Autor Tópico: Conceito equivocado de "Matéria"  (Lida 2408 vezes)

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Offline Pedro Reis

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #25 Online: 20 de Março de 2018, 18:10:16 »

A priori pode-se dizer que either
[...]
são possíveis


Mas o impossível também acontece.

O vídeo abaixo pode ser o primeiro registro de uma consequência da incerteza quântica observada a nível macroscópico.

Ou pode ser que o ponto onde o jogador caiu fosse um portal para outras dimensões, uma fratura na estrutura do espaço-tempo, onde todas as leis estão confundidas e suspensas.

Ou pode ser apenas uma prova de que até o impossível é possível.


Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #26 Online: 21 de Março de 2018, 14:29:44 »
Ninguém está dizendo que a vida é uma anomalia, mas acaso existe. Se não existisse a Teoria das Probabilidades não se confirmaria experimentalmente.
Pode explicar melhor isso, por favor?
Percebe? Assim se deu com o próprio fenômeno da vida, que se fosse uma consequência natural ( ou seja, inevitável ) da estrutura do universo, deveria estar presente em todos os planetas. O universo deveria pulular de vida!
Mas como poderia estar presente em todos os planetas sem que haja a realização de todas as condições necessárias? E o simples fato de sequer existir condições mediante as quais a vida se desenvolve já não evidencia que o desenvolvimento da vida se encontra emaranhado na estrutura do universo?

Sobre a consciência cósmica - se você concorda comigo que Tudo é Uno, então não há fundamento real para a ideia de "Individualidade" (senão a construção cultural e social). Se não existe "Alma", "Espírito", ou outra categoria metafísica que atribua aos seres de uma essência, então a única forma possível de consciência é a consciência cósmica, só limitada pelos próprios sistemas (organismos) que lhe servem de veículo de manifestação..
« Última modificação: 21 de Março de 2018, 14:33:20 por Saint-Martin »
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Offline Fernando Silva

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #27 Online: 21 de Março de 2018, 15:28:49 »
Sobre a consciência cósmica - se você concorda comigo que Tudo é Uno, então não há fundamento real para a ideia de "Individualidade" (senão a construção cultural e social). Se não existe "Alma", "Espírito", ou outra categoria metafísica que atribua aos seres de uma essência, então a única forma possível de consciência é a consciência cósmica, só limitada pelos próprios sistemas (organismos) que lhe servem de veículo de manifestação.
Por que o universo teria que ser mais que um amontoado de matéria inconsciente?

Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #28 Online: 22 de Março de 2018, 12:59:41 »
Você é um amontoado de matéria inconsciente?
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #29 Online: 22 de Março de 2018, 13:06:28 »
Sobre a consciência cósmica - se você concorda comigo que Tudo é Uno, então não há fundamento real para a ideia de "Individualidade" (senão a construção cultural e social). Se não existe "Alma", "Espírito", ou outra categoria metafísica que atribua aos seres de uma essência, então a única forma possível de consciência é a consciência cósmica, só limitada pelos próprios sistemas (organismos) que lhe servem de veículo de manifestação.
Por que o universo teria que ser mais que um amontoado de matéria inconsciente?



Você é um amontoado de matéria inconsciente?

O Fernando Silva é o universo?
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Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #30 Online: 22 de Março de 2018, 13:23:44 »
É algo fora dele?
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #31 Online: 22 de Março de 2018, 13:28:17 »
É algo fora dele?

Só porque ele está dentro do universo significa que todo o universo tem que ter as propriedades do Fernando Silva?

Se a humanidade for toda a vida inteligente que existe no universo, e amanhã ela for extinta, o universo deixará de existir? Por bilhões de anos, não houve vida inteligente na Terra, por isso a Terra não existia?



"Deus prefere os ateus"

Offline Fernando Silva

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #32 Online: 22 de Março de 2018, 13:47:41 »
Você é um amontoado de matéria inconsciente?
Sim, da mesma forma que um relógio é um amontoado de peças inertes ou um robô é um amontoado de componentes eletrônicos inertes.

Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #33 Online: 22 de Março de 2018, 13:52:45 »
Só porque ele está dentro do universo significa que todo o universo tem que ter as propriedades do Fernando Silva?
Que propriedades o Fernando Silva tem que o universo não? E o que distingue o universo do Fernando Silva?
Sim, da mesma forma que um relógio é um amontoado de peças inertes ou um robô é um amontoado de componentes eletrônicos inertes
Você nega ser consciente?
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #34 Online: 22 de Março de 2018, 13:58:57 »
Só porque ele está dentro do universo significa que todo o universo tem que ter as propriedades do Fernando Silva?
Que propriedades o Fernando Silva tem que o universo não? E o que distingue o universo do Fernando Silva?
Sou apenas um detalhe infinitamente pequeno num universo do qual só conhecemos uma parte infinitamente pequena.
Não dá para fazer comparações, generalizações e afirmações definitivas sobre aquilo que não conhecemos.
Sim, da mesma forma que um relógio é um amontoado de peças inertes ou um robô é um amontoado de componentes eletrônicos inertes
Você nega ser consciente?
Minha consciência não é uma propriedade em potencial da matéria que me compõe, é apenas um efeito da particular combinação de elementos do meu cérebro, assim como o funcionamento do relógio é um efeito de um particular arranjo de peças isoladamente inertes.

« Última modificação: 22 de Março de 2018, 14:12:42 por Fernando Silva »

Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #35 Online: 22 de Março de 2018, 14:41:03 »
Minha consciência não é uma propriedade em potencial da matéria que me compõe, é apenas um efeito da particular combinação de elementos do meu cérebro
elementos do seu cérebro ≠ matéria que te compõe?
« Última modificação: 22 de Março de 2018, 14:46:20 por Saint-Martin »
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #36 Online: 22 de Março de 2018, 14:47:10 »
assim como o funcionamento do relógio é um efeito de um particular arranjo de peças isoladamente inertes
Não há peças inertes. O Movimento não poderia surgir do Não-Movimento. A Vida não brotaria da Não-Vida.
O Cosmo é, necessariamente, dinâmico, vivo, consciente e inteligente.
« Última modificação: 22 de Março de 2018, 14:52:57 por Saint-Martin »
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

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Offline Fabrício

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #37 Online: 22 de Março de 2018, 15:02:03 »
assim como o funcionamento do relógio é um efeito de um particular arranjo de peças isoladamente inertes
Não há peças inertes. O Movimento não poderia surgir do Não-Movimento. A Vida não brotaria da Não-Vida.
O Cosmo é, necessariamente, dinâmico, vivo, consciente e inteligente.

Se você diz...
"Deus prefere os ateus"

Offline Fernando Silva

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #38 Online: 22 de Março de 2018, 15:18:43 »
assim como o funcionamento do relógio é um efeito de um particular arranjo de peças isoladamente inertes
Não há peças inertes. O Movimento não poderia surgir do Não-Movimento. A Vida não brotaria da Não-Vida.
O Cosmo é, necessariamente, dinâmico, vivo, consciente e inteligente.
Não faz sentido discutir afirmações deste tipo.

Offline Pedro Reis

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #39 Online: 22 de Março de 2018, 18:47:16 »
Ninguém está dizendo que a vida é uma anomalia, mas acaso existe. Se não existisse a Teoria das Probabilidades não se confirmaria experimentalmente.
Pode explicar melhor isso, por favor?

Foi uma referência a algo que você escreveu. Você disse:

Citação de: Saint-Martin
Soa também igualmente absurdo supor que a vida seja uma anomalia, que exista "acaso".

Mas ninguém aqui tinha dito que a vida era uma anomalia, que o surgimento da vida e sua diversificação não pudesse ser explicado da mesma forma que explicamos a formação de cristais de gelo, por exemplo. É claro que, até o presente momento, o problema da formação dos cristais é muito mais bem compreendido que o problema do aparecimento de vida neste planeta. Pelo que eu li, o famoso experimento de Stanley Miller está atualmente desacreditado, mas isso ainda não prova que houve mágica no processo. Afinal, não está escrito em lugar nenhum que Ciência tem que ser fácil.

Porém, se não fomos nós que dissemos que a vida foi uma anomalia, entende-se ( do que foi citado acima ) que é você que considera uma anomalia a vida surgir por acaso de alguma sucessão específica de reações químicas.

Mas antes de continuar é fundamental que eu discuta com você um significado mais preciso para "acaso", porque esse é um termo que usamos com frequência mas raramente refletimos sobre seu exato significado. Por ser suposto que todos sabem muito bem o que quer dizer acaso.

Contudo, em que pese todos terem uma noção intuitiva um tanto quanto vaga do que venha a ser acaso, isso não é suficiente para esclarecer o que eu quis dizer, atendendo à sua solicitação.

Suponha que vamos realizar um certo experimento, e para este experimento forçamos um determinado conjunto de condições iniciais. Se toda vez que repetirmos este experimento com as mesmas condições iniciais, obtivermos o mesmo resultado, então dizemos que este experimento ( ou este resultado ) é determinístico.

Mas se, para as mesmas condições iniciais, é possível ocorrer qualquer um de N resultados distintos, com N > 1, diz-se que este é um experimento aleatório. Ou seja, o acaso determina o resultado.

Mas dizer que "o acaso determina o resultado" costuma gerar certa confusão, pois leva a pessoa a achar que acaso é causa, quando na verdade acaso significa INDETERMINAÇÃO da causa. Todo evento tem uma causa, mas quando não podemos determinar as condições iniciais que implicam naquele evento, só temos a certeza que o evento tem uma chance de ocorrer, e que esta chance será proporcional à razão entre a quantidade de resultados que determinam a ocorrência do evento e o total de resultados possíveis.

Exemplo simples: o experimento será lançar um dado.

Não posso determinar de que maneira ( quais condições iniciais ) lançar o dado para que dê um número par.

Portanto digo que o evento "dar número par" poderá ocorrer por acaso, já que é um evento possível mas não saberia especificar as condições iniciais que o ocasionariam.

E a chance de ocorrer este evento é a razão entre os resultados que fariam o evento ocorrer ( 3 resultados: 2,4 e 6 ) e os 6 resultados possíveis para este experimento. A chance é 3/6 = 1/2.

Também seria possível dar uma definição precisa para "chance", sendo chance sinônimo de probabilidade. Mas essa definição não será necessária para o que estamos querendo discutir aqui.

O necessário é apenas que você tenha uma compreensão mais precisa do significado de "acaso", que está relacionado com a impossibilidade de determinar as condições iniciais que resultariam em um evento específico.

Agora consideremos o nosso universo: não podemos determinar que condições iniciais resultariam na formação de vida, mas deve existir um certo número de configurações ( certamente um número infinito ) que poderiam ocorrer nesse e em outros planetas que resultariam no desenvolvimento da vida. E existe o número infinito de todas as configurações possíveis neste universo.

A *proporção entre as cardinalidades destes dois conjuntos infinitos daria a chance da vida surgir ao acaso no universo. Portanto a vida ter surgido ao acaso não seria uma anomalia, como você supõe. Significa apenas que era uma possibilidade, e ser uma possibilidade não permite inferir que o fenômeno vida está "emaranhado na estrutura do universo", o que parece significar pra você que é deterministicamente decorrente deste "emaranhado".

Ora, o resultado "número par" também é uma possibilidade quando se lança um dado, e se formos nos valer do tipo de linguagem frouxa que você utiliza para construir seus argumentos, poderíamos dizer que o resultado par está "emaranhado" na própria estrutura do dado, que tem 6 faces sendo metade delas par. Mas nem por isso há garantia que, ao se lançar um dado, o resultado será par. Da mesma forma não há provas de garantia que um universo como o nosso, regido pelas mesmas leis,
irá necessariamente ter vida.

O uso desse tipo de "linguagem frouxa" em si já é um grande problema para se discernir raciocínios válidos de inválidos. Mas esse tipo de retórica, propositalmente, é recorrente no discurso místico e teológico. Muito útil para gerar simulacros de argumentos que parecem Lógica, mas na verdade não tem valor argumentativo sentenças como esta que se segue

Citação de: Saint-Martin
o desenvolvimento da vida já se encontra emaranhado na estrutura do universo

se você não sabe definir exatamente o que seria algo estar "emaranhado" na estrutura do universo, sendo que você sequer conhece a natureza da estrutura do universo.

Citação de: Saint-Martin
Sobre a consciência cósmica - se você concorda comigo que Tudo é Uno, então não há fundamento real para a ideia de "Individualidade" (senão a construção cultural e social). Se não existe "Alma", "Espírito", ou outra categoria metafísica que atribua aos seres de uma essência, então a única forma possível de consciência é a consciência cósmica, só limitada pelos próprios sistemas (organismos) que lhe servem de veículo de manifestação.

E lá vem você de novo com esse formato de discurso, que é um vício adquirido pelo hábito intoxicante de consumir literatura rosacruz e proselitismo espírita.

Quando, acima, lhe apresentei uma descrição menos vaga para o conceito de acaso, a intenção também era chamar atenção para a diferença entre retórica e raciocínio rigoroso. Embora Lógica seja uma ciência que exige rigor ainda maior e absoluto.

É tão fácil se iludir com esse formato retórico que você nem percebe que se contradiz. Começa assumindo que a realidade é una para depois exigir que existam delimitações internas nessa mesma unicidade ( os organismos, sistemas manifestantes da consciência cósmica ), o que destrói a sua própria noção de realidade una, reconfigurando-a como um todo formado por partes individualizadas por estes limites a que você se refere.

Olha, o que eu realmente disse é bem mais simples que essa confusão que você está tentando criar.

Nós concordamos que categorizar, classificar, dividir em partes, associar estas partes em subsistemas que por sua vez podem ser vistos como partes de outros sistemas, são abstrações, faculdades da mente que a possibilitam organizar e lidar com uma realidade caótica e una. Não existe limite entre a árvore e a não árvore, a não ser aquele que a minha mente cria. Quando a folha cai ainda é árvore ou não árvore? O CO2 sendo absorvido, é árvore ou não árvore? A luz excitando a fotossíntese, é árvore ou não árvore?

Mas isto não é o mesmo que rejeitar que exista algo "lá fora", com existência em si mesmo, concreto no sentido que não depende de mim para existir, um fenômeno qualquer na realidade objetiva, que induz minha mente a criar uma representação "árvore" para esse fenômeno. Para essa, digamos, "porção" da realidade.

E reconhecer que a árvore está fazendo fotossíntese não implica concluir que fotossíntese era um fenômeno que já existisse antes de terem existido plantas. Evidentemente o acaso pode ter produzido plantas verdes neste planeta, e enquanto formas de vida mais simples evoluíam para se tornar plantas, evoluía também um sistema para extrair energia das emissões solares: a fotossíntese.

Ou você também acha que a fotossíntese só é possível porque existe uma fotossíntese cósmica emaranhada na estrutura do universo?

Basta trocar "consciência" por "fotossíntese" nesse monte de palavriado que você escreve, para ver como estes pseudo-argumentos soam bobos.

Citação de: criso
Sobre a fotossíntese cósmica - se você concorda comigo que Tudo é Uno, então não há fundamento real para a ideia de "Individualidade vegetal" (senão a construção cultural e social). Se não existe "Alma", "Espírito", ou outra categoria metafísica que atribua às folhas verdes de uma essência, então a única forma possível de fotossíntese é a fotossíntese cósmica, só limitada pelos próprios sistemas (plantas verdes) que lhe servem de veículo de manifestação..


* É possível proporção entre infinitos. 1 segundo é um conjunto de infinitos instantes de tempo e 1 minuto também. Mas a proporção de tempo entre segundo e minuto é 1/60.

Se você sabe que a emissão de um fóton irá ocorrer em algum instante durante o próximo minuto, qual a chance que ocorra durante o 30º segundo? É 1/60, a razão entre os intervalos de tempo de 1 segundo e 1 minuto.

Offline Pedro Reis

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #40 Online: 22 de Março de 2018, 18:51:15 »

O Movimento não poderia surgir do Não-Movimento. [...] O Cosmo é, necessariamente, dinâmico, vivo, consciente e inteligente.

Então o movimento sempre existiu. Sempre existiu a vida, a consciência, a inteligência.

O que é um mistério tão incompreensível quanto o movimento ter surgido do não movimento.

Tão incompreensível para a mente humana quando o não nada ter surgido do nada, é que o não nada tenha sido sempre... causado por... nada.

Offline O Babuíno de Madame Blavatsky

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #41 Online: 22 de Março de 2018, 20:11:53 »
Porém, se não fomos nós que dissemos que a vida foi uma anomalia, entende-se ( do que foi citado acima ) que é você que considera uma anomalia a vida surgir por acaso de alguma sucessão específica de reações químicas.
e como diabos uma sucessão específica de reações químicas abruptamente daria início à "vida"? A resposta lógica é a de que não pode haver fronteira delineada entre "vida" e "não-vida", sendo esse dualismo uma herança do pensamento religioso herdada pelos ateus que, por sua vez, só tiraram deus da equação, sem perceber que o erro estava na própria equação em si, que parte de algumas ilusões fundamentais, como a ilusão da existência de um Ego contínuo, de Individualidade, de Tempo, entre outros. Quem divide todas essas coisas somos nós. Química, Física e Biologia são, e precisam ser, externamente, uma coisa só, uma realidade una. O pensamento religioso é carregado pelo fantasma de uma intervenção abrupta, do "sopro divino" sobre a matéria morta, amorfa e estática. A única coisa que o ateísmo eliminou foi o criador, mas continuou mantendo todos os dualismos e ilusões fundamentais do pensamento ocidental. Uns dizem que a vida surgiu da intervenção supernātūrālis; outros, eliminaram o sobrenatural sem eliminar a estrutura de pensamento deste. O que estou dizendo é que já é um absurdo, em si, dizer que qualquer coisa, quanto mais a vida, tenha "surgido". Nada pode "surgir", mas apenas decorrer das condições determinadas, das interações fundamentais.
Se toda vez que repetirmos este experimento com as mesmas condições iniciais, obtivermos o mesmo resultado, então dizemos que este experimento ( ou este resultado ) é determinístico.
Então todos os experimentos são determinísticos, porque é impossível acontecer outra coisa além disso. A não ser que o experimentador desconheça todas as condições atuantes. E, nesse caso, é à ignorância dele, e não ao acaso, que deve ser atribuída a aleatoriedade dos resultados.
Exemplo simples: o experimento será lançar um dado.
Se for para imaginar isso literalmente, é como se isso fosse uma contradição intrínseca. Se alguém lançar o mesmo dado, com a mesma posição, com a mesma força, com o mesmo vento, com o mesmo atrito, na mesma superfície, é impossível supor que o resultado varie. Qualquer variação se deve apenas ao nosso desconhecimento da atuação de leis naturais e fundamentais subjacentes ao processo.
O necessário é apenas que você tenha uma compreensão mais precisa do significado de "acaso", que está relacionado com a impossibilidade de determinar as condições iniciais que resultariam em um evento específico.
Logo, falar em "acaso" é uma linguagem tão frouxa quanto a que você me acusa. Deveria ser substituído por "desconhecimento das condições".
deve existir um certo número de configurações ( certamente um número infinito ) que poderiam ocorrer nesse e em outros planetas que resultariam no desenvolvimento da vida
Se houver as condições, há o desenvolvimento. É inevitável.
ser uma possibilidade não permite inferir que o fenômeno vida está "emaranhado na estrutura do universo", o que parece significar pra você que é deterministicamente decorrente deste "emaranhado".
Tudo que veio a ser está obrigatoriamente emaranhado na estrutura fundamental da realidade, ou seja, é um desenvolvimento obrigatório da mesma, inevitavelmente desencadeado por suas leis e interações fundamentais. Não pode ser de outra forma.
Mas nem por isso há garantia que, ao se lançar um dado, o resultado será par.
Claro, a ausência de garantia é diretamente proporcional à ignorância humana acerca das leis que tudo regem.
É tão fácil se iludir com esse formato retórico que você nem percebe que se contradiz. Começa assumindo que a realidade é una para depois exigir que existam delimitações internas nessa mesma unicidade ( os organismos, sistemas manifestantes da consciência cósmica ), o que destrói a sua própria noção de realidade una, reconfigurando-a como um todo formado por partes individualizadas por estes limites a que você se refere.
Não existe delimitação interna. É uma coisa só. Acontece que, do ponto de vista do ente vivente, os sentidos físicos e a experiência psicológica dão a impressão de separação, de independência. A experiência mental da realidade implica algumas ilusões fundamentais, como Tempo e Continuidade. Talvez você pense que estou me contradizendo simplesmente por utilizar a palavra "ente", que esteja me referindo a um sistema isolado, individuado dentro do Todo. Na verdade, não acredito na existência do ente, e é justamente por isso que falo de consciência cósmica. O ente é uma delineação arbitrária. Só o Universo existe. O evento que chamamos de "consciência" não passa de um fenômeno natural, como buracos negros ou tornados. Acreditar que os seres sejam realmente individuados, ou que a consciência pertence a eles, como uma forma de essência, é uma herança da visão religiosa de mundo. A consciência só pode pertencer ao universo. A consciência é, necessariamente, cósmica. Disso decorre que, necessariamente, o Cósmico é a vítima e o algoz de todos os dramas existenciais. Os atores, a plateia, a direção e o próprio palco. Se os teístas diziam que a vida surgiu da intervenção divina, os ateístas herdaram o vício ao sequer admitir que a vida "surgiu". A vida não surgiu senão em nosso universal conceitual e representativo. A vida nunca surgiu. A morte é outra ilusão. Só há arranjos e rearranjos da Substância. Qualquer coisa que discriminamos a nível macroscópico e macrocósmico é apenas a versão em grande escala das interações fundamentais das Leis Cósmicas.
E reconhecer que a árvore está fazendo fotossíntese não implica concluir que fotossíntese era um fenômeno que já existisse antes de terem existido plantas.
Discordo radicalmente. Qualquer fenômeno que ocorra possui existência obrigatória. Essa é a única lógica possível. Não é que o fenômeno existisse, mas que ele decorre da própria estrutura fundamental do universo, ou seja, é seu desenvolvimento natural.
Ou você também acha que a fotossíntese só é possível porque existe uma fotossíntese cósmica emaranhada na estrutura do universo?
A fotossíntese não existe. Isso que você chama de fotossíntese é uma delineação arbitrária. O evento macro que percebemos e descrevemos não passa de um grande zoom out da consequência das interações necessárias das moléculas e elementos envolvidos, que, por sua vez, não podem ser outra coisa senão fruto da interação fundamental das partículas mediante as leis cósmicas universais, como o eletromagnetismo, a gravitação universal, etc.
* É possível proporção entre infinitos. 1 segundo é um conjunto de infinitos instantes de tempo e 1 minuto também. Mas a proporção de tempo entre segundo e minuto é 1/60.
Tempo também não existe. Só agora É. Antes nunca foi e o futuro nunca virá a ser.
« Última modificação: 22 de Março de 2018, 20:18:21 por Saint-Martin »
O Deus único escolheu para Si um único santuário: o coração do homem. Eis o templo onde este deve adorá-Lo; os templos exteriores são apenas as avenidas desse templo invisível. Não há necessidade de teurgia, de adesão a um culto exterior. Não é a mudança de lugar terrestre que nos é útil e sim a mudança de lugar espiritual. A evolução espiritual não requer deslocamento geográfico, mas deslocamento psíquico e o despertar de qualidades inerentes, as quais trazemos desde sempre em nós.

SURSUM CORDA

Offline Sdelareza

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #42 Online: 22 de Março de 2018, 21:30:31 »
Saint-Martin
Se eu não me engano, você está defendendo uma visão panteísta do Universo, como Spinoza?
Se é, poderia destacar que Einstein tinha uma grande admiração por esse filosofo.

Offline Gorducho

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #43 Online: 22 de Março de 2018, 21:48:36 »
Sim: o Universo dele é spinozista.

Offline Pedro Reis

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #44 Online: 22 de Março de 2018, 23:47:34 »
Sim, meu caro Martins, de um ponto de vista Clássico a única diferença entre um modelo probabilístico e um modelo determinístico é o conhecimento e a precisão.

Diz-se que o modelo é determinístico quando há conhecimento suficiente  das condições iniciais para gerar um resultado cuja precisão ( em relação à previsão do modelo ) é boa o suficiente, para os critérios de quem elaborou o modelo.

Quando tal não é possível lança-se mão de um modelo probabilístico, o que implica no conceito de acaso da forma como eu defini. Então acaso, para a Física Clássica, está relacionado à ignorância mesmo. Já para a Física moderna a história é diferente, e o universo seria não determinístico mesmo, com diferentes resultados podendo derivar das mesmas exatas condições iniciais.

Mas isso talvez não importe realmente, porque o que se quer analisar é a estrutura lógica da sua filosofia. De um ponto de vista da MQ o seu argumento ruiria, mas isso não me interessa tanto, pois meu interesse é apreender melhor o seu pensamento, como você visualiza a "dimensão do sagrado" a partir dessa lógica.

Então vamos supor que o universo é determinístico realmente, nos termos sugeridos por Laplace.

Nada poderia acontecer diferente daquilo que aconteceu. Não há livre arbítrio e a história da evolução do universo já estava escrita no instante 0. Há um único fenômeno que é o Todo atemporal pois contém o próprio tempo, a multiplicidade de fenômenos é uma ilusão criada pela mente.

Se o universo for laplaciano eu concordarei com todas as assunções acima, e então "consciência cósmica" se reveste de um significado diferente daquele que usualmente é referido em discursos esotéricos, e a sua "consciência cósmica" é da mesma categoria sim da "fotossíntese cósmica", pois o seu argumento, pelo que agora creio estar compreendendo melhor, é simplesmente negar a existência de qualquer fenômeno individual como sendo uma ilusão da mente que não enxerga a unicidade do Todo.

Agora falta você explicar como extrai a "dimensão do sagrado" disso.

Offline Fernando Silva

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Re:Conceito equivocado de "Matéria"
« Resposta #45 Online: 23 de Março de 2018, 08:01:10 »
e como diabos uma sucessão específica de reações químicas abruptamente daria início à "vida"? A resposta lógica é a de que não pode haver fronteira delineada entre "vida" e "não-vida"
A vida é apenas mais um fenômeno físico-químico. Sim, é um fenômeno especial, que a distingue da "não vida", mas o fato de lhe atribuirmos uma importância especial não muda nada.

E não é "abruptamente". Entre "não vida" e "vida" há várias etapas evolutivas.

 

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