Autor Tópico: Histerias pré/pós eleicoes  (Lida 1070 vezes)

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Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #25 Online: 11 de Outubro de 2018, 21:44:34 »
[...]
o que se observa é suficientemente neonazistóide/fascistóide, violência popular de trogloditas que idolatram a um autoritarista que defende/nega a ditadura, que discursa sobre tortura e matança dos inimigos como solução.
Violência é violência.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Entropia

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #26 Online: 11 de Outubro de 2018, 21:50:31 »
Violência é violência.

Mas a motivacao importa, e é política. E é exatamente minha dúvida sobre a situacao pré e pos eleicao. Os malucos fazendo ataques tendem a aumentar? Diminuir? Os agressores de direita vao finalmente sair do armário e virar o MST Bolsonarista?

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #27 Online: 11 de Outubro de 2018, 21:54:33 »
A fabricação de ataques "neonazistas" será comum nesse segundo turno. É a velha tática do PT de comparar o adversário a Hitler. Parece que vocês chegaram nas eleições ontem e não conhecem o modus operandi.

E a imprensa?

No jornal El Petista País todo dia publicam alguma opinião de "intelectuá" tentando atrelar o Bozo aos crimes da ditamole ou outro qualquer.

Na capa do El Petista País  do hoje tem as chamadas "Líderes responsáveis não podem se isentar diante da insanidade de Bolsonaro”, "Ao menos 50 ataques em todo o país após as eleições", "Morte, ameaças e intimidação: o discurso do capitão da reserva que inflama seus seguidores", " O ódio deitou no meu divã " , "“Bolsonaro se espelha na Venezuela. Se há algo próximo ao chavismo, é ele”, "Gays, negros e pobres votaram no candidato que os considera inferiores ou os odeia
MANUEL JABOIS
O que defendem eleitores do militar é que qualquer crime de ódio se legitima se expectativas eleitorais são atendidas", "Por que votamos em Hitler"....

Esta tudo lá para quem quiser confirmar com os próprios olhos.

Sobre o partido do Caghada e sua relação com ditaduras bolivarianas ou africanas? Nada.

Sobre o apoio explícito da presidente do partido ao Nicolas Maduro?Nada.

Sobre o opositor que acaba de ser assassinado na prisão venezuelana e o silêncio dos petistas sobre o assunto? Nada.

Depois dizem que não existe mais censura no Brasil e que a mídia não é  comprada.

Dá para ver o desespero dessas pessoas pelo número de matérias que publicam contra ou a favor de determinado candidato.
« Última modificação: 11 de Outubro de 2018, 21:56:43 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #28 Online: 11 de Outubro de 2018, 21:59:25 »
Violência é violência.

Mas a motivacao importa, e é política. E é exatamente minha dúvida sobre a situacao pré e pos eleicao. Os malucos fazendo ataques tendem a aumentar? Diminuir? Os agressores de direita vao finalmente sair do armário e virar o MST Bolsonarista?
Sinceramente eu não sei,  e minha assinatura comprova que sou um péssimo analista de futuro.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #29 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:01:41 »
A fabricação de ataques "neonazistas" será comum nesse segundo turno. É a velha tática do PT de comparar o adversário a Hitler. Parece que vocês chegaram nas eleições ontem e não conhecem o modus operandi.

E a imprensa?

No jornal El Petista País todo dia publicam alguma opinião de "intelectuá" tentando atrelar o Bozo aos crimes da ditamole ou outro qualquer.

Na capa do El Petista País  do hoje tem as chamadas "Líderes responsáveis não podem se isentar diante da insanidade de Bolsonaro”, "Ao menos 50 ataques em todo o país após as eleições", "Morte, ameaças e intimidação: o discurso do capitão da reserva que inflama seus seguidores", " O ódio deitou no meu divã " , "“Bolsonaro se espelha na Venezuela. Se há algo próximo ao chavismo, é ele”, "Gays, negros e pobres votaram no candidato que os considera inferiores ou os odeia
MANUEL JABOIS
O que defendem eleitores do militar é que qualquer crime de ódio se legitima se expectativas eleitorais são atendidas", "Por que votamos em Hitler"....

Esta tudo lá para quem quiser confirmar com os próprios olhos.

Sobre o partido do Caghada e sua relação com ditaduras bolivarianas ou africanas? Nada.

Sobre o apoio explícito da presidente do partido ao Nicolas Maduro?Nada.

Sobre o opositor que acaba de ser assassinado na prisão venezuelana e o silêncio dos petistas sobre o assunto? Nada.

Depois dizem que não existe mais censura no Brasil e que a mídia não é  comprada.

Dá para ver o desespero dessas pessoas pelo número de matérias que publicam contra ou a favor de determinado candidato.
É semelhante ao que tá ocorrendo com Zema em Minas. O status quo que tomou conta do país nos últimos 30 anos não suporta a virada política que ocorre atualmente.

Vou te dizer, não me surpreenderia nada um apoio do FHC ao amigão Andrade nesse segundo turno.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #30 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:07:07 »
Cara, estou doido para ver a reação desses vagabundos quando perderem o cargo, Boa parte deles sabendo que perdeu o foro privilegiado a vai acabar nas mãos do Moro já deve estar procurando documentos no fundo do baú para uma delação premiada.

Vai ser uma corrida só.

Guarde essa postagem para o " Profecias do velho Lúcifer ".

Quero ver quantas delacoes aparecerão no próximo ano feitas por gente sem cargo.

É capaz até do Lixoberg fazer alguma.
« Última modificação: 11 de Outubro de 2018, 22:09:23 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #31 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:09:52 »
Cara, estou doido para ver a reação desses vagabundos quando perderem o cargo, Boa parte deles sabendo que perdeu o foro privilegiado a vai acabar nas mãos do Moro já deve estar procurando documentos no fundo do baú para uma delação premiada.

Vai ser uma corrida só.

Guarde essa postagem para o " Profecias do velho Lúcifer ".

Quero ver quantas relações aparecerão no próximo ano feitas por gente sem cargo.

É capaz até do Lixoberg fazer alguma.
Será que cargos em secretarias estaduais dão foro privilegiado para eles?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #32 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:11:46 »
Não sei, mas acredito que não ou o Pingão não teria tentado um ministério.

Acho que só cargo eletivo.

Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #33 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:13:34 »
Não sei, mas acredito que não ou o Pingão não teria tentado um ministério.

Acho que só cargo eletivo.
Menos mal. Lindinho, Dilmãe, Romero Jucá... E claro, o Andrade terá de responder seus 32 processos com a justiça.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #34 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:20:04 »
[...]

Só um exemplo de algo que já aconteceu:

Citar
Capoeirista esfaqueado em Salvador foi morto após dizer que era contra Bolsonaro, diz SSP

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/10/08/capoeirista-esfaqueado-em-salvador-foi-morto-apos-falar-de-discorda-de-opiniao-politica-de-suspeito-do-crime.ghtml



Pergunta Bônus: Quais são as chances de alguma guinada mais descaradamente autoritária de ambos os governos, Haddad e Bolsonaro, caso eleitos?
Isso aí parece briga de boteco onde um bêbado maluco matou outra pessoa por divergência de opinião. Não parece nada com um ataque coordenado ou inflamado.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #35 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:21:44 »
Qual será que vai tentar uma delação primeiro? O Lindinho que sabe muito? Dilmão?

Imsgino um depoimento do Dilmão tentando uma delação sem conseguir completar uma frase inteira sem se perder.

Offline Gauss

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #36 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:24:08 »
Qual será que vai tentar uma delação primeiro? O Lindinho que sabe muito? Dilmão?

Imsgino um depoimento do Dilmão tentando uma delação sem conseguir completar uma frase inteira sem se perder.

Imagina ela tendo que explicar a compra de Pasadena?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #37 Online: 11 de Outubro de 2018, 22:37:07 »
Vai parecer o Google traduzindo algo, o problema é que com ela será tradução  de português para português.

Offline Cinzu

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #38 Online: 12 de Outubro de 2018, 01:16:35 »
Violência é violência.

Mas a motivacao importa, e é política. E é exatamente minha dúvida sobre a situacao pré e pos eleicao. Os malucos fazendo ataques tendem a aumentar? Diminuir? Os agressores de direita vao finalmente sair do armário e virar o MST Bolsonarista?

O MST Bolsonarista na verdade já saiu do armário na greve dos caminhoneiros.

- Bloqueio de estradas;

- Apoio recíproco entre o movimento e partidos políticos;

- Movimento em prol de benefícios para a classe;

- Luta contra medidas capitalistas (gestão da Petrobrás por Pedro Parente nos moldes de empresa privada);

- Subsídios para a categoria, que ao invés de terras, transformou-se em subsídio do diesel, tabelamento de fretes, e enfraquecimento de concorrentes, como as ferroviárias.
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline Gigaview

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #39 Online: 12 de Outubro de 2018, 18:21:40 »
Violência é violência.

Mas a motivacao importa, e é política. E é exatamente minha dúvida sobre a situacao pré e pos eleicao. Os malucos fazendo ataques tendem a aumentar? Diminuir? Os agressores de direita vao finalmente sair do armário e virar o MST Bolsonarista?

O MST Bolsonarista na verdade já saiu do armário na greve dos caminhoneiros.

- Bloqueio de estradas;

- Apoio recíproco entre o movimento e partidos políticos;

- Movimento em prol de benefícios para a classe;

- Luta contra medidas capitalistas (gestão da Petrobrás por Pedro Parente nos moldes de empresa privada);

- Subsídios para a categoria, que ao invés de terras, transformou-se em subsídio do diesel, tabelamento de fretes, e enfraquecimento de concorrentes, como as ferroviárias.

 :histeria:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Entropia

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #40 Online: 12 de Outubro de 2018, 18:38:26 »
O MST Bolsonarista na verdade já saiu do armário na greve dos caminhoneiros.

- Bloqueio de estradas;

- Apoio recíproco entre o movimento e partidos políticos;

- Movimento em prol de benefícios para a classe;

- Luta contra medidas capitalistas (gestão da Petrobrás por Pedro Parente nos moldes de empresa privada);

- Subsídios para a categoria, que ao invés de terras, transformou-se em subsídio do diesel, tabelamento de fretes, e enfraquecimento de concorrentes, como as ferroviárias.

 :histeria:

Nada de errado aí. A greve dos caminhoneiros foi uma pedida de reserva de mercado e cartelizacao do setor travestida de protesto contra impostos altos. Pediram tabelamento do frete e preco mínimo, prejudicando a entrada de novos concorrentes.

Aqui no Brasil o pessoal é alérgico a "oferta e demanda" e "concorrência".

Offline Entropia

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #41 Online: 12 de Outubro de 2018, 18:44:16 »
Muito boa essa análise! Explica bem as questoes que o Brasil passa, olhando com menos alarde as candidaturas.

https://www.istoedinheiro.com.br/essa-eleicao-e-o-fim-de-um-ciclo/#.W8DSTDU7r24.whatsapp

Citar
O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper, afirma que a posição antissistema é o que faz essas eleições serem diferentes de todas as outras no Brasil. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi quem melhor se apropriou da insatisfação da população com o sistema. Por isso, a tentativa de o PSDB propor uma discussão sobre reformas durante a campanha soou fora de sintonia para o eleitor. Para Schüler, os grandes vencedores são os partidos Novo e Psol, que se apresentam como novas opções à direita e à esquerda da política. Ele ressalta, também, que o PT sai vitorioso, tanto pela ida de Fernando Haddad para o 2o turno na disputa à Presidência como pela confirmação da maior bancada na Câmara – mesmo depois do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e dos resultados ruins das eleições municipais de 2016. Mas, para o cientista político, o debate que precisa começar é sobre o voto facultativo. “O Brasil está maduro para isso”, diz ele

DINHEIRO – Qual é a lição que se pode tirar destas eleições?

FERNANDO SCHÜLER – É uma eleição inteiramente diferente de todas as outras. Até 2014, vivemos um ciclo da política, marcado pela disputa entre variantes da social democracia brasileira. Dilma (Rousseff, PT) e Aécio (Neves, PSDB) tinham divergências de natureza política e econômica, mas não divergência de natureza cultural. Isto é curioso. Gastamos vinte anos acreditando que o mundo se dividia entre esquerda e direita e que Fernando Henrique era um perigoso neoliberal. Agora descobrimos que o mundo é mais complicado. Bolsonaro representa uma ruptura desse ciclo histórico. Ele introduz um tipo de cisão no terreno da guerra cultural. Temas morais invadem a política. A obsessão com as identidades, de um lado, e a reação conservadora, de outro. No fim todos perdem, pois este é um debate impossível. Ele vai muito além dos limites possíveis da política.

DINHEIRO – Isso significa que o Bolsonaro é a novidade na política nacional?

SCHÜLER – Evidente. De certo modo fomos globalizados: temos o nosso populista conservador. Um tipo de conservadorismo popular, de costumes, que representa uma tradução brasileira da ideia de “lei e ordem”. Nada a ver, por óbvio, com a grande tradição conservadora anglo-saxônica. Nosso conservadorismo não trata de Burke, mas do pastor Malafaia. Podemos não gostar disso, mas é tudo legítimo. Expressa o pensamento de parcela relevante da sociedade, que andava dispersa por aí. Em quem estas pessoas votavam, até 2014? Em Aécio, Dilma, ou na Rede, de Marina Silva? A democracia vai criando suas próprias soluções. Eu não gosto do vezo populista, mas o que isto importa? O Brasil foi pautado, ao longo das gestões do PT, por uma retórica excludente, do “nós contra eles”. O “nunca antes neste país”. É evidente que isto criaria um efeito reativo. Demorou, mas aconteceu. Custa caro, para a democracia, apostar o tempo todo na lógica do dissenso. Bolsonaro é o produto extremo de uma sociedade que já vem polarizada há muito tempo. É evidente que a crise ética, política e econômica que vivemos funcionou como o estopim do processo. Terreno fértil para um líder populista e antissistema. Agora, lide-se com ele.

DINHEIRO – Ele se aproveitou do cenário atual?

SCHÜLER – O Bolsonaro não criou esse cenário, ele é seu resultado. Ele verbalizou e deu viabilidade política a um descontentamento difuso na sociedade com o sistema político. Não é simples explicar a emergência de um fenômeno populista. Em regra, combina-se crise econômica, exclusão (por vezes cultural) de amplos setores, polarização e instabilidade política a nova lógica da democracia digital. O líder populista fala diretamente com as pessoas, dispensando os partidos e instituições tradicionais de mediação. É o que faz Bolsonaro: ele não está interessado em alianças ou no dinheiro do fundo público de campanhas. Usa a internet e seu movimento se propaga de modo caótico, nas redes sociais. Daí a sua força.

DINHEIRO – A democracia está em risco por conta disso?

SCHÜLER – Tudo isto é fruto da democracia, ainda crie um brutal desconforto. Não acho que isto se resolva apostando na retórica do medo e da “ameaça fascista”. Isto é um jeito fácil e tolo de lidar com um problema muito mais profundo. Quem se acostumou a jogar o jogo sozinho não percebe um aspecto crucial: a democracia é uma formidável máquina de moderar posições políticas. Inclusive aquelas que eventualmente nascem de uma retórica autoritária. Isso aconteceu com muita gente da esquerda, que nos anos 80 ainda falava em revolução. Lula perdeu três eleições, moderou o discurso, ganhou o jogo e foi incorporado ao main stream político. A democracia é inclusiva. Ela agora também pode inclui a direita, o conservadorismo, mesmo que você, eu e muita gente possa torcer o nariz.

DINHEIRO – As posições do Bolsonaro não são radicais?

SCHÜLER – É evidente que o Bolsonaro tem um traço autoritário e alimenta teses insustentáveis, como o elogio a torturadores. A esquerda fazia isso com o elogio reiterado, que acontece até hoje, à ditadura castrista, em Cuba, e o apoio explícito ao autoritarismo na Venezuela? É curioso como nós “normalizamos” essas coisas. Nós cultivamos uma curiosa indignação seletiva, que chegou a um esgotamento, nos dias de hoje. A forma de lidar com essas coisas é dobrar a aposta na democracia. Tenho dito que não adiante pregar o diálogo e a moderação e, ato seguinte, chamar o adversário de fascista. O pior caminho para a nossa democracia é excluir as novas formas de representação e de setores importantes para a sociedade brasileira, que eventualmente estiveram fora do poder, mas agora querem fazer parte do jogo.

SCHÜLER – Isso acontece com os liberais no Brasil. Pela primeira vez, eles têm uma clara expressão política representada com o Partido Novo, que é um dos grandes vencedores dessa eleição. O NOVO é um partido inovador, no Brasil, pois nasce de um conjunto de ideias, e não de um arranjo político. Em quem votavam os liberais, no Brasil? No PSDB? Talvez. Mas agora há um partido, e por isso nossa democracia está mais completa. O mesmo vale para o PSOL, que é uma alternativa de esquerda mais nítida que o PT, e cresceu nestas eleições.

DINHEIRO – As redes sociais vão ser um marco importante na análise dessas eleições?

SCHÜLER – Estas foram as eleições do cidadão comum, dos sem-retórica. O tipo que não se enquadra e mesmo reage a qualquer disciplinamento ideológico. Ele ganhou poder com a tecnologia, e vem produzindo um enorme barulho. Em geral, a elite intelectual não o suporta. Umberto Eco deu perfeitamente o tom: é o idiota da aldeia. Poucas vezes eu vi em uma democracia um divórcio tão grande entre o pensamento do homem comum e o pensamento da elite política intelectual. É uma espécie de incompreensão. Isso vem de um crescimento do politicamente correto, das restrições ao humor, à imposição de códigos identitários e a obediência a uma certa estética. Bolsonaro, em grande medida, se fez a representação do tipo que cansou da vigilância cultural e da fraseologia treinada dos políticos. A autenticidade, que por vezes pode se expressar como vulgaridade, adquiriu que um valor na política. O ponto é que um erro tomar cada frase de mau gosto pelo seu valor de face. É preciso respeitar a diferença cultural, mesmo que ela se manifeste do lado que não suportamos.

DINHEIRO – A escolha é muito mais antissistema do que pela renovação?

SCHÜLER – Em boa medida. Há um sentido muito difuso de reação do cidadão comum contra o sistema político tradicional. Nas grandes democracias, houve uma fragilização das instituições que historicamente fizeram a mediação, a racionalização e o filtro do discurso público. No Brasil não foi diferente. Tudo isso é muito mal compreendido e tratado como “risco democrático”, mas na verdade é a expressão da capacidade da democracia de se reinventar. Uma espécie de destruição criadora, em que novas formas surgem. O Flash Mob, as redes, os movimentos de rua, os think tanks, os mandatos coletivos, etc. Isto tudo ainda está para ser compreendido. Acho que todos ganharíamos mais com alguma humildade, perguntando o que as pessoas estão tentando dizer, com seu voto de protesto, ao invés de apostar na histeria da recusa. Outra coisa que nos faria bem é retomar o debate programático, que ficou abafado, nestas eleições, pela gritaria da guerra cultural.

DINHEIRO – Tem espaço para essa discussão no segundo turno?

SCHÜLER – Deveria ter, mas temo que não haverá. O PT diz que agora quer fazer uma discussão programática, mas no fundo sustenta toda a sua campanha partindo dessa retórica de fim de mundo, do abismo, do “ele, não” e da ameaça “fascista”. Neste plano, como é possível fazer debate de ideias e programas? Do lado do Bolsonaro é a mesma coisa. Em vez de discussão das reformas da previdência ou política, ele joga contra. Recua de suas propostas de privatização, derruba a reforma da previdência no Congresso e silencia seu principal conselheiro econômico. Não estou aqui sugerindo que isto poderia ser diferente. É apenas uma constatação. Gastaremos mais três semanas decisivas em assuntos irrelevantes, ao invés de discutir o que realmente deverá pautar o País a partir de janeiro.

DINHEIRO – Ninguém vai saber qual será o País que nasce a partir de 1º de janeiro de 2019?

SCHÜLER – Faço uma aposta: vamos sair do segundo turno sem saber qual é a proposta de idade mínima dos candidatos, para a reforma da previdência. Vamos discutir não mais do que generalidades sobre como lidar com a maior crise fiscal do Brasil contemporâneo, e sobre o que fazer com a reforma política. E isto não por culpa dos candidatos, mas por culpa do eleitor. A sociedade não está sintonizada com estes temas. Em alguma medida, isto foi responsável pela falência do centro nessas eleições. Sua agenda de reformas, o debate econômico e de políticas públicas estava fora das eleições.


DINHEIRO – Que ciclo é esse?

SCHÜLER – Uma delas, sem dúvida, é a falência precoce da ideia do financiamento estatal de campanhas. É preciso entender o recado que foi dado nessa eleição. Alckmin e Henrique Meirelles concentraram mais de 60% de recursos dos candidatos presidenciais, seja público ou privado, e tiveram cerca de 6% dos votos. Não dá para provar que o financiamento estatal é inútil, mas o fato é que em nome de produzir igualdade, produz mais concentração. Ele conspirou contra a renovação e o arejamento da política. O recurso foi capturado pelas elites partidárias e por quem já detinha mandato. Há ainda outra questão: estamos assistindo ao aumento gradativo da abstenção eleitoral, nas últimas eleições. A sociedade vem sinalizando que o Brasil está maduro para o voto facultativo. A velha retórica de que o brasileiro precisa da tutelo do estado se esgotou. Hoje, temos um eleitor com maior escolaridade e amplo acesso à informação. É preciso que o voto volte a ser um direito.

DINHEIRO – A não eleição de caciques políticos e de vários nomes tradicionais indica um amadurecimento da política?

SCHÜLER – Isso mostra as forças da democracia. É natural que haja um ciclo de renovação. Os americanos obedecem à regra de que um presidente fica dois mandatos e depois se retira da vida pública. É preciso oxigenar a democracia. Nestas eleições, o eleitor se encarregou de fazer o trabalho. A renovação atingiu diversos partidos e não se localiza em um ou outro espectro ideológico. O que precisamos agora é aprofundar a reforma política. Por uma razão: são as instituições que modelam o comportamento político, no longo prazo. Não adianta imaginar que irá surgir, a cada geração, uma liderança de qualidade, sem os incentivos devidos. Precisamos apostar no voto distrital misto, na retomada da reforma do estado, no fim dos instrumentos patrimoniais, como as emendas parlamentares e a profusão de cargos políticos no governo. Não sei como o País irá avançar nestas questões, mas aposto que o caminho são reformas graduais, como tivemos com a introdução recente da cláusula de barreira.

DINHEIRO – Os riscos à democracia, então, estão descartados?

SCHÜLER – O Brasil assistiu a uma explosão democrática, ao menos desde 2013. O processo de impeachment foi feito à base de milhões de pessoas nas ruas, goste-se ou não de seu resultado. Não tenho dúvidas em dizer que vivemos um tempo de exuberância, ainda que de profundo mal-estar na democracia. O sistema é hoje mais barulhento e o debate público mais polarizado. Há dezenas de milhões de pessoas falando sem parar, nas redes sociais. Três décadas atrás havia uma elite de milhares de pessoas com o monopólio da palavra. O barulho, a estridência e a permanente sensação de instabilidade são o novo normal da democracia. Quem quiser lidar com ela, vai ter que se acostumar.

Offline Luiz F.

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #42 Online: 12 de Outubro de 2018, 19:30:32 »
Cara, muito bom.

O cara falou tudo o que vem acontecendo de forma perfeita. O que ocorre hoje no Brasil é a emergência de um setor gigantesco da sociedade que vinha sendo sistematicamente sendo colocado de lado no debate político nacional. O monopólio da esquerda nas ultimas décadas nos trouxe no patamar atual.

Não dá pra manter um país unido quando cerca de metade da população tem o pensamento marginalizado. Uma hora a coisa estoura.

E a esquerda "progressista" só faz jogar gasolina no fogo. Já banalizaram com sucesso o termo fascista e andam a passos largos para banalizar o termo nazismo também.

50 milhões de nazistas. Hitler ficaria orgulhoso. :biglol:
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
Albert Einstein

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #43 Online: 12 de Outubro de 2018, 20:13:42 »
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50 milhões de nazistas. Hitler ficaria orgulhoso.

A Gleise e o Dilmão viviam falando dos 50 milhões de votos como argumento contra o bota fora, quero ver em quanto tempo se esquecerão que o Bozo tb teve antes de entrarem com um pedido de impeachment contra ele por atravessar a rua fora da faixa de pedestres.

Offline Cinzu

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #44 Online: 12 de Outubro de 2018, 21:08:21 »
Ótima análise. Postarei também a de uma graduanda de economia, que embora não seja especialista na área, fez uma excelente pesquisa e recebeu ótimos elogios de pessoas mais esclarecidas:

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ECONOMIA

Falei no meu post anterior que observaria atentamente o posicionamento econômico de cada candidato. Pois, bem: afinal, por que economia? É importante notar a economia, pois se queremos, por exemplo, ajudar a parcela mais pobre da população é importante que tenhamos recursos para que possamos ajudá-la efetivamente. E a economia trata exatamente disto: da busca pela alocação mais eficiente de recursos de modo que saúde, educação, entre outros possam funcionar bem, favorecendo exatamente as parcelas mais desfavorecidas.

Sendo assim, vou dividir o texto em 3 partes:
1: as reformas emergenciais que o Brasil precisa fazer para não quebrar de vez.
2: quais as propostas de cada candidato à respeito do dessas reformas e o que dizem os especialistas
3: a minha humilde opinião sobre tudo


REFORMAS EMERGENCIAIS:

1) Déficit primário

Pra quem não sabe o que é: superávit/déficit primário é o resultado da arrecadação do governo menos os gastos, exceto juros da dívida. A grosso modo, é a geração de caixa do governo.

Porque é importante ficar de olho no déficit primário? É que ao desconsiderar os juros pagos, este número dá a medida correta da situação fiscal do governo, pois fornece uma comparação simples e direta entre receita e a despesa que o setor público tem para fazer o Estado ‘funcionar’. ‘Isto é particularmente importante para saber se há risco de descontrole das contas públicas e, principalmente, de crescimento explosivo do endividamento. Ou seja, obter um resultado primário positivo (superávit) é um passo fundamental para manter a dinâmica da dívida pública controlada, o que sinaliza menor risco ao mercado. [1]

O Brasil atravessa atualmente seu quinto ano consecutivo de déficit primário que em janeiro de 2018 chegou a 155,8 bilhões. O resultado primário -relação entre dívida pública e o PIB que é o indicador de solvência do setor público- era de 51% no primeiro mandato da Dilma e atingiu cerca de 75% em 2017[2]. Se essa relação aumenta isso pode sinalizar um risco maior de insolvência das contas públicas e nem precisa dizer (ou precisa?) que isso é péssimo!

2) Reforma da previdência

Não é questão de opinião: a previdência no modelo vigente é insustentável. Em 2014, 11% do PIB foi destinado à previdência, enquanto a despesa esperada era de menos que 4%. Em 2016, gastou-se 13,1% do PIB e segundo projeções oficiais, chegará a 17% do PIB em 2060, o que gerará um aumento do déficit público superior a três vezes. A previdência vem “canibalizando” outras despesas do orçamento, pois as despesas com esta têm crescido acima dos gastos totais do governo federal, o que compromete o repasse de verba pra outras áreas como saúde, segurança e educação. A previdência consome cerca de 57% do orçamento primário da União - fração que deve aumentar anos à frente, especialmente se não houver reforma.[3]

3) Reforma trabalhista

Dentre os vários pontos, destaco:

>A obrigatoriedade do Imposto sindical: é simplesmente injustificável que seja obrigatório (até a organização internacional do trabalho já afirmou isso), pois o trabalhador tem total direito de filiar-se ou não a qualquer que seja o sindicato. Se ele não vê sentido a participação, porque teria que pagar, então?

>A compulsoriedade do FGTS: é no mínimo questionável, pois desconta do salário dos trabalhadores uma quantia que é corrigida por juros que raramente superam os da poupança (pior: de tempos em tempos é inclusive superado pela própria inflação, perdendo pra investimentos de baixo risco como o Tesouro Direto, ou seja, o beneficiário está efetivamente perdendo dinheiro com o FGTS compulsório) [11]

>É preciso discutir a flexibilização das leis trabalhistas para que isso gere mais empregos (o Plano de Proteção ao Emprego do governo Dilma seguiu essa linha, mas acabou sendo muito burocratizado) [10]

4) Vigência do Teto de gastos

Desde 1997, os gastos crescem em ritmo duas vezes superior ao da atividade [4] e por uma noção de aritmética básica, dada uma restrição orçamentária, se não houver um controle de gastos, uma hora faltará recursos… Assim se vê necessário a manutenção do teto de gastos.
(Se alguém ainda tem alguma dúvida em relação a isso, por favor, leia isso aqui: http://itv.org.br/pensando-o-brasil/economia/seis-artigos-para-entender-e-defender-a-pec-do-teto)

5) Reforma tributária:

> Brasil tem tributação análoga à de países com a renda média alta, mas com retornos pífios em contrapartida. [5]
> Além disso, passamos muito tempo pensando sobre quais tributos temos que pagar - ou seja, precisamos cobrar a simplificação tributária.[6]

O QUE PENSA CADA CANDIDATO + PARECER DE ESPECIALISTAS

1) Déficit primário:
Bolsonaro: está na página 55 do seu plano de governo que o déficit público será eliminado no primeiro ano e já convertido em superávit no ano seguinte.
Haddad: questão do déficit primário não foi mencionada do seu plano de governo.

*O que os especialistas dizem: A Lei de Diretrizes Orçamentárias preveem um déficit de 132 bilhões, ou 1,8% do PIB (que reúne a União, Estados, municípios, estatais excluindo Petrobrás e Eletrobrás). Para o governo Federal o rombo projetado é de 139 bilhões. Bolsonaro não planeja aumento de impostos para zerar o déficit, ao contrário, fala em “redução gradativa da carga tributária bruta brasileira, paralelamente ao espaço criado por controles de gastos e programas de desburocratização e privatização” (página 58).

Porém há alguns problemas:

Não é fácil reduzir gastos no Brasil dada a rigidez orçamentária:
Veja: em 2019, 83,5% desse gasto será voltado para previdência e outras despesas obrigatórias; 9,5% com despesas que não podem ser congeladas e SOMENTE 7% serão despesas discricionárias (ou seja, aquelas que o governo tem maior controle) cujo montante é será 98,6 bi, o que é 23,6% abaixo do que é hoje [7]. Resumindo: o montante de gastos que poderá ser reduzido em 2019 será ainda menor em 2019! Engessando ainda mais a possibilidade de redução desses gastos.
Bolsonaro fala que dará atenção especial a folhas de pagamentos: mas essa é uma outra rubrica difícil de reduzir de um ano pra outro, dada a estabilidade que goza o servidor público.
Bolsonaro fala em renúncias fiscais (pra quem não sabe renúncias fiscais = isenção de impostos que o governo concede a áreas como a zona franca de Manaus, por exemplo). A principal delas é o Simples Nacional (regime especial de tributação para micro e pequenas empresas)... Mas é um vespeiro: politicamente complicado extinguir as exonerações da Zona Franca de Manaus e o simples Nacional.

Para o FMI, o resultado primário só será positivo em 2022, de 0,2% do PIB, não em 2019, como sugere o candidato.[7]

2) Reforma da previdência:

Bolsonaro: tem um projeto de capitalização da previdência (página 57)
(se não conhece o sistema de capitalização, veja aqui: http://porque.uol.com.br/capitalizacao-e-solucao-para-a-crise-da-previdencia/)
Haddad: seu programa tende a enxugar aspectos “neoliberais da previdência” (página 16)

O que os especialistas questionam: A forma vaga como o plano de governo do PT postula “enxugar aspectos neoliberais” não nos permite sequer saber qual o plano deles em relação a isso, inclusive dimensionar o risco atrelado. Quanto ao Bolsonaro: sempre contou com os apoios dos militares… Será que agora ele vai rever privilégios da previdência para militares? É essencial que sim pois são bastante onerosos. [9]

3) Reforma trabalhista:
Bolsonaro: Criar uma nova carteira de trabalho verde e amarela, voluntária, para novos trabalhadores optativa, onde o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo os direitos constitucionais. Além disso é favorável ao imposto sindical facultativo (página 64)

Haddad: revogar a reforma trabalhista feita no governo Temer e substituí-la pelo Estatuto do Trabalho, uma iniciativa que oferece cursos técnicos para empregados. (páginas 37 e 39)

4)Teto de gastos

Bolsonaro: Dá ao entender que manterá (página 55).
Haddad: Dá ao entender extinguirá o do teto de gastos (página 24,30).

5) Reforma tributária:
Bolsonaro:
- gradativa redução da carga tributária bruta brasileira
- simplificação e unificação de tributos federais
- mecanismos de imposto de renda negativo em direção a uma renda mínima universal
- Fazer com que sonegadores paguem mais impostos
- benefícios tributários como meio de incentivo para tornar a transição viável para o modelo de previdência com capitalização.
(entenda aqui: http://porque.uol.com.br/capitalizacao-e-solucao-para-a-crise-da-previdencia/)
(página 58)

Haddad sugere:
- uma reforma tributária orientada pelos princípios da progressividade;
- tributação direta sobre lucros e dividendos e a criação e implementação gradual de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que substitua a atual estrutura de impostos indiretos;
-Criação do Imposto de renda justo que pretende isentar quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 4.770), condicionado ao aumento das alíquotas para os super ricos. (página 42)
- criação de um imposto sobre o Carbono para diminuir a emissão deste (página 48).

*O que os especialistas afirmam: Segundo o professor do Insper Ricardo Rocha, as reformas tributárias prometidas pelos dois candidatos são inviáveis. Nas palavras dele: “me parece que nenhuma das duas é possível. É difícil cortar tributação, porque a questão fiscal é muito forte. Temos problema sério de engessamento orçamentário, o que levou as duas candidaturas a falarem reformas constitucionais. Ambos foram muito criticados por isso”.[9]

OPINIÃO PESSOAL

Primeiramente nós vimos o que “deve ser atacado” para mantermos a sanidade fiscal do país. Em segundo lugar, vimos como são contempladas essas reformas segundo cada candidato e alguns pareceres de especialistas.
Meus dois centavos de opinião: tendo lido tudo o que eu li, ambos os candidatos não apresentam propostas sólidas.Porém, as propostas petistas me preocupam mais, pois lendo o plano de governo foi possível de imediato notar que existe uma predisposição do PT em não realizar a reforma trabalhista, ao contrário, voltar à questão do imposto sindical obrigatório remontando à toda a obsolência de nossa legislação trabalhista datada do varguismo. Ainda mais preocupante nesse mesmo ponto é que a proposta petista é de substituir essa reforma trabalhista pelo que chamam de “Estatuto do Trabalho”, onde vários cursos profissionalizantes seriam oferecidos… Porém meu questionamento é: onde se encaixa no orçamento público o destino de verba para viabilizar a ocorrências destes? Isto não está explícito no plano de governo. Me preocupa considerar que 1- revogaremos uma reforma trabalhista que nos moderniza e amplia o emprego no longo prazo, 2- e que além disso são propostos cursos sem que seja apresentada uma via de arrecadação clara para mantê-los cursos. Falando em arrecadação: eu confesso que gostei da reforma tributária do PT, pois inclui a questão da sustentabilidade com taxação para emissão de CO2 e da progressividade de impostos: de fato, a tributação brasileira no modelo atual prejudica os mais pobres. No quesito reforma da previdência, me preocupa a alegação de “reter partes neoliberais”. Essa afirmação carece de muito detalhamento e nos põe em dúvida a boa vontade do partido de realizá-la. Quanto ao teto de gastos, o posicionamento do PT é preocupante, pois pôr fim ao teto de gastos é em si mesmo a quebra de uma das premissas que foram levantadas sobre o que TEM de fato que ocorrer para que mantenhamos a sanidade das contas públicas e o país não quebre.
Quanto ao Bolsonaro: como foi dito anteriormente, os cálculos dele para zerar o déficit primário dentro de um ano não é crível, pois tanto a LDO quanto o FMI estabeleceram pelo menos 2 anos a custo de muito rigor fiscal para que o Brasil consiga encerrar o déficit. Essa afirmação do Bolso de que zerará o déficit primário ainda entra em contradição com sua proposta tributária, pois afirmou que reduziria impostos. Ora, o resultado primário é igual a receita (que vem de arrecadação tributária) menos despesas: se você quer ter um resultado primário positivo, e tem pouca mobilidade em relação às despesas públicas, por dedução os impostos tem que aumentar e não diminuir...Ou seja, há uma inconsistência nesse ponto. Ademais, a equipe do candidato tem feito afirmações esquisitas sobre a reforma da previdência (vide https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/ninguem-quer-nada-de-reforma-da-previdencia-em-2018-diz-coordenador-politico-de-bolsonaro.shtml), pondo em xeque a credibilidade se realizará a reforma à contento ou não. Por fim, Bolsonaro é feliz tanto nas suas afirmações de que manterá a reforma trabalhista, sem revogar a facultabilidade do imposto sindical, quanto no que se refere à vigência do teto de gastos, que é crucial para o controle das contas públicas de modo a refrear o gasto desmedido que poderia vir a colapsar dessas contas.

No tocante ao lado político, há rumores de que talvez Haddad mude seu plano econômico para se adequar a um perfil mais reformista, porém para tal ele teria que dar um duplo mortal carpado para trás uma vez que no seu plano questões cruciais para o orçamento ideal são totalmente desconsideradas como o teto de gastos, por exemplo. Além disso, se mudar seu plano de governo, poderá perder apoio tanto dos seus eleitores originais que o acusarão de estelionato eleitoral, quanto perderá apoio da sua base de governo (lembre-se que quando Dilma 2 chamou Joaquim Levi ela perdeu apoio de parte de seu partido).
Ainda politicamente falando, a oposição mais "dura" a Bolsonaro, apontam analistas, deve ser da esquerda, formada por PT, PCdoB, PDT, PSB, Psol e Rede, que juntos elegeram 136 deputados - um quinto da Câmara. É uma força levemente superior a quem tem hoje, no governo Michel Temer, onde contam com 124 deputados. Por outro lado, para aprovar reformas constitucionais, como mudanças na previdência do setor público, contudo, é necessário apoio de 66% do Legislativo. A maioria absoluta exige 257 votos favoráveis. O PSL conseguiu colocar 52 parlamentares, enquanto o "Centrão", grupo de legendas grandes e médias que deu as cartas na Câmara nos últimos quatro anos, elegeu 178 deputados. Ainda é incerto como essas siglas, se comportarão. [8]

Para concluir: em primeiro lugar, nem Bolsonaro, nem Haddad tem agendas econômicas que cubram a contento os 5 pontos levantados inicialmente. Bolsonaro é menos pior, porém figuras já experimentadas no meio público estão bastante céticas quanto ao guru Guedes, tendo em vista que nunca atuou antes no meio público, apenas na academia. Em segundo lugar, além de observarmos as propostas no papel, apenas o desdobrar político nos revelará se o futuro presidente possuirá apoio político o suficiente para que essas propostas saiam do papel.
Em terceiro e último lugar, é importante lembrar que mais importante do que a defesa de um candidato, é a defesa de uma agenda. Portanto, precisaremos agora ficar mais atentos do que nunca às movimentações do PSL e do PT no que se refere à questão econômica e como eles esclarecerão o que até então tem estado nebuloso.

FONTES:

Plano de governo:

Bolsonaro: http://carlosbolsonaro.com.br/pdf/plano_degoverno_jair_bolsonaro.pdf
Haddad: http://www.pt.org.br/wp-content/uploads/2018/08/plano-de-governo_haddad-13_capas-1.pdf

Ótimo panorama Valor: https://www.valor.com.br/eleicoes-2018/propostas/candidato/7

[1]https://economia.estadao.com.br/blogs/descomplicador/o-que-e-superavitdeficit-primario-e-nominal/
[2]https://veja.abril.com.br/blog/mailson-da-nobrega/o-deficit-publico-atingiu-r-563-bilhoes-e-nao-r-156-bilhoes/
[3]http://mercadopopular.org/2018/02/reforma-da-previdencia-um-guia-para-nao-economistas/ ou http://mercadopopular.org/…/2…/02/NPP-Previd%C3%AAncia-1.pdf
[4]https://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/10/pec-do-teto-de-gasto-e-indispensavel-mas-insuficiente-para-sairmos-da-crise.html
[5]http://www.ibpt.com.br/…/De-30-paises-Brasil-e-o-que-oferec…
[6]https://www.brasileficiente.org.br/como…/por-que-simplificar
[7]https://www.valor.com.br/politica/5739545/zerar-deficit-primario-em-2019-como-quer-bolsonaro-e-irrealista
[8]https://www.valor.com.br/politica/5911021/psl-cresce-e-se-torna-segunda-maior-bancada-da-camara-dos-deputados
[9]https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/10/08/internas_economia,711001/planos-de-haddad-e-bolsonaro-tratam-a-economia-de-forma-antagonica.shtml
[10]https://oglobo.globo.com/opiniao/reforma-trabalhista-a-favor-do-emprego-18421885
[11]http://terracoeconomico.com.br/as-seis-reformas-que-o-brasil-precisa-realizar
[12]https://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7654567/com-bolsonaro-ou-haddad-economia-nao-tem-nenhuma-chance-de-dar-certo-diz-alexandre-schwartsman

Recomendações de leitura:

> PT resiste a anunciar membros da equipe econômica

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/pt-resiste-a-anunciar-nomes-para-eventual-equipe-economica-de-haddad.shtml

> Nem Bolsonaro nem Haddad:

https://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7654567/com-bolsonaro-ou-haddad-economia-nao-tem-nenhuma-chance-de-dar-certo-diz-alexandre-schwartsman-

https://www.infomoney.com.br/…/com-bolsonaro-ou-haddad-econ…

> Problema fiscal não é de um governo só

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/10/03/internas_economia,709912/problema-fiscal-e-do-pais-nao-apenas-do-proximo-governo-diz-guardi.shtml

> Para Meirelles, programa de Haddad retoma recessão e de Bolsonaro é duvidoso

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/para-meirelles-programa-de-haddad-retoma-recessao-e-de-bolsonaro-e-duvidoso.shtml

> Miriam Leitão
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/candidatos-nao-explicam-como-financiar-isencao-do-imposto-de-renda.html

https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/bancada-de-bolsonaro-nao-tem-o-perfil-reformista.html

Postagem original: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=559698337785886&id=100012371739519
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline Entropia

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Re:Histerias pré/pós eleicoes
« Resposta #45 Online: 13 de Outubro de 2018, 14:31:35 »
https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2018/10/medica-rasga-receita-apos-paciente-idoso-dizer-que-votou-em-haddad-par.html

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Médica rasga receita após paciente idoso dizer que votou em Haddad

 |(.

Aí o negócio viraliza e aumenta a histeria dos outras. A puta que pariu, pessoal nao ajuda também.

 

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