Autor Tópico: O veneno capitalista  (Lida 3342 vezes)

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ukrainian

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O veneno capitalista
« Online: 26 de Fevereiro de 2006, 12:50:37 »
Quem está matando os cortadores de cana?

Este relato pode ser lido como uma obra de ficção policial, mas é o retrato de uma tragédia de carne e osso que está em curso: cortadores de cana estão morrendo de exaustão nas usinas de São Paulo. Em pleno século 21, no estado mais desenvolvido do Brasil, tombam vítimas do mesmo mal que três séculos atrás matava os seus ancestrais escravizados nos engenhos de cana do Recôncavo Baiano, descritos por Antonil.* É o que relata, em detalhes, o professor Francisco Alves,** da Universidade Federal de São Carlos, na denúncia que serve de base a esta série.

A ocorrência macabra gerou um pedido de CPI na Assembléia Legislativa paulista, por iniciativa da deputada Ana Martins (PCdoB), ela própria, na infância, uma trabalhadora do campo. A base de apoio ao governador Geraldo Alckmin na Assembéia impede a instalação da CPI, como vem fazendo com outras 66 no segundo mandato do pretendente tucano à Presidência da República (clique aqui para ver a série de Rodrigo de Carvalho a respeito).

Timba, 47, morreu de trabalhar, por R$ 38,20

Uma morte específica gerou a iniciativa de Ana Martins. Em outubro passado, José Mário Alves Gomes, conhecido como Timba, 47 anos, morreu depois de uma jornada em que cortara 410 metros de cana, ou 25 toneladas, na usina Santa Helena, do Grupo Cosan, em Rio das Pedras, a 155 km da capital paulista.

Timba foi contratado na base de R$ 0,08 (oito centavos) por metro cortado. Ele iria receber, ao fim do dia, exatos R$ 32,80.

Segundo a Pastoral do Migrante, entre as safras 2004/2005 e 2005/2006 (de maio a outubro) morreram dez cortadores de cana na Região Canavieira de São Paulo. Tinham idades entre 24 e 50 anos. Todos eram migrantes, vindos do Norte de Minas, Bahia, Maranhão, Piauí. As causa mortis em seus atestados de óbitos são vagas; apontam morte por parada cardíaca. O pedido de CPI aponta cerca de 20 mortes, só em 2005. E Francisco Alves, que estuda a questão há 20 anos, estima que as mortes contabilizadas "são uma amostra insignificante do total que deve morrer clandestinamente".

O sistema de trabalho na cana

O exame das condições de trabalho das vítimas joga mais luz sobre essas causas.

O corte da cana se dá em um retângulo, com 8,5 metros de largura, equivalendo a 5 "ruas" (linhas em que é plantada a cana) e um comprimento que varia conforme a produtividade do trabalhador. Este retângulo é chamado eito; a distância medida ao final do dia indica o ganho diário do trabalhador. Os metros lineares de cana, multiplicados pelo valor da cana pesada na usina, dão o valor da diária a receber.

Estima-se que 6 toneladas de cana (considerando uma cana de primeiro corte, de crescimento ereto) correspondem a um comprimento de 200 metros. O trabalhador, além de cortar a cana contida neste retângulo de, deve cortar também as pontas e transportar

No Centro-Sul o utensílio de trabalho do cortador de cana é o podão, espécie de machete de ponta chata, pesando cerca de meio quilo, que o próprio trabalhador mantém afiado como uma navalha, graças à lima que leva para o eito. A vestimenta precisa cobrí-lo por inteiro, apesar do calor, numa armadura para escapar das folhas de cana que cortam como facas. Inclui botina com biqueira de aço, perneiras de couro até o joelho, calças de brim, camisa de manga comprida com mangote de brim, luvas de raspa de couro, lenço no rosto e pescoço e chapéu ou boné. Hoje, pode incluir óculos protetores.

No princípio de cada jornada, o supervisor da turma designa o eito do cortador e este e inicia o trabalho: começa a cortar pela linha central, onde será depositada a cana, em seguida corta as duas linhas laterais à central, sem deixar linhas sem cortar ("deixar telefone").

Perda de água em média de 8 litros/dia

Em sua rotina de trabalho, o cortador abraça um feixe, de cinco e dez canas, curva-se e corta. Os cortes são bem rente ao chão (uma vantagem do corte manual sobre a colheitadeira), pois é no pé da cana que se concentra a sacarose; mas não podem atingir a raiz para não prejudicar a rebrota. Se a cana estiver "deitada" ou "acamada", exigirá mais cortes. A seguir, o trabalhador corta o "palmito" – a parte de cima das canas, onde estão as folhas verdes, que são jogadas ao solo. Por fim, transporta o feixe para a linha do meio (3ª linha) que dista 3 metros das extremidades do eito. Depois começa tudo de novo.

Um bom cortador de cana é como um corredor fundista: não depende tanto da massa muscular, mas da resistência, em uma atividade repetitiva e exaustiva, a céu aberto, sob o sol, às vezes aguentando fuligem, poeira e fumaça, por um período que varia entre 8 a 12 horas.

O dispêndio de energia do trabalhador, sob o sol, com esta vestimenta, leva a suar abundantemente, perder muita água (em média, 8 litros/dia) e sais minerais. Isso produz desidratação e câibras frequentes. As câibras começam em geral nas mãos e pés, avançam pelas pernas e chegam no tórax, o que provoca fortes dores e convulsões, dando a impressão de que um ataque epiléptico. Para conter as câibras e a desidratação, algumas usinas ministram aos trabalhadores soro fisiológico, e até suplementos energéticos.

Leia amanhã, na parte final deste artigo, como e por que a produtividade do trabalho do cortador de cana, usando o mesmo podão, quadruplicou em duas gerações.

* O livro do padre Antonil, é "Cultura
e opulências do Brasil por suas
drogas e minas" (1711); foi confiscado
pela Coroa portuguesa, que viu
nele a revelação de segredos do
sistema produtivo dos engenhos

** Professor adjunto do Departamento
de Engenharia de Produção da UFSCar

Fonte: www.pastoraldomigrante.org.br

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #1 Online: 26 de Fevereiro de 2006, 15:02:48 »

Engraçado ouvir esse relato de quem dá suporte a regimes escravistas responsáveis pelo maior crime da história da humanidade.

"O veneno capitalista" é o nome do texto, mas que tipo de argumento existe contrário ao capitalismo ali? Eu só vi fatos que mostram o desrespeito de um bóia-fria ao seu próprio corpo, e um sintoma de um Estado social-democrático por excelência.

Primeiro, porque o contrato estabelecido entre o bóia-fria e seu patrão envolve a concordância mutua, ou seja, se alguém não estiver satisfeito, que procure resolver suas pendências de outra forma, ou que tente renegociar. Não adianta colocar que o bóia-fria é ignorante, tem filhos e mulher para sustentar, pois o patrão dele não tem nada com isso. Se o bóia-fria custar mais caro que uma colheitadeira mecânica, ele optará pela segunda opção. E se o bóia-fria considerar que as condições do seu trabalho e a exigência física não são recompensadas pelo salário que recebe, ele pode encerrar seu contrato ou tentar renegociá-lo.

Se ele se matou de trabalhar foi porque calculou mal a sua resistência a esse tipo de serviço.

Agora, vemos esquerdistas reclamando disso que consideram um absurdo do modelo capitalista, quando não percebem que são eles os próprios criadores desse espetáculo grotesco. Mensalões e esmolões, e toda a corrupção, irresponsabilidades fiscais e burocracia típicas de sociais-democracias, que colocam os juros lá em cima para conter assim o estado deficitário permanente da economia, além de uma das mais altas cargas tributárias que se tem notícia, batendo recorde atrás de recorde em termos de arrecadação, impedem o setor produtivo de crescer, tanto em produção quanto em oferta de empregos. Forma-se uma grande massa de desempregados, sobreviventes da esmola oficial, que se sujeitam a tais empregos, que por sua vez são necessários já que o setor produtivo não possui incentivos para investir em tecnologia. Além é claro, da intelligentzia que criticaria a mecanização pois a mesma extirparia fontes de emprego que ela mesma, em outras oportunidades, chama de sub-empregos e escravidão. E com a alta tributação, os elevados juros que tornam proibitivos os empréstimos, o protecionismo que impede a importação de material de alta tecnologia, ainda exigem do setor produtivo a oferta de melhores condições de trabalho, sem esperar que com isso haja um aumento substancial no preço final do produto comercializado, nesse caso, açucar e álcool.

Claro, claro, se a lei da gravidade sofresse da mesma incompreensão que a lei da oferta e da procura, o que haveria de gente caindo de prédios, escadas, telhados e aviões não estaria no gibi.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #2 Online: 26 de Fevereiro de 2006, 22:38:51 »
Já pensou em ser economista, Cabeção?

Offline Diegojaf

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #3 Online: 26 de Fevereiro de 2006, 23:15:12 »
Lucro é o básico do capitalismo... ninguém vive sem ele...

Mas no Brasil, a Constituição Federal preza pela dignidade humana como cláusula pétrea... e as condições que foram descritas no texto são análogas à escravidão (crime também)...

Se o cara quer matar os empregados de temporada de tanto trabalhar, esteja à vontade... mas não dá pra pensar que vai ficar por isso mesmo...

Você deve estar mal informado com relação também aos investimentos e incentivos que os canavieiros receberam nesse ano... basta dar uma folheadinha nos jornais e você verá como tá entrando investimento (público, privado, internacional) nessa área...

Nada contra o lucro, mas explorar um trabalhador até a morte já devia ser algo fora dos noticiários a muito tempo...

E apesar de contrato fazer lei entre as partes, qualquer cláusula que seja abusiva, danosa,  que traga lucros ou prejuízos desproporcionais a qualquer uma das partes é INVÁLIDA!(nula, anulável, inexistente)...

Agora, se você não sabia disso Karl, como o saberia o, como vc disse: "ignorante, tem filhos e mulher para sustentar, pois o patrão dele não tem nada com isso"?
« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2006, 23:22:53 por DiegoJaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Perseus

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #4 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 01:27:37 »
o contrato estabelecido entre o bóia-fria e seu patrão envolve a concordância mutua, ou seja, se alguém não estiver satisfeito, que procure resolver suas pendências de outra forma, ou que tente renegociar.
Exatamente.
Ou então não aceitar as condições impostas de trabalho, ceder a vaga a outro, e dar uma passadinha de fome em seu cubículo 3x4. O que convenhamos, é extremamente desagradável.
"Send me money, send me green
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Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #5 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 02:29:10 »
Ao meu entender, a monstruosidade cometida pelo empregador foi estabelecer um acordo no qual o bóia-fria seria pago por sua produtividade.

A manobra de chamar tal relação de escravista consiste em maniqueísmo panfletário cujo único propósito é associar o capitalismo ao mal.


O empregador, na verdade, dadas as condições em que seu negócio, assim como muitos outros no Brasil, se encontra, oferece ao bóia-fria uma proposta que lhe parece justa e ao mesmo tempo está dentro de suas possibilidades. O bóia-fria pode aceitar ou procurar outro emprego. Não é responsabilidade do empregador zelar pelo bem-estar do bóia-fria e de sua família, nem é sua culpa as condições em que essas pessoas se encontram.

O triste quadro da miséria no Brasil pode ser um fator que explique o fato de muitos se sujeitarem a esse tipo de condição de trabalho, mas ainda assim, o bóia-fria considerou melhor aceitar aquele emprego do que ficar desempregado.

O Estado não fez nada por ele, exceto talvez por algum programa de esmola com fins demagógico-eleitoreiros e por criar uma situação econômica tão restritiva a livre-iniciativa que a oferta de empregos é baixa, sobrando apenas esse tipo de tarefa para ele executar.

Jogar a culpa no capitalismo por erros oriundos de políticas claramente esquerdistas não resolverá nada, e só serve a uma causa de desinformação bastante antiga na mídia brasileira, mais preocupada com o apelo emocional de orientação esquerdista do que com a verdade dos fatos.

E a verdade dos fatos é que se o bóia-fria aceitou trabalhar até morrer é porque não havia melhores opções para ele. Significa que toda a lenga-lenga social-democrata que já ouvimos a muito tempo se mostrou completamente ineficiente na sua missão de gerar oportunidades para esse tipo de cidadão.

Pois enquanto não entendermos que quando o governo prejudica o sistema produtivo, ele prejudica toda a população, e enquanto não compreendermos que esmola oficial não pode ser o meio de obtenção de sustento das pessoas, esse quadro lastimável não mudará.

Offline Diegojaf

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #6 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 08:31:54 »
Ao meu entender, a monstruosidade cometida pelo empregador foi estabelecer um acordo no qual o bóia-fria seria pago por sua produtividade.

A manobra de chamar tal relação de escravista consiste em maniqueísmo panfletário cujo único propósito é associar o capitalismo ao mal.

Claro, claro... polêmica sobre contratos de trabalho em que o sujeito fica completamente subjugado ao empregador são uma crítica exclusiva ao Capitalismo...

O contrato continua sendo abusivo... cláusulas leoninas.

Capitalismo não é perfeito, mas por enquanto, como dizem "é o melhor que tá tendo", mas ficar cego às condições de dignidade dos empregados em nome do lucro fácil não pode ser aceito de maneira nenhuma...

Além do que, hoje a empresa deve se conscientizar de sua função social e da importância dela na região... não é mais válido só explorar o empregado e deixar que o Estado cuide do resto... nisso nós temos os empregados morrendo ao sair do trabalho e parando nos hospitais, causando cobrecarga no sistema de saúde, que poderia ser evitada com condições básicas e que são de direito do trabalhador...

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O empregador, na verdade, dadas as condições em que seu negócio, assim como muitos outros no Brasil, se encontra, oferece ao bóia-fria uma proposta que lhe parece justa e ao mesmo tempo está dentro de suas possibilidades. O bóia-fria pode aceitar ou procurar outro emprego. Não é responsabilidade do empregador zelar pelo bem-estar do bóia-fria e de sua família, nem é sua culpa as condições em que essas pessoas se encontram.

hnnn...sim, é...
Se você contrata a mão de obra, deve se responsabilizar sobre ela... o que acontecer a ela durante o horário de trabalho, é responsabilidade do empregador, logo, é muuuuito da conta do empregador zelar pelo bem-estar e condições em que seus empregados funcionam...

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O triste quadro da miséria no Brasil pode ser um fator que explique o fato de muitos se sujeitarem a esse tipo de condição de trabalho, mas ainda assim, o bóia-fria considerou melhor aceitar aquele emprego do que ficar desempregado.

Já ouviu falar nos gatos? Eles não costumam ser exatamente honestos sobre as condições de trabalho... e quando o cara caí lá da região dele e vê que não é nada daquilo, óbvio que ele não cai ter opções...
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1502200631.htm

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O Estado não fez nada por ele, exceto talvez por algum programa de esmola com fins demagógico-eleitoreiros e por criar uma situação econômica tão restritiva a livre-iniciativa que a oferta de empregos é baixa, sobrando apenas esse tipo de tarefa para ele executar.

Jogar a culpa no capitalismo por erros oriundos de políticas claramente esquerdistas não resolverá nada, e só serve a uma causa de desinformação bastante antiga na mídia brasileira, mais preocupada com o apelo emocional de orientação esquerdista do que com a verdade dos fatos.

Fala sério, você ainda tem a cara de alegar que existem diferenças além das ideológicas no noso cenário político?
Demagogos, ações eleitoreiras e candidatos populistas não são oriundos de esquerda e sim de desinformação e desinteresse político (características claras da nossa população) que estão presentes tanto na Direita ou na Esquerda. Enquanto nossa população votar no cara que "é mais bonitinho" (vide Collor do Partido da Renovação NACIONALISTA) ou que "deu um fim de semana no sitio dele pros meus mininu" (vereador aqui perto de casa do PTB) não vai existir Esquerda ou Direita enquanto o eleitor não souber que diferença faz e nem fazendo idéia do que é o programa de governo de seus candidatos...

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E a verdade dos fatos é que se o bóia-fria aceitou trabalhar até morrer é porque não havia melhores opções para ele. Significa que toda a lenga-lenga social-democrata que já ouvimos a muito tempo se mostrou completamente ineficiente na sua missão de gerar oportunidades para esse tipo de cidadão.

Pois enquanto não entendermos que quando o governo prejudica o sistema produtivo, ele prejudica toda a população, e enquanto não compreendermos que esmola oficial não pode ser o meio de obtenção de sustento das pessoas, esse quadro lastimável não mudará.

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2006/02/02/ult1913u45602.jhtm

Se queremos menor participação do Estado e menor assistencialismo, deve haver uma contrapartida por parte da iniciativa privada. Como você acha que o Estado vai se retirar de áreas em que é claramente necessária sua participação?? Olha a reportagem, o usineiro resiste a mudar um sistema que funciona a mais de 40 anos. Você tá me dizendo que se por acaso o governo der tudo que ele precisa pra crescer, ele vai ter uma crise repentina de consciência ?

Mas claro... essa é a MINHA opinião...
« Última modificação: 27 de Fevereiro de 2006, 08:35:16 por DiegoJaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Felius

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #7 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 12:05:07 »
Fora que a demanda de empregos aqui no Brasil é BEM maior que a oferta dos mesmos. Tem muito desempregado, muitos dos quais ja tão quase morrendo de fome. Com isso é claro que ele vai aceitar o primeiro emprego que ver pela frente, só para poder colocar um prato de comida na barriga.

Por isso no Brasil é importante estabelecer condições minimas de trabalho, salario minimo, etc.
Onde tem muito emprego e chega a faltar desempregados, os salarios sobem, as condições de trabalhos tambem sobem, não nescesiitando de muita lesgilação.
"The patient refused an autopsy."

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #8 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 12:33:49 »

Por isso no Brasil é importante estabelecer condições minimas de trabalho, salario minimo, etc.

E mais uma vez atacamos a consequencia e não a causa.

As leis trabalhistas brasileiras são ultrapassadas, mas garantem (no papel) a dignidade do trabalhador. Mas, se o empregador irá cumprir é outra história.

Voltando ao assunto:

Oque o Brasil precisa é SER COMPETITIVO. Se eu tivesse uma empresa, já estaria me mudando para a India ou China.

Querer impor mais custos ao setor produtivo é apenas mandar embora as empresas que sobraram.


Offline Felius

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #9 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 13:08:46 »

Por isso no Brasil é importante estabelecer condições minimas de trabalho, salario minimo, etc.

E mais uma vez atacamos a consequencia e não a causa.

As leis trabalhistas brasileiras são ultrapassadas, mas garantem (no papel) a dignidade do trabalhador. Mas, se o empregador irá cumprir é outra história.

Voltando ao assunto:

Oque o Brasil precisa é SER COMPETITIVO. Se eu tivesse uma empresa, já estaria me mudando para a India ou China.

Querer impor mais custos ao setor produtivo é apenas mandar embora as empresas que sobraram.



Tambem se tem que colocar competitividade. Mas muito dessa competitividade da china e india vem da falta de preucupação da dignidade do trabalhador. É claro que tem que se qualificar a mão de obra, melhorar condições para empresas crescer, etc. Mas isso não vai encher a barriga do caipira analfabeto que mora no meio de lugar nenhum no momento. Enquanto não se resolver a causa tem que manter ele vivo. E eu duvido muito que o Brasil consiga aumentar a oferta de empregos suficientemente para compensar ou superar a demanda, permitindo que os trabalhadores tenham condições de trabalho suficiente para viver.
"The patient refused an autopsy."

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #10 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 13:24:26 »
Citação de: DiegoJaf
Claro, claro... polêmica sobre contratos de trabalho em que o sujeito fica completamente subjugado ao empregador são uma crítica exclusiva ao Capitalismo...

Apenas diz isso quem ignora completamente a história do século XX.

O empregador não precisa ser uma pessoa física ou jurídica, pode muito bem ser o Estado, e esse se mostrou muito eficiente em escravizar sua população nos regimes comunistas.

Citação de: DiegoJaf
O contrato continua sendo abusivo... cláusulas leoninas.

O contrato não possui cláusulas, quanto mais <<cláusulas leoninas>>.

Ele consiste no pagamento por produtividade, pura e simples. O bóia-fria decide o quanto trabalhará, e receberá em função disso.

Se o pagamento parece baixo demais, é porque o mercado de bóias-frias está saturado de mão-de-obra disponível. Simples lei de oferta e procura.

Citação de: DiegoJaf
Capitalismo não é perfeito, mas por enquanto, como dizem "é o melhor que tá tendo", mas ficar cego às condições de dignidade dos empregados em nome do lucro fácil não pode ser aceito de maneira nenhuma...

Não se trata de <<ficar cego às condições de dignidade humana>>. Se o empregador violar os direitos do trabalhador, eu acho que ele deve pagar por isso sim.

Mas nessa questão, a princípio, o que ocorreu foi um erro de cálculo do trabalhador, que não soube avaliar seus limites físicos e se excedeu na tentativa de obter maior produtividade.

É claro que se o empregador forçou ou enganou o trabalhador de alguma forma que resultasse no excesso de trabalho, houve um crime. Agora se houve apenas o estabelecimento de um contrato por produtividade, não há nada que se possa fazer.

Citação de: DiegoJaf
Além do que, hoje a empresa deve se conscientizar de sua função social e da importância dela na região... não é mais válido só explorar o empregado e deixar que o Estado cuide do resto... nisso nós temos os empregados morrendo ao sair do trabalho e parando nos hospitais, causando cobrecarga no sistema de saúde, que poderia ser evitada com condições básicas e que são de direito do trabalhador...

Isso pode até ocorrer, se for do interesse da empresa funcionar dessa maneira. Muitos dos direitos trabalhistas foram conseguidos de forma a alcançar o melhor resultado tanto para o empregador quanto para o funcionário. É claro que o excesso desses direitos foi muito mais resultado de políticas populistas, lobbys de máfias sindicais e políticos inescrupulosos e resultado de dogmas social-democráticos.

Citação de: DiegoJaf
hnnn...sim, é...
Se você contrata a mão de obra, deve se responsabilizar sobre ela... o que acontecer a ela durante o horário de trabalho, é responsabilidade do empregador, logo, é muuuuito da conta do empregador zelar pelo bem-estar e condições em que seus empregados funcionam...

Sim, o empregador deve zelar para que seus empregados sofram um mínimo de riscos nas suas atividades, se adequando as normas vigentes do setor.

Agora, existem atividades onde o risco é inerente, além do que, é impossível para o empregador avaliar até onde seu empregado agüenta, e por isso o sistema de contrato dos bóias-frias deixa a cargo dos próprios empregados decidirem o quanto trabalharão.

O que é inconsistente é determinar que o empregador pague uma quantia fixa para uma quantidade de trabalho variável, estimulando o ócio.

Citação de: DiegoJaf
Já ouviu falar nos gatos? Eles não costumam ser exatamente honestos sobre as condições de trabalho... e quando o cara caí lá da região dele e vê que não é nada daquilo, óbvio que ele não cai ter opções...
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1502200631.htm

Opção ele tem, o que resta saber é se ele tem opção melhor.

Realmente, quando existe desonestidade no contrato ou descumprimento das normas, deve haver intervenção estatal. Não estou negando essa possibilidade, apenas afirmando que o simples fato de haver um contrato de produtividade não implica necessariamente nesse tipo de violação.

As circunstâncias da morte devem ser averiguadas, mas não adianta pensar que o contrato é em si criminoso, pois não é. Mas isso não exclui a possibilidade de outros crimes terem ocorrido.

A minha refutação pauta-se apenas na tentativa de associar o formato desse tipo de contrato com a escravidão, uma manobra inconsistente de manipulação ideológica.

Citação de: DiegoJaf
Fala sério, você ainda tem a cara de alegar que existem diferenças além das ideológicas no noso cenário político?
Demagogos, ações eleitoreiras e candidatos populistas não são oriundos de esquerda e sim de desinformação e desinteresse político (características claras da nossa população) que estão presentes tanto na Direita ou na Esquerda. Enquanto nossa população votar no cara que "é mais bonitinho" (vide Collor do Partido da Renovação NACIONALISTA) ou que "deu um fim de semana no sitio dele pros meus mininu" (vereador aqui perto de casa do PTB) não vai existir Esquerda ou Direita enquanto o eleitor não souber que diferença faz e nem fazendo idéia do que é o programa de governo de seus candidatos...

É tudo altamente interligado, num ciclo vicioso. Administrações esquerdistas corruptas valem-se dos estratagemas social-democráticos velhos conhecidos, como esmolões, para conseguir seus votos. Enquanto isso, incham o Estado (para poder roubar) e realizam gastos descomedidos (leia o artigo Enganando com números, o que cria uma necessidade de uma grande absorção em tributos (lista de tributos no Brasil), o que mina a iniciativa privada, que por não crescer gerar empregos e renda para a população, que carente, necessita de esmolões e votará nos políticos que os oferecerem. Além, é claro, de se voltar para o protecionismo, afim de assegurar o controle dos capitalistas tupiniquins que os ajudaram a ascender ao poder, o que gera uma diminuição da concorrência externa, ou seja, aumento da inflação, que precisa ser controlada por juros extorsivos, ferrando novamente com a inciativa privada, o que contribui para atravancar o crescimento e gerar mais miséria e menos distribuição de renda. Tudo isso numa prática de mercantilismo superavitário comercial, como se a simples diferença entre exportações e importações fosse indicador de saúde econômica. Até seria, se acaso fôssemos uma economia plenamente liberal, e não forçássemos esses indicadores por meio de protecionismo e intervencionismo monetário (para evitar que o dólar baixe demais e prejudique o setor exportador, é claro que, sem perceber que isso é o simples resultado do protecionismo superavitário que gera uma oferta muito maior do que uma demanda por dólares).

Citação de: DiegoJaf
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2006/02/02/ult1913u45602.jhtm

Se queremos menor participação do Estado e menor assistencialismo, deve haver uma contrapartida por parte da iniciativa privada. Como você acha que o Estado vai se retirar de áreas em que é claramente necessária sua participação?? Olha a reportagem, o usineiro resiste a mudar um sistema que funciona a mais de 40 anos. Você tá me dizendo que se por acaso o governo der tudo que ele precisa pra crescer, ele vai ter uma crise repentina de consciência ?

Devem haver leis trabalhistas, devem, mas não espere que os produtores funcionem como assistentes sociais, pois eles dependem do lucro e da funcionalidade para existir.

Enquanto não existirem incentivos para a iniciativa privada funcionar bem, e poder oferecer melhores opções para seus empregados, o estado tende a se manter ou a se agravar.

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #11 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 14:06:58 »

Por isso no Brasil é importante estabelecer condições minimas de trabalho, salario minimo, etc.

E mais uma vez atacamos a consequencia e não a causa.

As leis trabalhistas brasileiras são ultrapassadas, mas garantem (no papel) a dignidade do trabalhador. Mas, se o empregador irá cumprir é outra história.

Voltando ao assunto:

Oque o Brasil precisa é SER COMPETITIVO. Se eu tivesse uma empresa, já estaria me mudando para a India ou China.

Querer impor mais custos ao setor produtivo é apenas mandar embora as empresas que sobraram.



Tambem se tem que colocar competitividade. Mas muito dessa competitividade da china e india vem da falta de preucupação da dignidade do trabalhador. É claro que tem que se qualificar a mão de obra, melhorar condições para empresas crescer, etc. Mas isso não vai encher a barriga do caipira analfabeto que mora no meio de lugar nenhum no momento. Enquanto não se resolver a causa tem que manter ele vivo. E eu duvido muito que o Brasil consiga aumentar a oferta de empregos suficientemente para compensar ou superar a demanda, permitindo que os trabalhadores tenham condições de trabalho suficiente para viver.

Você continua querendo atacar a consequencia e não a causa.

E não é "também temos que ser competitivos". TEMOS QUE SER COMPETITIVOS E PONTO FINAL! caso contrário, o investidor sai do Brasil.

O dinheiro para o governo torrar com assistencialismo tem origem nos impostos dos contribuintes.  Se não existir mais contribuinte, o caipira que depende do assistencialismo estatal irá morrer de qualquer forma.

E manter ele gordinho não irá diminuir a carga tributária nem nada.

Resumindo: Não há lógica alguma nessa sua resposta.

PS: Não encare isso como provocação. OK?

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #12 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 14:13:00 »
Fora que a demanda de empregos aqui no Brasil é BEM maior que a oferta dos mesmos. Tem muito desempregado, muitos dos quais ja tão quase morrendo de fome. Com isso é claro que ele vai aceitar o primeiro emprego que ver pela frente, só para poder colocar um prato de comida na barriga.

Por isso no Brasil é importante estabelecer condições minimas de trabalho, salario minimo, etc.
Onde tem muito emprego e chega a faltar desempregados, os salarios sobem, as condições de trabalhos tambem sobem, não nescesiitando de muita lesgilação.

Isso faz parte da crença marxista (não que o próprio Marx acreditasse nisso) de que o sistema produtivo é um poço sem fundo, e a única causa da miséria e da falta de perspectivas é avareza e ganância dos empresários.

O que deve ser feito não é aumentar os já absurdos direitos trabalhistas. Isso é uma falsa solução, pois não melhora em nada para o trabalhador, apenas virtualiza direitos que são bonitos no papel, mas impraticáveis por razões externas.

O salário mínimo é uma dessas mentiras.

Offline Felius

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #13 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 11:24:38 »
Não, não é. Mas você mesmo admitiu Karl Rove que o mercado esta sobrando trabalhador. Para sermos mais competitivos teriamos que um dos dois: Qualificar a mão de obra, e faze-la continuar barata, baratear ainda mais a mão de obra, ou diminuir a carga tributaria para empresas.

Após a diminuição da carga tributaria, para ser ainda mais competitivo teriamos que fazer um dos outros dois.  Qualificar a mão de obra no Brasil é uma coisa que não vai acontecer, pelo menos não tão cedo. Para baratear ainda mais a mão de obra, ficariamos com uma salario que mal daria para ele comer um prato de feijão com farinha uma vez por dia.

Karl, eu concordo que muitos direitos trabalhistas não fazem sentido, muitos não são nescessarios, e muitos são prejudiciais. Mas o salario minimo NÃO é um deles. Como você mesmo disse, a lei da oferta e da procura rege essa area tambem. Como a oferta de empregos é pouca, e a demanda grande, o empregador pode oferecer um salario que mal da para ele se manter vivo, sem nem contar a familia, é as pessoas vão aceitar para pelo menos continuarem vivas.

Se a demanda de empregos diminuir ou a oferta aumentar bastante, ou os dois, igualando isso, ja se pode deixar o salario minimo de lado, que não vai ser mais nescessario.

E encosto posso acreditar então que você deseja que o Brasil institua um salario tão baixo para os trabalhadores que só da pra mante-lo vivo, excluindo a familia, e só ganha isso, por que trabalhador morto, não é produtivo, para ficarmos mais competitivos?
Ou aumentar a carga horaria para 16 horas diarias? Tipo da época da revolução industrial?
Que nós não temos tecnologia, nossa mão de obra não é qualificada. O jeito é ir na mão de obra não qualificada, e faze-la competitiva com países como China e India, que tem ainda mais demanda, e aceitam ganhar ainda menos.
"The patient refused an autopsy."

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #14 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 12:46:02 »
Não, não é. Mas você mesmo admitiu Karl Rove que o mercado esta sobrando trabalhador. Para sermos mais competitivos teriamos que um dos dois: Qualificar a mão de obra, e faze-la continuar barata, baratear ainda mais a mão de obra, ou diminuir a carga tributaria para empresas.

Após a diminuição da carga tributaria, para ser ainda mais competitivo teriamos que fazer um dos outros dois. Qualificar a mão de obra no Brasil é uma coisa que não vai acontecer, pelo menos não tão cedo. Para baratear ainda mais a mão de obra, ficariamos com uma salario que mal daria para ele comer um prato de feijão com farinha uma vez por dia.


Você argumenta como se a humanidade estivesse estagnada. Todos os dias, novas invenções são lanaçdas, novos serviços são oferecidos gerando milhares de empregos em potencial.

Pegue como exemplo a telefonia móvel: Quantos empregos foram criados? Temos também internet, telemarketing e tantas outras áreas e oportunidades.

SÓ QUE, novamente, esses novos investimentos irão procurar paises, mercados mais rentáveis.

Outra coisa: Estude Taylor, Ford e tantos outros autores. As empresas sabem que seus empregados trabalham por dinheiro (óbvio, não?). E quem pagar os melhores salários terá os melhores funcionários à sua disposição.

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E encosto posso acreditar então que você deseja que o Brasil institua um salario tão baixo para os trabalhadores que só da pra mante-lo vivo, excluindo a familia, e só ganha isso, por que trabalhador morto, não é produtivo, para ficarmos mais competitivos?


Pode sim. É "exatamente" isso que eu disse. Ótima interpretação.

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Ou aumentar a carga horaria para 16 horas diarias?


25 h p/ dia seria o ideal, conforme argumentei anteriormente.

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Tipo da época da revolução industrial?


Exato.

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Que nós não temos tecnologia, nossa mão de obra não é qualificada. O jeito é ir na mão de obra não qualificada, e faze-la competitiva com países como China e India, que tem ainda mais demanda, e aceitam ganhar ainda menos.

Cara, para afirmar que não temos mão de obra qualificada, você precisa ser um completo ignorante sobre o assunto. Temos empresas de ponta instaladas no pais, um grande parque automotivo, etc.

E corremos o risco de perder tudo isso para paises mais competitivos.

ukrainian

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #15 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 14:10:01 »
Todo esse blá blá blá retórico pode ser resumido em uma palavra: sujeição. Os (novos) liberais defendem uma completa sujeição do trabalhador, um retorno ao escravismo, em pró de um nacionalismo (olha só, quem diria) econômico, fruto de um mercado globalizado onde países subdesenvolvidos capitalistas são forçados a ceder terreno e mão-de-obra barata em busca do lucro de investidores dos países desenvolvidos. Como se a necessidade de se competir nesse jogo de cartas marcadas econômico justificasse a completa submissão do trabalhador às leis da competição capitalista.

É uma espécie de neo-neo-colonialismo, mas agora com exploração/escravização de mão-de-obra humana através da "necessidade" da tal economia nacional de ser competitiva, como vimos no artigo desse tópico. Há um ressurgimento de um espírito de nacionalismo. Algo que muitos (novos) liberais se demonstraram a favor, inclusive com um aí acima sugerindo turnos diários de 25h. Será que estamos assistindo o surgimento de uma nova ideologia, o nacional-liberalismo?
« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2006, 14:11:52 por Ukrainian »

ukrainian

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #16 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 14:22:28 »
Interessante fenômeno... De repente, os liberais (pelo menos os novos) perceberam que a internacionalização dos mercados é uma farsa, e que o auto-protecionismo das economias nacionais é inevitável. Descobriram o óbvio: que a livre-competição entre as economias inevitavelmente resulta em um nacionalismo econômico.
« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2006, 14:29:26 por Ukrainian »

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #17 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 14:44:03 »
Interessante fenômeno... De repente, os liberais (pelo menos os novos) perceberam que a internacionalização dos mercados é uma farsa, e que o auto-protecionismo das economias nacionais é inevitável. Descobriram o óbvio: que a livre-competição entre as economias inevitavelmente resulta em um nacionalismo econômico.

De qual parte de minha resposta, ou do Karls Eduardo Rolve, você tirou essa brilhante conclusão?

Se estamos defendendo justamente a diminuição da carga tributária (inclusive de importados), de onde você tirou a brilhante idéia de que somos protecionistas?


Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #18 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:05:58 »
Não, não é. Mas você mesmo admitiu Karl Rove que o mercado esta sobrando trabalhador. Para sermos mais competitivos teriamos que um dos dois: Qualificar a mão de obra, e faze-la continuar barata, baratear ainda mais a mão de obra, ou diminuir a carga tributaria para empresas.

A qualidade da mão-de-obra não é necessariamente o maior dos problemas.

O problema é o preço dela. Não estou falando apenas de salário pago. São direitos trabalhistas e previdenciários absurdos, este último grande responsável pelo déficit nominal das contas públicas, além dos outros tributos e dos juros altos que criam impecilhos para a iniciativa privada.

Não adianta ter mão-de-obra qualificada se não houver espaço no mercado para alocá-los, que é o que ocorre quando novos investidores fogem do país. Agora quando criamos incentivos para os investimentos, a qualidade da mão-de-obra eleva-se rapidademente, devido a forte demanda.

Após a diminuição da carga tributaria, para ser ainda mais competitivo teriamos que fazer um dos outros dois. Qualificar a mão de obra no Brasil é uma coisa que não vai acontecer, pelo menos não tão cedo. Para baratear ainda mais a mão de obra, ficariamos com uma salario que mal daria para ele comer um prato de feijão com farinha uma vez por dia.

O que é realmente importante é gerar incentivos para o investidor. Isso se faz através da administração racional, voltada para a responsabilidade fiscal, para o cumprimento dos contratos, para a redução do tamanho e da interferência do Estado nas liberdades civis e de mercado, nos incentivos fiscais a iniciativa privada, no esforço em criar uma cultura empreendedora.

Mão-de-obra qualificada nós temos. Temos vários engenheiros trabalhando em empresas públicas, ou em posições que não correspondem a sua formação. Temos escolas de administração boas, existe também um grande número de alunos de escolas técnicas que poderiam ser aproveitados também. E com o crescimento do mercado para essas pessoas, automaticamente haveria um retorno de investimento na formação dos mesmos, o que se traduziria na qualificação da mão-de-obra.

Não adianta ter uma mão-de-obra qualificada se ela for cara. Se for assim, os investidores nem sairiam de seus países. Também não adianta injetar dinheiro em países altamente estatizados e interventores, com histórico conhecido de irresponsabilidade fiscal e falta de respeito para com os contratos. Só se houver uma taxa de juros alta, ou seja, se a lucratividade compensar o risco. O problema é que o reflexo do aumento de juros externo é exatamente o juro pago pelo empreendedor aqui dentro. Juros proibitivos para a livre iniciativa, que ainda tem de arcar com elevados encargos tributários e trabalhistas. Tem-se a receita para a estagnação econômica.

Volta a repetir, investimento em educação de nada adianta se não forem gerados incentivos para que a economia cresça e possa se servir da capacitação do trabalhador. Se não continuaremos a ter engenheiros virando lage por aí.

Karl, eu concordo que muitos direitos trabalhistas não fazem sentido, muitos não são nescessarios, e muitos são prejudiciais. Mas o salario minimo NÃO é um deles. Como você mesmo disse, a lei da oferta e da procura rege essa area tambem. Como a oferta de empregos é pouca, e a demanda grande, o empregador pode oferecer um salario que mal da para ele se manter vivo, sem nem contar a familia, é as pessoas vão aceitar para pelo menos continuarem vivas.

Um salário mínimo mal ajustado é um convite para a informalidade, para a corrupção, para o desemprego, para a inflação, para a sonegação, para o desperdício com a previdência e para o desestímulo da inciativa privada. Este, por sua vez, é corrigido com aumento de juros, de tributos, de fiscalização (que exige dinheiro público e burocracia, e gera por sua vez corrupção).

Enquanto as pessoas não compreenderem a lei básica das transações voluntárias, que é a de que ela só se realiza quando as duas partes concordam que o que estão oferecendo vale menos para si do que o que estão recebendo da outra parte, caso contrário a transação não se efetua ou não é voluntária, enquanto as pessoas continuarem a acreditar em dirigismos econômicos e engenharia social populista e irresponsável, a situação tende a se manter e a se agravar.

Se a demanda de empregos diminuir ou a oferta aumentar bastante, ou os dois, igualando isso, ja se pode deixar o salario minimo de lado, que não vai ser mais nescessario.

Mas isso só pode ocorrer num ambiente de liberdade plena.

Existe uma crença infundada, porém sistematicamente difundida pelos marxistas, que torna a relação empregatícia diferente das relações comerciais comum, em que alguém vende um produto em troca de dinheiro.

O trabalho é um serviço que é vendido, e o contrato estabelece os critérios desse negócio, como todos os outros. O Estado não deve se meter nas formas e critérios, a não ser que uma das partes seja enganada pela outra. Quando não, é porque aquela transação se deu por livre e espontânea vontade de ambas as partes, que consideraram os termos justos o suficiente para aceitá-los.
E encosto posso acreditar então que você deseja que o Brasil institua um salario tão baixo para os trabalhadores que só da pra mante-lo vivo, excluindo a familia, e só ganha isso, por que trabalhador morto, não é produtivo, para ficarmos mais competitivos?
Ou aumentar a carga horaria para 16 horas diarias? Tipo da época da revolução industrial?
Que nós não temos tecnologia, nossa mão de obra não é qualificada. O jeito é ir na mão de obra não qualificada, e faze-la competitiva com países como China e India, que tem ainda mais demanda, e aceitam ganhar ainda menos.

Os salários, assim como todos os outros preços, devem ser determinados pelo mercado, e não por sábios da reengenharia social a serviço do Estado. Não adianta prejudicar o mercado em nome de direitos trabalhistas, mesmo que em nome da dignidade e da solidareidade, pois com isso o que vai se gerar é perda de competitividade e miséria generalizada.

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #19 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:08:58 »
Interessante fenômeno... De repente, os liberais (pelo menos os novos) perceberam que a internacionalização dos mercados é uma farsa, e que o auto-protecionismo das economias nacionais é inevitável. Descobriram o óbvio: que a livre-competição entre as economias inevitavelmente resulta em um nacionalismo econômico.

De qual parte de minha resposta, ou do Karls Eduardo Rolve, você tirou essa brilhante conclusão?

Se estamos defendendo justamente a diminuição da carga tributária (inclusive de importados), de onde você tirou a brilhante idéia de que somos protecionistas?



Os vários comunistas do fórum cético poderiam eleger um porta-voz mais competente do que esse tal de Ukrainian. Alguém que pelo menos lesse as mensagens dos outros antes de tirar conclusões.

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #20 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:09:32 »
Fórum cético não. Clube cético.

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #21 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:11:52 »
Fórum cético não. Clube cético.

Por quê você não frequenta o forum comunistóide quantico?

Lá tem o Kaos Max, o Soviet (esse é o máximo), etc.

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #22 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:17:32 »
Porra, eu já te disse isso. Eu já tentei me cadastrar lá com uns quinze email de diferentes domínios, e eles não mandam a mensagem de confirmação.

Ah, Karls, eu sou o Cabeção.

Karl Rove

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #23 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:18:41 »
Eu tinha um cadastro lá da época que eles eram do forumnow!. Meu nome era Max Power.

O ENCOSTO

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Re: O veneno capitalista
« Resposta #24 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:30:10 »
Porra, eu já te disse isso. Eu já tentei me cadastrar lá com uns quinze email de diferentes domínios, e eles não mandam a mensagem de confirmação.

Ah, Karls, eu sou o Cabeção.


usuário:    Karls Eduardo
Senha:  cudevaca


pronto.

Agora, entre lá e modifique.

Acabo de criar este login NORMALMENTE para vc.




 

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