder ser mais lucrativo escravizar pessoas, ou mesmo o direito à privação da propriedade apesar de poder ser mais economicamente vantajoso obtê-la sem qualquer custo sempre que oportuno.



E talvez considerem ainda que nem seria tanto o caso de ser sub-ótimo se considerar a coisa e seus efeitos em médio e longo prazo, em vez de apenas um "slide" instantâneo do suposto valor ótimo da mão de obra.

Acho que mais comumente o pensamento deve ser que, apesar de poder se pagar "menos" ainda ser "naturalmente" aceitável a quem não têm escolha, na maior parte do tempo os empregadores ainda teriam o suficiente para pagar mais, sem que isso no entanto fosse acarretar em desemprego. Uma consideração moral mais de "curto prazo" mesmo, sem a "reconciliação" com otimização economica em longo prazo, e talvez nem consideração ao curto prazo mesmo. Na versão mais simples, "chefes = ricos, logo podem pagar $$+N".

Talvez versões mais pensadas ainda considerem ser preferível usar desemprego para "pagar" por maior concentração de renda. O que até me parece algo mais "direitista" do que "esquerdista", se comparar isso com preferência por inflação vs desemprego. :hein:

Rhyan

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #51 Online: 22 de Abril de 2016, 03:35:27 »
Esse assunto não tem nada a ver com moralidade. Tem que a ver com exclusão de trabalhadores que tiverem produção abaixo do SM e que controle de preços não funcionam em hipótese alguma. Tem a ver com eficiência e teoria econômica de qualidade.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #52 Online: 23 de Abril de 2016, 20:12:04 »
Lei tem comumente a ver com moralidade. A pessoa pode aceitar que é mais economicamente eficiente apenas pagar o mínimo possível para quem não possa rejeitar, mas ter isso como uma atitude imoral, exploração da pobreza. Então poderá defender um SM mais ou menos arbitrário acima do "real".

Seja por não ter mais considerações além dessa, ou outras que sugiram não ter efeitos negativos significativos além de ser momentaneamente menos eficiente ao empregador. Acho que o Huxley postou algo nesse sentido uma vez diversas vezes por aí. Eu não lembro dos detalhes agora, na maior parte do tempo eu mesmo estava argumentando contra.

Rhyan

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #53 Online: 23 de Abril de 2016, 21:08:41 »
Mises nunca usa moralidade nas suas defesas, fiquei meio chocado quando ele comentou sobre trabalho escravo com base na produtividade dizendo que era o que importava, ele era puramente teórico e racionalista quando analisava pontos econômicos. Não existe isso de empregador determinar salário.

A irrelevância da necessidade do trabalhador e da ganância do empregador na determinação do salário
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1241

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #54 Online: 23 de Abril de 2016, 21:38:39 »
Acho que Mises era utilitarianista, o que sugere que suas considerações morais serão provenientes muito mais diretamente da eficiência econômica. Talvez possa se dizer que o  "objetivismo" raindiano seja essencialmente uma abordagem das mesmas coisas, mas pelo lado "moral". Mas para a maioria das pessoas não-objetivistas (e/ou não-ladras) poderá haver maior discordância entre o moralmente aceitável e o economicamente eficiente.

Não tenho maior interesse em continuar discutindo sobre frases soltas como "não existe isso de empregador determinar salário" do que teria por "não existe isso de propriedade privada/lei/escolha/sociedade/etc", então, "okay".

Offline Jack Carver

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #55 Online: 01 de Agosto de 2016, 19:15:53 »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Geotecton

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #56 Online: 01 de Agosto de 2016, 19:44:25 »
Me deparei com esse texto da CC hoje. Qual a versão dos libertários a este cenário?

Jerry Brown, governador Robin Hood.

O PIB da Califórnia supera os da França e do Brasil depois do aumento do imposto dos ricos por Jerry Brown


Não foi apresentado nenhum estudo mostrando a correlação entre os aumentos do salário mínimo e do PIB.
Foto USGS

Rhyan

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #57 Online: 02 de Agosto de 2016, 22:14:27 »
O Robin Hood original pegava de volta o que era roubado pela monarquia através de impostos e devolvia à população.

Desconheço esse caso, é logicamente impossível que taxar ricos (ou qualquer grupo) seja economicamente positivo, principalmente ricos que podem sonegar e fugir com mais facilidade, além de gerarem empregos. Na França, essa política recente, foi um desastre. Fonte CartaCapital é complicado.

Offline JJ

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Re:Imposto de renda retido na fonte - um esquema diabolicamente brilhante
« Resposta #58 Online: 20 de Março de 2019, 15:28:48 »

Por que imposto é pior que um assalto à mão armada?


A  natureza do imposto


A cobrança de impostos pode ser caracterizada da seguinte forma: um roubo executado em larga escala por ladrões profissionais. Por mais que se tente maquiar, amenizar ou chamar de “contribuição”, a sua natureza violenta nunca será mudada ou camuflada.

O imposto, nada mais é do que a subtração de propriedade da população mediante o uso da força. O estado, isto é, a autoridade, o faz sob sua força de polícia e de leis. Afinal, não existe a opção de não pagá-lo. Ou você faz, ou sofre as consequências, isto é, multas e no pior dos casos, prisão.

Sob a ótica das leis naturais, isto é, as leis descobertas pelos homens através do bom senso, da lógica e de propriedades autoevidentes quanto à natureza do ser humano: o roubo é antiético, portanto, tal ato deve ser combatido pela sociedade e os responsáveis devem ser punidos. As leis naturais, portanto, não foram criadas por governo algum.

O teórico germano-americano do século XIX Francis Lieber, em seu primeiro e mais libertário tratado, escreveu:

“A lei da natureza ou a lei natural… é a lei, o corpo de direitos, que nós deduzimos a partir da natureza essencial do homem”.

E o proeminente Ministro Unitário americano do século XIX, William Ellery Channing:

“Todos os homens possuem a mesma natureza racional e o mesmo poder de consciência, e são igualmente constituídos para o aprimoramento ilimitado dessa capacidade divina e para a felicidade a ser encontrada em seus virtuosos usos”.

E Theodore Woolsey, um dos últimos teóricos dos direitos naturais sistemáticos na América do século XIX:

“Os direitos naturais são aqueles que, pela justa dedução das características físicas, morais, sociais e religiosas atuais do homem, ele deve possuir destes… para alcançar os fins para os quais sua natureza o proclama”.

Os seres humanos, portanto, descobriram e estabeleceram suas leis através da dedução. Elas não surgiram com um governo, ao contrário do que se imagina. Então, se na constituição diz que imposto não é roubo, não necessariamente aquelas palavras serão éticas ou verdades absolutas.

Não devemos nos esquecer que a escravidão e o racismo já estiveram institucionalizados através das leis. Logo, leis estatais não devem ser utilizadas como uma régua para ética.

Por mais que o governo aplique esse dinheiro roubado em serviços públicos, tal fato não muda a natureza do termo. Nesse caso, estará sendo apenas um ladrão benevolente. Se um ladrão te encurrala em uma estrada e te assalta, mas promete doar 10% desse dinheiro à caridade, a natureza antiética do ato não foi mudada.

Imposto sob a ótica do roubo

Portanto, os brasileiros não pagam impostos. O governo não arrecada tributos. É muito mais honesto dizer que os brasileiros são assaltados por ladrões profissionais que executam roubos institucionalizados em larga escala.

Dessa forma, quando a violência e a subtração se tornam institucionalizadas, elas se tornam pior do que um simples roubo ou assalto à mão armada. Isso acontece porque um assaltante executa tal ato e logo desaperece. Ele não rouba você e diz que isso é o correto e necessário.

O estado, por outro lado, através da institucionalização do roubo com suas leis positivistas, mantém esse assalto de forma perene e o tenta legitimar perante a sociedade como algo necessário para a sobrevivência, transformando seus súditos em escravos.

Quando falamos de governos, nesse caso, o imposto é pior que um simples roubo. Parafraseando Lysander Spooner, um dos principais jurídicos acerca do jusnaturalismo, que brilhantemente defende tal tese:

“O governo, de fato, não arma ciladas para um homem em um lugar solitário, surpreende-o na estrada e, apontando uma pistola para a sua cabeça, rouba-lhe o dinheiro dos seus bolsos. Mas o assalto continua sendo um assalto; e ele é muito mais covarde e vergonhoso. Recaem unicamente sobre o ladrão de estradas a responsabilidade, o perigo e o crime dos seus próprios atos. Ele não finge que possui uma justa reivindicação ao seu dinheiro; ele não diz que pretende usá-lo em benefício de você, a própria vítima.

A intenção dele é ser somente um assaltante. Ele não nutre suficiente insolência para professar que é meramente um “protetor” e que toma o dinheiro dos homens contra a vontade deles para “proteger” os encantados viajantes, os quais se sentem perfeitamente capazes de proteger a si próprios ou não aprovam o seu peculiar sistema de proteção. Ele possui muito bom senso para abster-se de dizer coisas como estas. Além disso, após ter tomado o seu dinheiro, ele geralmente vai embora, o que é que você deseja que ele faça.

Ele não persiste em segui-lo em seu caminho contra a sua vontade, admitindo ser o seu legítimo “soberano” em função da “proteção” que lhe proporciona. Ele não continua “protegendo” você, ordenando-lhe que se curve perante ele e que o sirva; exigindo que faça isso e que não faça aquilo; roubando-lhe a quantidade de dinheiro que o seu interesse ou o seu prazer decidirem;

Imputando-lhe o estigma de rebelde, traidor e inimigo do país e aniquilando-o sem piedade caso você questione a sua autoridade ou resista às suas exigências. Ele é por demais cavalheiro para ser acusado de tais embustes, insultos e canalhices. Em suma, ele não tenta, em aditamento ao ato de roubar você, torná-lo o seu palhaço ou o seu escravo”.


http://rothbardbrasil.com/por-que-imposto-e-pior-que-um-assalto-a-mao-armada/



 

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