Esse tipo de 'raciocínio' de que os homens por meramente existirem aplicam uma opressão passiva sobre qualquer mulher é corriqueiro no Exército da Justiça Social.
Quando eu ainda tinha permissão de comentar na página do Coletivo de Pretxs e Pretxs do meu curso um rapaz gay e pretx apareceu dizendo uma versão disto: que mesmo sem ter intenção um homem é sempre opressor, usou um exemplo genérico de um homem em um ponto de ônibus de madrugada, argumentando que mesmo que não tenha feito nada uma eventual mulher estaria aflita e angustiada pela presença dele e o medo de ser estuprada/assaltada e que por isso ele procurava 'se penitenciar' (no dialeto deles, se desconstruir) e enxergar seus privilégios.
Concordei que a presença de homens em locais ermos à noite de fato deve ser um motivo de ansiedade para uma mulher (ou qualquer outra pessoa), visto que a maior parte dos crimes violentos são cometidos por homens (pelo menos na parte suja do trabalho), mas instei que ele devia se desconstruir duas vezes, já que muitas pessoas tendem a se sentir temerosas da presença de pessoas negras (pelos mesmos motivos que sentem de homens) e ele, como negro, mesmo que involuntariamente, se tornava causa da aflição de muita pessoas apenas pela sua presença, por exemplo, num ponto de ônibus.
Me acusou de 'falsa simetria'.