Injeção de ideologia política no embalo de um ou outro elemento factual geralmente não contestado por quem quer que seja.
Embora em última instancia isso exista, é muito difícil estimar limites físicos e biofísicos "da economia" em geral, em vez de ter foco em algum recurso natural específico. Tendo ele em mente, análises econômicas tradicionais, junto a estudos inter-disciplinares pertinentes, devem já ser suficientes para traçar possibilidades de exploração sustentável dentro de um dado prazo, se isso for intencionado.
Exploração sustentável de recursos e' mais do que intencionado. O problema e' que o paradigma econômico atual não consegue tornar reais as intenções, devido aos seu próprios mecanismo estruturais. Desde o Clube de Roma que se tem levantado isto e ate' hoje praticamente nada mudou.
Não é universalmente intencionado por todos os agentes econômicos, e nem "intencionado" como algo mais do que sonho, abstração, wishy-washy, talvez pela maioria (ainda assim, pequenos passos são dados nessa direção com tecnologias cada vez mais eficientes), com raras exceções como eventuais metas ecológicas de estados ou acordos internacionais.
Os ítens 3, 4, e 5 são apenas declarações ideológicas, assumem como valores-metas a preservação indefinida da humanidade, certos ideais justiça,
Sei que um ou outro psicopata deve se deliciar com a possibilidade de seus filhos, netos e demais humanos definharem amargamente, mas no geral acho que e' uma ótima meta, defendida pela grande maioria que já pensou a respeito. Preservação da especie e' algo normal e natural a ser buscado (tirando os mentalmente perturbados).
Não é "perturbação mental" não ter como objetivo pessoal a perpetuação da espécie, não mais do que não ter como objetivo a perpetuação racial, ou da própria linhagem, ter filhos. Basta não ter tremendo prazer maior em imaginar, fantasiar, que, por séculos depois que se morrer, ainda vai haver gente fazendo outras coisas.
É apenas isso que sustenta a perpetuação da espécie como um objetivo: gostar de fantasiar sobre um futuro depois de nossa morte. Uma espécie de "altruísmo" a pessoas que nem existem.
Isso é completamente distinto de não se importar com o sofrimento de gerações atuais e das próximas até um eventual fim. Mas paradoxalmente, desejar a perpetuação da espécie, 99% do tempo implica em desejar procriar, e tende a ser um comportamento que apenas contribui para a perpetuação esse sofrimento e agravamento dessas condições.
Uma perspectiva alternativa teria que o ideal seria "encerrar a produção" da humanidade, e esbanjar os recursos para o conforto, e eliminação do sofrimento, das pessoas que factualmente existe, e não das pessoas fantasiadas do futuro.
Na mesma linha de pensamento, mas algo mais apática, está a noção de que não temos condições, individualmente, de acabar com todo esse sofrimento presente e futuro. Aceitar a essa realidade argumentavelmente é algo menos perturbador do que a ambição megalômana de ser o salvador da humanidade, no presente ou no futuro. Então se limitar a desfrutar do conforto que nos for acessível enquanto vivos, e apenas esperar que as gerações futuras tomem as decisões mais adequadas para suas condições que se deterioram em função do desejo de perpetuação da espécie e dos problemas que isso acarreta. Mas, se não conseguirem, não será um sofrimento tão pior do que aquele pelo qual a humanidade ainda passa, ou já passou. E, no fim das contas, se a ecologia do planeta não for o limite, a termodinâmica do universo será. Então essa fantasia uma hora ou outra acaba.
Mas talvez até esse possa ser revertido no futuro, impedindo o big-crunch, e com viagens de volta no tempo, implementando os sistemas político-merco-ecologicos de Peter Joseph ainda na aurora da humanidade.
e afirmam a crença de que apenas uma linha vagamente definida de administração poderia satisfazê-los.
Não vi nada disso. Apenas diz que o sistema atual não da conta, ponto.
Sim, vagamente diz que o mercado não dá conta, e deposita toda fé no estado.
a economia mainstream assume baseado em senso comum e tradição a competitividade como natural e invariável, independentemente do ambiente.
Fonte disso?
A economia mainstream de modo geral não me parece falar nada categórico sobre o comportamento, apenas sobre o "comportamento da economia"; "se o aumento da demanda não é acompanhado de um aumento da produtividade proporcional, isso implicará em elevação dos preços", etc.
A competitividade apenas é "invariável" no sentido que o consumidor de modo geral tem o interesse em optar pelas melhores ofertas (que então competem mesmo que não quisessem, e coisas de qualquer categoria, não só da mesma área, porque o dinheiro do consumidor é finito e com um dado dinheiro só pode comprar ou bolachas ou relógios, não os dois, então estas coisas "competem"), e os fornecedores têm o desejo, por benefício próprio, em fornecerem as melhores ofertas, o que é tanto competição quanto colaboração. Mas não é como se qualquer tipo de colaboração, como fusões de empresas, fossem algo que "refuta a economia mainstream". Mesmo cartel é algo estudado.
Outras coisa que ele afirma é que incentivos de curto prazo, como dinheiro, são úteis apenas para a execução de trabalhos pesados, monótonos ou repetitivos, mas quando se trata de de tarefas criativas relacionadas com os gostos pessoais da pessoa, dinheiro não faz diferença.
Isso não é a "economia mainstream", mas a economia comportamental, que é heterodoxa. É praticamente apenas "psicologia aplicada à economia".
Eu ainda não vi algum economista negando qualquer deles. Anarcocapitalistas devem negar o 5, mas também não são "economia mainstream".
Tecnicamente não são nem "economia", mas "política". Ou talvez "apolítica"...