Os defensores do culto ao mercado realmente pensam que o interesse das empresas converge com o da sociedade?
'Sociedade' é um termo muito amplo, porque é composta por TODOS os indivíduos, sendo que dentre eles, certamente há aqueles que não querem ter o estado como um tutor.
Além disto, não há nenhuma garantia que o estado seja realmente um defensor eficaz dos "interesses da sociedade". Basta ver o caso da Venezuela ou da Coréia do Norte.
Então, sim!, pelo menos em alguns casos podem ocorrer interesses convergentes. Sem dúvida.
Capitalistas não estão nem aí para o ambiente, para a pobreza, para a saúde, educação, pesquisa científica etc.
Falácia da generalização praticada por um estatólatra.
Eu sou um 'capitalista' e também um profundo conhecedor do meio-ambiente. Tenho preocupações objetivas com este, e também com a sociedade e o conhecimento.
Em tempo: A General Electric, a DuPont e a Lockheed-Martin mandaram um forte abraço para você.
Eles só visam a maximização do lucro.
Sim, sempre que for possível e, no meu caso, moral e eticamente sustentável.
O Mercado não é humanitário.
E nem poderia ser porque não é uma entidade consciente e sim o resultado de uma interação de milhões de agentes econômicos e sociais. Ainda assim, vários agentes econômicos que você atribui vilania inerente, praticam atos de benemerência.
As potências de educação e tecnologia chegaram onde chegaram porque seu Estado investiu pesado nisso e em pesquisa científica.
Em grande medida sim, mas não é um caso geral. Boa parte da educação, do conhecimento e da tecnologia no EUA provem de entidades privadas, incluindo pessoas, empresas e universidades.
Depois de se desenvolverem o suficiente para que você seja incapaz de competir com elas, aí pregam livre-competição, afinal, já conseguiram assumir uma posição vantajosa, não só para sobrepujar as empresas dos outros países como para comprar o que puder deles.
Sim, isto ocorre com frequência mas não é necessariamente ruim.
Ou você prefere pagar mais por um produto péssimo apenas para que alguém bravateie que "aquilo é um produto nacional"?
Além disso, para o Mercado não há interesse nacional.
E a quem realmente importa o "interesse nacional", seja lá o que for que isto signifique?
Até hoje os únicos que vi que o defendem são os 'parasitas' do estado, de todo o espectro ideológico.
Só as classes dominadas necessitam do Estado.
Não, meu caro, é a necessidade da existência das 'classes dominadas' que precisa ser mantida para se justificar a manutenção de um 'estado paternalista'.
A burguesia é sempre globalista, afinal de contas, a ganância não tem pátria.
Claro, claro.
Porque pobre não quer amplo conforto material e nem riqueza mas apenas 'paz de espírito e fraternidade'.
Se o nosso modelo de Estado é corrupto e virou esse monstro que o Lorentz desenhou, o problema está na corrupção e na estrutura do nosso próprio Estado,
Hein?
Então o nosso estado é corrupto por causa do modelo e não por causa das pessoas egressas da população e da própria natureza discricionária do estado?
Uau...
que, aliás, é um Estado burguês cujos "altos burocratas",
"Estado burguês"? Não, jamais ele foi capitalista e burguês.
Ele foi (e é) um estado patrimonialista, preparado para sugar a sociedade em benefício dos funcionários públicos, dos políticos e de um grupo de grandes empresários 'de compadrio'.
aos quais JJ se referiu, foram cuidadosamente selecionados e lá colocados para defender o interesse de grandes corporações, e não o da sociedade.
Se por 'grandes corporações' você quis dizer "esquemas de favorecimento", tudo bem. Se foi para dizer "capitalistas e o capitalismo em geral", então você errou completamente.
Depois de trabalhar no IBGE, por meio do qual tive contato direto com a realidade socioeconômica da população, tendo visto de perto o analfabetismo, a dívida, a incapacidade de ascender socialmente, a total dependência, se tornou questão MORAL denunciar as mentiras do mercado e de sua ideologia, para o qual essas pessoas nem sequer existem, já que, para ele, cada ser humano só vale o quanto tem e o quanto pode oferecer para o enriquecimento do burguês.
Tenho 55 anos e lidado com a população, o mercado, os entes estatais, seus funcionários e o empresariado a pelo menos 38 anos. E já li várias vezes os "argumentos" supra.
Vou começar pelo final do texto. Mesmo o tipo de 'capitalismo' que você "imagina" e usa como espantalho necessita que todas as pessoas usem produtos e serviços, por mais simples que sejam, de tal modo que não é interesse dele que as pessoas fiquem à margem das relações de consumo.
No mundo real (e não aquele que a sua visão ideológica esquerdista e estatólatra idealizou) o 'mercado' nada mais é a que a totalidade das ações e relações sócio-econômicas, feitas de maneira livre, ainda que não prescinda de algum tipo de supervisão privada, pública e estatal e nem escape de manietações.
E é justamente o mundo real que mostra que trabalhamos cerca de 5 meses para sustentar o estado e toda a 'corja de parasitas' que dele se aproveita, indo daqueles que tem "boas intenções" (o inferno está repleto disto) até aqueles cujos intentos são completamente imorais e anti-éticos.
Se depender do mercado, você trabalha 20h todo dia, recebendo apenas um kit sobrevivência (necessário para continuar vivendo para trabalhar), consumindo lixo e sem direito a nada.
Bullshit ideológico.
Ninguém é obrigado a trabalhar para outro. E caso assim o faça, ninguém é obrigado a continuar naquela atividade.
Não existem "direitos" inatos e sim aqueles obtidos por consenso, por negociação ou por imposição. E qualquer 'direito' que obrigue alguém a custear algo para outrem, sem uma contra-partida, não passa de espoliação e uma violação da liberdade.
Esses países que figuram no topo dos índices de liberdade econômica e desenvolvimento humano, eles não chegaram lá por serem liberais, mas, pelo contrário, o são por terem se tornado capazes de competição e tecnologia.
Tanto a competição como a tecnologia são compatíveis com o liberalismo.
Caso se sentissem ameaçados, se fechariam, se protegeriam e investiriam pesado em si. Depois de assumir um posto favorável nas relações econômicas globais, é fácil dizer que todo mundo tem que liberar tudo e vender tudo, já que você sai ganhando se os outros fizerem isso.
Ou seja, apenas confirmou que o liberalismo não tem culpa nem pelo protecionismo, nem pelo estatismo, nem pelo nacionalismo e nem pelo 'parasitismo' público.
Se os ganhos são privados e os prejuízos são públicos, como o Huxley falou, é porque nosso Estado é subserviente a interesses econômicos, sendo este, em si, o problema.
Exatamente.
A culpa não é do liberalismo e sim do patrimonialismo e 'parasitismo' de algumas castas pertencentes ao estado.
A ideologia neoliberal está incutindo uma associação psicológica intrínseca de "estatal" com "ineficiente", "corrupto", "ruim" na cabeça das pessoas, quando é ela mesma que está por trás das influências que fazem isso com as coisas públicas.
Meu caro forista estatólatra.
Não precisa de nenhuma "ideologia neoliberal" (sic) para se constatar o quão ruim é a parte estatal neste país. Basta chegar em uma repartição pública (qualquer uma) para se constatar isto.
E, sobre o que o Gauss disse, me corrijo: eu quis dizer "sem fundo partidário"* ali. Gauss, para competir sem fundo partidário, o partido precisa de filiados bem endinheirados, e do apoio de investidores de interesses obscuros. Seria isso realmente algo "novo"?
Você consegue demonstrar o que foi destacado em negrito para o Novo?
Ou não passa de "opinião" esquerdista?