Tópico: Alguem tem uma dica de filme?

[Südenbauer]

Acabo de ver Simplesmente Feliz (Happy-Go-Lucky), e é uma maravilha, uma obra-prima. Falar qualquer coisa já é entregar o ouro, então deixo um trailer:

<a href="http://www.youtube.com/v/cMwD7Zy6Vno" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/cMwD7Zy6Vno</a>

Assisti agora. Direção muito bem feita e inovadora, ótimas atuações. O legal é que o filme não tem uma história, como a gente está acostumado, com algum problema que é criado em algum momento do filme e é enfrentado no final. É mais como um registro de um certo período da vida da protagonista.

O filme tenta mostrar como uma pessoa "pura" teria de enfrentar a sociedade moderna de hoje. Qualquer identificação com a protagonista é mera ilusão, pois ela é uma personagem fantasiosa. Nós na verdade devemos ver o filme e ver o quanto de nós existe em cada pessoa que ela acaba convivendo.

Apesar de não ser difícil de assistir, não epolga muito também. Mas recomendo.

[Südenbauer]

O Artista entrou em cartaz aqui na minha cidade. Percebi que tem sessões em 3D. Nem sabia que tinham feito o filme em 3D. Filme preto-e-branco, mudo... em 3D. 

Verei em formato normal.

[D|V]

O Artista entrou em cartaz aqui na minha cidade. Percebi que tem sessões em 3D. Nem sabia que tinham feito o filme em 3D. Filme preto-e-branco, mudo... em 3D. 

Verei em formato normal.

Esse negócio de 3D tá enchendo o saco já. É o dobro do preço, num dá pra ver o filme direito, aquela porra daquele óculos atrapalhando, e no final das contas num tem porra nenhuma de 3D. Sinceramente num sei qual o feedback os estúdios estão tendo pra continuarem produzindo essas merdas em 3D. Num conheço ninguém que curte ver o filme nesse formato.

[Rocky Joe]

Assisti agora. Direção muito bem feita e inovadora, ótimas atuações. O legal é que o filme não tem uma história, como a gente está acostumado, com algum problema que é criado em algum momento do filme e é enfrentado no final. É mais como um registro de um certo período da vida da protagonista.

O filme tenta mostrar como uma pessoa "pura" teria de enfrentar a sociedade moderna de hoje. Qualquer identificação com a protagonista é mera ilusão, pois ela é uma personagem fantasiosa. Nós na verdade devemos ver o filme e ver o quanto de nós existe em cada pessoa que ela acaba convivendo.

Apesar de não ser difícil de assistir, não epolga muito também. Mas recomendo.

Se você não se importa em ler em CAPS, este artigo é uma ótima análise do filme, em que o autor explica porquê o filme é um dos seus prediletos de todos os tempos.

O filme é um dos meus prediletos também, me identifico muito com o tema.

No mais, vi esses dias Mulholland Drive. Gostei muito, é genial, visceral, mas tenho que ver mais uma vez para, tipo assim, entender.

[Dr. Manhattan]

Assisti agora. Direção muito bem feita e inovadora, ótimas atuações. O legal é que o filme não tem uma história, como a gente está acostumado, com algum problema que é criado em algum momento do filme e é enfrentado no final. É mais como um registro de um certo período da vida da protagonista.

O filme tenta mostrar como uma pessoa "pura" teria de enfrentar a sociedade moderna de hoje. Qualquer identificação com a protagonista é mera ilusão, pois ela é uma personagem fantasiosa. Nós na verdade devemos ver o filme e ver o quanto de nós existe em cada pessoa que ela acaba convivendo.

Apesar de não ser difícil de assistir, não epolga muito também. Mas recomendo.

Em inglês, o pessoa chama esse tipo de história de "slice of life" (fatia de vida). Se não me engano, o diretor dizia que as pessoas reclamavam que os personagens dos seus filmes eram sempre tristes. Daí ele resolveu fazer um filme sobre alguem que é patologicamente alegre . Gostei principalmente da atuação da atriz principal. O ator que fez o professor da auto-escola também se saiu bem!

[Sr. Alguém]

No mais, vi esses dias Mulholland Drive. Gostei muito, é genial, visceral, mas tenho que ver mais uma vez para, tipo assim, entender.

http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=1730

[Rocky Joe]

Bacana, cara. Deixarei para ler depois, quando ver de novo. Esse é o tipo de filme que é spoiler você contar algo dele mesmo se você já o tenha visto.

Histórias "slice of life" são muito boas.

[Südenbauer]

O Artista entrou em cartaz aqui na minha cidade. Percebi que tem sessões em 3D. Nem sabia que tinham feito o filme em 3D. Filme preto-e-branco, mudo... em 3D. 

Verei em formato normal.

Esse negócio de 3D tá enchendo o saco já. É o dobro do preço, num dá pra ver o filme direito, aquela porra daquele óculos atrapalhando, e no final das contas num tem porra nenhuma de 3D. Sinceramente num sei qual o feedback os estúdios estão tendo pra continuarem produzindo essas merdas em 3D. Num conheço ninguém que curte ver o filme nesse formato.

Assisti esses dias A Invenção de Hugo Cabret. Ouvi dizer que os críticos estavam dizendo ser a melhor utilização do 3D desde Avatar. Sinceramente, não vi nada de mais. O 3D é só uma distração, se tu prestar bem atenção no filme tu nem nota, porque tu já tem essa sensação de profundidade sem o 3D. Daí em alguns momentos que tu te desliga do filme e observa algum detalhe físico do mise en scene: "Ah, o braço do rapaz parece estar no meio da sala".

[Südenbauer]

Aliás, muito bem desconfortável usar o óculos 3D por cima dos teus óculos de grau.

Se você não se importa em ler em CAPS, este artigo é uma ótima análise do filme, em que o autor explica porquê o filme é um dos seus prediletos de todos os tempos.

A análise é bem interessante. O que é mais fascinante a respeito da Poppy é que apesar de ela ser feliz de uma forma idealizada, ela ainda é uma personagem mais real do que os protagonistas padrões de comédias românticas. Realmente, o grande trunfo do filme é a protagonista não evolui, não confronta nenhum momento dramático e nem tem nenhuma epifania, mas nos desafia.

Quando eu terminei de assistir Mulholand Drive eu fiquei confuso e procurei me informar sobre alguns detalhes para tentar entender o filme, tem até umas dicas do próprio Lynch sobre. Mas após alguns dias tendo o "retrogosto" do filme vi que ele o objetivo maior dele não era bem para ser entendido, mas sentido. (já escrevi sobre esse filme em algum lugar daqui)

[_tiago]

Sentido?

[Dr. Manhattan]

Minha teoria é que os filmes do Lynch são estranhos não por uma questão de escolha estética, mas sim porque o Lynch é louco pirado, além de insano.

[Rocky Joe]

É, esse é um filme para "ser sentido". Embora as cenas no conjunto não tenham um sentido (não ao menos na primeira vez que você vê), as cenas individualmente te afetam e tem algum significado. Para dar um exemplo, a cena do Clube Silêncio é demais. É quebrar a quarta parede até não querer mais - mas mesmo lhe mostrando que estamos num filme e que tudo é fictício, ainda lhe afeta, você ainda acha a apresentação bela.

É um filme muito bom para os geeks da vida. O uso que ele faz da trilha sonora (ou sua ausência), invertendo por causa dela o significado que as imagens normalmente teriam... E etc, etc...

É o primeiro filme do Lynch que vi.

[Dr. Manhattan]

Sugiro a você "The Straight Story". É um belo filme do Lynch, baseado numa história real. E não é surrealista!

[_tiago]

É, esse é um filme para "ser sentido". Embora as cenas no conjunto não tenham um sentido (não ao menos na primeira vez que você vê), as cenas individualmente te afetam e tem algum significado. Para dar um exemplo, a cena do Clube Silêncio é demais. É quebrar a quarta parede até não querer mais - mas mesmo lhe mostrando que estamos num filme e que tudo é fictício, ainda lhe afeta, você ainda acha a apresentação bela.

É um filme muito bom para os geeks da vida. O uso que ele faz da trilha sonora (ou sua ausência), invertendo por causa dela o significado que as imagens normalmente teriam... E etc, etc...

É o primeiro filme do Lynch que vi.

Qualquer filme te afeta os sentimentos, do tédio à comoção, sem se esquecer da lascívia. A cena do clube do silêncio me deixou aborrecido, por exemplo.
O que é quarta parede?

[SnowRaptor]

Quarta parede é a "parede" que separa o palco do público. "Romper a quarta parede"  significa comunicação direta dos atores com o público.

[_tiago]

Tem coisas que sequer me esforço pra ver sentido, é muito arte pra minha cabeça. Resolvi um dia ler o Esperando Godot... Desisti em poucas páginas. Prefiro Proust, Sheakspeare, Borges. Terminei dia desses os Irmãos Karamazov. Nem se compara.

[_tiago]

Quarta parede é a "parede" que separa o palco do público. "Romper a quarta parede"  significa comunicação direta dos atores com o público.

[Rocky Joe]

Qualquer filme te afeta os sentimentos, do tédio à comoção, sem se esquecer da lascívia. A cena do clube do silêncio me deixou aborrecido, por exemplo.

É, ce tá certo. Talvez seja melhor dizer que é um filme que pede para você "racionalizar" - achar um sentido no filme - depois de ter sua reação emotiva de sempre. Até porque, a chave para entender o filme só é dado no seu final. E mesmo assim é contado fora de ordem cronológica! Jesus.

Esperando Godot não é um livro que eu vá querer reler - hehehe - mas ainda é divertido as conversas sem noção. Acho que eu gosto de coisas louquinhas.

Sugiro a você "The Straight Story". É um belo filme do Lynch, baseado numa história real. E não é surrealista!

Valeu pela dica!

[Südenbauer]

Eu diria que Mulholand Drive é um filme para ser assistido com a tua "racionalização" desligada, assim como acontece nos sonhos. Eu particularmente não sou um fã dos filmes surrealistas, mas Eraserhead do Lynch eu achei uma obra prima. Já Inland Empire eu achei demais para mim. O Lynch filmou sem roteiro, filmando o que ele sentia que fazia sentido esteticamente para o filme. Muitos críticos gostaram. Eu achei uma maluquice.

The Straight Story é o filme menos lyncheano do David Lynch. Tu vai encontrar as similiaridades em outros trabalhos nos personagens peculiares e na vida do interior dos EUA.

Outro filme mais fácil de assistir do Lynch é Blue Velvet. Altamente recomendável.

[Rocky Joe]

Valeu pelas dicas.

Outro diretor que gosta de filmar sem roteiro - com apenas uma idéia geral - é o Wong Kar Wai. Mas no caso dele, não é por um estilo surrealista, mas por procurar em seus filmes clima, estado de espírito, não importando muito "a história". Eu gosto muito. Já vi Amor À Flor da Pele cinco vezes, acho. E é um filme que ele começou a gravar apenas com a idéia de "um romance entre dois vizinhos, casados e que se encontram em uma escada de uma loja de macarrão. na china dos anos 60". Pois é.

Mas gravar sem roteiro é uma coisa para poucos, para gênios, imagino.

[Muad'Dib]

Assisti aquele "We Need to Talk About Kevin".

Forte mesmo.

O Dear Zachary eu não consigo encontrar.

Dois bem "soco no estômago" são "Requiem para um sonho", que é um clássico, e "Sozinho Contra todos".

Sozinho Contra Todos é extremamente pesado.

[Sr. Alguém]

[Sr. Alguém]

Até agora não entendi por que raios deram esse titulo ao filme no Brasil:

<a href="http://www.youtube.com/v/VuOkj7dY83E" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/VuOkj7dY83E</a>

<a href="http://www.youtube.com/v/ply9AaK8pwc&amp;feature=relmfu" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/ply9AaK8pwc&amp;feature=relmfu</a>

[FZapp]

Minha teoria é que os filmes do Lynch são estranhos não por uma questão de escolha estética, mas sim porque o Lynch é louco pirado, além de insano.

É verdade, mas também é verdade que faz uns filmes muito bons !

[SnowRaptor]

Falando nisso, vi Duna esses dias.

Acho que eu teria aproveitado mais o filme se tivesse lido o livro antes.

A "qualidade"  dos efeitos especiais não ajuda muito na suspensão da descrença, mas os Body Shields eram bem legais!

Até dá pra entender porque o David Lynch se ressente tanto quanto a esse filme.