Bullshit. Quando uma pessoa acredita em algo que não existe evidência alguma de sua existência, [...]
Podemos ter dois problemas aqui:
1)Caracterizar/ definir muito bem o que seja evidência;
2)O que pode ser caracterizado, e aceito muito bem como evidência por uma pessoa ou grupo de pessoas, pode não ser por outra pessoa ou grupo de pessoas.
Para deixar claro, estamos falando de "espíritos" e de evidências científicas.
(a) Evidências científicas decorrem de pesquisas científicas e são utilizadas para confirmar ou negar teorias ou hipóteses científicas, todo o resto é composto de evidências anedóticas.
(b) A Ciência tem metodologia e critérios imparciais. Ela independe da opinião de pessoas ou de grupo de pessoas.
(c) Não existem evidências científicas da existência de "espíritos".
(d) As pesquisas espíritas não são científicas logo não podem gerar evidências científicas sobre a existência de "espíritos".
1)Nem de longe pensei na questão de existência de espíritos quando fiz minhas observações;
2)A palavra “evidência” não perde o seu sentido original ao se juntar à palavra “científica”. Realmente não vejo sentido em afirmar (implicitamente) que tal ocorra.
3) Com relação a (b), como assim “a ciência” ? O que temos são várias áreas de conhecimento bastantes diferentes entre si, e que recebem um rótulo de ciências. Temos desde a física (rotulada como ciência dura) até a psicologia e a economia (a qual tem pessoas (até formados) que negam o status de ciência). Então faz pouco sentido falar em “a ciência” (se é que faz algum). E com relação a não depender de julgamento de pessoas , temos um outro problema pois mesmo na física (uma “ciência dura”) há julgamentos de grupos de pessoas para se decidir o que deve ser verdadeiro (e existir) e o que deve deve ser falso (e não existir), um exemplo temos justamente na física avançada (cordas, supercordas), onde nem de longe temos sequer a mínima condição de verificar e/ou falsificar várias partes das teorias (talvez muitas partes e/ou partes muito relevantes), e mesmo assim grupos de especialistas aceitam as teses de doutorados na área como sendo científicas.
4)Com relação a (c) como afirmei acima, eu nem estava pensando neste ponto específico, mas seja como for, não considero necessário juntar o adjetivo “científica” , para mim basta afirmar que não há boas evidências (fortes e claras evidências), como, por exemplo, temos para o fenômeno queda livre (que aliás, também não temos para muitas proposições aceitas como científicas, por muitas pessoas).
5) E é bom lembrar novamente que ainda não existe um critério inquestionável para o significado preciso do que seja ciência, ainda não se conseguiu uma definição inquestionável. Ainda não existe(m) critério(s) de demarcação inquestionáveis e livres de problemas.
E neste ponto também é bem interessante lembrar que num julgamento sobre ensino de evolução (nos Estados Unidos) um juiz acabou por aceitar uma definição circular do que seria ciência (para ele ciência seria o que os cientistas fazem. Mas o que os cientistas fazem ? Oras, cientistas fazem ciência. Aparentemente o juiz já não aguentava mais os debates que não pareciam que iriam chegar a um ponto inquestionável).