Condenado a 3 anos de prisão em São Paulo, pai de família, que cultivava cannabis para consumo próprio.No dia 11 de marco de 2005 tombou mais uma vítima do proibicionismo brasileiro. E.A.M., geógrafo formado pela USP, pai de 4 filhos, viu sua casa ser invadida e sua família passar por violências e constrangimentos, pouco antes de ser autuado em flagrante sob acusação de tráfico de maconha. Aos 43 anos, E.A.M. mantinha em casa 6 pés de maconha, de onde retirava sua porção de consumo, optando assim por se tornar um usuário homegrower , ou seja, aquele que planta cannabis para produzir a maconha que consome e ser auto-suficiente. Ao fazer isso, estava construindo os meios para desvincular-se do mercado do tráfico, responsável pela morte de muita gente no Brasil.
No Brasil, a legislação não faz distinções claras entre usuários, dependentes ou traficantes, nem define penalidades proporcionais de acordo com cada caso. Distorções de sentenças são bastante comuns, e não são raros os casos de usuários que são tomados como traficantes e vice-versa. Dessa forma, os portadores da verdade, aqueles a quem cabem as decisões sobre as vidas de milhares de pessoas flagradas com cannabis, se limitam a reproduzir o entendimento do senso-comum sobre esses sujeitos e a autuá-los de acordo com ele. Nesse cenário, é inegável que a figura do usuário grower (cultivador) é muito pouco entendida em suas particulares e a ele, em geral, são atribuídas as mesmas penas e interpretações que são dadas aos traficantes.
E.A.M. não é um traficante. Ele usava maconha de forma tão responsável que plantava sua própria cannabis para não alimentar o tráfico. Mesmo que não entremos na discussão de se é cabível penalidades de reclusão para usuários, devemos alertar para a grave distorção que está sendo cometida contra esse brasileiro. No dia 8 de julho foi proferida sua sentença e E.A.M. terá que cumprir 3 anos de regime fechado por ter sido configurado como traficante, por que foi pego com 6 pés de maconha, algumas sementes e "pontas" de cigarro de maconha já fumados.
Se os usuários de cannabis são figuras anônimas e pessoas comuns, quem pode ser o usuário cultivador? Qualquer um! Sua irmã(o), filho(a), primo(a), namorado(a), pai, mãe, amigo(a). Qualquer pessoa que use maconha e que busque alternativas para adquiri-la sem recorrer ao tráfico pode tornar-se um cultivador e tornar-se passível de ser enquadrado em uma pena para traficantes.
É hora de trazer à sociedade informações a respeito do homegrow (cultivo doméstico) e denunciar os erros cometidos nos julgamentos de usuários de cannabis. E.A.M. não é o único grower brasileiro. Assim como ele, muitos usuários tem buscado no homegrow uma alternativa para uma situação social que os deixa desconfortáveis e com a qual não querem compactuar.
Precisamos nos unir e ajudar a causa de E.A.M e dos homegrowers brasileiros. Somente a mobilização pode trazer a justica![/list:u]
http://www.growroom.net/growers/Qual a opinião de vocês?