Eu acho que você está sendo catastrofista. Veja só, digamos que sua previsão se concretize: acabamos as leis trabalhistas, greve é resolvida pela polícia e coisa e tal. Todos os patrões ao mesmo tempo baixam tanto os salários que os trabalhadores não poderão consumir mais do que o básico para o sobreviver (quando muito!) O que acontece? Produtos estagnados, estoques lotados. Tá, mas e depois? Como a oferta é alta e a procura é baixa os preços caem, a produção diminui, os trabalhadores têm sua jornada (possivelmente também o salário) reduzida ou parte deles é demitida; aumenta a informalidade, mas no final das contas temos um equilíbrio. Os preços caíram, as despesas da fábrica também caíram, a mão de obra sobressalente em parte acaba sendo absorvida pela informalidade. Não é um cenário tão bom quanto o outro, mas também não é um cenário catastrófico de guerra civil. E se fosse um cenário de guerra civil, como você gostaria, de uma forma ou de outra os patrões estariam sendo obrigados pelas circunstâncias a aumentar os salários de seus funcionários. Claro que eu acho que muito antes disso patrões empregados já terão chegado a um consenso.
Mas veja bem, em nenhum momento neste tópico eu falei que leis trabalhistas não eram importantes, pelo contrário, eu defendo o direito á greve. O que eu critiquei no ucrainian é a sua falta de meio termo: Tiramos uma pecinha e o capitalismo desaba.
Quanto ao caso do Japão, o desaquecimento do consumo não era a causa da crise em quem ele se encontrava, mas é parte do feedback negativo que a impedia de se recuperar.