Os primeiros 10' é puro bullshit. Ele atribuiu uma perfeição ao universo (microcosmo e macrocosmo espelhados pela "lei" de Trismegistus) utilizando a metáfora ("arquétipo") da precisão matemática da esfera em contraste com a imperfeição de um mundo humano de conflito, de egoísmo, de luta, de limitações, de escassez, guerras etc. que configura uma realidade separada de todo o resto por uma "muralha" que é como que um "abismo" (sic) que nos separa dessa realidade transcendente (supostamente perfeita). Ele faz de conta que esquece que tudo que acontece no universo é imperfeito, caótico e tendendo sempre para a desordem. Conceitos não traduzem a realidade. Por exemplo, uma estrela é conceitualmente esférica, mas na realidade ela não é uma esfera, assim como os planetas também estão longe de serem esferas perfeitas. Essas simplificações que nos fazem enxergar como esférico/perfeito aquilo que de fato não é, servem para facilitar a nossa compreensão do universo mas também podem sugerir falsas/ilusórias simetrias que alimentam visões ainda mais distorcidas da realidade, como a desse moço aí em cima, no vídeo. Aplicando a "lei" de Trismegistus ao macrocosmos imperfeito que tende à desordem, chegamos à conclusão que o microcosmos onde o homem está inserido reflete as mesmas imperfeições e tendências caóticas.
O universo não está nem aí para essa dicotomia que o palestrante cita que existe entre a consciência e o "resto". Apesar de todas as elucubrações humanas, galáxias continuarão colidindo com violência incomensurável, buracos negros continuarão sugando ferozmente tudo ao redor e os astros continuarão se deslocando no espaço atropelando qualquer objeto que cruzar suas trajetórias destruindo e criando novos astros ao sabor do puro acaso. No microcosmos não é diferente.
Quando o palestrante aborda o instinto de busca humano, continua na mesma linha equivocada de pensamento e complica ainda mais o problema quando adiciona variáveis estranhas quando cita por exemplo que a busca pode durar "muitas existências", o que a priori, sem provas ou evidências também é bullshit. Ele ainda fala de um "verdadeiro" caminho (espiritual), consagrado como indicação dos "antigos", como se isso merecesse algum crédito especial, baseado na remoção dessa "muralha" da consciência que separa o homem do resto desse universo perfeito. A partir daqui é apenas bullshit sobre bullshit e chego a conclusão que não vale a pena perder tempo com essa bobagem.
O engraçado e ao mesmo tempo triste é que a humanidade já tem a Ciência, consagrada como o melhor instrumento disponível para encontrar respostas para entender o universo (macrocosmos) e todo o mundo a seu redor (microcosmos) mas mesmo assim preferem trilhar caminhos bobinhos, duvidosos, repletos de baboseiras antigas e alicerçados em premissas furadas e idiotas que só alimentam a ilusão do autoengano.