França estimula natalidade e faz campanha do terceiro filho
Paris - A França, que possui uma das taxas de natalidade mais altas da Europa, anunciou um pacote de medidas que tenta conciliar a maternidade com a vida profissional, visando a estimular as mulheres a ter um terceiro filho. Atualmente, a França tem uma taxa de natalidade de 1,9 filho por mulher e é, depois da Irlanda, o país da Comunidade Européia com os índices mais altos.
A situação é bem melhor que em países como a Alemanha (1,4 filho por mulher), Espanha e Itália, com 1,2. Os benefícios e ajudas que recebem as mães francesas poderiam explicar, em parte, esta diferença em relação ao restante do continente, mas o governo francês continua insatisfeito e deseja mais bebês e mais famílias numerosas.
Nesta quinta-feira, aproveitando a Conferência Anual sobre a Família, o primeiro-ministro, Dominique de Villepin, anunciou que as francesas gerarem um terceiro filho poderão desfrutar, se quiserem, de um período de ausência profissional mais curto (um ano, em vez de três) mas mais bem remunerado, com cerca de 750 euros ao mês.
Na França, ambos os genitores podem, a partir do segundo filho, interromper a atividade profissional durante um, dois ou três anos para se dedicar à educação do bebê. Nestes casos, recebem um auxílio que pode chegar a 513 euros líquidos mensais. Atualmente, 98% destas licenças são solicitadas por mulheres e, por este motivo, o primeiro-ministro manifestou o desejo de estimular também os homens a desfrutar deste direito.
Foram acrescentadas a estas medidas auxílios mais elevados para as despesas com as crianças, além de creches gratuitas nas escolas, descontos em restaurantes, supermercados, cinemas e transportes públicos, atividades extra-escolares a preços reduzidos e outras vantagens para aliviar a carga das mães, permitindo que continuem com sua carreira profissional.
O governo francês também anunciou descontos fiscais importantes: quanto mais filhos menos impostos, em um país onde a carga tributária é enorme. A situação da França é quase que um sonho se comparada a países como Espanha, Alemanha ou Suíça, onde as mulheres têm muitas vezes que escolher entre serem boas profissionais ou mães, sobretudo na classe média.
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