Autor Tópico: "Como sair do fundo do poço?"  (Lida 2008 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #25 Online: 04 de Julho de 2017, 14:35:57 »


É na negação da hierarquia religiosa natural que se encontra a base de todo igualitarismo politicamente correto.
Não existe isso, religiões são ideologias tal qual as ideologias que fundamentam as engenharias sociais das mais aparentemente diferentes matizes. Como eu disse, difícil concatenação lógica.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #26 Online: 04 de Julho de 2017, 14:39:49 »
Religião é apenas a manifestação do instinto social, a codificação das hierarquias naturais da humanidade. Por ser fundamentada em instintos, isso descaracteriza o aspecto de "engenharia", que seria uma subversão da natureza e logo sempre errado.

Daí também a necessidade de demolir ou abandonar todas as edificações e vivermos em cavernas, ou, no máximo, em cabanas mais simples, rudimentares, como ocas.

Esquimós tem licença para iglus, já que fica difícil de outra forma.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #27 Online: 04 de Julho de 2017, 15:01:29 »
Religião é apenas a manifestação do instinto social, a codificação das hierarquias naturais da humanidade. Por ser fundamentada em instintos, isso descaracteriza o aspecto de "engenharia", que seria uma subversão da natureza e logo sempre errado.

Religiões são um equívoco ideológico como outro qualquer, vide o marxismo. Puramente antropocêntricas, outrossim, macacos, lobos, e outros grupos de indivíduos gregários teriam religiões.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #28 Online: 04 de Julho de 2017, 15:38:07 »
Impossível, não existe "equivoco ideológico", pois a ideologia é genética, e como tal, fruto da seleção natural e logo a melhor solução possível.

Não seria mais de se esperar que outros animais tivessem religiões do que seria se esperar que qualquer animal que tenha nariz, tivesse tromba.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #29 Online: 04 de Julho de 2017, 16:02:53 »
Impossível, não existe "equivoco ideológico", pois a ideologia é genética, e como tal, fruto da seleção natural e logo a melhor solução possível.

Não seria mais de se esperar que outros animais tivessem religiões do que seria se esperar que qualquer animal que tenha nariz, tivesse tromba.
Não, a ideologia(eventualmente)é a idealização da genética.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #30 Online: 04 de Julho de 2017, 16:06:38 »
Impossível, não existe "equivoco ideológico", pois a ideologia é genética, e como tal, fruto da seleção natural e logo a melhor solução possível.

Não seria mais de se esperar que outros animais tivessem religiões do que seria se esperar que qualquer animal que tenha nariz, tivesse tromba.
Mas é claro que seria, se a religião fosse um fato genético.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Nostromo

  • Nível 12
  • *
  • Mensagens: 223
  • Sexo: Masculino
  • Honk Honk
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #31 Online: 04 de Julho de 2017, 16:42:03 »
Só pela leitura rápida vi que esse relacionamento não iria pra frente até da forma como você se relacionava com ela.

O que posso te recomendar? Bola pra frente, existem outras que aparecerão e trate de sua auto estima com um especialista.


Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #32 Online: 04 de Julho de 2017, 19:07:55 »
A religião não é nada mais do que a formação incidental de firulas e reafirmações aos instintos que resultam na formação de uma hierarquia social natural, com os machos alfa, líderes religiosos/tribais, no topo. Algumas vezes com deuses "não-humanos" exercendo um papel "simbólico" de machos super-alfa, que reforçam a importância dos machos-alfa humanos, assim reduzindo as chances de questionamento à ordem hierárquica do bando, que não pode ser vista mais como algo que parta de uma base "igualitária" e politicamente correta. Há os deuses e os escolhidos, e não apenas cães, uns mais vigorosos, outros mais velhos e carcomidas, mas ainda igualmente cães.

É na negação da hierarquia religiosa natural que se encontra a base de todo igualitarismo politicamente correto.


 :histeria:


Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #33 Online: 04 de Julho de 2017, 21:13:44 »
O pior é que essa coisa que ele escreveu nem "darwinismo social" é. Melhor seria de chamá-la de "falácia do ancestral", pois supõe que os ancestrais do homem contemporâneo pararam de evoluir e tudo que vemos de psicologia da possessividade atualmente é resultado de adaptação homóloga aos nossos ancestrais mais distantes. Até cientistas darwinistas que já defenderam teses como "O homem tem uma mente da Idade da Pedra" já voltaram atrás no que tinham dito devido a abundância de evidências de evolução biológica recente. Esse é o caso de Steven Pinker, autor de Os anjos bons da nossa natureza.

O problema do raciocínio independe de de fato termos ou não um "cérebro de homens das cavernas". Pode ser essencialmente o caso, geneticamente falando, deve ser incomparavelmente mais fundamentalmente verdadeiro do que terem havido "genes da democracia", "genes da revolução industrial", etc, genes por trás do estado de desenvolvimento de cada país ou região, em termos de comportamento (que ironicamente parece ser o que o sergiomgbr sugere acreditar em outras mensagens). Não por ser "politicamente correto", mas cientificamente correto, os novas mutações não se propagam com a velocidade necessária para dar conta de qualquer explicação de mudanças políticas ou culturais na história, mas apenas exatamente na velocidade que as pessoas mutantes têm filhos. Mesmo na história da espécie humana, a vasta maior parte da evolução foi neutra, sendo esse o motivo de sua "aceleração", a flexibilidade do cérebro humano em se adaptar a diferentes ambientes.

Que é algo que nos permite modos de vida civilizados, humanos, em vez de decidir tudo na porrada, no cada um por si, ou em organizações como as de gangues, marginais.


(E "darwinismo social" é meio que uma combinação de espantalhos e exageros históricos de perspectivas antagônicas a políticas sociais, mas com muito pouco a ver com "darwnismo" na origem; na verdade a influência maior pode ter sido do "darwnismo social" em Darwin, do que vice-versa, apesar dele ter tido grande repulsa à escravidão, que ainda vigorava no Brasil)


?!? Texto incompreensível.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #34 Online: 04 de Julho de 2017, 21:47:54 »
Just kidding...
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline DarwinIV

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 28
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #35 Online: 05 de Julho de 2017, 02:20:59 »
Ela é evangélica? Escuto que é comum casamentos relâmpago nesse meio, poucos meses entre o início do namoro, noivado e casamento. Isso talvez explique a rapidez.

Ajuda saber que você não está sozinho. Um rompimento pode ser tão pesado quanto o luto. Muitas pessoas se desesperam, se sentem humilhadas com a rejeição do outro. Esqueça isso, não se martirize.

Pratique exercícios diariamente. Ajuda muito. Se já praticar, intensifique ou mude de modalidade por um tempo. De musculação para corrida, por exemplo.

Saia com seus amigos, mesmo sem vontade, fale de música, cinema, futebol, política, evite falar do assunto. Prefira filmes de comédia, suspense, ação, evite dramas, comédias românticas.

Mantenha-se ocupado, o máximo que puder, com coisas prazerosas. Sei lá, decore uma parede grande com quebra-cabeças de mil, duas, cinco mil peças. Confeccione miniaturas de coisas, faça maquetes, pinte um quadro, escreva um livro, aprenda a fazer origami.

Aprenda uma coisa nova que te exija mentalmente, sei lá, mecânica quântica, uma língua estrangeira, programação.

Isso vai passar. É questão de tempo, mas você pode ajudar o tempo a passar mais rápido.

Quando pensar nela, se imagine por cima, feliz, com uma linda mulher ao lado ou duas, esfregando-as na cara dela. Nada de coitadismo!

Por fim, procure conhecer outras mulheres, para se divertir e não substituir a anterior. Vá para a balada, galinhe um pouco, antes de começar um novo relacionamento. Você é jovem, solteiro. E isso também vai passar. Anime-se!


 

Olá Alienígena,

Obrigado pelos conselhos.

Sim, ela era evangélica. Estou tentando não me martirizar, parar de remoer o passado e tentando parar de achar que ela era a mulher da minha vida, pois se fosse, eu jamais teria escrito esse relato, estou fazendo academia, 3 x na semana, vou mudar o plano para 5 x, vou tentar ir para a balada mesmo sem ânimo e quiça começar a estudar inglês e tirar minha carteira de motorista.

Offline DarwinIV

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 28
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #36 Online: 05 de Julho de 2017, 02:24:10 »
A dependência das circunstâncias exteriores - ou melhor, das emoções que surgem com as circunstâncias exteriores - induz a uma forma de escravidão. Se você toma algo ou alguém como o fim em si mesmo, invés de meio para a sua felicidade, você está entregando sua vida a aquele algo quando aquele algo ou aquela pessoa se for.

Um tópico como esse me lembra o capítulo 6 de Positivamente Irracional de Dan Ariely, que é intitulado "Adaptação: Porque nos adaptamos às coisas (mas não a todas as coisas, e nem sempre)".

Erro de previsão afetiva. Supomos que seremos infelizes durante muito tempo, se as coisas não ocorrerem conforme nossas expectativas. Porém, em geral, essas previsões não correspondem a realidade. Paul Eastick, Eli Finkel, Tamar Krishnamurti e George Loewenstein compararam intuições românticas e realidades fáticas num estudo com 38 semanas com estudantes universitários. Eles foram entrevistados antes e após as rupturas de seus relacionamentos românticos. A conclusão do estudo foi que mágoa foi muito menos intensa e duradoura do que eles supuseram.

A felicidade parece depender mais dos traços da personalidade e da atitude das pessoas do que das suas circunstâncias exteriores. A ideia de que a felicidade de longo prazo é fundamentalmente determinada por circunstâncias exteriores é um dogma sem qualquer base na realidade. Um estudo pioneiro de Philip Brickman et al. observou que indivíduos paraplégicos e ganhadores de loterias voltavam para perto dos níveis normais de felicidade um ano depois dos eventos notáveis que alteraram as suas vidas. Outros estudos demonstraram os mesmos fenômenos para outras circunstâncias exteriores, vide o livro Os 50 maiores mitos populares da psicologia de Scott O. Lilienfeld et al.

Se a pessoa tende à depressão, as coisas se complicam mesmo num caso simples de coração partido. Os depressivos geralmente estão em estado que os psicólogos chamam de "desamparo aprendido", onde eles usualmente raciocinam de forma acreditar quase cegamente que seus sentimentos ruins são fatos. E isso pode criar um círculo vicioso de profecias autorrealizáveis que gera alterações neuroquímicas perniciosas no cérebro, piora no desempenho na vida, piora nas crenças, e assim por diante. Por outro lado, o otimismo aprendido cria o efeito contrário, que gera um círculo virtuoso (melhora neuroquímica no cérebro, melhora no desempenho na vida, melhora nas crenças, etc.), que inclusive tem poder para curar a depressão.

Interessante, mas se a pessoa tem uma tendência para depressão, como ela muda os traços para ser mais otimista?

Offline DarwinIV

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 28
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #37 Online: 05 de Julho de 2017, 02:29:18 »
Opa DarwinIV.
Os conselhos do Alienigena são bons conselhos.

Ela é evangélica? Escuto que é comum casamentos relâmpago nesse meio, poucos meses entre o início do namoro, noivado e casamento. Isso talvez explique a rapidez.

Ajuda saber que você não está sozinho. Um rompimento pode ser tão pesado quanto o luto. Muitas pessoas se desesperam, se sentem humilhadas com a rejeição do outro. Esqueça isso, não se martirize.

Pratique exercícios diariamente. Ajuda muito. Se já praticar, intensifique ou mude de modalidade por um tempo. De musculação para corrida, por exemplo.

Saia com seus amigos, mesmo sem vontade, fale de música, cinema, futebol, política, evite falar do assunto. Prefira filmes de comédia, suspense, ação, evite dramas, comédias românticas.

Mantenha-se ocupado, o máximo que puder, com coisas prazerosas. Sei lá, decore uma parede grande com quebra-cabeças de mil, duas, cinco mil peças. Confeccione miniaturas de coisas, faça maquetes, pinte um quadro, escreva um livro, aprenda a fazer origami.

Aprenda uma coisa nova que te exija mentalmente, sei lá, mecânica quântica, uma língua estrangeira, programação.

Isso vai passar. É questão de tempo, mas você pode ajudar o tempo a passar mais rápido.

Quando pensar nela, se imagine por cima, feliz, com uma linda mulher ao lado ou duas, esfregando-as na cara dela. Nada de coitadismo!

Por fim, procure conhecer outras mulheres, para se divertir e não substituir a anterior. Vá para a balada, galinhe um pouco, antes de começar um novo relacionamento. Você é jovem, solteiro. E isso também vai passar. Anime-se!


 


O importante é saber de fato que não é o fim do mundo.
Voce ja parou pra pensar que ela é uma entre milhares de boas mulheres que existem por ai?

Não, ela não era tão especial quanto vc pensa, pois isso é uma ilusão sua, é soh ver o que aconteceu.

O importante é vc saber que é melhor isso ter acontecido nesse momento que no futuro. Vc se livrou de um problema ainda maior se isso acontecesse no futuro, apos um casamento por exemplo.

Estou com minha companheira ha 15 anos... Tive namoradas antes dela, e toda vez que terminava eu sentia que tinha perdido a melhor mulher do mundo. Mas assim que eu arrumava uma outra namorada, eu via como foi bom ter terminado com a anterior.

Entenda que o termino se da quando algo não esta certo. Oras, vc vai querer continuar com algo que não esta certo? Foque nesse momento em cuidar das suas feridas de maneira realista. Foi sim uma perda, como outras tantas que vc ja teve ou vai ter durante a vida. Aceitar a perda é fundamental pra vc começar a se recuperar.

Outro coisa, tenho certeza que a maioria das pessoas que estão num relacionamento, acham que seus companheiros são o maximo... Logo, ta cheio de gente "o maximo" nesse mundo. Umas vão se compatibilizar melhor com vc, outras não. E se eu pudesse te dar um conselho, esqueça esse negocio de os opostos se atraem. Esteja num relacionamento onde vc tenha afinidades com a pessoa, pois a longo prazo, isso facilita muito.

Não tente misturar agua e oleo...

São sim, obrigado pelos seus conselhos também. Vendo minha história com ela, percebe-se que éramos como água e óleo.

Offline DarwinIV

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 28
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #38 Online: 05 de Julho de 2017, 02:31:59 »
Só pela leitura rápida vi que esse relacionamento não iria pra frente até da forma como você se relacionava com ela.

O que posso te recomendar? Bola pra frente, existem outras que aparecerão e trate de sua auto estima com um especialista.

Nostromo, realmente, tudo parecia ruir e eu na época não conseguia enxergar, hoje é tão óbvio ver os erros, mas enfim...

Offline DarwinIV

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 28
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #39 Online: 05 de Julho de 2017, 02:33:09 »
Obrigados a todos pelas palavras amigas e os debates, esse fórum é massa, forte abraço, amigos!

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #40 Online: 05 de Julho de 2017, 09:48:23 »
Interessante que o sofrimento de apaixonite(quando não de ego despedaçado) é na verdade intoxicação por falta ou excesso em processos químicos endógenos.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #41 Online: 05 de Julho de 2017, 10:51:01 »
Interessante que o sofrimento de apaixonite(quando não de ego despedaçado) é na verdade intoxicação por falta ou excesso em processos químicos endógenos.

Sem dúvida. Por isso é bom melhorar o metabolismo com alimentação saudável e exercícios físicos e praticar algumas atividades de higiene mental. Esse é o melhor remédio.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #42 Online: 05 de Julho de 2017, 11:27:35 »
?!? Texto incompreensível.

"Mente de homens das cavernas", hoje, ainda deve ser fundamentalmente verdade. Houve uma aceleração na "evolução" humana recente, mas ela se dá principalmente por ser neutra.

Certamente é mais o caso do que noções mais exageradas do oposto, como aquelas do sergiomgbr, que tem a cultura e ideologia como geneticamente determinadas.

E, mesmo que tenhamos mentes de homens das cavernas, não precisamos ser idiotas, trogloditas, podemos ser civilizados e enxergar às pessoas não como propriedade, mas indivíduos iguais.

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #43 Online: 05 de Julho de 2017, 22:38:43 »
A dependência das circunstâncias exteriores - ou melhor, das emoções que surgem com as circunstâncias exteriores - induz a uma forma de escravidão. Se você toma algo ou alguém como o fim em si mesmo, invés de meio para a sua felicidade, você está entregando sua vida a aquele algo quando aquele algo ou aquela pessoa se for.

Um tópico como esse me lembra o capítulo 6 de Positivamente Irracional de Dan Ariely, que é intitulado "Adaptação: Porque nos adaptamos às coisas (mas não a todas as coisas, e nem sempre)".

Erro de previsão afetiva. Supomos que seremos infelizes durante muito tempo, se as coisas não ocorrerem conforme nossas expectativas. Porém, em geral, essas previsões não correspondem a realidade. Paul Eastick, Eli Finkel, Tamar Krishnamurti e George Loewenstein compararam intuições românticas e realidades fáticas num estudo com 38 semanas com estudantes universitários. Eles foram entrevistados antes e após as rupturas de seus relacionamentos românticos. A conclusão do estudo foi que mágoa foi muito menos intensa e duradoura do que eles supuseram.

A felicidade parece depender mais dos traços da personalidade e da atitude das pessoas do que das suas circunstâncias exteriores. A ideia de que a felicidade de longo prazo é fundamentalmente determinada por circunstâncias exteriores é um dogma sem qualquer base na realidade. Um estudo pioneiro de Philip Brickman et al. observou que indivíduos paraplégicos e ganhadores de loterias voltavam para perto dos níveis normais de felicidade um ano depois dos eventos notáveis que alteraram as suas vidas. Outros estudos demonstraram os mesmos fenômenos para outras circunstâncias exteriores, vide o livro Os 50 maiores mitos populares da psicologia de Scott O. Lilienfeld et al.

Se a pessoa tende à depressão, as coisas se complicam mesmo num caso simples de coração partido. Os depressivos geralmente estão em estado que os psicólogos chamam de "desamparo aprendido", onde eles usualmente raciocinam de forma acreditar quase cegamente que seus sentimentos ruins são fatos. E isso pode criar um círculo vicioso de profecias autorrealizáveis que gera alterações neuroquímicas perniciosas no cérebro, piora no desempenho na vida, piora nas crenças, e assim por diante. Por outro lado, o otimismo aprendido cria o efeito contrário, que gera um círculo virtuoso (melhora neuroquímica no cérebro, melhora no desempenho na vida, melhora nas crenças, etc.), que inclusive tem poder para curar a depressão.

Interessante, mas se a pessoa tem uma tendência para depressão, como ela muda os traços para ser mais otimista?

Eu sou um pessimista nato, mas descobri que existem duas respostas satisfatórias para a sua pergunta. Uma da psicologia. E a outra vem da filosofia estoica/budista.

RESPOSTA DA PSICOLOGIA

O otimismo significa ter uma forte expectativa de que, em geral, as coisas irão bem apesar dos contratempos e das frustrações. As explicações que damos às causas de nossos sucessos ou fracassos e as expectativas que temos em consequência disso afetam o nosso desempenho como agentes transformadores da realidade. Um estilo explicativo otimista é a tendência a explicar os maus eventos por meio de atribuições modificáveis/temporárias (por exemplo: “Sai mal no teste por causa do pouco tempo de estudo”), específicas (por exemplo, “A nota que tirei não diz tudo porque esse foi um teste extraordinariamente difícil”) e externas (por exemplo, “O professor foi injusto na atribuição das notas”). Já o estilo explicativo pessimista manifesta-se como a tendência a explicar os maus eventos por meio de atribuições imutáveis/permanentes, universais e internas. Já a explicação dos bons eventos segue o padrão oposto. Há atribuições imutáveis/permanentes (por exemplo: “Tenho talento”), universais (por exemplo: “Sai bem no teste de matemática não apenas por ser bom nisso, mas por ser inteligente”) e internas pelo otimista e atribuições modificáveis/temporárias, específicas e externas pelo pessimista.

Os experimentos com otimismo e desamparo aprendido mostram que as pessoas podem melhorar seu desempenho em direção à sua meta modificando o estilo explicativo. Isso pode se dar à custa de se adquirir um realismo um tanto menor. Mas, quando as expectativas influem na realidade, ser perfeitamente realista geralmente afeta a realidade na direção contrária ao que o agente quer. Ademais, não se nega que o pensamento negativo é um complemento do pensamento positivo como atitude funcional. Segundo Seligman: “o equilíbrio de evidências sugere que, em algumas situações, o pensamento negativo leva a maior precisão. Quando a precisão está ligada a consequências potencialmente catastróficas (quando o piloto precisa decidir se remove ou não o gelo das asas do avião, por exemplo), devemos todos ser pessimistas”.  Ou seja, deve-se perguntar qual é o preço a se pagar pelo otimismo em caso de fracasso. A relação risco-benefício poderá ser bastante alta ou baixa dependendo da resposta. Do lado positivo, “O que de melhor poderia acontecer?” geralmente é uma pergunta bastante apropriada no âmbito da realização, por exemplo.
        
Pode-se impedir os pensamentos automáticos ruins sobre as causas de fracassos fazendo perguntas como: (1) Quais são as evidências que apoiam essa ideia?; (2) Existem explicações alternativas? (a maioria dos acontecimentos tem várias causas; concentre-se nas que sejam mutáveis, específicas e não pessoais); (3) O que de pior poderia acontecer? Eu poderia superar isso? (o pior cenário nem sempre é catástrofe); (4) Qual é a utilidade da crença no pensamento? (às vezes, as consequências de se apegar a uma crença soam mais importantes do que a verdade). Essas perguntas são técnicas que são usadas pelos psicoterapeutas da Terapia Cognitiva para diminuir o índice de depressão dos seus pacientes, mas outros psicólogos têm evidências que apontam para a eficácia de seu uso para as pessoas saudáveis.

A base do texto acima é o livro Felicidade Autêntica do psicólogo e psicoterapeuta americano Martin Seligman. Recentemente, ele modificou o conselho da Terapia Cognitiva para uma versão reforçada da mesma chamada Psicoterapia Positiva, que inclui a teoria do florescimento dele que é exposto no livro Florescer. Segundo ele, não é a somente a falta de otimismo que pode causar e manter a depressão. A falta de recursos positivos de uma maneira geral, e não somente de otimismo, também causariam esse mal. O que seriam os recursos positivos? São eles: maximizar as emoções positivas, o engajamento em atividades de desafio que usem as suas forças de seu caráter e, por fim, o sentido – que é a apreciação das qualidades mais abstratas da vida (justiça, por exemplo).

RESPOSTA DA FILOSOFIA ESTOICA/BUDISTA

Essa é a leitura do filósofo Nassim Taleb, feita na sua obra Antifrágil no capítulo 10 As vantagens e desvantagens de Sêneca (vale a pena ler esse capítulo!), sobre como o filósofo Sêneca resolveu o problema da antifragilidade emocional...

A dependência das circunstâncias induz a uma forma de escravidão. O método prático para combater essa fragilidade é fazer exercícios mentais para desconsiderar os bens materiais, e, assim quando sobrevierem as perdas, o golpe não ser sentido - uma maneira de recuperar a liberdade diante as circunstâncias. O estoicismo faz com que desejemos o desafio de uma calamidade: “Reserve um certo número de dias, durante os quais você deve se contentar com os suprimentos mais ínfimos e mais baratos, com a roupa mais simples e mais velha, perguntando-se a si mesmo: ‘Eram essas as condições que eu temia?” (Sêneca). O próprio Sêneca fez isso, pois, apesar de ter sido um homem rico, partia para viagens com quase os mesmos pertences que teria se fosse um náufrago.

Outro método seria investir em boas ações. As coisas podem ser retiradas de nós, mas não as boas ações nem os atos de virtude.

Os budistas tem visão semelhante a que pus aqui nesta seção, com a diferença que um estoico é um budista que diz "foda-se" para a sorte.

P.S.: Mais sobre Sêneca:
« Última modificação: 07 de Julho de 2017, 22:21:58 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:"Como sair do fundo do poço?"
« Resposta #44 Online: 25 de Dezembro de 2017, 13:40:49 »
?!? Texto incompreensível.

"Mente de homens das cavernas", hoje, ainda deve ser fundamentalmente verdade. Houve uma aceleração na "evolução" humana recente, mas ela se dá principalmente por ser neutra.

Certamente é mais o caso do que noções mais exageradas do oposto, como aquelas do sergiomgbr, que tem a cultura e ideologia como geneticamente determinadas.

E, mesmo que tenhamos mentes de homens das cavernas, não precisamos ser idiotas, trogloditas, podemos ser civilizados e enxergar às pessoas não como propriedade, mas indivíduos iguais.

A evolução psicológica em aproximadamente 10.000 anos ou menos pode ser bem rápida. Basta ver a grande diferença da mente de um gato selvagem para a de um gato doméstico, em parte por causas genéticas: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/11/como-gatos-passaram-de-felinos-selvagens-animais-domesticados.html.  Ou a diferença da mente de um lobo para a mente de um cachorro doméstico, em parte por causas genéticas: http://gizmodo.uol.com.br/lobos-criados-como-caes/. E a coevolução genes-cultura é um fator que pode acelerar grandemente a evolução biológica no caso de humanos.

Se tivéssemos mente de homens das cavernas ficaria difícil de entender como poderíamos nos autodomesticar, uma vez que nossos pais, professores e amigos também teriam mente de homens das cavernas. Citando um exemplo extremo apenas para fim de compreensão, psicopatas "inatos" (se existirem, como sugerem certos casos de psicopatia infantil), diferentemente de psicopatas circunstanciais, talvez poderiam ser dissuadidos a não se tornarem criminosos, mas ficaria difícil imaginar como eles poderiam ser dissuadidos a não terem comportamentos ou pensamentos imorais que não são criminalizados ou que tem grande chance de não-punição (lembremos dos sistemas repressivos não-jurídicos falhos).
« Última modificação: 25 de Dezembro de 2017, 17:33:46 por -Huxley- »

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!