Religiões, no conceito formal, de fato não surgiram muitas, aliás, raras.
Mas existe uma razão: o homem traz no subconsciente uma necessidade ontológica de salvação e de eternização de si mesmo. Explico:
Por tudo o que experimenta em vida, desde as sensações prazerosas, desde as dores que despertam sua inteligência e instintos, desde as ilações e abstrações filosóficas de maior significado; também as vitorias e derrotas ante a generalidade dos obstáculos que teve que enfrentar...
Enfim, tudo isto faz com que descubra que em si mesmo jaz algo inefável e misterioso. Como se estivesse cumprindo uma missão para a qual nasceu e vive.
Percebe, por isto, que o túmulo seria a condenação final e estúpida não apenas de si mesmo, mas como uma derrota imposta a própria Natureza, tão pródiga e sábia sob muitos aspectos.
Passa então a desconfiar que deve existir algo que responde aos seus íntimos anseios. Algo que seja, maior mesmo, que a sua concepção de lógica e racionalidade. Uma "grande resposta".
Mas as inteligências humanas não seguem parâmetros fixos quando de sua busca pela "grande resposta".
E na torrente caudalosa e diversificada de seus pensamentos e necessidades, que combinam e ajustam, meio, cultura e evolução, equaciona finalmente a "grande resposta". Assim surgem as Religiões.
Então, respondendo, no tópico: - O homem moderno, sobrecarregado por desafios e problemas, angústias e medos, já não dispõe de tanto tempo para as elucubrações íntimas e deste modo, quando surge a necessidade de encontrar sua "grande resposta", depara com as Religiões, prontas e acabadas.