Autor Tópico: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura  (Lida 3184 vezes)

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Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Online: 24 de Janeiro de 2006, 21:41:35 »
Eu fiz semestre passado uma matéria de licenciatura chamada "Psicologia da adolescência aplicada à educação".
Estavamos estudando desenvolvimento cognitivo da adolescência segundo Piaget. Um dia ela passou um questionário que continha a seguinte questão:
"Se é passado o seguinte texte tanto para uma criança quanto para um adolescente:'Galinhas brancas põe ovos brancos. Galinhas marrons põe ovos marrons. Galinhas azuis põe ovos...' O que cada um responderia?"

Eu respondi verbalmente para ela:

"Segundo Piaget, a criança responderia 'Não existem galinhas azuis', porque crianças são incapazes de transcender o raciocínio formal da veracidade de seu conteúdo".

Ela concordou e perguntou: "E o adolescente?"

Eu respondi: "Um adolescente burro responderia que a galinha azul põe ovos azuis".

E ela: "Burro por que?"

Eu: "Por que não há nenhuma premissa que asserte que todas as galinhas põe ovos da cor de suas penas."

Ela:"Mas isto segue logicamente das premissas sobre as galinhas brancas, pardas e seus ovos".

Eu: "Isto não é um raciocínio lógico! É indutivo!"

Ela: "Por que não é lógico?"

Eu: "Porque a lógica não permite que se extraia uma conclusão universal de premissas particulares".

Ela: "Eu discordo de você blábláblá".

Aí eu saí fora.
"Discordo de você"... Ela discorda de todos livros da biblioteca do Centro de Lógica que fica no prédio ao lado.


Outra vez a professora falou sobre a aquisição de capacidades cognitivas de julgamento moral na infância e na adolescência.
Uma determinada hora ela falou que temos que relevar que a moral é relativa para cada cultura. O que uns acham certo outros acham errado, não existindo assim uma moral absoluta.
Agora alguém me explica como alguém pode defender o relativismo moral, ainda mais sendo judia! Se isto procedesse, então o que a Alemanha nazista fez é moralmente válido dentro do contexto deles. O Mein Kampf expressaria valores tão válidos quanto a Carta de Declaração dos Direitos do Homem.
Na hora eu só não falei "Professora! Você, sendo judia, deveria ser a última a ter esta opinião" porque ela é tão burra que poderia interpretar o que eu disse como anti-semitismo.


Deveriam proibir a psicologia por charlatanismo.

Offline uiliníli

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Re: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #1 Online: 24 de Janeiro de 2006, 22:32:03 »
Citação de: Dante, the Wicked
Deveriam proibir a psicologia por charlatanismo.


Sua professora é meio burrinha mesmo. Mas a lógica não diz que não de pode tirar conclusões universais de premissas particulares?  :roll:

De qualquer forma, eu acho que o que ela estava querendo dizer estava mais relacionado à forma como a cognição humana evolui do que com a lógica mesmo, nosso raciocínio em seu "estado natural" é muito indutivo. Você que estuda filosofia está treinado para encontrar erros de lógica como esse imediatamente, mas eles são muito comuns a pessoas médias, ainda mais àquelas que ainda estão com seu senso crítico ainda em desenvolvimento.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #2 Online: 24 de Janeiro de 2006, 22:48:09 »
Citação de: GCF
Citação de: Dante, the Wicked
Deveriam proibir a psicologia por charlatanismo.


Sua professora é meio burrinha mesmo. Mas a lógica não diz que não de pode tirar conclusões universais de premissas particulares?  :roll:


Mas toda psicologia é uma merda mesmo. TUDO o que ouço falar sobre psicólogos é merda. TODOS psicólogos que conheci são imbecis. Se existe algum psicólogo que presta e alguma coisa na psicologia que não seja uma merda completa, eles estão escondidos em alguma região remota do universo.

 
Citação de: GCF

De qualquer forma, eu acho que o que ela estava querendo dizer estava mais relacionado à forma como a cognição humana evolui do que com a lógica mesmo, nosso raciocínio em seu "estado natural" é muito indutivo. Você que estuda filosofia está treinado para encontrar erros de lógica como esse imediatamente, mas eles são muito comuns a pessoas médias, ainda mais àquelas que ainda estão com seu senso crítico ainda em desenvolvimento.


Cara, nesta merda de matéria eu teve que ler textos e assistido a aulas nas quais qualquer linha de raciocínio é chamada de "lógica", "indução" é chamada de "dedução" e ainda por cima é classificada como "raciocínio lógico".
Não estou falando que a indução deva ser descartada do pensamento humano. Mas chame-a pelo nome certo!

E ainda, mesmo quem aceita a indução tem ressalvas quanto a esta. Milhares de anos constatando que determinadas espécies de mamíferos são vivíparos levou-nos a induzir que todos mamíferos são vivíparos, até que foram encontrados os ornitorrincos que são mamíferos mas são ovíparos.
Agora, dizer que de "duas variedades de galinhas põe ovos da mesma cor que suas penas" é o suficiente para dizer que uma terceira variedade faça o mesmo, e ainda, que isto é lógico, é um absurdo!
Pô! Se aplicarem um teste psicométrico piagetiano num adolescente sensato o suficiente para responder a questão da seguinte forma:

"Dado que não há premissa alguma que asserte 'Toda galinha põe ovos da cor de suas penas', não há nenhuma razão forte o suficiente para crer que a galinha azul faça como as galinhas branca e parda, pondo ovos da cor de suas penas".

Esses psicólogos de merda julgarão o cara burro ou, na linguagem polida deles, "intelectualmente defasado".

Cara, num destes textos, estavam listadas as habilidades cognitivas que emergem na adolescencia. Uma delas era chamada de raciocínio dedutivo hipotético. Ele ilustrava isto com o exemplo de uma garota que repara a flutuação da condescendência dos pais, formula uma teoria que liga isto com o humor, e constata empiricamente um fato que está de acordo com a teoria, o que (sic) aumenta a probabilidade da sua hipótese ser verdadeira.

1º: Tudo isto é raciocínio indutivo. Tanto a formulação quanto a pretensa confirmação da teoria.
2º: O verificacionismo é uma furada. Hempel e Popper já demonstraram isto.
3º: Duvido que um adolescente pense assim, mesmo isto estando furado. Isto é verificacionismo positivista-lógico! Este negócio de "grau de verdade" envolve lógica polivalente. É muito sofisticado isto para constar na cognição de um adolescente. O que ele teria é um sentimento de certeza acerca da sua hipótese.

Offline Snake

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Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #3 Online: 24 de Janeiro de 2006, 23:06:12 »
O que é verificacionismo e lógica polivalente?
Newton's Law of Gravitation:
What goes up must come down. But don't expect it to come down where you can find it. Murphy's Law applies to Newton's.

Offline uiliníli

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Re: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #4 Online: 24 de Janeiro de 2006, 23:19:05 »
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Mas toda psicologia é uma merda mesmo. TUDO o que ouço falar sobre psicólogos é merda. TODOS psicólogos que conheci são imbecis. Se existe algum psicólogo que presta e alguma coisa na psicologia que não seja uma merda completa, eles estão escondidos em alguma região remota do universo.


Isso é raciocínio indutivo. Milhares de anos constatando que determinadas espécies de mamíferos são vivíparos levou-nos a induzir que todos mamíferos são vivíparos, até que foram encontrados os ornitorrincos que são mamíferos mas são ovíparos. :roll:

Está entendendo o que eu quero dizer, Dante? Pessoas cometem erros. Nosso raciocínio é muito influenciado pelas nossas emoções (no seu caso, a ira momentânea), o uso desapaixonado da lógica formal e analítica para pensar não é a forma mais intuitiva e mais comum de as pessoas tomarem raciocianrem, tanto que a lógica exige treinamento. Se não fosse assim todas as pessoas seriam filósofas, você não precisaria fazer curso superior.

"Você parece ter muitos sentimentos reprimidos contra os psicólogos... fale-me sobre os seus pais!"



:lol:
 
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Cara, nesta merda de matéria eu teve que ler textos e assistido a aulas nas quais qualquer linha de raciocínio é chamada de "lógica", "indução" é chamada de "dedução" e ainda por cima é classificada como "raciocínio lógico".
Não estou falando que a indução deva ser descartada do pensamento humano. Mas chame-a pelo nome certo!


Professores despreparados são um problema sério, mas comum nas univsidades.

Citar
Agora, dizer que de "duas variedades de galinhas põe ovos da mesma cor que suas penas" é o suficiente para dizer que uma terceira variedade faça o mesmo, e ainda, que isto é lógico, é um absurdo!
Pô! Se aplicarem um teste psicométrico piagetiano num adolescente sensato o suficiente para responder a questão da seguinte forma:

"Dado que não há premissa alguma que asserte 'Toda galinha põe ovos da cor de suas penas', não há nenhuma razão forte o suficiente para crer que a galinha azul faça como as galinhas branca e parda, pondo ovos da cor de suas penas".


Certamente esse seria um adolescente acima da média. As premissas, mesmo que particulares, induzem a pessoa ao erro porque o erro de lógica de tomar a parte como o todo é muito comum. Experimente ir no Orkut em uma comunidade freqüentada por adolescentes e faça essa pergunta para ver quantos vão errar.

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Esses psicólogos de merda julgarão o cara burro ou, na linguagem polida deles, "intelectualmente defasado".


Também não gosto muito desses rótulos deles. Já freqüentei um psicólogo que me achava anti-social demais e que queria me curar, mesmo eu não tendo reclamado disso. Cheguei a imaginar na época que se dependesse deles todas as pessoas seriam modeladas até chegar numa psique que eles considerassem a perfeita. E a individualidade que se dane.

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Cara, num destes textos, estavam listadas as habilidades cognitivas que emergem na adolescencia. Uma delas era chamada de raciocínio dedutivo hipotético. Ele ilustrava isto com o exemplo de uma garota que repara a flutuação da condescendência dos pais, formula uma teoria que liga isto com o humor, e constata empiricamente um fato que está de acordo com a teoria, o que (sic) aumenta a probabilidade da sua hipótese ser verdadeira.

1º: Tudo isto é raciocínio indutivo. Tanto a formulação quanto a pretensa confirmação da teoria.
2º: O verificacionismo é uma furada. Hempel e Popper já demonstraram isto.
3º: Duvido que um adolescente pense assim, mesmo isto estando furado. Isto é verificacionismo positivista-lógico! Este negócio de "grau de verdade" envolve lógica polivalente. É muito sofisticado isto para constar na cognição de um adolescente. O que ele teria é um sentimento de certeza acerca da sua hipótese.


Bom, os aspectos técnicos da filosofia ficam com você. Sou só um leigo e presumo que você seja uma fonte confiável.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #5 Online: 25 de Janeiro de 2006, 00:11:38 »
Citação de: Snake
O que é verificacionismo e lógica polivalente?


A lógica clássica é bivalente. Ou seja, tem dois valores de verdade: verdadeiro ou falso, (1 ou 0). Tautologias sempre recebem o valor 1, contradições sempre recebem o valor 0 e fórmulas contingentes podem receber apenas um destes dois valores dependendo do sistema (circunstância) no qual se insere.
Lógicas não-clássicas com mais de dois valores são chamadas de polivalentes. Podem ser trivalentes, tetravalentes e assim por diante. O que eu me referi são às lógicas polivalentes fuzzy, que tem infinitos valores de verdade: 0 (falsidade absoluta), 1 (verdade absoluta) e os infinitos números Reais entre 0 e 1, que indicam uma gradação de verdade.
Por exemplo, digamos que eu tenha em mãos um copo de água de torneira e faça a asserção: "Este copo contém água pura". Pelo princípio de bivalência, a asserção é falsa, afinal, existem outras coisas naquele copo além de água, mesmo que sejam muito poucas. Já a lógica fuzzy me permite lidar com o quanto esta asserção está próxima da verdade. Ela teria um valor de, digamos, 0,95.


Agora sobre o verificacionismo...

Indução é todo raciocínio no qual de uma proposição particular se passe para uma proprosição universal que a subordina. Ex:

Alguns As são Bs.
Logo, todo A é B.

Alguns As não são Bs.
Logo, nenhum A é B.

Estes argumentos não são lógicamente válidos. Podemos pensar em inúmeros contra-exemplos, como "Alguns homens são brancos. Logo, todos homens são brancos.".

Então temos um problema epistemológico chamado de "problema da indução". Nós não temos acesso pelos sentidos à informações acerca do universal, mas dos particulares. Ex: Eu não vi todos corvos do mundo, nem vi todos os nasceres do Sol que vieram e estão por vir. Como posso dizer que todos corvos são pretos e que o Sol nascerá todo dia?

Este é um problema corrente na história da filosofia. Se quiser se aprofundar nele, recomendo ler Investigações acerca do Entendimento Humano de David Hume.

Bem...

Os positivistas lógicos tentaram solucionar a questão criando uma lógica de infinitos valores na qual a indução fosse válida. Funcionaria assim, dada uma hipótese "Todo A é B", o valor de verdade dela cresce na medida que aparecem asserções particulares submissas a esta que sejam verdadeiras. Assim, se "Este corvo é preto" é verdade, então o valor de verdade de "Todos corvos são pretos" cresce.

(E o texto falava que os adolescentes realmente pensam assim!)

De qualquer forma, o verificacionismo sofreu tantas objeções que foi abandonado e nenhum lógico hoje tem qualquer pretensão de construir um lógica indutiva. A mais forte objeção ao verificacionismo é o Paradoxo do Corvo de Karl Hempel:

"Todos corvos são pretos" é logicamente equivalente à "Tudo que não é preto não é corvo".
∀x(Cx → Px) ≡ ∀x(¬Px → ¬Cx)
Assim, se ∃x(Cx ∧ Px) corrobora com ∀x(Cx→Px), então ∃x(¬Cx ∧ ¬Px) corrobora com ∀x(¬Px→¬Cx) que, sendo aquivalente a ∀x(Cx→Px), esta seria corroborada também.
Isto quer dizer que, se "Este corvo é preto" corrobora com "Todos corvos são pretos", então "Este não-corvo não é preto" corrobora com "Tudo que não é preto não é corvo" que, sendo aquivalente a "Todos corvos são pretos", esta seria corroborada também.
Ou seja, se aceitarmos que casos particulares corroboram com asserções universais, deveríamos aceitar que a verdade de "esta maçã é vermelha" ou "aquela folha é verde" corrobora com "todos corvos são pretos".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_do_corvo

Offline Rodion

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #6 Online: 25 de Janeiro de 2006, 05:53:50 »
Citar

Mas toda psicologia é uma merda mesmo. TUDO o que ouço falar sobre psicólogos é merda. TODOS psicólogos que conheci são imbecis. Se existe algum psicólogo que presta e alguma coisa na psicologia que não seja uma merda completa, eles estão escondidos em alguma região remota do universo.

hahaha
sorte que eu matei o vestibular de psicologia então, hein?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Felius

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Re: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #7 Online: 25 de Janeiro de 2006, 14:29:46 »
Citação de: Dante, the Wicked

Outra vez a professora falou sobre a aquisição de capacidades cognitivas de julgamento moral na infância e na adolescência.
Uma determinada hora ela falou que temos que relevar que a moral é relativa para cada cultura. O que uns acham certo outros acham errado, não existindo assim uma moral absoluta.
Agora alguém me explica como alguém pode defender o relativismo moral, ainda mais sendo judia! Se isto procedesse, então o que a Alemanha nazista fez é moralmente válido dentro do contexto deles. O Mein Kampf expressaria valores tão válidos quanto a Carta de Declaração dos Direitos do Homem.
Na hora eu só não falei"Professora! Você, sendo judia, deveria ser a última a ter esta opinião" porque ela é tão burra que poderia interpretar o que eu disse como anti-semitismo.


Ad hominen.

E não é dificil defender o relativismo moral dante. Não quero começar de novo que to sem paciencia pra discutir isso, mas não tente empurrar relativismo moral como se fosse o demonio. Se quiser discutir novamente isso, vamos marcar, pra depois, que agora to querendo relaxar nas ferias.
"The patient refused an autopsy."

Offline Pregador

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« Resposta #8 Online: 25 de Janeiro de 2006, 14:49:53 »
Segundo Freud, você é assim revoltado por que quando tinha 18 meses, você teve problemas ao usar o banheiro e aprender noções de higiene, por isso é um adulto perturbado... Agora falando sério Dante, me parece que tem alguns psicólogos que não falam tanta idiotice. De uma olhada sobre Skinner que é comportamentalista e Albert Bandura que é comportamentalista cognitivo. O trabalho de ambos é rigorosamente áutado pelo método científico, sem espaço para teorias misticóides.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Taleb

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #9 Online: 25 de Janeiro de 2006, 14:54:50 »
Viva Skinner  :D
Freud explica, mas Skinner resolve.

Offline Taleb

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Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #10 Online: 25 de Janeiro de 2006, 14:56:17 »

Atheist

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #11 Online: 25 de Janeiro de 2006, 15:52:46 »
Sobre a questão do ovo, me parece uma pegadinha, do tipo "responda rápido". Não é difícil alguém cair nela. Mas se é permitido pensar sobre, acho que ninguém responderia azul, pois ninguém compra ovo de galinha azul no mercado. Até existem ovos azulados, mas de galinha, não me lembro.

Agora, sobre o relativismo da moral, isso é absurdamente claro. Se existir algo como uma moral absoluta não deve passar de uma ou duas regras. A professora pode até ser judia, mas uma coisa é tapar o sol com peneira e dizer "não há moral relativa, minha moral é verdadeira" e outra é aceitar o relativismo da moral e compreender o que os nazistas fizeram, embora na visão dela eles estivessem errados.

Offline Francielly Pierri

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Re: Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatur
« Resposta #12 Online: 25 de Janeiro de 2006, 16:23:15 »
Citação de: Atheist
Sobre a questão do ovo, me parece uma pegadinha, do tipo "responda rápido". Não é difícil alguém cair nela. Mas se é permitido pensar sobre, acho que ninguém responderia azul, pois ninguém compra ovo de galinha azul no mercado. Até existem ovos azulados, mas de galinha, não me lembro.


e galinha preta ... põe ovo de que cor??? Preto???

galinha da angola ... põe ovo pintadinho???

uhahuauhahuahuahuahua

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Re: Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatur
« Resposta #13 Online: 25 de Janeiro de 2006, 16:28:04 »
Citação de: Francielly Pierri
Citação de: Atheist
Sobre a questão do ovo, me parece uma pegadinha, do tipo "responda rápido". Não é difícil alguém cair nela. Mas se é permitido pensar sobre, acho que ninguém responderia azul, pois ninguém compra ovo de galinha azul no mercado. Até existem ovos azulados, mas de galinha, não me lembro.


e galinha preta ... põe ovo de que cor??? Preto???

galinha da angola ... põe ovo pintadinho???

uhahuauhahuahuahuahua


Engraçado, mas galinha preta põe ovos brancos...  :lol:

Offline Francielly Pierri

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #14 Online: 25 de Janeiro de 2006, 16:34:22 »
:clap:

Offline uiliníli

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #15 Online: 25 de Janeiro de 2006, 17:16:03 »
A vaca branca dá leite, a vaca preta da café e a marrom café com leite :P

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #16 Online: 25 de Janeiro de 2006, 18:35:53 »
Qual a cor da que dá capuccino?  :shock:

Offline Rodion

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #17 Online: 25 de Janeiro de 2006, 18:59:33 »
marrom mas nem tanto.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline uiliníli

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #18 Online: 25 de Janeiro de 2006, 19:04:22 »
O biólogo aqui é você!

Atheist

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #19 Online: 25 de Janeiro de 2006, 21:00:32 »
:P

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #20 Online: 26 de Janeiro de 2006, 02:41:25 »
Citação de: Felipe
Citação de: Dante, the Wicked

Outra vez a professora falou sobre a aquisição de capacidades cognitivas de julgamento moral na infância e na adolescência.
Uma determinada hora ela falou que temos que relevar que a moral é relativa para cada cultura. O que uns acham certo outros acham errado, não existindo assim uma moral absoluta.
Agora alguém me explica como alguém pode defender o relativismo moral, ainda mais sendo judia! Se isto procedesse, então o que a Alemanha nazista fez é moralmente válido dentro do contexto deles. O Mein Kampf expressaria valores tão válidos quanto a Carta de Declaração dos Direitos do Homem.
Na hora eu só não falei"Professora! Você, sendo judia, deveria ser a última a ter esta opinião" porque ela é tão burra que poderia interpretar o que eu disse como anti-semitismo.


Ad hominen.

E não é dificil defender o relativismo moral dante. Não quero começar de novo que to sem paciencia pra discutir isso, mas não tente empurrar relativismo moral como se fosse o demonio. Se quiser discutir novamente isso, vamos marcar, pra depois, que agora to querendo relaxar nas ferias.


Na verdade, não consiste num ad hominem, pois eu não estou defendendo o não-relativismo moral. Estou argumentando que a professora é burra, e apontar que ela é incapaz de enxergar as implicações cavernosas de uma idéia que ela defende tão levianamente consiste num argumento válido nesta situação.

Aliás, quanto ao ad hominem, há constrovérsias se ele é inválido em todas ocasiões. Alguns defendem que existem circunstâncias no qual o argumento é válido, como apontar inconsistência da idéia debatida em questão com as ações ou outras idéias do debatedor. Eu já vi também o "ad hominem" definido justamente como "apontar inconsistência da idéia debatida em questão com as ações ou outras idéias do debatedor", o que seria sempre válido. Já os ataques pessoais gratuitos eram chamados de "ad persona".

Quanto a voltar àquela discussão, estou disposto. É só esperar você arrumar argumentos melhores do que chamar de "abstrato" tudo o que você considera subjetivo (pobre semântica) e postular que o que é abstrato é relativo. :D

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatur
« Resposta #21 Online: 26 de Janeiro de 2006, 03:21:54 »
Citação de: Atheist
Sobre a questão do ovo, me parece uma pegadinha, do tipo "responda rápido". Não é difícil alguém cair nela. Mas se é permitido pensar sobre, acho que ninguém responderia azul, pois ninguém compra ovo de galinha azul no mercado. Até existem ovos azulados, mas de galinha, não me lembro.


Na verdade a idéia é a seguinte:

A validade lógica de um argumento independe da veracidade das premissas. Ex:

Alguns homens são azuis.
Todos homens são animais racionais.
Logo, alguns animais racionais são azuis.

Este é um argumento válido.  Assim como:
"João tinha 6 maçãs e comeu 3. Então sobraram 3 maçãs." Está correto, indiferentemente de se realmente existe um João que tinha 6 maçãs e comeu 3.

Segundo Piaget, a capacidade de abstrair a validade formal dos raciocínios da veracidade das premissas não está presente nas crianças e só emerge na adolescência. Assim, a criança diria que o seguinte raciocínio é válido:

Alguns homens são brancos.
Todos homens são animais racionais.
Logo, alguns animais racionais são brancos.

enquanto o primeiro, mesmo tendo exatamente a mesma forma, seria inválido.

Mas o fato é que o raciocínio que ela esperava não é lógico!
"'Galinhas brancas põe ovos brancos. Galinhas marrons põe ovos marrons." Isto pode ser apenas coincidências não havendo regra alguma, universal ou geral. Ou ainda, pode haver uma regra geral "a maioria das galinhas, independentemente da cor de suas penas, põe ovos rosas" e estas serem excessões à regra.

Citação de: Atheist

Agora, sobre o relativismo da moral, isso é absurdamente claro. Se existir algo como uma moral absoluta não deve passar de uma ou duas regras. A professora pode até ser judia, mas uma coisa é tapar o sol com peneira e dizer "não há moral relativa, minha moral é verdadeira" e outra é aceitar o relativismo da moral e compreender o que os nazistas fizeram, embora na visão dela eles estivessem errados.


É absurdamente claro que relativismo moral consiste em lixo pós-modernista e indolência intelectual. O que os nazistas fizeram (assim como tudo que é imoral) não é errado apenas na visão de Fulano e Beltrano, mas de qualquer entidade racional que faça bom uso de sua razão. Veja a discussão:

http://www.clubecetico.org/forum/viewtopic.php?t=4307&postdays=0&postorder=asc&start=48

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Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #22 Online: 26 de Janeiro de 2006, 03:37:57 »
Citação de: AMON
Segundo Freud, você é assim revoltado por que quando tinha 18 meses, você teve problemas ao usar o banheiro e aprender noções de higiene, por isso é um adulto perturbado... Agora falando sério Dante, me parece que tem alguns psicólogos que não falam tanta idiotice. De uma olhada sobre Skinner que é comportamentalista e Albert Bandura que é comportamentalista cognitivo. O trabalho de ambos é rigorosamente áutado pelo método científico, sem espaço para teorias misticóides.


Acho que exagerei... Até Piaget disse coisas razoáveis com fundamento científico. Pena eu só ter lido merdas escritas por pedagogas sobre Piaget.

Offline Alenônimo

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Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatura
« Resposta #23 Online: 26 de Janeiro de 2006, 11:28:55 »
Citação de: Dante
É absurdamente claro que relativismo moral consiste em lixo pós-modernista e indolência intelectual. O que os nazistas fizeram (assim como tudo que é imoral) não é errado apenas na visão de Fulano e Beltrano, mas de qualquer entidade racional que faça bom uso de sua razão.

Mas quando votaram no Hitler, e o exército pegou em armas na Segunda Guerra Mundial, eles achavam que o que ele faziam era o certo. Isso é relativismo moral.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Re.: Besteiras que tive que ouvir na aula de licenciatur
« Resposta #24 Online: 26 de Janeiro de 2006, 12:26:39 »
Citação de: Alenônimo
Citação de: Dante
É absurdamente claro que relativismo moral consiste em lixo pós-modernista e indolência intelectual. O que os nazistas fizeram (assim como tudo que é imoral) não é errado apenas na visão de Fulano e Beltrano, mas de qualquer entidade racional que faça bom uso de sua razão.

Mas quando votaram no Hitler, e o exército pegou em armas na Segunda Guerra Mundial, eles achavam que o que ele faziam era o certo. Isso é relativismo moral.


E a Alemanha inteira estava absolutamente errada.

Pessoal, pensa um pouco. Que tipo de mundo vocês querem viver? Num que seja moralmente válido genocidas matarem milhões de pessoas, e errados estão os tribunais internacionais por impor sua visão  moral de direitos humanos sobre o genocida. E de forma análoga, que seja moralmente válido um estuprador violar nossas irmãs, mulheres e filhas, e errado estão os juízes por imporem sua moralidade sobre o estuprador.

Veja a discussão:
http://www.clubecetico.org/forum/viewtopic.php?t=4307&postdays=0&postorder=asc&start=48

 

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