Autor Tópico: Lista de Furnas  (Lida 2643 vezes)

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Offline L. Duran

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Re: Lista de Furnas
« Resposta #25 Online: 10 de Fevereiro de 2006, 09:26:44 »

A corrupção do PT perto dessa lista aí é coisa de amador...


O PT também está na lista:

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Esquema de Furnas beneficiava PT, PTB e PSDB, acusa Jefferson
Ex-deputado diz que repasses seriam de R$ 1,5 milhão para cada partido aliado e de R$ 600 mil para 12 tucanos

Ana Paula Scinocca

O ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão e abalou o governo Lula, revelou ontem novos detalhes da lista de Furnas. Em entrevista ao Estado, ele afirmou que o ex-diretor da estatal Dimas Toledo o procurou em sua casa, em abril do ano passado, e propôs pagar R$ 1,5 milhão mensais ao PTB, à época presidido por ele, em troca da própria permanência no cargo.

"Dimas esteve na minha casa para tratar da partilha. No total eram R$ 4 milhões. R$ 1,5 milhão para o PT e R$ 1,5 milhão para o PTB, mensais, além de R$ 400 mil para as despesas de diretoria que o Dimas teria. Outros R$ 600 mil eram para o grupo dos 12 do PSDB", afirmou o ex-deputado. Segundo ele, o "grupo dos 12" recebia os recursos mediante acordo com o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu - hoje também deputado cassado - para que colaborasse com o governo.

O homem que detonou a maior crise política da gestão do PT, no entanto, evitou mencionar nomes. "Estou cansado de ódio", insistiu. "Mas está tudo lá, na lista." A proposta feita por Dimas, afirmou Jefferson, havia sido antes combinada com Dirceu. "Dimas esteve em casa a pedido de José Dirceu. Ele reforçou que a partilha já havia sido acertada com Dirceu."

Segundo o ex-deputado, após ter ouvido e concordado "sem problemas" com a proposta de Dimas, ele procurou o então ministro Dirceu para confirmação do acordo. "Eu perguntei se estava tudo fechado. E o José Dirceu disse: 'Fechado'." Os planos, porém, foram por água abaixo, de acordo com o relato de Jefferson. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse o ex-deputado, vetou a permanência de Dimas em Furnas. "Lula questionou a razão de eu concordar com a permanência do Dimas. Eu respondi que tínhamos fechado acordo. Mas ele disse que não queria mais o Dimas lá. Eu, então, concordei com a substituição dele."

À saída da reunião com Lula, Jefferson disse ter sido repreendido por Dirceu. "Você deveria ter batido o pé. Se você pedisse, o Dimas ficava", teria dito o ex-ministro a Jefferson.

O ex-deputado disse acreditar que Lula não sabia do acordo fechado entre Dimas, Dirceu e ele. Para Jefferson, Lula insistiu em substituir Dimas em Furnas como retaliação ao apoio que o ex-diretor da estatal teria dado ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). "Lula achava que o Dimas estava ligado ao Aécio. E ele não gostou da transferência de R$ 1 bilhão feita de Furnas para a Cemig para o programa Luz para Todos. A execução de tudo foi feita pelo governo de Minas, mas o dinheiro era federal. Na propaganda, só aparecia o governo de Minas e o Lula achou deselegante."

Segundo Jefferson, diante da recusa do presidente em manter Dimas à frente de Furnas, ficou acertada sua substituição por Francisco Spirandel. "Estava tudo acertado para a posse do Spirandel", afirmou. "Mas veio a ordem do Palácio de sustar a posse e saiu a matéria da Veja (envolvendo o ex-diretor dos Correios Maurício Marinho) para vetar a posse do Spirandel. É por isso que eu sempre disse que tinha o dedo da Abin. Isso aconteceu em razão de o PT querer caixa único", disse.

LÓGICA POLÍTICA

Sobre a lista de Furnas, na qual aparecem nomes de vários políticos e de diferentes legendas como beneficiários de recursos, Jefferson diz que não sabe afirmar se é verdadeira. "Não vou acusar amigos. No que me toca (R$ 75 mil), a lista é verdadeira. No resto, ela tem lógica política e se assemelha à verdade", destacou. Segundo ele, quando tentou substituir Dimas por Spirandel, ligado ao PTB, vários parlamentares o procuraram alegando que o então diretor de Furnas era "uma boa pessoa". E prosseguiu: "Ele cobria totalmente o PSDB, o PFL e o PMDB de Minas. Eu recebi enorme pressão. Não quero mais falar. Cansei de ódio. Me tira fora dessa." A reportagem do Estado contatou Dimas Toledo por meio de sua assessoria de imprensa. Ele informou que "não gostaria de comentar nem esse nem outro assunto" ontem.

http://www.estado.com.br/editorias/2006/02/10/pol36525.xml


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Offline Hugo

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Re: Lista de Furnas
« Resposta #26 Online: 14 de Fevereiro de 2006, 09:20:35 »
AS DONZELAS FURADAS

O ex-deputado Roberto Jefferson afirma que, em 2002, Dimas Toledo era o homem dos tucanos em Furnas

A voz da experiência:

"A divulgação da lista é uma garantia que o inquérito vai ser arquivado"
"Quando vi a lista, comecei a rir.
Eu ia lendo e rindo. Esse nome... hahaha. Foi
a turma que me pediu a manutenção do Dimas em Furnas"
"Não vou mentir mais. Não quero mais hipocrisia.
Os tucanos são muito hipócritas. São as donzelas furadas"
Roberto Jefferson

Por Maurício Dias

Com o mandato cassado, após ter denunciado o esquema de caixa 2 usado pelo Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2002 e 2004, o ex-deputado Roberto Jefferson virou um fantasma que assombra permanentemente a ópera. Depois de um tempo sumido do noticiário, dedicado à advocacia e à música, ele reapareceu em grande estilo na quarta-feira 1º de fevereiro. Ao depor no inquérito da Polícia Federal que apura as denúncias iniciais que atingiram em cheio o PT, ele abalou os nervos do PSDB principalmente e, também, do PFL e do PMDB, além de partidos menores que davam sustentação ao governo Fernando Henrique Cardoso. Lateralmente às informações sobre o dinheiro escoado pelo Valerioduto para petistas e aliados fez uma revelação inesperada: confirmou ter recebido R$ 75 mil, ao vivo, das mãos de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, para a campanha eleitoral de 2002.

Jefferson tirou da clandestinidade e, em parte, deu autenticidade a uma lista que aterrissou nas redações há uns dois meses e, há uns 15 dias, navega livremente na internet. Nela, entre 156 nomes beneficiados por um suposto caixa 2 de Furnas, os tucanos encabeçam a lista com milhões de reais para a campanha, devidamente sonegados à Justiça Eleitoral.

 Na sala que ocupa provisoriamente no escritório de advocacia que mantém no centro do Rio de Janeiro (a principal está em obras ganhando uma acústica especial para os meneios vocais do dedicado tenor amador) Jefferson reafirmou a CartaCapital o que disse na Polícia Federal. E avançou nas considerações sobre a veracidade da lista. A seu modo. Confirmou fingindo, fingindo que não confirmava. Sempre sorrindo, consciente que aterrorizava a "hipocrisia dos tucanos", que identifica como "donzelas furadas". "É o nome de uma rosquinha de polvilho, com um furo no meio, que vendem nas feiras do Nordeste", conta com expressão irônica no rosto.

Depois de repetir que os R$ 75 mil que recebeu são o exato valor que consta da lista, ele refuga e não confirma se a lista é verdadeira. Mas garante que ela é crível, lógica, e tem bastante semelhança com a verdade. E vai além: "Em 2002, Dimas Toledo era o homem do PSDB em Furnas".

CartaCapital: Por que o senhor foi depor na Polícia Federal?

Roberto Jefferson: Fui lá falar do mensalão. O inquérito está correndo. Mas o delegado me mostrou a lista. Eu não conhecia.

CC: Perguntou se era verdadeira?

RJ: Eu disse que sobre os outros eu não poderia falar. No que tocava a meu respeito eu confirmei que recebi do doutor Dimas os R$ 75 mil que estão lançados na lista. Ele me perguntou se não era estranho não ter nenhum nome do PT. Eu disse que não era estranho. Em 2002, o doutor Dimas era o homem apenas do PSDB. Estava lá colocado e mantido por políticos do PSDB. Por isso, os nomes da lista são de pessoas de partidos que compunham a aliança de governo com o presidente Fernando Henrique. Tem políticos aí do PSDB, do PFL, do PTB, do PP, do PL. São os políticos da base do governo Fernando Henrique. Nessa época, o PT não tinha nenhuma ingerência nessa diretoria de Furnas.

CC: Volto a uma pergunta que o senhor já respondeu: a quem a lista interessa?

RJ: Eu disse para o delegado que era advogado criminal. Expliquei que, se fosse advogado do doutor Dimas, que teve a casa invadida e muita coisa apreendida, eu publicaria a lista.

 CC: Por quê?

RJ: Uma lista com 156 próceres da República recebendo recursos do caixa 2 na mão da polícia é a plena garantia de que o inquérito vai ser arquivado. Essa é a mais absoluta certeza do arquivamento do inquérito. Publique a lista e arquive o inquérito. Disse para ele que, para mim, estava claro que era interesse da defesa. O maior interessado nisso é a defesa do doutor Dimas. Ele me perguntou se eu achava que as pessoas tinham recebido o dinheiro. Respondi que não podia achar. Não posso cometer a leviandade de acusar as pessoas. Eu posso falar por mim.

CC: E como foi que a coisa se passou com o senhor?

RJ: O doutor Dimas esteve comigo na minha eleição, em 2002, e doou à minha campanha R$ 75 mil não contabilizados, caixa 2.

CC: Como era a mecânica de funcionamento do caixa 2 de Furnas. Como o senhor soube do doutor Dimas e como ele o procurou?

RJ: Foi através de um amigo comum. Não quero dar o nome. Vendo a minha dificuldade, me procurou e disse que ia me apresentar ao Dimas Toledo. Perguntou se eu receberia o dinheiro e eu disse que sim.

 
CC: Não foi em virtude de um acordo partidário?

RJ: Não, não. Foi pessoal. O doutor Dimas é um homem de tamanho prestígio, de tamanha força, que metade das pessoas incluídas na lista me ligou quando o presidente Lula pediu um nome para substituí-lo em Furnas.

 CC: O senhor já tinha falado desse caixa 2 em Furnas, não?

RJ: Sim, numa entrevista para a Folha de S.Paulo. Falei de um encontro com o Zé Dirceu. Ele me explicou como funcionava e pediu para que o Dimas permanecesse fazendo o caixa do PT e do PTB. Mas o presidente Lula não queria a permanência do Dimas, que ele considerava extremamente tucano. Mas o Dirceu queria que ele permanecesse. Nessa época, o Dimas já transferia dinheiro para o PT. Entregava dinheiro ao Delúbio.

CC: O que aconteceu?

RJ: Lula reagiu. "Por que recuou", perguntou o presidente. 'Muita pressão', respondi. "E você não sabe resistir à pressão", insistiu Lula. Eu disse, 'então está fechado. Vamos trocar'. O Dirceu protestou e disse que se eu tivesse insistido o Dimas ficaria.

CC: E por que não insistiu?

RJ: Eu disse que era ruim manter o cara. Aí foi a origem de todo o meu problema com o Dirceu. Por ter tentado remover o doutor Dimas dessa posição poderosíssima de apoio aos partidos políticos. Ele era tão poderoso que governadores me ligaram para que eu não o tirasse, que não insistisse na troca.

CC: É possível resolver eticamente a relação dinheiro e voto no processo eleitoral?

RJ: Claro que sim. A democracia se financia com dinheiro. O crime não é financiar com dinheiro a democracia. E, sim, gente usar a democracia para enriquecer depois.

CC: O crime é somente usar o dinheiro em causa própria?

RJ: Claro. Sem dinheiro não há democracia. Veja a democracia americana. Por mais crítica que se faça é a maior democracia do mundo. Quem doa o maior cheque para a campanha presidencial senta ao lado do candidato para a fotografia. Não há desdouro. É uma mentira dizer que quem doa tem interesse subalterno.

CC: Ou seja, os interesses não são necessariamente subalternos.

RJ: É isso. Aqui no Brasil há uma história esquisita de que os políticos só podem cuidar do velho, do deficiente físico. É isso também. Mas não é só isso.

CC: Mas não foram os políticos que inventaram isso?

RJ: Não foi, também, a mídia?

CC: É possível. Mas ela não estaria refletindo o que ouve e vê?

RJ: Essa hipocrisia, esse falso moralismo não teria sido criado pela imprensa? Só se faz o social se brigar pelo econômico. É claro que o deputado tem de brigar pelo interesse das empresas do estado dele. Não se reparte miséria.

CC: O senhor chegou a medir qual a relação entre o dinheiro oficial e o "por fora" nas campanhas?

RJ: Quando fui depor na CPI dos Correios, levei a prestação de contas tanto dos senadores quanto dos deputados. A média dos deputados federais estava entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Isso é o que eles declararam à Justiça Eleitoral. O de senador apresentava um gasto médio em torno de R$ 300 mil. No mínimo, o custo é dez vezes mais. Uma campanha de deputado federal não custa menos de R$ 1,5 milhão. Uma boa campanha pode custar até R$ 3 milhões. Um candidato a senador, com uma boa campanha, vai gastar R$ 5 milhões ou R$ 6 milhões.

CC: Ou seja, para cada real declarado...

RJ: Outros dez entram pelo caixa 2. O empresário dá 10 "por dentro" e 90 "por fora".

CC: O senhor acredita que, por efeito de suas denúncias, a campanha em 2006 será isenta de caixa 2?

RJ: Não. Ela vai ser muito mais cuidadosa. O caixa 2 vai continuar existindo na próxima eleição. Em menor intensidade. Os candidatos vão ter um cuidado muito maior. A Justiça Eleitoral vai estar muito mais atenta. O candidato que exibir outdoors, meia página de anúncio nos jornais, showmícios e muita camiseta e muito boné, o povo vai olhar para ele e dizer "êpa, espera aí". A própria Justiça vai chamar o candidato e cobrar: o senhor tem declarado o que já gastou? De onde o dinheiro veio?

CC: Até quando vai durar isso?

RJ: É irreversível. Está muito consciente na cabeça da população.

CC: Com essa mesma legislação em vigor?

RJ: Essa legislação vai ser modificada. O povo vai estar muito mais atento a todos. Para mim, a grande vitória desse processo todo que nós vivemos foi desmistificar todos os políticos e todos os partidos. O povo, hoje, sabe que todos os políticos têm defeitos e todos têm virtudes. Tem ladrão de esquerda e tem ladrão de direita. Tem gente boa de esquerda e gente boa de direita. O PT deixou isso claro na cabeça das pessoas. O partido rasgou a bandeira da ética.

CC: Todo mundo teria ficado igual?

RJ: É isso. E o povo descobriu que se não ficar atento e não tomar conta qualquer um mete a mão no bolso. Vivemos toda essa crise e ninguém disse que tinha de fechar o Congresso, que tem de tirar o Lula e botar um general no poder. As pessoas foram expostas e a sociedade discutiu abertamente o Marcos Valério, Dirceu etc. Tudo discutido sem nenhum arranhão ao regime democrático.

CC: O PT está exposto. Mas agora surgiu o listão de Furnas que o senhor insinua ser verdadeiro. Diz que tem uma lógica. Não se fazia caixa 2 em Furnas?

RJ: Essa posição de Furnas só não era maior do que a posição da Petrobras. É uma das mais poderosas posições políticas do Brasil. É disputada em luta de carnificina pelos partidos. Exatamente em razão do financiamento eleitoral.

CC: Em 2002, era uma grande financiadora eleitoral do esquema tucano?

RJ: Eu não tenho dúvida. Conversei isso abertamente. Mensalmente, em 2002, ela rendia R$ 4 milhões para partidos políticos. Só de manutenção. Fora a celebração de novos contratos em volumes vultosíssimos. O trato que eu fiz com o Zé Dirceu era de R$ 2 milhões para o PTB e R$ 2 milhões para o PT.

 

CC: Até então o PTB estava fora?

RJ: Sim. E quando tentou entrar sofreu esse revés. Eu quero deixar claro que o recurso não sai do caixa da empresa. Isso é da relação com as empresas que fornecem serviços à empresa. É assim em todas as estatais. Por isso os partidos se digladiam pelas nomeações. Sempre foi assim.

CC: O senhor acha possível que haja uma investigação sobre a lista?

RJ: Eu não sabia dessa lista. Fui saber na Polícia Federal. Não fiz denúncia. Me perguntaram, respondi. Eu acho difícil aprofundar a investigação. Se o doutor Dimas não disser que fez a lista mesmo...

CC: Mas na medida em que o senhor admite que recebeu dinheiro...

RJ: Sim. Eu recebi...

CC: Pois é. A mesma quantia que está na lista.

RJ: Igualzinha. Eu cansei da hipocrisia. Eu cansei da mentirinha. De fazer o erro e apontar o erro do outro para encobrir o próprio erro. Eu não posso dizer que a lista é verdadeira. Mas politicamente ela é crível? Eu acho que é. Politicamente bem ordenada. Há um inquérito da Polícia Federal sobre Furnas. Qual a melhor defesa?

CC: Um conflito generalizado para ninguém ser responsabilizado.

RJ: É isso. Está morto o assunto. Quem vai avançar nisso?

CC: Quando disse que metade da lista ligou para manter o doutor Dimas, o senhor dá mais uma evidência no sentido da veracidade dela.

RJ: É uma coincidência grande (rindo). Uma grande coincidência... hahaha. Quando eu vi a lista, comecei a rir. O delegado achou que eu estava maluco. Quis saber a razão. Eu disse não é nada não. Eu ia lendo os nomes e rindo. Esse nome... hahaha. Foi a turma que me pediu pela manutenção do Dimas.

CC: Quando o senhor fala, com naturalidade, do fato do dinheiro do caixa 2 ter destinação política não considera que a fábrica da caixa clandestina pode gerar um processo de corrupção?

RJ: O que é escuso é a fraude ao Fisco. Se a legislação fosse clara e não hipócrita permitindo a livre contribuição das empresas para os partidos não teria problema. No governo tucano as empresas mais importantes que estavam em turno tiveram a maioria dos contratos. Mas no governo petista as empresas que estavam de fora tiveram o direito de chegar. Isso é da democracia. Isso tinha de ser claro...

CC: Ao confirmar que tinha recebido mesmo os R$ 75 mil do listão de Furnas, o senhor deu um grau de veracidade ao documento que ele não tinha. Deixou de ser mentira para, pelo menos, ser provável. Qual a sua finalidade ao fazer isso?

RJ: Não vou mentir mais. Eu podia ter mentido. Não quero mais hipocrisia. Cansei de fazer parte da vida política do País. E não vou proteger aqueles que mentem.

 

CC: Por que, então, insinuar e não afirmar?

RJ: Eu não tenho como acusar as pessoas que aí estão. Há lógica na lista? Há. Ela é crível? Claro que é crível. Ela se assemelha à verdade? Claro que se assemelha...

CC: Ela é verdadeira?

RJ: Isso eu não posso dizer. O doutor Dimas Toledo pode esclarecer isso bem.

CC: E se o doutor Dimas disser que o senhor foi o único a receber dinheiro por fora?

RJ: Eu vou ter de dizer: vai ter prestígio assim lá no inferno... (gargalhando) Hahaha.
 
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/funcao=exibirMateria&id_materia=3947
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Perseus

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Re: Lista de Furnas
« Resposta #27 Online: 14 de Fevereiro de 2006, 20:36:50 »
Maio de 2005 foi a mesmissima coisa... Jefferson falou muito mais do que isso, e todos o acusaram de mentiroso.

Deu no que deu: muito do que ele disse, foi provado como verdadeiro.

É de se ficar com um pé atras com os nomes desta lista, mas acho um fato a esta altura é indiscutível:

- O PSDB tirou algum sim com este tal de Dimas em Furnas.


Quanto foi, e para quem foi, pode tanto ser menos do que a lista diz, pode ser exatamente o que a lista diz, ou pode ser mais do que a lista diz.


De qualquer forma, quem pagou essa bolada fomos nós.
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Offline Perseus

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Re: Lista de Furnas
« Resposta #28 Online: 14 de Fevereiro de 2006, 22:55:11 »
Ter, 14 Fev - 21h06
PF já tem cópia com carimbos originais da "lista de Furnas"

Por Áureo Germano

BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal obteve, no início desta semana, uma nova cópia da chamada "lista de Furnas" com autenticações originais que reforçam a tese de que a relação, que tem provocado a ira da oposição ao governo Lula, seja verdadeira.

Fontes ligadas à apuração revelaram à Reuters, nesta terça-feira, ter conseguido uma cópia da relação com selos originais do Cartório de Quarto Ofício de Notas do Rio.

Até então, a PF trabalhava sobre uma fotocópia do documento, que impedia uma análise aprofundada de seu conteúdo. A nova prova, que está anexada ao inquérito que apura irregularidades em Furnas, confirmaria que a cópia em poder da PF foi feita a partir de uma versão original.

O documento traz os nomes de 156 políticos da base aliada do então presidente Fernando Henrique Cardoso, principalmente do PSDB e PFL, que teriam se beneficiado de um suposto esquema de financiamento irregular de campanhas montado a partir de Furnas, em 2002.

No documento, segundo essa mesma fonte, constam os selos holográficos e as assinaturas de servidores do cartório responsáveis por atribuir-lhe fidelidade.

Em depoimento à PF na semana passada, o tabelião Hamilton Barros e o escrivão Fábio Dello, funcionários do cartório do Rio, afirmaram ter dado o aval ao documento com base na apresentação do original.

Eles alegaram aos policiais, conforme seus depoimentos, ter conhecimento suficiente para não serem induzidos ao erro.

Na mais recente versão da lista consta de forma mais legível a assinatura do ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo, a quem a autoria do documento é atribuída.

Em depoimento à PF na quinta-feira, no Rio, ele voltou a negar qualquer participação em sua elaboração e disse que a lista seria uma fraude. Toledo tem depoimento marcado na CPI dos Correios na quarta-feira.

Nesta tarde, Toledo obteve do Supremo Tribunal Federal uma liminar que lhe concede o direito de ficar calado caso entenda necessário.

O fato novo em relação ao documento deverá provocar repercussões na reunião da CPI. Setores da oposição, representados principalmente pelo PSDB, têm acusado o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de transformar a PF em polícia política em função das investigações sobre a lista.

Com isso, os adversários do governo tentam se articular para conseguir aprovar um requerimento para a convocação de Bastos.

A bancada governista, por outro lado, tenta evitar o comparecimento do ministro à comissão e exige a marcação do depoimento do lobista mineiro Nilton Monteiro, que teria revelado a existência da lista de Furnas.

A reunião administrativa da CPI que estava marcada para acontecer nesta manhã foi cancelada.

Segundo a senadora Ideli Salvati (PT-SC), o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), alegou que a reunião seria desmarcada "para não acirrar ainda mais os ânimos" entre governistas e oposicionistas.


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agora o que nos resta fazer é acompanhar o mega-acordão pelos jornais e TV, depois fazer um pouquinho de birra internet a fora, e depois voltar a votar em qualquer besta por aí (incluíndo os nomes que estão na lista).
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