Por partes...
O direito à greve se faz necessário para a manutenção do capitalismo em países subdesenvolvidos, junto com outros artifícios. Explico:
Grande parte da oferta de mão-de-obra nesses países é de baixa qualidade e em excesso, em determinados setores. Este excedente de pessoas competem para vender seu trabalho ao empresário capitalista, o que resulta em uma massa de trabalhadores que não conseguem negociar um valor desejado para seus respectivos contratos de trabalho. É como tentar vender areia na praia. Essa situação resulta em uma população com baixo poder de compra, com tendência a decair cada vez mais (com o aumento da população).
A sociedade capitalista, então, oferece mecanismos a essa parcela da população, que permitem melhores chances de barganha e literalmente obrigam o empresário a oferecer melhores salários. Caso não fosse direito do trabalhador a greve, o salário mínimo, e outros recursos trabalhistas, os salários estariam ainda mais baixos do que estão atualmente, sem dúvidas.
Uma grande parcela recebendo salários baixos inevitavelmente resulta em baixo poder de compra da população. Baixo poder de compra da maioria dos consumidores resulta, em uma economia capitalista, em queda na produção e nos preços. Queda na produção resulta em diminuição da contratação, isso é, acabamos em um ciclo. Que resulta, no final, na quebra definitiva da economia capitalista. Algo que os governos populistas não podem permitir, pois significaria o fim de seus reinados. Por isso existem os sindicatos (desde Vargas, pelegos), o controle rígido da margem mínima dos salários por parte do Estado, programas de qualificação e recolocação, etc.
A economia capitalista não sobrevive sem circulação de capital. Sem os mecanismos trabalhistas, nem ao menos existiria capitalismo no terceiro mundo.