Autor Tópico: A propriedade intelectual é a chave do sucesso?  (Lida 2348 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #25 Online: 03 de Setembro de 2016, 18:39:17 »
Buckaroo,

A legislação de patentes também prejudica o investimento em P & D em certos aspectos. Os benefícios são contrabalançados por certos custos, que não existiriam na ausência da legislação de patentes, então focar só o benefício que você mencionou não serve para legitimar o que vem sendo defendido. Num post anterior, eu mencionei um motivo da citação [3] desse artigo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Perspectivas_libert%C3%A1rias_sobre_propriedade_intelectual

Em "Figure VI", na associação de proteção de PI e produção inovativa, é usada a comparação do nível das variáveis. Para estabelecer causalidade, somente a consideração da dimensão tempo e da comparação da taxa de mudança das variáveis é o que contaria como técnica rigorosamente científica.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #26 Online: 03 de Setembro de 2016, 20:39:03 »
Toda propriedade tem custos.

A legislação de proteção à PI não é algo que sempre existiu (como curiosamente os opositores gostam de mencionar como se isso fosse um ponto contrário, algo bem estranho já que o mesmo vale para qualquer outra lei), e não me surpreenderia que essa correlação se mantivesse aproximada também no tempo. Não tenho isso exposto em dados, mas parece me evidente, e extremamente improvável assumir que essa propriedade seja magicamente diferente, e que o resultado histórico dessa correlação tenha sido mero acidente, ou correlacionado apenas a proteção de outra propriedade, e não daquela mais diretamente relacionada.

Ao mesmo tempo, é curioso imaginar que a correlação poderia ter sido causalmente, indiretamente, com direito à outras formas de propriedade privada, sendo que praticamente todas as mesmas supostas vantagens de não haver proteção à propriedade intelectual podem ser extendidas a qualquer outro tipo de propriedade, que é praticamente sempre "privada em excesso" com relação ao compartilhamento fisicamente possível. ("Propriedade é roubo", segundo os mutualistas -- talvez pudesse ser atualizado como "produção quer ser livre"*).

Mas, diferentemente da propriedade intelectual, para outras propriedades é mais comum se aceitar (tirando comunistas completos) a causalidade na correlação entre o direito à privação e os benefícios sócio-econômicos disso.


Na ausência de convincentes distinções que tornem a um tipo de propriedade - intelectual, automotiva, maquinário, financeira, etc - menos importante de ser protegida, ou de situações excepcionais que deixem clara a necessidade de expropriações específicas, o caminho mais seguro para a sociedade/economia é preservar a essa proteção.

Assim se assegura aos benefícios comumente assumidos por não-comunistas na propriedade privada, ao mesmo tempo em que é permitido se explorar livremente** a economia de compartilhamento ou permuta, conforme os proprietários creiam ser mutuamente benéfico. A adesão voluntária tenderá a ser maior quanto maior for a prosperidade resultante. No caso de propriedade intelectual, até há uma entrada natural da propriedade produzida como bem privado para o total do que se dispõe, expirado o prazo de proteção. Ao mesmo tempo, a ciência básica, que não pode ser patenteada, acrescenta mais "matéria prima" para essa economia de compartilhamento, mesmo que essas descobertas se devam à tecnologia patenteada.




* Adaptando "informação quer ser livre". Slogan que, como o livro "Free" menciona, é só metade do que foi colocado originalmente: "por um lado, a informação quer ser cara, porque é tão valiosa. A informação certa no lugar certo muda sua vida. Por outro lado, a informação quer ser livre, porque o custo de liberar vai baixando o tempo todo. Então voce tem esses dois lutando um contra o outro".



** ou apenas "quase"; talvez uma porção de coisas possam contar como fraudes fiscais, se não feitas com atenção para alguns aspectos legais. Coisas como "Uber" e relacionados podem enfrentar esses tipos de problemas.

https://en.wikipedia.org/wiki/Barter#Tax_implications

Rhyan

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #27 Online: 03 de Setembro de 2016, 22:17:20 »
Ixi, acho que já postei esse artigo aqui, talvez mais do que uma vez. Prepare-se para o chorume da contra-argumentação estilo teoria valor-trabalho.

Copyrights e patentes são monopólios.

History Shows That Copyright Monopolies Prevent Creativity And Innovation
https://torrentfreak.com/history-shows-that-copyright-monopolies-prevent-creativity-and-innovation-120205/


Os capitalistas preguiçosos que temem o progresso
por Jeffrey Tucker
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1339

Rhyan

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #28 Online: 03 de Setembro de 2016, 22:23:38 »
Existe uma clara correlação entre países que protegem a propriedade privada e os que protegem a propriedade intelectual. Mentir com esse tipo de estatística é fácil. Quero ver refutar a lógica econômica. Preço só existe para coisas que são escassas, se as leis de propriedade intelectual criam escassez, está acontecendo algo bem irracional, estão criando escassez artificial, assim como o protecionismo e regulamentações também criam.
Tecnologias banem a escassez em certos produtos e serviços, mas a irracionalidade dos burocratas sempre com dois passos para trás, e sempre contra a teoria econômica clássica.
A lei da utilidade marginal decrescente está muito acima que qualquer regulamentação estatal.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #29 Online: 04 de Setembro de 2016, 08:51:33 »
Ixi, acho que já postei esse artigo aqui, talvez mais do que uma vez. Prepare-se para o chorume da contra-argumentação estilo teoria valor-trabalho.

Não repita espantalhos. Em outro tópico em que isso havia sido discutido já te foi explicado que é a PROPRIEDADE EM SI que é produto trabalho, não valor.

https://en.wikipedia.org/wiki/Labor_theory_of_property

(A primeira frase, antes até da definição, é "not to be confused with labor theory of value.")

Ter direito à propriedade privada é condição necessária, mas não suficiente, para que ela tenha valor. Só os comunistas (intelectuais ou completos) argumentam alguma coisa diferente.




Citar
Copyrights e patentes são monopólios.

Assim como propriedade privada.





Existe uma clara correlação entre países que protegem a propriedade privada e os que protegem a propriedade intelectual.

Deve existir, já que é o mesmo princípio fundamental de economia de mercado.




Quero ver refutar a lógica econômica.

A lógica econômica do comunismo já foi amplamente refutada, por mais que as pessoas se neguem a enxergar o desastre inerente.


A lógica econômica de negar o direito à propriedade intelectual é a mesma de dizer que podemos acabar com a pobreza imprimindo dinheiro, ou, compartilhando livremente todos outros bens, como no comunismo completo. Vale igualmente para qualquer outra propriedade.



Citar
Preço só existe para coisas que são escassas,

E propriedade intelectual é escassa. Se não fosse, não haveria como criar essa escassez artificialmente.

  • um autor escreve um livro/produz um filme X, e outros/você escrevem o mesmo livro/produzem um mesmo filme, sem ter tido contato com o "original", ou, substituem perfeitamente a esse livro/filme X por um que já existia antes dessa falsa "criação";
  • um inventor inventa uma tecnologia X, e outros/você inventam a mesma tecnologia, imediatamente, ou, usam uma tecnologia perfeitamente equivalente que já existia anteriormente, antes dessa falsa "criação".


ISSO seria abundância verdadeira de propriedade intelectual, que evidentemente, não existe.

O que os comunistas fazem é a confusão (literalmente, misturar as duas coisas numa só) de propriedade intelectual com sua reprodução material.

Que é a mesma coisa que achar que dinheiro vale o mesmo que papel em que é impresso, que é então artificialmente escasso ao não se imprimir mais; e que poderia ser vastamente ainda mais abundante com dinheiro digital, acabando com a pobreza no mundo.

 

Citar
se as leis de propriedade intelectual criam escassez

Não criam mais escassez do que fazem as leis que protegem o direito a privar qualquer propriedade, que é praticamente invariavelmente compartilhada muito aquém do que é fisicamente possível.





Citar
A lei da utilidade marginal decrescente está muito acima que qualquer regulamentação estatal.

É essa lei econômica que torna necessário haver proteçao à propriedade, de qualquer tipo, a fim de que valha a pena produzí-la, e assim a economia prospere. Ou, que, por outro lado, justifica a livre-distribuição de qualquer bem, por comunistas e mutualistas.


Rhyan

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #30 Online: 05 de Setembro de 2016, 02:14:22 »
Não repita espantalhos. Em outro tópico em que isso havia sido discutido já te foi explicado que é a PROPRIEDADE EM SI que é produto trabalho, não valor.

Pelo visto, espantalhos repetidos é o que não faltaram na sua resposta.

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Labor_theory_of_property

(A primeira frase, antes até da definição, é "not to be confused with labor theory of value.")

Isso é apropriação original/homestading, quando se mistura o trabalho com um propriedade privada sem dono. Evidentemente é sobre propriedades escassas.

Citar
E propriedade intelectual é escassa. Se não fosse, não haveria como criar essa escassez artificialmente.

  • um autor escreve um livro/produz um filme X, e outros/você escrevem o mesmo livro/produzem um mesmo filme, sem ter tido contato com o "original", ou, substituem perfeitamente a esse livro/filme X por um que já existia antes dessa falsa "criação";
  • um inventor inventa uma tecnologia X, e outros/você inventam a mesma tecnologia, imediatamente, ou, usam uma tecnologia perfeitamente equivalente que já existia anteriormente, antes dessa falsa "criação".
Sua confusão é tanta que chega a ser engraçada. Em nenhum momento a dada falta de escassez das PIs é sobre a quantidade de ideias e sim ao uso de uma determinada ideia, mas isso já foi explicado no outro tópico e você se ainda não entendeu, não é agora que vai entender.

Para quem tiver lendo: Uma ideia, um modelo de produto, uma receita química, uma música, um programa de computador, etc., podem ser replicadas várias vazes se houver meios pra isso (esses sim são escassos). Se alguém inventa uma super máquina nova que coleta algodão com melhor eficiência, qualquer pessoa no mundo poderia usar esse modelo para criar a sua própria máquina idêntica a original. Uma música é replicada várias vezes com os instrumentos necessários e uma partitura quando tocada. Se todos que gostam de uma música a gravam quando ela toca no rádio, p.e., é o fim da sua escassez, no caso atual temos o mp3 que pode ser facilmente duplicado, uma música (bytes) pode estar em tantos drives quanto for possível. Coisas que não estão dentro do limite da escassez tem o preço igual a... adivinha só, zero, zero qualquer coisa, não há preço por isso, e sim pelas coisas que serão usadas como meios de obter tal escassez. A lei da utilidade marginal decrescente ainda está valendo.

Espero que tal atraso de pensamento não continue existindo quando a ciência chegar numa máquina replicadora e a escassez for abolida.

Stephan Kinsella num prefácio de um livro do Hans-Hermann Hoppe:
Citação de: Stephan Kinsella
Hoppe também explica "a condição prévia necessária para o surgimento do conceito de propriedade": escassez. Se todos os bens fossem superabundantes ou "gratuitos", não haveria possibilidade de ocorrer disputa ou conflito, nem a necessidade de existir direito de propriedade. Sem o direito de propriedade, não faria sentido haver contrato; ninguém seria dono de nada (porque não haveria necessidade) e a ideia de permitir, dar ou vender as coisas também não faria sentido. Muito mais do que suas duas grandes influências (Mises e Rothbard), Hoppe enfatiza a importância dessa condição prévia fundamental de toda ação humana, da propriedade e da ética política. Mises e, obviamente, Rothbard, reconheceram que a ação humana emprega meios escassos, mas não deram muita atenção à conexão entre escassez e propriedade. David Hume observou que o fato fundamental da escassez leva a conflitos e exige regras (de propriedade), uma ideia que muito influenciou Hoppe.[3] Ele integrou o foco praxeológico nos recursos escassos como meios de ação com o foco humeano na escassez dos recursos como a origem de um possível conflito e à necessidade de regras de propriedade, ampliando e reforçando dessa forma o enquadramento austro-libertário.

Essa ênfase permitiu a Hoppe verificar facilmente por qual razão a suposta propriedade intelectual não pode ser justificada, e isso bem antes da internet ter forçado os libertários a adotarem um olhar mais severo sobre essas questões. Num painel de debates em 1987 no Mises Institute com o professor Hoppe, Rothbard e outros, ocorreu o seguinte diálogo:

    Pergunta: Eu tenho uma pergunta para o professor Hoppe. A ideia da soberania pessoal se estende ao conhecimento? Eu sou soberano sobre meus pensamentos, ideias e teorias?

    Hoppe: (…) para ter um pensamento você tem que ter direito de propriedade sobre o seu corpo. Isso não significa que você é o dono dos seus pensamentos. Os pensamentos podem ser usados por qualquer um que seja capaz de compreendê-los.[4]

Aqui, Hoppe antecipou a posição antipropriedade intelectual que se tornou predominante atualmente entre a maioria dos libertários, especialmente entre os anarquistas e os austro-libertários. Por causa do seu foco na escassez como condição prévia da propriedade, ele pode facilmente verificar que coisas não-escassas como o conhecimento não podem ser possuídas, ou seja, não podem estar sujeitas ao direito de propriedade. O enquadramento praxeológico de Mises mostra que toda ação humana emprega meios escassos para atingir os objetivos desejados, além de ser orientada pelo conhecimento. Os meios escassos são possuídos num sistema de direito de propriedade porque eles são escassos: conhecimento, enquanto indispensável para uma ação bem-sucedida, não é um meio escasso de ação e, portanto, não é o tipo de coisa sobre o qual se aplica o direito de propriedade. Ao ter uma compreensão clara sobre os conceitos fundamentais da teoria política e econômica, Hoppe é capaz de verificar facilmente que a propriedade intelectual não faz sentido — uma conclusão que ainda é difícil para muitos libertários chegarem, especialmente os não-austríacos.
Fonte: http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=580


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« Última modificação: 05 de Setembro de 2016, 02:16:41 por Libertário »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #31 Online: 05 de Setembro de 2016, 12:09:33 »
Não repita espantalhos. Em outro tópico em que isso havia sido discutido já te foi explicado que é a PROPRIEDADE EM SI que é produto trabalho, não valor.

Pelo visto, espantalhos repetidos é o que não faltaram na sua resposta.

Favor apontá-los e demonstrar por que seriam espantalhos em vez de apenas coisas que você não gostaria que fossem verdade.



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https://en.wikipedia.org/wiki/Labor_theory_of_property

(A primeira frase, antes até da definição, é "not to be confused with labor theory of value.")

Isso é apropriação original/homestading, quando se mistura o trabalho com um propriedade privada sem dono. Evidentemente é sobre propriedades escassas.

É criação da propriedade a partir do trabalho, que pode incluir trabalho intelectual, mesmo que não tenha sido originalmente concebido pensando nisso. É o implícito em todas as legislações de propriedade intelectual, que é escassa.

(Escassez não chega a ser exatamente requerimento de propriedade, de qualquer forma; é apenas uma situação onde sua demarcação se fará mais importante; as pessoas são donas até de areia e água)



Citar
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E propriedade intelectual é escassa. Se não fosse, não haveria como criar essa escassez artificialmente.

  • um autor escreve um livro/produz um filme X, e outros/você escrevem o mesmo livro/produzem um mesmo filme, sem ter tido contato com o "original", ou, substituem perfeitamente a esse livro/filme X por um que já existia antes dessa falsa "criação";
  • um inventor inventa uma tecnologia X, e outros/você inventam a mesma tecnologia, imediatamente, ou, usam uma tecnologia perfeitamente equivalente que já existia anteriormente, antes dessa falsa "criação".
Sua confusão é tanta que chega a ser engraçada. Em nenhum momento a dada falta de escassez das PIs é sobre a quantidade de ideias e sim ao uso de uma determinada ideia, mas isso já foi explicado no outro tópico e você se ainda não entendeu, não é agora que vai entender.

Para quem tiver lendo: Uma ideia, um modelo de produto, uma receita química, uma música, um programa de computador, etc., podem ser replicadas várias vazes

Como ACABEI DE EXPLICAR. A escassez da propriedade intelectual é relativa à CRIAÇÃO, ao ORIGINAL, não a REPLICAÇÃO MATERIAL (incluindo digital) dela. ISSO que é a con-fusão/fusão, achar que a propriedade intelectual é a material em que ela está, con-fundir as duas coisas.

A produção/criação intelectual simplesmente não é medida pela (re)produção material em massa de uma só propriedade intelectual já existente! Isso é óbvio, meu Deus!! Se na Finlândia inventam o carro/computador mais avançado no mundo, ele é fabricado aqui em números nunca antes vistos, isso não torna do Brasil um líder mundial em produção intelectual!!

CÓPIA do ORIGINAL (escasso!) não é PRODUÇÃO reduzindo a escassez INTELECTUAL, apenas reduz a escassez MATERIAL -- a mesma que justificaria o comunismo completo.

Se estamos num concurso de redação, você acaba de fazer a sua, eu passo do lado, tiro uma foto dela com meu celular, continuo andando, e a apresento como minha, ganhando com seu trabalho, eu claramente roubei sua PI. Não é algo etéreo, abundante, como ar a minha volta, que eu apenas "respirei". Você pode, claro, aceitar isso, com toda sua argumentação, seria direito seu; mas evidentemente você estaria me dando o que é sua propriedade por direito, aos olhos de qualquer outra pessoa não-comunista-intelectual.



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se houver meios pra isso (esses sim são escassos). Se alguém inventa uma super máquina nova que coleta algodão com melhor eficiência, qualquer pessoa no mundo poderia usar esse modelo para criar a sua própria máquina idêntica a original. Uma música é replicada várias vezes com os instrumentos necessários e uma partitura quando tocada. Se todos que gostam de uma música a gravam quando ela toca no rádio, p.e., é o fim da sua escassez, no caso atual temos o mp3 que pode ser facilmente duplicado, uma música (bytes) pode estar em tantos drives quanto for possível. Coisas que não estão dentro do limite da escassez tem o preço igual a... adivinha só, zero, zero qualquer coisa, não há preço por isso, e sim pelas coisas que serão usadas como meios de obter tal escassez. A lei da utilidade marginal decrescente ainda está valendo.

Exemplo da confusão de propriedade intelectual com suas materializações.

No que tange a lei da utilidade marginal decrescente, ou, economia evidente-óbvia-ululante 101:

  • As pessoas geralmente produzem com fins lucrativos.
  • Fazê-lo depende de poderem ter direito à esse produto como propriedade: é o que possibilita ao produtor a vender ao consumidor, em vez deste livremente se apropriar do produto alheio, sem fazê-lo em troca de algo, possibilitando o lucro
  • (É assim que funciona o mercado)
  • Logo, com a permissão a livre apropriação do produto alheio, elimina-se a motivação à produção com fins lucrativos.
  • Elimina-se a fundação do mercado, a propriedade privada, e logo, o próprio
  • Isso vale para QUALQUER mercado: automobilístico, mobiliário, imobiliário, alimentício, pecuário, etc -- e mesmo o mercado intelectual, não é algo magicamente diferente.
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Espero que tal atraso de pensamento não continue existindo quando a ciência chegar numa máquina replicadora e a escassez for abolida.

O atraso de pensamento é o comunismo, a destruição do mercado, em qualquer de suas encarnações.



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Stephan Kinsella num prefácio de um livro do Hans-Hermann Hoppe:
Citação de: Stephan Kinsella
Hoppe também explica "a condição prévia necessária para o surgimento do conceito de propriedade": escassez.

Exaustivamente explicado que propriedade intelectual é escassa, embora não seja condição necessária para propriedade.

Você não tem, as pessoas não têm, invenções, livros, e filmes, que não foram inventados. Não estão no éter da abundância intelectual mágica, prontos para qualquer usá-los, impedidos por uma grade mágica que o estado colocou nessa fonte. Alguém precisa ainda PRODUZI-LOS.

E, fora do comunismo, se aceita como correto que pessoas sejam donas do que produzem. Mesmo da propriedade intelectual, que, como se vê, é inegavelmente escassa, mesmo que possa ser vastamente compartilhada. Este é comumente o caso com propriedade física, praticamente sempre compartilhada muito aquém do fisicamente possível, por direito de seus proprietários. É nisso que se sustenta a economia de mercado, e em sua negação, o comunismo.


Offline André Luiz

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #32 Online: 06 de Setembro de 2016, 09:45:05 »
Por falar em patentes.

A concorrência com produtos similares só passa a existir apos o termino do prazo de validade dela?

Tava dando uma fuçada no site do INPI e to achado esse prazo longo pra caramba

http://www.inpi.gov.br/servicos/perguntas-frequentes-paginas-internas/perguntas-frequentes-patente#similar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #33 Online: 06 de Setembro de 2016, 10:36:49 »
O trecho diz "invenção similar ou idêntica", ou seja, pendendo a idêntica.

Poderá sempre haver ampla concorrência com alternativas à mesma função, desde que não sejam cópias do que é patenteado (e se torna assim, tecnologia de conhecimento público).

A Intel vai desenvolver seu novo processador e o patentear; a AMD não é proibida de concorrer com ele, de maneira alguma, apenas de produzir o essencialmente mesmo processador, sem licença.

Exceção talvez possa ser quando inventam algo mais categoricamente único pela primeira vez, especialmente se sua construção for muito "ovo de Colombo", como lápis com borracha na ponta de trás.

Offline André Luiz

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #34 Online: 08 de Setembro de 2016, 12:07:35 »
Desisti de entender este negócio de patente lendo sobre a guerra entre Apple e Samsung e aqueles casos de gente querendo patentear formas encontradas na natureza ou palavras

Offline André Luiz

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #35 Online: 27 de Setembro de 2016, 17:51:07 »
Desenterrando o tópico, não me lembro de ficar esperando 15/20 anos para comprar um produto similar ou concorrente de qualquer segmento.
 
Significa que alguém para os royalties e depois todos saem ganhando com a escala e o aumento da demanda?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #36 Online: 27 de Setembro de 2016, 18:37:36 »
Não sei se entendi a pergunta.

1 - talvez você geralmente não perceba as patentes envolvidas naquilo que consome, e

2 - quando algo fundamentalmente novo já estiver sendo disponibilizado no mercado por vários competidores, os inventores devem estar licenciando sem exclusividade para múltiplos fabricantes.




Acho que as disputas entre Apple e Samsung eram entre patentes de design, que expiram mais rapidamente.

Sobre "formas da natureza", acho que linhagens vegetais selecionadas (talvez também animais) podem ser patenteadas, mas genes descobertos em populações naturais não, talvez nem mesmo genes "desenvolvidos" por seleção artificial... não estou bem certo e talvez esse tipo de coisa mais nova seja sujeita a maiores mudanças.

No caso de se querer "patentear" palavras em vez de ter marca registrada... tem é que tomar um catiripapo mesmo.

Offline Gauss

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #37 Online: 27 de Setembro de 2016, 19:01:37 »
Uma pergunta: O que seria da internet se Tim Berners-Lee tivesse patenteado a World Wide Web?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Geotecton

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #38 Online: 27 de Setembro de 2016, 19:12:11 »
A mesma coisa e ele bilionário.
Foto USGS

Offline Gauss

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #39 Online: 27 de Setembro de 2016, 19:51:48 »
A mesma coisa e ele bilionário.
Com ele cobrando royalties? Duvido que seria a mesma coisa.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #40 Online: 27 de Setembro de 2016, 20:54:31 »
Talvez a internet em si não seja patenteável. Rádio FM, telefone, TV VHF/UHF, computadores, modems, subcomponentes, etc, etc, são/foram.

O que talvez pudesse ser/ter sido patenteado são protocolos e coisas assim.

Imagino que resultaria em se ter tido mais "mini internets", "BBS", e tipos diferentes de protocolos, em vez desses padrões quase universais mais difíceis de serem atualizados. Ao menos até que outro criasse um protocolo que se tornasse mais universalzão.


Offline Geotecton

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #41 Online: 28 de Setembro de 2016, 11:13:08 »
Stephan Kinsella num prefácio de um livro do Hans-Hermann Hoppe:
Citação de: Stephan Kinsella
Hoppe também explica "a condição prévia necessária para o surgimento do conceito de propriedade": escassez.[...]

Apenas para que eu possa entender: Você pode citar alguns exemplos de bens escassos?
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Offline André Luiz

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #42 Online: 29 de Setembro de 2016, 17:51:18 »
Não sei se entendi a pergunta.

1 - talvez você geralmente não perceba as patentes envolvidas naquilo que consome, e

2 - quando algo fundamentalmente novo já estiver sendo disponibilizado no mercado por vários competidores, os inventores devem estar licenciando sem exclusividade para múltiplos fabricantes.




Acho que as disputas entre Apple e Samsung eram entre patentes de design, que expiram mais rapidamente.

Sobre "formas da natureza", acho que linhagens vegetais selecionadas (talvez também animais) podem ser patenteadas, mas genes descobertos em populações naturais não, talvez nem mesmo genes "desenvolvidos" por seleção artificial... não estou bem certo e talvez esse tipo de coisa mais nova seja sujeita a maiores mudanças.

No caso de se querer "patentear" palavras em vez de ter marca registrada... tem é que tomar um catiripapo mesmo.

Sim, acho que estou fazendo confusão com os conceitos
( similar, idêntico, cópia) e também não percebo as patentes envolvidas nos produtos que consumo.

Mas usando um exemplo bem simples.

Maluco inventou o chinelo de dedo e o patenteou,  mas como ele não pode ter o monopólio disso ele permite o licenciamento, pessoal então "o paga por um tempo para concorrer com ele".

1 Ele consegue amortizar os custos de pesquisa e desenvolvimento do chinelo de dedo com o licenciamento até a patente expirar.

2  Ele não conseguia suprir a demanda, agora depois de licenciar e com os concorrentes criando soluções próprias  todos ganham com o ganho em escala.

É mais ou menos isso?

Se não vou me matricular em um curso de direito amanhã

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #43 Online: 29 de Setembro de 2016, 18:38:07 »

Maluco inventou o chinelo de dedo e o patenteou,  mas como ele não pode ter o monopólio disso ele permite o licenciamento, pessoal então "o paga por um tempo para concorrer com ele".

Em tese, não precisa de maneira alguma estar "concorrendo" com ele.

Você não é "obrigado" a ter os recursos para produção material daquilo que inventa; pode licenciar a propriedade, e assim ganhar com a produção por terceiros, sem ter investido nada na produção industrial em massa. Pode ou não fazer um licenciamento exclusivo, depende do que achar mais vantajoso. Pode até licenciar de grátis para todo mundo, também.

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1 Ele consegue amortizar os custos de pesquisa e desenvolvimento do chinelo de dedo com o licenciamento até a patente expirar.

Idealmente, bem antes disso... ou estará vivendo por décadas no prejuízo. Mas vai depender de quão valiosa for a invenção.


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2  Ele não conseguia suprir a demanda, agora depois de licenciar e com os concorrentes criando soluções próprias  todos ganham com o ganho em escala.

É mais ou menos isso?

Novamente não entendi direito. Primeiramente, o indivíduo não precisa nem tentar produzir industrialmente/comercialmente ele mesmo, pode ir licenciar diretamente com quem o faça (acho que tecnicamente faria da relação entre licenciador e licenciados "parceiros", não concorrentes, ainda que os licenciados, se houver mais de um, possam ser concorrentes entre si).

Esta é a beleza da coisa, assegura-se um mercado que de outra forma mal poderia existir; se você só tem a propriedade intelectual, e esta não é protegida como tal, você praticamente não tem alternativa a não ser também dar um jeito de colocar no "mercado tangível", ao mesmo tempo em que há o risco do investimento nisso não sair do vermelho, e ir a falência, com concorrentes lucrando mais graças ao que você produziu, sem você ver um centavo disso. A possibilidade teórica de você igualmente se "diversificar" colocando no "mercado tangível" PIs de outros, não traz uma compensação ou segurança quanto a isso, pois requer dividir o investimento, que ainda é algo que sempre tem riscos, tal como começar qualquer empreendimento, como abrir um restaurante ou uma oficina mecânica. Maiores riscos/menores recompensas, menor produção/inovação. Esteja alguém inventando ou pagando para outro alguém fazê-lo.

O licenciado teoricamente não precisa criar soluções próprias, está pagando por essa solução/propriedade já inventada. Não-licenciados podem se ver em desvantagem e então, não podendo também licenciar a mesma coisa (se o licenciamento original assim estabelecer), buscam desenvolver alguma alternativa (ou licenciar outra de alguém mais).

Não entendi o que significaria o "em escala" do ganho, mas em linhas gerais, daí o que mais decorre é ganho, para os indivíduos, e para a sociedade em geral (ganho "social"? É isso a "escala"?)


Quando uma patente é de uma empresa, em vez de indivíduo, talvez o licenciamento para outras seja mais raro, mas mesmo assim deve acontecer. Acho que há uma porção de eletro-eletrônicos que são os mesmos modelos, em todas especificações técnicas, até produzidos na mesma fábrica, mas a que são atribuídas diferentes marcas. De cabeça vou me lembrar apenas de casos assim com motos e carros.

Offline André Luiz

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Re:A propriedade intelectual é a chave do sucesso?
« Resposta #44 Online: 01 de Outubro de 2016, 17:07:57 »
Sim, o ganho em escala seria o benefício mútuo, a função social destas empresas que com a competição criam a cadeia de abastecimento, fornecedores, clientes a coisa toda.

Mas já desencanei com este papo de patente, desisto, vou vender a minha arte na pra e bater palma pro sol   :hihi:


 

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